Encontro de Cultura Digital Tradicional em Brasília
31 de Janeiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaA Artéria Cultura e Cidadania convida a todos que estão em Brasília, nesta Sexta-Feira? (01/02), para um encontrinho no Balaio Café, seguido de discotecagem livre e uma festinha pré carnaval na véspera do dia de Iemanjá. Conto com você para partilhar experiências, contar histórias e promover um debate acerca dos temas cultura popular, cultura tradicional e cultura digital.
Tragam seus CDs, Pandeiros, DVDs, Tambores, Pendrive, Violões, Sds, Cuícas, HDS e tudo mais que se tire um som! Filmes, projeções e muita alegria são muito bem vindos
Sobre o Encontro de Cultura Digital Tradicional
Quando falamos de digital, não estamos só falando de inclusão digital. Quando falamos de tradicional, não estamos só falando do intocável e quando falamos do popular, não estamos não nos remetemos somente ao povo.
Traremos então um papo livre para falar dessas três palavras juntas que compõem um universo das mais variadas discussões e possibilidades. Elas se somam e podem ser também convergentes. Assim, em meio tantas transformações, tantas inovações percebemos cada vez mais, a aproximação do digital, do popular e do tradicional.
Conversaremos sobre essa relação a fim de fomentar uma discussão sobre os três significados no meio em que vivemos, na cultura usando essas ferramentas para o fortalecimento da cultura popular em popularizar-se.
Local – Balaio Café, CLN 201, Bloco B, Loja 19/31 – Brasília – Dia 01/02/2013 (Sexta-Feira) começando às 18h.
Encontre no Google Maps: http://balaiocafe.com.br/contato/
Kdenlive 0.9.4
31 de Janeiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaUma nova versão do Editor de Vídeo Não Linear Kdenlive foi lançada trazendo muitas novidades e correções. Entre as principais novidades estão um novo Wizard, totalmente reescrito, para a criação e autoração de DVDs que traz uma funcionalidade de auto-detecção de formatos de vídeos e que sugere parâmetros de transcodificação, o novo Wizard traz também importantes correções na criação de menus no DVD; a funcionalidade para Captura de Tela também foi reescrita; o Kdenlive agora traz suporte a múltiplos fluxos de vídeos dentro de um mesmo arquivo de vídeo, além de um analisador de clipes com detecção automática de cenas e melhorias na estabilidade e performance em geral e muito mais.
No total foram adicionados 8 novas funcionalidades e 124 correções no Kdenlive 0.9.4.
Notas de Lançamento
http://www.kdenlive.org/discover/0.9.4
Fonte: https://marcelo.juntadados.org/texts/kdenlive-0-9-4
Richard Stallman estava certo o tempo todo
28 de Janeiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaAutor: Thom Holwerda
Traduzido Livremente de: http://www.osnews.com/story/25469/Richard_Stallman_Was_Right_All_Along
No ano passado, o presidente Obama assinou uma lei que torna possível deter indefinidamente suspeitos de terrorismo sem qualquer forma de julgamento ou processo devido. Manifestantes pacíficos do movimento Occupy em todo mundo foram rotulados como terroristas pelas autoridades.
Iniciativas como o SOPA promovem monitoramento constante de canais de comunicação. A trinta anos atrás, quando Richard Stallman lançou o projeto GNU, e durante as três décadas que se seguiram, seus pontos de vistas, às vezes extremos, e modos peculiares foram ridicularizados, desconsiderados e tratados como paranoia – mas aqui estamos, 2012, e sua outrora considerada paranoia se tornou realidade.
Até há relativamente pouco tempo, foi fácil desconsiderar Richard Stallman, tratando-o como um fanático paranoico, como alguém que perdeu o senso de realidade a muito tempo atrás. Uma espécie de eterno hippie da computação, a perfeita personificação do arquétipo do puro nerd que mora num porão. Sua barba, cabelo e roupas – em nosso mundo visual, é muito fácil repudiar-lo.
