Espaço para os integrantes publicarem informações e trocarem idéias.
Associação Cultural Sabiá
9 de Fevereiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaFestival Sabiá de Música
8 de Fevereiro de 2013, 0:00 - sem comentários ainda
O Festival Sabiá de Música, em sua primeira edição, homenageia dois grandes nomes da música brasileira e mundial; Maestro Heitor Villa Lobos, maior expoente da música brasileira,que exaltou nossas raízes culturais em suas composições e divulgou nossa cultura através de sua música por todo o mundo, e Turíbio Santos, considerado um dos maiores violonistas clássicos da atualidade, grande divulgador, intérprete e guardião da obra do maestro.
Celebramos assim com este festival, ao mesmo tempo, o aniversário de 125 anos de Villa Lobos, e os 50 anos de carreira de Turíbio Santos. O festival têm ênfase no estilo erudito e suas interseções com a música popular brasileira.
Todas as oficinas, shows, concertos, exposições, seminários e mostras de cinema são gratuítas no Festival Sabiá.
CINECLUBE LUMIAR
22 de Outubro de 2011, 0:00 - Um comentário
O Cineclube promove sessões gratuítas todos os domingos as 19 horas na espaço cultural Casa do Lago em frente a lagoa de Lumiar contribuindo para a democratização da cultura e inclusão social. Abordando ao longo dos três anos vários aspectos culturais na região; ecologia, música, história entre outros assuntos exibidos em documentários e amostras de filmes com ênfase nos filmes nacionais.
Euterpe Lumiarense: a emoção da volta
13 de Abril de 2011, 0:00 - sem comentários aindaA banda-escola da Sociedade Musical Euterpe Lumiarense se apresentou no último sábado, 9 de abril, enchendo de gente a Praça Carlos Maria Marchon, no centro de Lumiar…
Foi o rompimento de mais 40 anos de silêncio de uma banda que marcava a vida da região, desde 1891 … Evidencia-se aí o importante trabalho de Gilney da Silva Oliveira, 35 anos, músico da Euterpe Friburguense e professor da Euterpe Lumiarense, responsável também pelas aulas de prática de conjunto, atuante na formação de todos os jovens que se apresentaram no sábado, em um ação que se harmoniza com o do regente da banda, Maurício Barreto. Também favoravelmente impressionado estava Mário José Bastos Jorge, o Marinho, da Campesina, hoje coordenador de projetos musicais da Secretaria Municipal de Cultura…. Os primeiros acordes do Hino de Nova Friburgo, a primeira peça executada pela Euterpe Lumiarense em seu retorno, mexeram com muitos sentimentos. Houve quem chorasse enquanto cantava. Em seguida veio “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, depois, a marchinha de carnaval “Jardineira”, encerrando-se a apresentação com “A Banda”, de Chico Buarque…. Veja a matéria completa de Marício Siammes Link: http://www.avozdaserra.com.br/noticias.php?noticia=14003
Lançamento do Museu da Oralidade: O Reinado de Bené
28 de Julho de 2010, 0:00 - sem comentários aindaO Reinado de Bené é o mais novo lançamento do Museu da Oralidade, o Ponto de Cultura da Viraminas. É o produto resultante do projeto Reinado para as Novas Gerações, que pesquisou a memória oral dos reinadeiros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de Divinópolis, cidade do Oeste do Estado. O projeto foi realizado com patrocínio da Etiquetadora Amaral (Etiam), via Lei Municipal de Incentivo à Cultura.
O lançamento oficial acontece no dia 12 de agosto, quinta-feira, na Biblioteca Pública Ataliba Lago, às 19h30; e no dia 14, sábado, na Boutique do Livro, a partir das 10h. Leia abaixo o prefácio da escritora Ana Maria Gonçalves e clique na imagem acima para baixar a versão em PDF.
