Oi Gente!
Dando continuidade aos nossos estudos sobre a web, hoje vamos falar sobre a Web Semântica e os Dados Abertos. Deixaremos de pensar na internet apenas como uma ferramenta de interação e comunicação social (fato este que já representa muita coisa). Vamos imaginar agora a internet como uma Rede de Conceitos, onde as palavras fazem sentido às maquinas e deixam de existir apenas como letras transformadas em algoritmos.
Como o assunto é extenso, optamos por dividir esse post em duas partes. Na primeira, discutiremos sobre o conceito de Web Semântica e na segunda, de como esse novo conceito de internet possibilitou o surgimento dos protocolos de dados abertos.
- A Web Semântica
Quando Tim Berners-Lee (2001) pensou na Web Semântica, imaginou um mundo em que os computadores pudessem interagir entre si por meio de agentes inteligentes, fazendo uma troca mútua de informações, com o objetivo de automatizar tarefas rotineiras dos usuários.
Um mundo onde os computadores necessitam ter acesso a coleções estruturadas de informações, dados ou metadados e de um conjunto de regras de inferência que o ajudam no processo de dedução automática, para que seja administrado o raciocínio automatizado. Ou seja: a representação do conhecimento.
- Mas afinal de contas, o que é Web Semântica?
Segundo seus idealizadores Berners-Lee, Hendler e Lassila: “A Web Semântica é uma extensão da Web atual, na qual é dada a informação um significado bem definido, permitindo que computadores e pessoas trabalhem em cooperação”.
Agora a informação é representada pelo seu sentido semântico, criando um meio universal para a troca de dados, com a possibilidade de interconectar informações pessoais ou corporativas.
O objetivo é fornecer uma estrutura para que os computadores possam compartilhar e entender os dados, com a criação de padrões tecnológicos que permitam a troca de informações, com a utilização de uma “língua” dotada de significado, onde os dados sejam compartilhados entre dispositivos e sistemas de informação.
E são os componentes da Web Semântica que possibilitam a universalização dessa “língua”.
- Componentes da Web Semântica
A Web Semântica se compõe de três elementos: Ontologias, Metadados e Agentes.
a) Ontologias:
O conceito de Ontologia encontrado no SemanticWeb.org, pode assim ser definido: “uma ontologia é uma especificação de uma conceituação. É designada com o propósito de habilitar o compartilhamento e reuso de conhecimentos, de forma a criar ‘compromissos ontológicos’, ou definições necessárias à criação de um vocabulário comum”.
A ontologia compreende um conjunto de conceitos e linguagens que podem ser usadas para descrever alguma área do conhecimento ou construir uma representação para esse conhecimento. Elas são especificação dos conceitos de um determinado domínio e suas relações, restrições e axiomas, definidos de forma declarativa.
Diversos padrões e linguagens para construção e compartilhamento de ontologias na Web estão sendo criados, todos baseados no XML, alguns exemplos são o SHOE, a Ontology Exchange Language (XOL), a Ontology Markup Language (OML e CKML) e a Resource Description Framework Schema Language (RDFS). Mas já existe uma linguagem padrão, a OWL (Web Ontology Language, ou linguagem de ontologias para a Web), recomendada pela W3C.
b) Metadado
Referem-se à estrutura descritiva da informação sobre outro dado, o qual é usado para ajudar na identificação, descrição, localização e gerenciamento de recursos da web. Os elementos metadados podem ter diferentes complexidades e especificidades. Seu propósito primário é descrever, identificar e definir um recurso eletrônico com o objetivo de modelar e filtrar o acesso, termos e condições de uso, autenticação, avaliação e interoperabilidade.
O metadado deve ser entendido como uma abstração do dado, capaz de indicar se uma determinada base de dados existe, quais são os atributos de uma tabela e suas características, tais como tamanho e/ou formato. Sua função é documentar e organizar de forma estruturada os dados com o objetivo de minimizar duplicação de esforços e facilitar a manutenção dos dados.
c) Agentes
O grande poder da Web Semântica só vai se realizar quando forem criadas peças de programa que coletem conteúdo da Web de diversas fontes, processem estas informações e compartilhem os resultados com outros programas. Estes são os agentes.
Cada usuário teria um agente pessoal, ao pedir para encontrar uma farmácia, o agente seria capaz de navegar pelas páginas de fármacia de Natal e retornar aquela mais próxima a sua casa. Assim, os agentes são programas inteligentes que são capazes de percorrer as páginas da Internet em busca de dados anotados semanticamente.
Na figura abaixo observamos a representação da articulação entre as tecnologias e de como a Web Semântica funciona como um sistema de recuperação de informação.
Como podemos perceber pela figura acima, os agentes, associados aos mecanismos de busca e inferência executarão o harvesting das informações nos documentos anotados semanticamente de maneira eficaz, pois são capazes de “compreender” seus conteúdos, de modo que a informação seja mais significativamente utilizada pelos usuários da Web.
No próximo post vamos falar sobre os Dados Abertos, e de como a Web Semântica possibilita a disseminação estruturada da informação. Até lá.
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