Seus pontos de vistas sempre foram extremos. Seu único computador é um netbook chinês Lemote Yeelong, porque é o único computador que utiliza apenas de Software Livre – sem firmware blobs, sem BIOS proprietários; é tudo livre. Ele também recusa possuir um telefone celular, porque estes são facilmente rastreáveis; então enquanto não houver um celular equivalente ao Yeelong, Stallman não terá um. Em geral, todo o Software deve ser livre. Ou, como a Fundação Free Software coloca:
“Como a nossa sociedade cresce mais dependente de computadores, o software que rodamos é de grande importância para garantir o nosso futuro como uma sociedade livre. O Software Livre diz respeito a ter controle sobre a tecnologia que usamos em nossas casas, escolas e negócios, onde o computador trabalha para o nosso beneficio individual e comum, e não para as corporações de software proprietário ou governo que buscam restringir nossa liberdade nos monitorando.”
Eu, também, considerava Stallman um tanto radical. Software livre para controlar e combater a espionagem de governos? Corporações diabólicas que querem dominar o mundo? Software como ferramenta para monitorar canais de comunicação privados? Certo. Certamente, o Software Livre e de código-fonte aberto são importantes, e eu escolho a estes sempre que existe a equivalência funcional com outras soluções proprietárias.
Mas aqui estamos, no início de 2012. Obama assinou um NDAA (National Defense Authorization Act) para 2012, tornando possível que cidadãos americanos sejam detidos indefinitivamente sem qualquer julgamento ou processo devido, apenas porque eles são suspeitos de terrorismo. Ao mesmo tempo, nos temos o SOPA, que, caso seja aprovado, pode operar um sistema no qual websites pode ser tirados do ar, de novo sem qualquer julgamento ou processo devido, e também possibilita o monitoramento da Internet. Junte isto e como as autoridades rotularam o movimento pacífico Occupy – considerado-os terroristas – e você pode ver onde isto vai dar.
Caso tudo isto te lembre a China ou qualquer outro regime totalitário, você não está sozinho. Até a Motion Picture Association of America (MPAA), orgulhosamente proclama que o que funciona na China, Síria, Irã e outros, deve funcionar também nos Estados Unidos. O “Grande Firewall” da China e sistemas similares de filtragem são glorificados como soluções funcionais no que é considerado como o mundo livre.
O cerne da questão aqui é que ao contrário dos dias de outrora, onde regimes repressivos precisavam de elaboradas redes de polícia e informantes para monitorar as comunicações, tudo o que eles precisam agora é o controle sobre o software e o hardware que nós usamos.
Nossos computadores pessoais, notebooks, tablets, smartphones e todo tipo de dispositivos que fazem parte de virtualmente toda a nossa comunicação. Você pensa que está livre quando se comunica cara a cara? Pense de novo. Como você combinou este encontro? Pelo telefone? Pela web? E o que você tem no bolso ou mochila, sempre conectada a rede?
Isto é o que Stallman esta nos alertando a todos estes anos – e a maioria de nós, incluindo eu mesmo, nunca levamos muito a sério. Porém, conforme o mundo muda, a importância de verificar o que o código dos nossos dispositivos esta fazendo – torna-se cada vez mais importante. Se nós perdemos a possibilidade de verificamos o que o nosso computador esta fazendo, estamos enrascados.
Isto é a principal crença da Fundação Free Software e de Stallman: que o software proprietário toma o controle do usuário, e que pode levar a consequências desastrosas, especialmente agora que dependemos dos computadores para virtualmente tudo o que fazemos. O fato de que Stallman previu isto a quase trinta anos atrás é notável, e sustenta ainda mais o seu ativismo. Isto justifica os 30 anos da Fundação Free Software.