Onde hoje é o Benin, havia o Daomé, um dos mais ricos e poderosos reinos africanos, de onde embarcaram centenas de milhares de escravos para o Brasil. Do caminho desde a cidade de Uidá, sua capital, até o porto, as caravanas de triste destino passavam por um local batizado de Árvore do Esquecimento. Lá havia mesmo uma árvore, em torno da qual os homens tinham que dar nove voltas e as mulheres, sete. Acreditava-se que, dessa maneira, os futuros escravos esqueceriam a vida que tinham levado até aquele momento, suas crenças, suas tradições, suas origens, seu povo. Pensando no pouco que nós brasileiros conhecemos da rica herança africana, às vezes sou tentada a acreditar que isso de fato aconteceu, que foi possível calar ou apagar parte significativa de uma história tão rica e importante na formação da nossa identidade. Mas aí...
Eu quase vejo Bené, vivendo na fronteira entre a infância e a juventude, a realidade e o mundo dos sonhos, a cidade e a roça, a modernidade e a tradição. E Bené se sai muito bem, sabendo que, o que às vezes parece contraditório, quase sempre pode ser complementar. Eu também cresci assim, e ele poderia ter sido qualquer um dos vários amigos com quem compartilhei brincadeiras, aventuras, trabalhos escolares, viagens e emoções.
Aqui, Bené nos pega pela mão e nos guia através do Reinado, uma das muitas tradições de seus antepassados africanos, e nos ensina que o conhecimento que está nos livros não é o único digno de registro e respeito. Ele nos mostra que há também outro tipo de sabedoria, singular, significativa, passada de geração em geração, com simplicidade, fé e respeito. Não há como não querer tê-lo por perto, como amigo. Ouve só...
Vem aí: O Reinado de Bené
14 de Julho de 2010, 0:00 - sem comentários aindaJá está na gráfica O Reinado de Bené. Resultado do projeto ao qual tanto nos dedicamos nos últimos dez meses, o livro será voltado ao público infanto-juvenil. Em estilo de aventura, narra a história de um grupo de estudantes da sexta série que se embrenha no universo da cultura popular. Liderados por Benedito, ou Bené, como é conhecido, a turma visita a reinadeira Maria do Rosário, para ouvir histórias sobre as festas de Reinado na cidade. O lançamento está previsto para meados de agosto. Mais informações em breve.
Puras Misturas - SP
8 de Abril de 2010, 0:00 - Um comentárioPor Thereza Dantas
Aqui vai o meu convite aos amigos daqui e de todos os cantos para a exposição Puras Misturas no Pavilhão das Culturas Brasileiras lá no Ibirapuera (SP) no dia 11 de abril, das 11h ás 15h.
O visual está bonito e foi bacana participar do grupo de pesquisa!
O reinado de Bené e os personagens que parecem ganhar vida própria
4 de Março de 2010, 0:00 - sem comentários aindaÉ engraçado perceber que, na construção de uma história, parece que os personagens ganham vida própria e, às vezes, fogem do roteiro previsto. Começamos o trabalho de redação do livro a partir de um fragmento de história real. A origem do enredo veio da entrevista do educador Tião Rocha à revista Caros Amigos de outubro de 2008. Naquela ocasião, ele contara que, numa aula de história, ficou indignado porque a professora se recusou a aceitar que ele tinha uma tia que era rainha.
Algumas impressões sobre o trabalho de pesquisa
11 de Fevereiro de 2010, 0:00 - sem comentários aindaHá duas semanas passamos para a fase de pesquisa bibliográfica, depois do término das transcrições. Essa fase do trabalho teve algumas surpresas, sobretudo na quantidade de material disponível sobre o Reinado em Minas Gerais e no Brasil. Encontramos volumes interessantes na biblioteca da Funedi/UEMG, que falavam das festas de Santo Antônio do Monte e Itapecerica. Pela internet, pudemos baixar uma série de artigos que tratam do tema.
