O que a gente precisa aprender com o Financiamento Coletivo
27 de Abril de 2016, 3:56 - sem comentários aindaFonte: Revista Cafeína
2016. O primeiro mês do ano já foi, e muita gente passou janeiro indo pra praia, passou o carnaval pulando na rua, assistindo série. Mas muita gente estava montando pacote de recompensas pra levar pros Correios. Imagine a seguinte cena: você precisa publicar seu tão sonhado livro, e não conseguiu que nenhuma editora o fizesse, até porque muitas das grandes editoras estão numa fase youtuber, e o youtuber é o novo livro de colorir, então não há nada que se fazer a respeito. Você não tem dinheiro e se pega pensando em dar uma olhada nos tipos de financiamento coletivo. Escolhe que vai montar o projeto.
Nessa hora, a maior parte das pessoas (e isso me inclui) pensa na emoção do resultado final, pensa que precisa colocar tudo pra funcionar logo e já pensa nos desdobramentos de finalmente publicar um livro. Então saímos achando que vai ser trabalhoso, mas nunca tão trabalhoso quanto realmente vai ser. A gente pensa que vai ser complicado, mas continua focado só no produto final, não imagina o processo.
Mas o processo te pega como uma rasteira num baba com chão de concreto.
Fiz dois projetos, ouvi muitos amigos com seus projetos bem sucedidos ficarem loucos de pressão, porque depois de ser bem sucedido é que vem a parte que a gente não estava pensando. E é o seguinte: o crowdfunding no Brasil ainda está começando. O primeiro representante deste tipo de financiamento, o Catarse, data de 2011. Ou seja: tá tudo muito novinho ainda. Mesmo que, só o catarse, já tenha superado os 30 milhões de reais em arrecadação, e que muita gente já esteja acostumada a apoiar projetos, ainda sofremos com os problemas da nossa falta de manejo com o crowdfunding.
Lembro que li uma notícia sobre um caso no Kickstarter de um autor que publicou seu livro com o crowdfunding americano, e que pouco tempo depois de enviar alguns pacotes mandou um email avisando que iria queimar (SIM, QUEIMAR) os livros que ainda tinha em casa, porque precisava viver e não tinha mais dinheiro pra enviar as recompensas pelo correio. Os apoiadores então tiveram uma reação surreal: alguns foram até a casa do cara e começaram a fazer os envios eles mesmos. Você acha que estamos longe de surtar como o cara que mandou um email para todos seus apoiadores AVISANDO que ia queimar tudo o que produziu?
Te digo que não.
Quando li a história do cara, achei loucura. Mas se veja no lugar de quem põe um projeto no ar. Vamos analisar, rapidinho, do começo. Uma página de Facebook que tem cerca de 200 mil seguidores monta um projeto de financiamento. Seus seguidores, bastante acostumados a compartilhar e curtir as postagens diárias da página, contribuiriam com o projeto do livro de um autor que já curtem, certo? Errado.
Se cada uma dessas pessoas desse UM REAL para o projeto deste autor, ele teria nada menos que 200 mil. Retirando a taxa dos sites de financiamento, deveria sobrar algo em torno de 180, 190 mil reais para trabalhar em uma sequência de livros, se ele quisesse. Mas mesmo os autores com essa quantidade de curtidas e fãs tem dificuldades para atingir 20 mil reais, por exemplo. O que significa que poucas pessoas que compartilham e consomem o conteúdo estão dispostas a pagar por ele. Problema número um para nós.
Nesse impasse, precisamos pedir valores baixos, básicos, que custeiam muitas vezes apenas impressão, correio e taxas da plataforma. Nosso trabalho de criação e tempo de produção normalmente não pode ser contabilizado, porque o valor algumas vezes pode assustar quem contribui, com a lógica do “Ah, esse projeto não vai bater uma meta de 60 mil reais, vou contribuir com 20 pra quê?”. E aí trabalhamos em nossos empregos fixos (muitos de nós) enquanto fazemos nossos projetos e todas as recompensas que prometemos (alguns desavisados prometem muitas miudezas – eu fui uma desavisada – o que enlouquece ainda mais), o que por vezes atrasa a entrega do produto final. Problema dois.