E, em 2012, nos provavelmente precisaremos mais do que nunca do Software Livre e de seus ativistas. No Congressos Chaos Computer em Berlin no final de 2011, Cory Doctorow apresentou uma palestra “The Coming War on General Purpose Computation”. Nesta, Doctorow avisa que o computador de uso geral, mais especificamente, que o controle do usuário sobre o computador, é percebido como uma ameaça ao establishment. A Guerra do Copyright? Nada mais que um prelúdio da guerra real.
“Como um membro da geração Walkman, eu aceitei o fato de que eu precisarei um aparelho auditivo muito anos antes de morrer, e é claro, não será um aparelho auditivo qualquer, será um computador dentro do meu corpo,” explica Doctorow, “Assim, quando eu entro em um carro – um computador que eu entro dentro dele – com o meu aparelho auditivo – um computador dentro de mim – E eu quero saber se estas tecnologias não foram projetadas para manter segredos de mim, e que impeçam que eu finalize processos que possam trabalhar contra meus interesses.”
E esta é realmente a essência de tudo isto. Com computadores tomando contas de coisas como a nossa audição, direção e muito mais, e nós não podemos ficar presos a eles por eles. Nós precisamos ser capazes de olhar dentro destes e ver o que esta acontecendo, para garantir que não estamos sendo monitorados, filtrados, ou o que seja. A pouco tempo atrás eu diria que isto é pura paranoia – mas com tudo o que vem acontecendo, isto não é mais paranoia. É a realidade.
“A liberdade no futuro necessitará que nós tenhamos capacidade de monitorar nossos dispositivos definindo como estes funcionam, para verificar e terminar processos que rodem nestes, para manter estes como servidores honestos da nossa vontade, e não traidores e espiões trabalhando para criminosos, bandidos e anormais controladores,” Doctorow avisa, “E nós ainda não perdemos, mas precisamos ganhar a guerra do copyright para manter a Internet e os computadores pessoais livres e abertos. Porque estas são as ferramentas na guerra que esta por vir, não seremos capazes de lutar sem elas.”
Existira um ponto onde ser livre / aberto não será apenas uma coisa divertida, mas uma necessidade.
E este ponto esta chegando rápido.
Fonte: https://marcelo.juntadados.org/texts/richard-stallman-estava-certo-o-tempo-todo
A percepção do maravilhoso
15 de Janeiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaQuando se diz que as coisas são de um jeito, querendo se dar conta do estado do mundo, postulo que isso seja uma tarefa impossível. O mundo não é de um jeito. Ele é revelado de um jeito. Revelado para o sujeito que observa. O estado do mundo então, é uma apreciação subjetiva.
Podemos considerar o entendimento do mundo, preliminarmente, a partir de duas classes de manifestação de fenômenos.
Primeiro há a manifestação que ocorre no mundo e que se trata de absolutamente tudo o que acontece. Entre tudo o que acontece, está a observação dos sujeitos conscientes do mundo e todas as manifestações imateriais disso decorrentes. Essas manifestações todas retroalimentam o estado do mundo num processo contínuo. Poderíamos até fractalizar arbitrariamente as observações de forma a agrupa-las por categorias e níveis e ainda assim isso não daria conta de tudo o que acontece, considerando o observador como não omnisciente. Permaneceríamos num meio caótico, sem nexo aparente.
A outra classe de manifestação é aquela de comunicação daquilo que acontece. Não há comunicação sem que isso não sirva para alguma coisa. E, é claro, também não há comunicação sem que haja um sujeito que seja alterado por ela, isto é, para que exista comunicação é preciso que algo que tenha acontecido modifique o estado de um observador, o sujeito da comunicação. É preciso que esse sujeito comporte-se, mesmo que imaginariamente, de forma diferente do que fazia antes da informação proveniente da manifestação da comunicação. Se um sujeito não foi afetado, mesmo que minimamente por uma informação, é porque não houve comunicação.
Pode-se discutir que se não houve comunicação é porque também não houve manifestação. Não houve nenhuma diferença de estado manifestada no mundo. Pelo menos no mundo do sujeito. Quando se trata de pessoas, esse mundo do sujeito não é completamente particular. É um mundo em processo coletivo. Uma diferença que afete uma pessoa tem impacto de algum grau em outra. O sujeito desse processo é uma consciência.