O mais interessante ao passar da fase de registro da fala para a de leitura é que muita coisa que a gente observava antes acaba sendo confirmada pelos artigos. Por exemplo, um detalhe que a gente até já comentou aqui: a volatilidade das expressões da cultura popular, que se modificam de acordo com as interpretações e vivências de cada um de seus mestres. Uma celebração popular mantida pela oralidade, como o Reinado, acaba mudando em alguns detalhes de uma irmandade para outra. Cada vez que conversamos com um dos reinadeiros, novos significados e histórias iam surgindo, complementando umas às outras. Na literatura pesquisada, a diversidade de explicações sobre a tradição é sempre ressalvada. O termo Reinado, por exemplo, não é adotado em festas de outras cidades; em alguns estados a festa é conhecida como Congado ou Congadas, que aliás são as denominações mais comuns.
Assim também é com o mito fundador da festa, que é o surgimento de Nossa Senhora do Rosário no mar. Segundo contam os reinadeiros, quando a santa foi vista sobre as ondas, os escravos louvaram a santa com seus tambores. Nossa Senhora acompanhou o cortejo dos negros até a igreja, mas, no dia seguinte, tornou a aparecer no mar. O fato se repetiu até que uma guarda de Moçambique cultuou Nossa Senhora, que então não saiu mais da igreja.
O mito explica o papel central da guarda de Moçambique na festa do Reinado. Sem a guarda de Moçambique, alertaram alguns reinadeiros, não tem como criar uma irmandade. A história também tem suas variantes. Dependendo do local, pode-se ouvir que a Santa surgiu na montanha ou no rio, além de outros detalhes que floreiam o conto.
Foi interessante observar o papel central que a oralidade tem em estudos acadêmicos sobre o Reinado. É natural que uma festa mantida pela tradição oral dependa da fala das pessoas para ser compreendida. Assim, mesmo os estudos centrados na pesquisa de registros documentais usaram de fontes orais para complementar o trabalho. E é também engraçado pensar que, mesmo distantes, os depoimentos colhidos pelos pesquisadores parece ter sido tirado das entrevistas que fizemos, tamanhas são as semelhanças do modo de falar.
Mais do que uma celebração religiosa, o Reinado é uma marca da resistência negra perante a dominação cultural do branco. As irmandades de Nossa Senhora do Rosário era também um local onde os negros se reuníam para reconstituir laços culturais perdidos. E uma coisa que a gente observa ao estudar essas irmandades é a diversidade cultural e étnica que existia entre os escravos.
Somos acostumados à visão europeia de enxergar índios apenas como índios, e africanos apenas como africanos. Isso é engraçado, porque ninguém se refere a italianos, franceses, portugueses e ingleses pelo termo genérico europeu. A África não era um povo único, mas aos olhos dos portugueses, seus habitantes eram apenas mão-de-obra escrava. Talvez essa seja uma visão que a lei 10.639 possa ajudar a mudar.
Conforme vimos nos estudos, é a etnia Banto a que mais empresta significados às festividades do Reinado. Os bantos foram os principais trabalhadores das minas gerais e trouxeram muita coisa de sua cultura nos navios negreiros. Existem mais de 2 mil palavras de origem banto no português que a gente conversa. Há, no entanto, muito mais complexidade ao se procurar os significados das celebrações. Evidente que a gente não pensa em esgotar o assunto, e nem há como. Mas continuamos falando sobre isso nas próximas postagens.
A transcrição dos depoimentos
21 de Janeiro de 2010, 0:00 - sem comentários aindaMuita gente se assusta quando contamos sobre a fase de transcrição das nossas pesquisas. Essa parte do trabalho tem sido fundamental em todos os projetos de registro de oralidade que criamos, desde os primeiros contatos com idosos em Luminárias. É difícil, trabalhoso e, na maioria das vezes, muito cansativo. Sentar à frente do computador e passar às vezes quatro horas seguidas digitando seis, sete páginas das falas dos entrevistados exige muita paciência. Mas essa parte que pode parecer enfadonha é também muito produtiva e até mesmo divertida.
