Primeiro lembrei do verso da música “Rock’n'Roll, do Raul Seixas, que dizia: “E do meu lado um hippie punk / Me chamando de traidor do movimento / (vê se eu aguento)”. Em seguida lembrei da briga televisiva entre Dado Dolabella e João Gordo, que também foi parar na mesma expressão.
Depois me perguntei, de novo, o que é melhor: dar a quem comprar máquinas com essa restrição absurda a opção simplificada de instalar um sistema baseado em um kernel livre, ou negar esta opção.
Theo de Raadt, fundador do projeto OpenBSD e uma figura bem conhecida na comunidade open source, atacou a Rede Hat e a Canonical em uma entrevista para o site de notícias ITWire. Segundo ele, as empresas têm planos de trabalhar com um sistema de inicialização segura da Microsoft.
“A Red Hat e a Canonical não farão a coisa certa. Eles são traidores da causa [open source]. Eles querem ser a nova Microsoft”, disse Raadt.
A Red Hat não quis comentar os comentários de Raadt, mas disse que a política da empresa foi definida em um post no blog da empresa, publicado em 5 de junho pelo vice-presidente de engenharia de Linux, Tim Burke. A Canonical também não quis comentar o assunto.
A inicialização segura, usada por meio do Universal Extensible Firmware Interface (UEFI), tem gerado discussões na comunidade open source desde seu anúncio. Críticos acreditam que essa é uma tentativa anti-competitiva para apertar o cerco contra sistemas operacionais alternativos, forçando os fabricantes de computadores a cumprir normas de inicialização segura da Microsoft.
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