O problema três é que ainda existe a lógica de que um projeto de crowdfunding é na verdade, duas coisas: uma “doação” e uma venda de livraria (onde você pega o livro, leva pro caixa, paga e sair com ele pra casa). Não é nenhum dos dois. Não é uma doação porque quem apoia receberá o produto e recompensas extras pela quantia que contribuiu – ou seja, ele ajudou aquilo a acontecer, mas não deixa de estar comprando algo. Não é uma venda de livraria porque, às vezes, temos duas pessoas para entregar mil pacotes. E endereços errados. E pacotes complicados. E fornecedores. E mais erros de planejamento, falta de dinheiro (o dinheiro acaba antes do tempo porque alguém não previu coisas como plásticos para publicações ou pacotes extraviados, por exemplo). Algumas vezes essas duas pessoas nunca tinham passado por isso antes.
Se o produto atrasa é um problema, mas esta não é uma multinacional. São pessoas comuns tentando produzir coisas e errando no processo. Não há um callcenter por trás daquilo, uma empresa que distribui os pacotes. Muitas vezes carregamos dez quilos de envelopes pro correio – que decidiu que não, aquilo não será impresso módico. E você precisará brigar e se estressar, e ainda vai gastar 500 reais que não pensava que seriam 500. E depois mais 200 com os pacotes que retornarem ou extraviarem.
Quando alguém que apoiou envia uma mensagem raivosa para a pessoa que fez o projeto, não está contribuindo para que ele seja produzindo mais rápido. Está contribuindo para que aquela pessoa tenha uma crise de ansiedade. Simplesmente porque ela receberá sozinha os insultos, ou com as outras pessoas do projeto, que saberão menos ainda como lidar com a situação. Ou até saberão lidar, mas estarão todos estressados – e o risco de errar entregas e começar todo o ciclo de novo é grande.
E o que quero dizer com isso?
Sou muito grata aos apoiadores da Quadrada por terem sido tão legais quanto foram. Muito mesmo. Vi casos desesperadores de gente mandando emails e comentários nas páginas dos projetos de amigos (e até do projeto do qual faço parte com um coletivo), chamando pessoas de incompetentes, desorganizadas, humilhando e desmerecendo as pessoas pelo projeto atrasado.
Na Quadrada comuniquei pra todos quando fiquei sem grana para os correios. E recebi emails lindos de pessoas me explicando como pagar mais barato nos pacotes dos correios e perguntando se eu precisava de ajuda. E acredito que essa mentalidade é a mentalidade do crowdfunding. Porque quando a gente apoia um projeto no financiamento, não está comprando um livro dentro da livraria, está ajudando ele a nascer mesmo (e isso vale pra qualquer produto no crowdfunding). Isso, no entanto, não é indicativo de que vai dar tudo certo e maravilhosamente cronometrado no processo. A gente está fazendo parte do processo. Nunca vi, em todos os projetos que apoiei, pessoas que simplesmente “sumiram”. Elas ficam tensas, ansiosas, chateadas, envergonhadas por atrasarem ou terem que mudar algo no projeto por falta de grana ou planejamento. Então precisamos compreender o real sentido do financiamento coletivo – ele não terá a estrutura comum de compra e venda, simplesmente porque não é pra ter. E isso faz parte de um novo modelo de consumo que está se espalhando por aí. É só olhar pra quantidade de aplicativos de troca e de serviços e produtos onde a moeda – pasmem – não é mais o dinheiro.
Pra quem apoia (e isso me inclui), talvez seja o momento de começar a considerar dar suporte aos artistas que estão com seus perfis no Apoia-se, no Patreon, no Catarse. Tem quantia pra todo mundo, desde 1 real até quanto você puder contribuir. E não podemos considerar que estas pessoas trabalharão apenas para pagar a impressão e os envios dos seus produtos. Elas precisam comer. Precisam viver. E a gente que consome o que elas produzem precisa se acostumar a pagar por isso.
E a parar de xingar as pessoas quando elas cometem erros. Basicamente.
Por que a passarela de Santa Maria da Vitória está no escuro?
27 de Abril de 2016, 3:49 - sem comentários aindaFonte: Matutar
Se a iluminação não vem das lâmpadas LED controladas por computador, ela é provida de velas e lanternas de celulares. Foi assim, na noite da sexta-feira, dia 15 de abril, em Santa Maria da Vitória (BA). Estudantes da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) realizaram um protesto inteligente para cobrar da prefeitura a manutenção da iluminação da passarela que liga o centro da cidade até a praça do Forró em São Félix do Coribe.Segundo as pessoas que participaram da manifestação, vários assaltos e agressões têm sido cometidos no local por conta da escuridão do lado de Santa Maria da Vitória. As luzes do lado de Santa Maria estão apagadas desde dezembro do ano passado.
