Foto: Ocupe UESB
Por Ana Paula Maques, Revista Gambiarra
A onda de ocupações vem crescendo em todo o Brasil, chegando a mais de 70 campi universitários e 1000 escolas e institutos federais, segundo informações da União Nacional de Estudantes (UNE). Em Vitória da Conquista, estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) deliberaram a ocupação por tempo indeterminado na última sexta-feira (21) e o movimento estudantil da Universidade Federal da Bahia (UFBA-IMS) aderiu na manhã desta segunda-feira (24).
Os portões nas duas instituições foram fechados. Na UESB, apenas o Centro Universitário de Atenção à Saúde (CEUAS), o Centro Territorial de Educação Profissional de Vitória da Conquista (CETEP), a Escola Municipal Bem-Querer e atividades laborais imprescindíveis e inadiáveis estão sendo liberados. As mobilizações se somam ao movimento iniciado desde a semana passa no IFBA de Conquista.
Uma das pautas principais, que ganhou destaque nas ocupações, é a PEC 241, que pretende limitar os gastos públicos nos próximos 20 anos. A matéria voltará a ser analisada na Câmara Federal amanhã (25) para votação em segundo turno. A Reforma do Ensino Médio e o projeto de lei da Escola Sem Partido também são alguns dos motivos que levaram os estudantes a se mobilizarem nacionalmente.
“A população deve estar atenta a todos esses projetos de lei que estão tramitando no Congresso, pois eles vão impactar na vida de todo mundo. A PEC 241, por exemplo, vai congelar os gastos por 20 anos, dessa forma impactando na prestação todos os serviços públicos, na Saúde, na Educação e nas áreas sociais”, opina Thaís Oliveira, discente da Uesb. Em nota, o movimento estudantil da UFBA-IMS, afirmou que “considera que atividades desta natureza contribuem de forma incisiva no intuito de reivindicar os direitos da população, em especial neste momento em prol da educação e da saúde”.
Para a UNE há um desmonte na educação agindo de forma acelerada. “De uma forma avassaladora, Temer ataca a educação, põe fim nos royalties do pré-sal para educação, e inviabiliza a destinação dos 10% do PIB para Educação, impossibilita que o Plano Nacional de Educação (PNE) seja efetivado, restringe os investimentos por 20 anos, coloca em cheque todos os avanços e conquistas. Há um, a sanção da reformulação do ensino médio é um boicote ao ensino público e ao modelo de uma escola transformadora”, destaca documento aprovado pela diretoria da entidade.
Além das pautas a nível nacional, em Vitória da Conquista os estudantes chamam a atenção para as pautas locais, relacionadas à luta das universidades públicas. Na UESB, por exemplo, a suspensão de concursos tornou-se um problema, gerando a falta de professores.
Atividades de formação política e cultural estão sendo realizadas nas ocupações. Todas as instituições ocupadas solicitam apoio da sociedade por meio de doações de alimentos, água, produtos de limpeza e higiene pessoal, que podem ser entregues nos locais.
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