"Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais".
Salvador, 12/08/1798
BAHIA 1798?
A Rede de Mídia Livre Bahia 1798 é inspirada nos pasquins sediciosos que circularam nas ruas de Salvador no dia 12 de agosto de 1798 reivindicando temas como abolição da escravatura, proclamação da república e o fim do preconceito. Conhecida como Revolta dos Búzios, Revolta dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, o episódio representa um marco na luta pela liberdade no pais negligenciado na história.
O movimento envolvia relações transatlânticas, inclusive influências da Revolta do Haiti e movimentos iluministas europeus, mas apenas os negros foram executados, e muitos outros foram presos ou deportados. Os negros Lucas Dantas do Amorim Torres, Manuel Faustino dos Santos Lira, Luís Gonzaga das Virgens, João de Deus Nascimento e Luís Pires foram condenados à morte. Já Cripriano Barata é tido como um dos líderes da Revolta, e posteriormente participou da Revolução Pernambucana e Confederação do Equador.
Mais de dois séculos depois um grupo de ativistas e pesquisadores se articulou a fim de aproveitar os potenciais da internet para mediar uma rede com práticas comunicativas e culturais que carregam na sua gênese práticas e ideais presentes nos pasquins espalhados na Revolta dos Búzios.
O QUE É MÍDIA LIVRE PARA NÓS?
Na passagem para o século XXI as novas tecnologias da informação potencializaram práticas e movimentos presentes historicamente na comunicação. Foi então que ideia de mídia livre se tornou uma guarda chuva para representar diversas iniciativas que enfrentam conglomerados empresariais, governos ditatoriais e quaisquer outra estrutura vinculada às opressões no mundo contemporâneo.
Mais que ter uma ideia fechada, buscamos construir nossa visão de mídia livre conforme os desafios postos à nossa experiência. Por isso, a igualdade racial e a liberdade de expressão são as pautas norteadoras dessa empreitada, e se cruzam em seis princípios que fundamentam nossas ações. Os princípios são um convite ao diálogo, e não a exclusão. Eles podem ser relativizados, e outros podem surgir na vida cotidiana.
- Promoção e Proteção da diversidade das expressões culturais e artísticas
- Correspondência à igualdade racial e aos direitos humanos
- Produção e divulgação de informação de interesse público
- Estímulo ao uso de tecnologias em dados abertos
- Independência às corporações e ao "coronelismo midiático"
- Domínio público na reprodução e compartilhamento de conteúdo
A EQUIPE
Executiva:
Coordenador Geral e Editor: Pedro Caribé
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