Quando se ouve falar em Reconstrução Facial Forense (RFF) a primeira coisa que vem a cabeça de muita gente é…
Figura 1: Séries de TV.
Mas, o que poucos sabem é que atualmente o trabalho que RFF tem ganhado destaque por estar sendo realizado por meio de Softwares Livres. O brasileiro Cícero Moraes é o grande responsável por essa visibilidade, pois os seus estudos levaram a uma técnica que tem ajudado a descobrir várias faces e também tem ajudado a outros seres com a reconstrução de partes do corpo perdidas.
Algumas das faces já reveladas por essa técnica são as da Múmia egípcia Tothmea, Santo Antônio e Maria Madalena.
Figura 2: Rostos de Tothmea, Santo Antônio e Maria Madalena após reconstrução.
Bom, para falar de maneira rápida dessa técnica, vamos começar entendendo que a mesma é dividida em etapas, sendo elas: obtenção dos dados do crânio, tratamento dos dados e reconstrução dos tecidos moles (modelagem 3D).
A obtenção dos dados pode acontecer por dois meios, fotometria ou tomografia computadorizada. No caso da fotometria o crânio a ser reconstruído é fotografado de todos os ângulos, a câmera para esse processo pode ser uma simples câmera digital. Já na tomografia os arquivos são em formato DICOM.
Figura 3: Processo de fotometria
Figura 4: Processo por tomografia (Tomografia em Tothmea)
Na etapa de tratamento dos dados, por fotometria, as imagens são lançadas para um programa, o Python Photogrammetry Toolbox, que faz o cálculo da nuvem de pontos gerando um arquivo que será carregado para um outro programa, o Meshlab, que transforma essa nuvem de pontos em uma malha 3D que já pode ser lançada para o Blender para o processo de reconstrução dos tecidos moles.
Figura 5: Imagem do Meshlab.
Já no caso do tratamento de dados por tomografia computadorizada, os arquivos em formato DICOM são lançados para o programa InVesalius (programa desenvolvido por brasileiros do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer), no qual se faz a separação da estrutura óssea dos tecidos moles. Depois de feita a separação, o arquivo é salvo no formato pronto para ser lançado para o Blender e assim iniciar o processo de reconstrução dos tecidos moles.
Figura 6: Imagem do InVesalius.
E por fim, depois de concluídas as etapas anteriores vamos ao processo de reconstrução dos tecidos moles. Essa etapa acontece no software Blender 3D, o aquivo final obtido das outras etapas é lançado para o programa e então com a ajuda de uma tabela de pontos craniométricos (tabela construída com estudos sobre profundidade de tecidos moles) marcamos a imagem do crânio a ser reconstruída e pouco a pouco vamos compondo a face, começando pelos músculos e depois a pele. Para realçar as características da face deve-se ter informações acerca do local onde o crânio foi encontrado, região, costumes e história da região. Com base nessas informações pode-se adicionar características dos cabelos, cor dos olhos, cabelo, cor da pele e adereços.
Figura 7: Imagens do Blender 3D (Já com os pontos craniométricos aplicados).
Figura 8: Processo de inserção dos tecidos moles.
Após toda a reconstrução é gerada a imagem final para apresentação e impressão em 3D.
Figura 9: Impressão em 3D do busto de Santo Antônio.
Bom, e assim falamos rapidamente sobre o processo de RFF que é feito totalmente com softwares livres. Para conhecer mais sobre o trabalho de Cícero Moraes é só clicar aqui e conhecer o site.
Espero que gostem e até um próximo post!
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