Contrariando o que dissemos preliminarmente, a consciência é, sim, omnisciente.
Havíamos estabelecido, e vamos já desestabelecer, a existência de duas classes. A manifestação propriamente dita e a manifestação da comunicação dessa manifestação.
Mas podemos ter também a comunicação da manifestação da comunicação. Essa também pode ser comunicada. O processo então é infinito.
Se nos dirigimos àquela primeira manifestação, a qual nós chamamos de primeira classe de manifestação, ou seja, àquela que originou a primeira comunicação, podemos ver que ela também pode ser considerada uma manifestação de comunicação de alguma coisa que veio antes. Tudo o que acontece, acontece porque algo diferente aconteceu antes. Esse algo tem que ser diferente, senão nada perceberíamos que tivesse acontecido. A história do mundo, dessa forma, é um encadeamento de mutações. É um encadeamento de diferenças que vão fazendo diferença.
Mas esse mundo do qual falamos, esse mundo em eterna transformação, só existe para alguém que pode observa-lo. Aquilo que uma consciência não pode perceber, isto é, aquilo que não faz diferença, mesmo que seja infinitesimamente sutil, não existe para essa consciência.
Aqui estamos a falar então de consciência. Uma entidade abstrata que percebe diferenças e age em função disso para gerar mais diferença.
Como dissemos antes, se aconteceu algo que foi percebido pela consciência, se aconteceu uma manifestação, uma diferença, é porque isso faz parte de uma corrente de ação da qual a consciência faz parte. É o que tem significado.
Para que um encadeamento de diferenças, isto é, uma manifestação, tenha um significado, é preciso que isso seja operacional. É preciso que sirva para alguma coisa. É preciso que tenha um propósito. Esse propósito, para o qual serve o significado, é atribuído pela consciência. Pelo sujeito da manifestação. Então a consciência tem arbítrio. Tem também algum tipo de intensão com a qual se relaciona com o objeto do arbítrio, com o significado atribuído à manifestação.
Notas de Epistemologia Fugás
15 de Janeiro de 2013, 0:00 - sem comentários ainda::”The reason we don’t see the source of our problem is that the means by which we try to solve them are the source”
(Thought As a System -David Bohm)::
Todas as grandes e pequenas personalidades que lançaram grandes e pequenas idéias que nortearam os caminhos da história da humanidade, se já não foram refutados e até esquecidos, provavelmente um dia serão. Não porque suas idéias perderam coerência. Mas sim porque apenas eram coerentes a uma visão de mundo que será superada, carregando consigo para o fim, todas as suposições que sustentavam tais ideias.
Essas palavras que escrevi representam uma idéia que muitos já escreveram em suas próprias palavras. Isso que falei, também um dia perderá coerência com as percepções atuais desse dia que virá, serão outras épocas, sejam elas quais forem. Imaginar as formas dessa possibilidade muito me fascina.
Se examinarmos o conceito de perenidade, ou mais ainda, de preservação pela eternidade, o que tem disso o ser humano?
Alguns pensadores de meu tempo sustentam que nem o corpo físico, assim como é, sempre será. Sejamos como meros portadores de memes, como quer Richard Dawkins, sob mutações darwinianas, sejamos como integrantes de “raças humanas” que se sucedem em grandes eras akashicas, como dizem os modernos de orientação gnóstica.
A idéia de essência imutável, se aplicada ao ser humano, seria o quê? Apenas uma idéia e, portanto, refutável?
A idéia de transitividade em processo, como sugeriu Heráclito, seria um universal para Platão?
Enquanto isso, procuro ir sendo o que vou percebendo. Aliás, desconfio que, por mais que se fale por aí, poucos se dão conta do que significa (além de ser politicamente bonitinho) aquele pensamento de Gandhi sobre ser a mudança que queremos ver no mundo.