O contrato não foi renovado com a empresa Construnery que prestava o serviço. Até então não havia registrado nenhum problema na iluminação. Não há informações dos motivos que levaram à rescisão do contrato.
Em nota enviada na manhã desta terça-feira (19), a Assessoria de Comunicação da Prefeitura informou que tentou contato com empresa responsável pela implementação do sistema, mas a firma deixou atuar na área. Aliado a isso está a dificuldade de encontrar um profissional capacitado para resolver o problemas do sistema de LED. “A fiação, as lâmpadas e o equipamento utilizado para eventuais reparos, ali, são específicos e o conserto somente pode ser feito por profissional técnico habilitado e com o uso dos dispositivos de segurança que a operação exige”, explicou.No mesmo documento, o governo municipal informou que adotou todas as providências e o problema foi resolvido. “Um técnico com experiência em conserto e no manuseio do referido equipamento, esteve no local e analisou a avaria. Comunicamos que a passarela já voltou a funcionar com a sua iluminação completamente restabelecida.”
Desde que foi inaugurada, a responsabilidade de manutenção da passarela é das prefeituras de São Félix do Coribe e Santa Maria da Vitória. Cada uma cuida do seu lado. A parte de São Félix sempre funcionou perfeitamente, somente as luzes de Santa Maria estão apagadas.Por que? Fui atrás dessas informações e trago para você em primeira mão, de forma detalhada como mais um exercício de cidadania prestado pelo Matutar.
Vamos aos números
O último pagamento de manutenção do sistema de LED da passarela sob responsabilidade da Prefeitura de Santa Maria da Vitória foi pago no dia 11 de dezembro de 2015, no valor de R$ 788,00 – referente ao mês de novembro. Desde 2011, segundo dados do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCM), foram gastos R$ 28.978,00 para manter a iluminação da passarela. Confira o gráfico abaixo:
As informações podem ser chegadas por você, aqui no link: http://goo.gl/oqNo4n
Sobre a passarela
A passarela foi inaugurada em 27 de fevereiro de 2010 em um grande ato político. O evento contou com a presença do então governador Jaques Wagner, secretário estadual de infraestrutura, João Leão; 21 prefeitos e várias lideranças políticas do estado e da região oeste.
Com 109 metros de cumprimento, 460 toneladas e uma estrutura para dar inveja a muitas cidades grandes do Brasil, a obra custou R$ 7 milhões, sendo R$ 415 mil do Estado da Bahia e o restante do Ministério das Cidades. O sistema de iluminação foi projetado e executado pela Secretaria de Infraestrutura da Bahia. A construção foi executada pela Pampulha Engenharia com a supervisão do 4º Batalhão de Engenharia de Construção em Barreiras.
Vamos relembrar o que Jaques Wagner disse sobre no dia da inauguração da passarela, lá no inicio de 2010. “A passarela, além de ter muita utilidade, é linda; eu nunca vi uma tão bonita em toda a Bahia”, comemorou o governador.
A passarela era um sonho antigo da população e foi maximizado por João Leão. “A obra é um cartão postal e vai incluir Santa Maria da Vitória e São Félix do Coribe no roteiro turístico da Bahia”, afirmou o deputado federal na época e hoje vice-governador da Bahia.
O fato é que desde dezembro do ano passado, o esplendor da passarela está no escuro e deixou de brilhar por conta da escuridão pela falta de manutenção das luzes de LED.
Sindicato aciona o MP e a Justiça para Prefeitura de Itabuna pagar dívidas
27 de Abril de 2016, 3:34 - sem comentários aindaFonte: Jornal Agora
O Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna (SIMPI) cobra o pagamento do terço de férias e o reajuste salarial de 11,36% dos professores de nível I.
Diante da falta de acordo para o pagamento do terço de férias que está em atraso desde 30 de março e do reajuste salarial de 11,36% dos professores de nível I, devido desde o mês de janeiro, o Sindicato do Magistério Municipal Público de Itabuna (SIMPI) acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Estadual (MPE) e a Justiça do Trabalho para resolver as pendências.
