Trecho da minha coluna desta semana no TechTudo:
(…) E, na minha avaliação pessoal, os pontos negativos se multiplicam quando se percebe que o distribuidor em questão interpreta seus termos como um instrumento que lhe dá o direito de instalar aplicativos adicionais, independentemente de solicitação ou confirmação por parte dos usuários, quando julgar conveniente.
Ou seja: embora haja transparência dos termos, a amplitude de atuação disponibilizada ao distribuidor é muito maior do que pode parecer a quem adote uma interpretação comedida dos mesmos – e se a interpretação atual dos artigos 2.4 e 5.1 hoje vem acompanhada de uma explicação tecnicamente defensável, ela também é o precedente que pode justificar uma repetição futura em outras condições.
Teoria e prática
A situação do usuário da maioria dos serviços conectados e voltados ao mercado de massa hoje geralmente oferece duas alternativas básicas: renunciar ao seu uso ou aceitar termos de uso projetados para dar amplas liberdades ao fornecedor e restringir estritamente as do usuário. Sobre garantias nem vou comentar, pois o comportamento de reduzi-las a um nível bem abaixo do que o usuário preferiria é praticamente universal – até as licenças de software livre o praticam.
A regra do jogo é esta, mas estou bem mais acostumado a associar este tipo de interpretação ampla dos termos de uso às plataformas que não estão associadas a um rótulo de abertura.
Ou seja: se a disponibilização oficial de centenas de milhares de downloads de rootkits no repositório oficial, seguida de uma instalação não solicitada e nem confirmada de um pacote de segurança tivesse ocorrido na PlayStation Network da Sony, ou na App Store da Apple, eu imagino que até acharia natural: geralmente me parece que é isso mesmo que se espera delas. Mas foi no Android Market, e dali eu realmente esperava algo diferente. (…) (via techtudo.com.br)
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