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Acordo Ortográfico: Não se precipite nas traduções

13 de Junho de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Acordo Ortográfico da Lingua Portuguesa

Acordo Ortográfico da Lingua Portuguesa

Não é de hoje que muitos estrangeiros vêem com mal gosto o povo brasileiro, mas ao ouvir isso me pergunto: “Será mesmo que somos tão ruins? Já fizemos por merecer esse rótulo?” A resposta é freqüentemente clara e a história explica!

Antes de entrar em mais detalhes da história do acordo ortográfico, quero deixar-te com água na boca pelo que esta por vir; você deve ter notado, que até agora (segundo paragrafo deste texto) não utilizei das novas regras do acordo, ficando bem claro no acento em “vêem” e na trema do “freqüentemente”. Não me pergunte o por quê disto, tire sua própria conclusão! Só posso adiantar que: utilizei da regra antiga para não precisar efetuar futuras alterações neste texto.

Segundo o minidicionário Luft (publicado em 2002), a palavra Acordo significa: “1. Ajuste; combinação. 2. Conciliação. 3. Conformidade. ” Concluindo, deve haver concordância em ambas as partes! Mas não é bem isso que os nossos acordos tem significado.

Vamos as datas históricas:

Acordo de 1931

Em 1924 a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começaram a procurar uma ortografia comum, firmando-se um acordo preliminar em 1931 que praticamente adoptava a ortografia portuguesa de 1911, iniciando-se assim um longo processo de convergência das ortografias dos dois países.

Infelizmente em 1943 o Brasil “deu pra trás”, e incorporou novos vocábulos rompendo com a pátria mãe da língua portuguesa, Portugal.

Acordo de 1945

Me parece que dessa vez, quem tomou a frente da decisão de unificar foram os nossos “amigos” tugas. Mas o Brasil mostrou-se “infantil” em concordar com o acordo e manteve o formulário ortográfico de 43.

1973: Será que agora vai?

Não! Mais uma vez o acordo não pegou, como diz o meu professor de gramática Cleber Tramazoli: “Só no Brasil as coisas precisam pegar!” Em 1971, novo acordo entre Portugal e o Brasil aproximou um pouco mais a ortografia dos dois países, suprimindo-se os acentos gráficos responsáveis por 70% das divergências entre as duas ortografias oficiais (nos homógrafos e nos vocábulos derivados com o sufixo -mente ou iniciado por -z-). Em 1973 recomeçaram as negociações e, em 1975, as duas Academias mais uma vez chegaram a acordo, o qual não foi contudo transformado em lei, em parte devido ao período de convulsão política que se vivia em Portugal.

Em 1986, o presidente José Sarney do Brasil tentou resolver o assunto e promoveu um encontro dos sete países de língua portuguesa no Rio de Janeiro. Deste encontro, saiu um acordo ortográfico e mais uma vez o acordo não foi por diante, devido ao enorme alarido que se levantou em Portugal e no Brasil, nomeadamente a propósito da supressão da acentuação gráfica nas palavras esdrúxulas (ou proparoxítonas), ou seja deixaria de haver distinção gráfica entre palavras como música/musica, fábrica/fabrica, análise/analise, cópia/copia, cágado/cagado etc. Este último exemplo foi amplamente divulgado no Brasil à época pelos opositores da mudança.

1986: Ano de Copa do Mundo! Será que vai?

Da reunião de representantes dos, na época, sete países de língua portuguesa (CPLP) no Rio de Janeiro resultaram as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 1945, renegociadas em 1975 e consolidadas em 1986, que nunca chegaram a ser implementadas.

Antes que você se canse de tanto vai e vem, vou lhe adiantando, a história não muda nada!

1990: Desta vez a reunião foi em Lisboa

Bela terra! Exaltada na prosa de Eça de Queiroz, Lisboa foi a sede de mais um encontro do comboio dos infernos, digo, dos falantes da língua portuguesa. Segundo fontes “nada confiáveis”, este acordo foi tratado como uma bobagem, foi assinado mas não foi cumprido!

2008: Agora governados pelo considerado “O Cara!”

Muito tempo se passou desde 1931, muitos presidentes (representantes) não tiveram pulso firme para assinar e levar adiante o acorde de unificação da língua portuguesa. Mas “O Cara”, o formidável, o conceituado e por quê não grande intelectual Luis Inácio Lula da Silva deu a cara a tapa, assinou o acordo ortográfico, no qual a Academia Brasileira de Letras elaborou diversas mudanças para unificar o idioma entre os países falantes. Falei Unificar! Mas infelizmente não ocorre o esperado, somente o Brasil adotou o tratado. Voltando ao início deste artigo, você lembra a definição de Acordo? Como pode existir um acordo entre Brasil, Portugal e os demais falantes da língua, se somente os brasileiros decidiram e somente nós adotamos! Sim! Unificamos, tornamos único! :D

E agora? Façam suas apostas para o fim do acordo de unificação! Pois ele virá! “Pai Felipe de Odum! cartas, dados e búzios! “ ;-)



Fonte: http://www.felipeborges.net/?p=543

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