Sempre que vamos à casa de um dos entrevistados, fazemos de tudo para que o mesmo fique à vontade, para que não pareça que está sendo entrevistado. Nossas entrevistas são gravadas em tocadores de MP3 dos mais simples que existem, daqueles chineses que a gente encontra em qualquer camelô de esquina. Esses gravadores são muito pequenos, podem ser colocados bem ao lado do entrevistado sem chamar a atenção ou inibi-lo, como a gente vê nas fotos abaixo.
Apesar de o projeto ser sobre o Reinado, não começamos as conversas entrando direto nesse assunto. No início das entrevistas, as pessoas ficam tímidas. Então perguntamos pela origem da família, pedimos para descrever o lugar onde nasceu, contar histórias que ouvia dos pais e lembrar outras reminiscências da infância. Além de ajudar o entrevistado a se soltar, falando mais naturalmente, essas narrativas iniciais serão um elemento importante para compor os personagens do livro. É por meio delas que entramos no universo que rodeia o entrevistado.
A memória das pessoas é volátil. Muda com o momento em que estamos, e de acordo com as experiências que acumulamos. Aos poucos, os fatos que vivenciamos vão sendo carregados de subjetividades. Quando conversamos com nossos entrevistados, mesmo que sem intenção, vamos instigando as pessoas a exercerem uma análise sobre tudo aquilo que elas viveram. Querendo ou não, elas estão deixando para a posteridade não uma biografia cronológica precisa e imparcial, mas um testemunho crítico sobre as mudanças que observaram em seu mundo ao longo da própria trajetória.
Por isso é tão difícil, na gravação das conversas, nos atermos ao passado. As entrevistas são abertas, partindo sempre do início da vida dos entrevistados e sendo guiadas pelo próprio discurso. Por causa desta liberdade, muitas vezes o relato é cheio de idas e vindas, de comparações entre passado e presente. Os dias atuais são sempre a referência de comparação, como a gente pode ler neste pequeno trecho da entrevista do seu Adão, da irmandade de Nossa Senhora do Rosário da Praça do Mercado:
Morar em Carmo do Cajuru mesmo eu nunca morei, mas sou descendente de lá, mas minha infância foi muito brincadeira de rouba-bandeira, pique esconde, aquelas brincadeira. Eu nasci em Araújo, eu vim pra Divinópolis com dois anos. Divinópolis era muito gostoso, muito bom. Eu falo pra vocês que a gente foi muito bem criado graças a Deus. Do ponto de pobre, né, mas era uma cidade tranquila, com muita alegria. Eu com sete anos eu saía do Porto Velho pra ir no grupo Miguel Couto, que hoje é o pronto socorro, fica de lá do pronto socorro. Eu com sete anos saía sozinho do Porto Velho e ia pra aula, quer dizer, não corria perigo nenhum, era uma cidade maravilhosa e é até hoje, porém com os problemas da vida de hoje em dia, aí cê já viu né?
Desta vez, a transcrição terá um papel diferente dos projetos que executamos anteriormente, como na Casa de Saúde Santa Fé e em Luminárias. Como o projeto Reinado para as Novas Gerações é voltado para as crianças, nosso trabalho vai consistir na criação de personagens infantis, que encontrarão reinadeiros mais antigos para contar as histórias que estamos ouvindo. Os relatos transcritos, desta vez, servirão como as marcas de oralidade que usaremos na construção dos personagens da ficção.
Por isso o registro meticuloso da oralidade é tão importante. Não se trata apenas de se contar uma história. Temos que recriá-la, buscando o máximo de correspondência entre realidade e ficção. Muitas coisas que são ditas passam despercebidas na hora da entrevista. A transcrição revela estes pormenores.Também nesta fase, refletimos melhor sobre aquilo que vimos e sentimos no momento da gravação. Lugares, sotaques, risadas, manias, roupas e tudo mais que observarmos servirão para explorarmos na próxima etapa do projeto. Daí a parte divertida do processo de transcrição.