Criado em 2004 na Universidade Federal da Bahia o programa Onda Digital visa incluir digitalmente jovens ociosos, aumentando as chances de absorção desse público no mercado de trabalho. A primeira comunidade a receber as atividades dos projetos foi Pasto-de-fora, a 46km de Salvador. Com aproximadamente 600 habitantes, a localidade é de difícil acesso, principalmente em dias de chuva: "A distância da capital é ao mesmo tempo curta mas longa. Curta na distância e longa no desenvolvimento", diz a professora Amaleide Lima, uma das responsáveis pelo programa.
O Onda Digital surgiu a partir do diagnóstico da UFBA de que ainda há muitos pontos do interior do nordeste nos quais a informática é uma raridade ou inexiste. Outro dado relevante para a idealização do projeto foi levantado pela Agência de Produção Ambiental dos EUA: 2% de todo lixo descartado no planeta é considerado E-lixo. Peças de eletrônicos que não funcionam mais ou que estão defasados, e quando jogados na natureza podem liberar componentes químicos danosos à saúde humana, animal e vegetal. Muito desse material pode ser reaproveitado, desde que tenha o direcionamento correto.
O programa tem suas ações executadas em forma de aulas e oficinas, ensinando a montagem e manutenção de computadores. As atividades acontecem na sede da Associação de Moradores de Pasto-de-fora, onde alunos voluntários se revezam para ensinar os jovens. Entre os conteúdos estão noções de hardware, software e cuidados no contato com eletricidade. Para os próximos anos o objetivo é de chegar a mais comunidades e capacitar mais multiplicadores de conhecimento, atraindo até mesmo alunos de fora da UFBA.
Para Igor Vasconcelos, aluno de Ciências da Computação na UFBA e participante do Programa, os resultados das ações são apresentados em forma de crescimento para a comunidade e para todos os alunos envolvidos.
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