O Protect IP Act, conhecido popularmente como PIPA, se tornará realidade algum dia. É o que acredita o especialista em segurança Alberto J. Azevedo, que proferiu uma palestra sobre o tema nesta quinta-feira, durante o fisl13. Para ele, “essa indústria não vai desistir assim tão fácil”, pois “pessoas que têm poder sempre vão lutar para manter o seu poder” e que há muitos interesses financeiros em disputa.
O projeto estava em tramitação no Senado americano, mas não foi levado adiante. Em janeiro deste ano houve uma série de protestos contra a medida e outra semelhante (o Stop Online Piracy Act, ou SOPA, que seria votado naquele mês na Câmara dos Representantes, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) que incluíram a Wikipédia, que tirou sua página em inglês do ar por um dia. Basicamente, os projetos de lei, se aprovados, permitiriam o bloqueio de sites, inclusive aqueles que hospedam conteúdo de terceiros (como Facebook e Youtube), em caso de violação de copyright. Sites de busca (como Google e Yahoo) também poderiam ser forçados a remover links para páginas que tivessem conteúdo protegido sem autorização.
“Vi gente no Facebook dizendo 'vencemos'. Pensei, 'meu Deus, a gente não ganhou. Podemos ter vencido uma batalha, mas não a guerra'”, disse. Para sustentar sua afirmação, Azevedo defendeu que “infelizmente, existem dois pilares que mandam e desmandam no mundo. O primeiro, e mais importante, é o financeiro. O segundo é a política. Só que a política, em sua imensa maioria, não é composta por pessoas idealistas, mas egoístas que se preocupam em se eleger de novo”. Ainda de acordo com ele, a indústria fonográfica é uma grande financiadora de campanha de políticos americanos, o que lhe confere força para não deixar projetos que fortaleçam o copyright na internet morrerem. Por isso, concluiu que “mais cedo ou mais tarde, a PIPA irá subir”.
Mobilização
Ao final da palestra, assinalou que uma das melhores formas de prevenção contra a aprovação de tais leis é por meio do voto, pesquisando o passado dos candidatos – disse isso ao mesmo tempo em que mostrava uma imagem editada de uma urna eletrônica com a imagem de Darth Vader como candidato, o que arrancou risos da plateia.
Por fim, ele incentivou as pessoas a se mobilizarem. “Usem o poder da internet, mas não deixem a coisa só na internet”, afirmou. Azevedo enfatizou em seguida que “protesto se faz na rua”.
Escrito por Pedro Faustini