Jeremy Allison, um dos cabeças do veterano projeto Samba, aproveitou o ensejo das comparações (às vezes mal-informadas) que analistas fazem entre o Mono e o seu projeto para publicar um artigo razoavelmente extenso expondo sua opinião sobre o Mono e a “monomania” recente, causada por preocupações de participantes das comunidades de software livre sobre os possíveis perigos e ameaças associados a ele.
Jeremy começa apresentando um resumo da siatuação e das posições, sem esconder de que lado ele está (para descrições neutras, procure em outro lugar!). Em seguida ele começa a tecer as suas próprias considerações, que os interessados devem ler na íntegra, mas cujos aspectos que mais me chamaram a atenção eu vou pontuar:
- Ele duvida da explicação “oficial” para a razão de o Mono ter sido criado – mas também não acha que a razão verdadeira seja maligna.
- Para ele, o Mono é perigoso para o Free Software, e apesar de Miguel de Icaza saudar isso como a solução para todos os problemas de patentes do Mono, a promessa da Microsoft de não processar por determinadas patentes não encerra o problema.
- Além disso, Miguel de Icaza não precisa depender dessa promessa igual os desenvolvedores de fora da Novell – ele está coberto por um outro acordo entre sua empresa e a Microsoft, que se estende a todos os clientes que recewberem o Mono via Novell – é um “fornecedor preferencial tentando fingir que não há problema“, e não uma situação de igualdade de condições.
- Ele aproveitou para contrastar isso com o acordo de uso de patentes (decorrência das ações da União Européia) que a MS teve que conceder ao Samba, aberto à adesão de qualquer desenvolvedor interessado, e incluindo até mesmo o compromisso de avisar sobre o surgimento de novas patentes relevantes.
- Tecnologicamente ele acha que o Mono é um bom trabalho, e até usa o F-Spot para indexar suas fotos.
No final ele conclui com um ponto interessante: usar o Mono é um risco que muitos usuários estão dispostos a correr, e é opção deles. O importante, na sua opinião, é que esta escolha não ocorra por acidente, pelo fato de ser um default da distribuição. Sua sugestão é que as distribuições tratem o Mono como tratam as demais aplicações que têm risco de patentes em determinadas jurisdições, como os codecs MP3 e os sistemas para assistir DVDs com DRM, até que uma situação mais sólida com relação a estas patentes seja alcançada.
0sem comentários ainda