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Para onde vai a Internet

3 de Fevereiro de 2011, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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O mundo de hoje tá louco, mudou tudo! Talvez nenhuma outra frase tenha sido tão ouvida nos registros de memória de que participei nos últimos quatro anos. Não é de estranhar mesmo que os idosos, criados basicamente pela tradição oral, vejam os dias atuais com certa desconfiança. Embora alguns até tenham uma certa admiração pelas novidades tecnológicas que fazem a cabeça das crianças e jovens de hoje, a maioria tem suas restrições, devidamente compreensíveis.

Pois se o mundo dominado pela tradição oral já se modificou nos últimos séculos pela predominância da cultura escrita, imagine o que vai ser dele agora que a cultura digital chegou para virar tudo de cabeça para baixo. O pensador francês Pierre Levy e o estudioso brasileiro André Lemos nos dão uma ajudinha em O futuro da internet – rumo a uma ciberdemocracia planetária.

Visivelmente (e declaradamente) utópica, a obra de Levy tenta projetar como vai ser o futuro da humanidade após a universalização da rede. Um mundo mais colaborativo, participativo, engajado, informado e conectado, como ele não cansa de dizer no livro. Um mundo onde as legislações nacionais darão lugar a consensos internacionais de direitos, deveres e justiça, onde os regimes totalitários deixarão de existir simplesmente por não encontrarem mídias de massa que os sustentem e onde a informação circula livremente, permitindo a criação e a fruição de bens culturais de forma nunca antes imagináveis.

Um ponto importante discutido é a substituição da noção de opinião pública pela de inteligência coletiva. No mundo da mídia de massa (televisão, jornalões, rádios), os meios de comunicação ditam comportamentos, criam contextos e definem gostos musicais, artísticos e até políticos da população. Essa mesma mídia se sente dona exclusiva da opinião pública, mesmo que de público eles não tenham nada, uma vez que se tratam de empresas privadas que defendem os próprios interesses.

No mundo da cibercultura, a partir do momento em que cai o aspecto unilateral emissor-receptor da mídia de massa, todos podem emitir suas opiniões para um público externo e desconhecido (desde que estejam conectados à rede). Quanto mais se criam opiniões, análises, conceitos e ideias que circulam pela rede, mais as pessoas tornam-se conscientes, dotadas de opinião e critério. Daí substitui-se o conceito de opinião pública por inteligência coletiva.

O mundo da ciberdemocracia é, portanto, mais propício o associativismo das pessoas. Levy chega a considerar que, no futuro, os cidadãos comuns poderão se tornar micro-acionistas de diversas megacorporações, formando coletividades que gerenciam os meios de produção. Seria uma espécie de comunismo capitalista, ou de capitalismo comunista, ou de mistura dos dois com um nome que a gente ainda não vai saber definir.

O futuro da internet faz parte das obras que inspiram a gente nesse mundo maluco cheio de entusiastas tomados por novas ideias. Vale a leitura, para quem quiser entender os dias de hoje, ou mesmo para parar de achar e começar a ter certeza de que o mundo está mesmo meio louco.


Fonte: http://viraminas.org.br/uaipod/2011/02/03/para-onde-vai-a-internet/

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