W3C debate abertura de dados de governo

Em palestra acontecida no terceiro dia do Fisl 11 (23/7), o coordenador de projetos do World Wide Web Consortium (W3C) Brasil, Carlinhos Cecconi, falou sobre as propostas da entidade para a abertura e processamento de dados governamentais na internet.

Cecconi explicou à plateia sobre os princípios a serem seguidos para a abertura de dados públicos na web, bem como os desafios enfrentados em tais iniciativas e seus possíveis efeitos na interação entre governos e cidadãos.

"A abertura de dados governamentais deve atender, basicamente, a oito princípios", resumiu Ceconni. O que, de modo rápido, pode ser explicado com a determinação de que as informações sejam abertas, primárias (em seu formato original), atuais, acessíveis, compreensíveis por máquinas (processáveis), não discriminatórios (disponíveis para todos, sem exigência de requerimento ou cadastro), em formatos não proprietários, e livres de licenças.

Para o W3C, as efeitos de tais iniciativas são promissores. A disponibilização de dados públicos na internet traria inclusão no acesso, transparência governamental e responsabilidade no uso das informações.

Cecconi deu o exemplo de alguns governos já envolvidos em projetos de publicação de dados públicos, como o data.gov, dos EUA, e o data.gov.uk, do Reino Unido. Quanto ao Brasil, ele traçou um cenário de projetos ainda incipientes. "A W3C vem acompanhando as experiências brasileiras, mas estas ainda são pequenas", explicou.

O W3C Brasil vem colaborando com grupos de trabalho, informou Cecconi. Nesses coletivos, alguns padrões são debatidos para a produção de dados governamentais, oferecendo apoio técnico a projetos pilotos que involvam a publicação, por parte do governo, de informações abertas e a sua replicação pela sociedade

"Dados públicos governamentais existem desde que o governo é governo", finalizou o palestrante, que acredita na proposta como promissora. "A internet é ainda muito nova, tem pouco mais de vinte anos, a idade de minha filha - é apenas natural que um debate como esse seja ainda incipiente e em construção".