A diretoria do SIMPI diz ter sido informada pela Secretária Municipal da Educação, Dinalva Melo, que a prioridade do Governo será com o pagamento do salário. Diante da negativa, o Sindicato decidiu seguir pela via judicial. “A Secretária disse que o pedido de aplicação de reajuste salarial aos professores de nível I já foi feito pela sua pasta, entretanto, ainda não teve retorno da Secretaria da Fazenda”, explicou Carminha Oliveira, presidente do SIMPI.
E completou: “Sobre o terço de férias ela disse que não está previsto para sair neste mês, pois a Secretaria da Fazenda está aguardando recursos novos que deverão ser creditados na conta do município entre os meses de maio e junho”. Além de acionar o MPT e MPE, o Departamento Jurídico do sindicato também ajuizará reclamação trabalhista, perante a Justiça do Trabalho, cobrando o pagamento imediato e as indenizações cabíveis.
“Enquanto entidade sindical estamos fazendo tudo que é possível para resolver esta situação. Já realizamos assembleia e decidimos que caso o pagamento das verbas devidas não seja efetuado, não retornaremos às salas de aula no dia 16 de maio. Parece que o Prefeito não se preocupa mais com a qualidade do ensino, portanto, temos que recorrer às vias judiciais e ao auxílio do Ministério Público”, finaliza a presidente do SIMPI, Carminha Oliveira.
Curaçá: Trabalhadores do projeto Pedra Branca cobram salários atrasados
27 de Abril de 2016, 3:29 - sem comentários aindaFonte: Boletim Curaçá
Para cobrar salários atrasados desde fevereiro, cerca de 50 trabalhadores que atuam no projeto de irrigação Pedra Branca, em Curaçá (a 525 km de Salvador), amanheceram acampados em frente à empresa Hidrosondas, em Petrolina (PE), nesta segunda-feira, 25.
Pela manhã, o funcionamento da Hidrosondas foi normal. Mas, ao retornar do almoço no início da tarde, funcionários foram impedidos de entrar.
A polícia pernambucana foi acionada pela empresa e, após conversa com os trabalhadores, foi negociada a entrada de uma funcionária no prédio para desligar equipamentos. A polícia acompanhou o movimento com rondas regulares.
Segundo José Juvenil, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Agrícolas, Agroindustriais e Agropecuárias de Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sobradinho e Sento Sé (Sintagro), "os policiais entenderam que nossa reivindicação é legitima e pacífica".
O grupo só pretende sair após conversar com o proprietário da empresa. "Ele prometeu que não ia mais deixar os salários atrasarem assim", disse Juvenil.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e Parnaíba (Codevasf), que contratou a terceirizada para obras de irrigação, emitiu nota reconhecendo o atraso nos repasses e informou que está "acompanhando de perto" as negociações entre trabalhadores e a empresa.
Ministério Público pede intervenção no município de Ilhéus
11 de Abril de 2016, 20:28 - sem comentários aindaFonte: Blog do Agravo
O MPE- Ministério Público Estadual, na pessoa do promotor Frank Monteiro Ferrrari, abriu inquérito civil na última terça-feira (05), para apurar a gravíssima postura da administração do prefeito Jabes Ribeiro, que não vem acatando ordens judiciais e empreendendo grande esforço no sentido de impedir a continuidade e legitimidade do certame, do Concurso Público (Edital 001/2016), evitando que atinja sua finalidade constitucional estabelecida.No documento, o promotor pediu a intervenção do estado no município, evocando o art. 35, inciso IV, da Constituição Federal (o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.)
Segundo o Ministério Público, o prefeito Jabes Ribeiro, o procurador Geral do Município, o secretário de administração Ricardo Machado, vem abusando da máquina pública, na condução do concurso público com a postura de perpetuação do reiterado descumprimento, a lei de responsabilidade Fiscal no que permite os limites com pessoal.
O promotor ainda levantou a questão de que a gestão de Jabes, adia propositalmente as adoções necessárias para adequar os limites financeiros, para se valer da situação e justificar o descumprimento, outros tantos ditames constitucionais e legais, a exemplo da exigência de revisão geral e anual da remuneração de seus servidores públicos, contribuindo para a o agravamento da crise nos diversos setores sensíveis da sociedade, como a educação pública municipal, ou do abusivo aumento do IPTU.