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TI por Elas: Nathalia Patrício

15 de Setembro de 2015, 11:47 , por Adriana Costa - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Hoje vamos conhecer a Nathalia Patrício que é de São Paulo e atua nas áreas de  Engenharia de Software e desenvolvimento, ela é Assessora Técnica do Comitê Gestor da Internet no Brasil,Professora do Curso Técnico em Informática para Internet do Centro Paula Souza e Professora do Curso "Programador de Sistemas" do SENAC São Paulo.

Além disso, ela é graduada em Engenharia da Computação pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e possui Mestrado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Sub-área de estudo foi engenharia de software). Vamos conferir agora a trajetória dessa profissional que certamente vamos nos ensinar muito na entrevista de hoje!

Blog: Conte um pouco sobre a sua história na área, o que levou a escolher a TI, se passou por alguma dificuldade na área e quando começou a trabalhar na área.

Sempre gostei muito de estudar e tinha uma inclinação grande para matemática durante a escola. Já no ensino médio, passei a ter aulas de informática com um professor que me ensinou um pouco de HTML e Flash. Eu simplesmente amei e tive certeza que queria ir para essa área. Comecei a aprender mais HTML por conta própria. Decidi fazer engenharia da computação, pois achei que era um curso mais amplo e que depois iria poder trabalhar em diversas áreas, enquanto uma ciência da computação tem um foco maior em software. Comecei a trabalhar na área no segundo ano da faculdade, quando comecei a estagiar em um laboratório de pesquisa da própria faculdade. Comecei a trabalhar nessa época, pois queria já ver como seria a prática da profissão.

Trabalhando na área acadêmica eu não enfrentei muitas dificuldades em relação ao fato de ser mulher, até porque trabalhava em uma equipe multidisciplinar e haviam muitas mulheres na equipe dos projetos em que participei. Quando fui para o mercado de trabalho posteriormente, tive alguma dificuldade pelo descrédito que alguns colegas homens dão para o seu trabalho por você ser mulher, ou ter que aguentar piada de mulher todos os dias. Às vezes, você escuta cada uma que nem acredita. Ou pior, quando não escuta porque a situação fica velada e só comentam nas suas costas. Você percebe que estão falando de você, mas quando você aparece fingem que não estão. Mas essas dificuldades não me fizeram nunca pensar em desistir da área. Na verdade, até me fazem querer ser mais ativa e mostrar que dá sim para ser mulher e trabalhar na área.

Blog: Existe alguma mulher na área da TI que serve ou serviu de inspiração para você?

Sempre gosto de conhecer história de mulheres importantes para a história da computação e da tecnologia no geral. Acho que isso me ajuda a sentir que posso fazer algo para mudar o mundo. A primeira mulher que conheci um pouco a história foi a Ada Byron e isso me marcou muito, pois estava na faculdade na época e sentia falta de ver mulheres na área. Saber que o primeiro programador da história foi uma mulher na verdade foi algo que me inspirou a persistir na computação.

Blog: Qual a sua indicação de um livro para iniciantes em TI?

Existem diversos livros técnicos bons. Mas quero aqui indicar livros de biografia. Acho importante conhecer um pouco da história da tecnologia, algo que tenho certeza que você não aprenderá na faculdade: Iwoz - a Verdadeira História da Apple Segundo Seu Cofundador e 100 Mulheres que Mudaram a História do Mundo.

Blog: Qual a sua indicação de um site de TI?

Acho muito importante para todas que se apropriem da programação e sua lógica, mesmo que não atue como programadora posteriormente. Para isso, indico os sites CodeAcademyCode.org. Se quiser avançar um pouco mais tem o KhanAcademy e o CodeSchool.

Blog: Qual evento  na área de TI que você indica?

Para aqueles que curtem a área de Web, indico a Conferência Web.br do W3C Brasil (http://conferenciaweb.w3c.br/). Puxando a sardinha para onde trabalho, vejam a lista de eventos relacionados à Internet que organizamos: http://cgi.br/eventos/agenda/organiza/. São vários eventos interessantes.

Blog: Na sua percepção (cotidiano de trabalho e vida pessoal) o número de mulheres na TI aumentou nos últimos anos ou diminuiu? 

Acredito nos últimos 5 anos tenha tido um pequeno aumento, ou pode ser que agora eu tenho procurado enxergar mais essa questão de gênero e tenho conhecido mais mulheres da área. Mas se analisarmos estatísticas de um período maior de tempo, algo como 30 anos, veremos que houve de fato uma redução.

O que tenho visto que tem me deixado esperançosa é uma união maior entre as mulheres da área de TI e outras áreas correlatas, o que é muito bom. Quando fazia faculdade não existia muito espaço para se discutir essa problemática de ter poucas mulheres nas áreas de exatas no geral. Mas agora vejo esse espaço se criando e se consolidando aos poucos, em especial nas universidades. O mercado de trabalho ainda está começando a se preocupar com isso e algumas poucas empresas estão se engajando nesse diálogo.
Na minha opinião, o que contribui para o cenário atual é uma questão cultural. Meninas são desencorajadas o tempo todo para a área de exatas. Essa semana mesmo, estava em um laboratório de eletrônica da instituição onde trabalho e tive que escutar que ali não era lugar de mulher. Coisas dessas repetidas milhares de vezes para você, principalmente quando você é criança, acabam por se tornar verdade na sua cabeça, né?

Blog: Você participa de algum grupo que promove a participação das mulheres na TI? Se não participa, tem algum que você considera que faz um trabalho bacana?

Participo como mentora do Poligen - Grupo de Estudos de Gênero da Poli. Na verdade, esse grupo não promove a participação apenas de mulheres na TI, mas sim nas ciências exatas como um todo, em especial na Engenharia, que é a minha área de formação. Mas, no geral, os problemas enfrentados e os debates são muito similares. Nesse grupo, eu sou mentora de uma estudante do primeiro ano de engenharia, tendo como objetivo acompanhá-la e acolhê-la nesse ambiente que pode ser muito assustador e machista.

Acompanho também outros grupos e debates, principalmente através da Internet, como o MariaLab Hackerspace, o Mulheres na Tecnologia (MNT) e o Mulheres na Computação. Participo quando possível de eventos com a temática, como a Virada Feminista que ocorreu recentemente em São Paulo, Ada Lovelace Day na USP Leste e o Dia da Mulher na Poli, onde fui falar sobre mulheres na computação. Já fui tutora do RodAda Hacker, que é um oficina de programação para meninas e mulheres, bem como mentora de grupos do Technovation Challenge, que é uma competição de empreendedorismo para meninas, na qual as competidoras devem desenvolver um app para celular e seu plano de negócios.

Blog: Qual a sua mensagem de incentivo para as mulheres que trabalham na TI?

Lugar de mulher é onde ela quiser, não deixe te convencerem do contrário. A TI é lugar de mulher sim, assim como a eletrônica e a engenharia. Mesmo perante as dificuldades não desista, pois iremos ajudar a transformar o mundo. Toda mudança é demorada, mas vai acontecer.

Blog: Seu contato em site ou redes sociais que podem ser divulgados na publicação para quem quiser falar com você.

Twitter: @nathysautchuk
Site: http://nathalia.patricio.eng.br/


Tags deste artigo: Nathalia Patricio ti por elas

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