O amor que vai para o céu
6 de Novembro de 2014, 11:17 - 4 comentários
Olá amigos, hoje é um dia que venho trazer para vocês uma notícia não muito boa para mim, minha vozinha, que mais parecia uma bonequinha, morreu na madrugada deste domingo para segunda (03/11/2014), é com muita tristeza noticio isso. Nessas horas você passa a pensar sobre quem são as pessoas que fazem parte da tua vida, as que fazem coisas de coração e as que não fazem.
Minha vozinha foi uma pessoa muito amada pela família, mesmo com todos os defeitos que ela tinha: era bem briguenta, mas MUITO querida com todas as pessoas, tinha um coração do tamanho do universo e ajudava quem ela podia, característica essa herdada por quase todos os integrantes da família.
Bom, ela era muito velinha e da morte não podemos escapar, foi descansar desse mundo para habitar outro mundo maravilhoso, que ela acreditava ser o céu. A família do meu pai é ao mesmo tempo fechada e muito boa de coração, não abrem muito espaço para nós, que somos mais moles, expressar as coisas.
Sendo assim estou a escrever esse texto para duas pessoas que considero os maiores homens da minha vida, que tento tomar como exemplo para me tornar um pouco melhor. Sei que sou diferente de ambos, mas juro que tento ser 10% do que eles são.
O primeiro homem é meu pai, aquele que sempre me inspirei e é meu maior herói, super inteligente, amoroso e carinhoso (dele eu falo mais no post dos dias dos pais). O segundo homem que mais admiro nessa vida é o meu tio Kiko, ele é todo ele, a pessoa que tem o maior coração que alguém pode ter.
Esse meu tio dedicou toda a sua vida para cuidar da minha vozinha, e não foi por obrigação (até pode ter sido), mas ele desempenhou seu papel com todo amor que alguém pode dar a outro alguém. Quando criança eu morria de medo dele, sempre muito mandão e muito perfeccionista. Tinha medo de mexer em qualquer coisa na casa da vozinha, de tirar algo do lugar e ele brigar.
Quando fui crescendo tive a oportunidade de tomar a MELHOR cerveja do mundo, que é a cerveja que fica no congelador de uma das geladeiras dele, a geladeira vermelha, daquelas antigas, deixa a bera MUITO gelada e com aquele cobertor branco em volta da garrafa, só de saber que estou indo para lá já fico morrendo de vontade de tomar uma.
Nessas tomadas de cerveja, pude conhecer melhor esse meu tio que sempre foi muito fechado, nessas conversas, conheci muito do que ele pensa ou faz e, a cada dia, admiro mais ele. Eu, sempre muito fã do Ney Mato Grosso, imaginava meu tio muito parecido com ele, na minha cabeça ele falava o que bem entendia para todos e, por isso, todos tinham medo dele.
Mas com o tempo mudei complemente a visão que tinha dele, percebi que ele sabe muito bem como falar com cada pessoa, tem uma percepção de como lidar com as pessoas sendo rígido e ao mesmo tempo muito amoroso. Percebi também que medo que as pessoas têm dele, não é por ele brigar, mas sim por temerem fazer algo que ele não goste e deixá-lo magoado.
Estive há mais ou menos um mês atrás lá para ver minha vozinha, ela já estava mal, não reconhecia muito as pessoas por causa do tio alemão (Alzheimer), que a fez esquecer as coisas. Nada vai me tirar à imagem dele cuidando dela em mais esse momento.
Era preciso virar ela a cada tempo para não fazer ferida pelo fato de ficar muito tempo na cama. Minha vozinha sempre teve muito medo de cair e de se machucar, a única pessoa que a fazia se sentir segura era o meu tio, na hora em que foram virar ela, ela se desesperou e queria o tio, ele estava ali, mas ela não tinha o tinha reconhecido. Foi então que ele, com o maior carinho do mundo, olhou para ela e falou que ele estava ali e passou a mão no rosto dela. Senti aquele carinho amoroso de longe, me deu uma sensação que não consigo explicar, mas fiquei muito feliz de poder presenciar aquilo, de saber que minha vozinha pode sentir todo aquele amor.
Por morar longe, minha família nunca esteve tão presente, mas fico tranquilo, sei que um amor não substitui o outro, mas pude ter certeza que ela foi amada com todas as forças pelo meu tio, sei que devo muito a ele.
Mesmo longe e com pouco contato sempre amei minha vozinha, sempre que podia estar junto dela tentava fazer o máximo para deixa-la feliz, espero que nos céus ela esteja rezando e mandando positividade para mim, para o resto da minha vida.
Ao meu tio, sei que é muito difícil dele ler isso, mas quero registrar que eu o admiro muito, espero ser um pouco do que ele é. O respeito e o amo muito, mais do que posso expressar, amo ele da forma que ele é: mandão, fechado, todo perfeccionista e extremamente amoroso, por mais que ele não queira demonstrar. Espero que ele saiba lidar com essa nova fase da vida e, sempre que precisar, estarei aqui para ajudar.
TchêMobile e um tanto sobre liberdade
2 de Outubro de 2014, 23:34 - 3 comentáriosOlá amigos, nesse fim de semana (27/10/2014) estive em Porto Alegre para um evento chamado “TchêMobile”, de início já começo afirmando que foi um dos melhores eventos que tive o prazer em participar, primeiro pude conhecer algumas das pessoas que mais admirava na minha área e ainda conheci muitas outras pessoas novas <3.
O evento foi realizado pelo grupo GuMobile, que é específico em compartilhar e promover eventos de mobile no Rio Grande do Sul. A esse grupo destino os meus agradecimentos, especial à algumas pessoas muito queridas como a Cynthia Zanoni, Morvana Bonin, Luiz Rauber e Rodrigo Water; obrigado pela oportunidade, alegria de suas companhias e seus ensinamentos para com essa pessoa que vos escreve.
Vivo em uma cidade chamada Pato Branco, que fica no sudoeste do Paraná, bem na divisa com Santa Catarina, mas mesmo não sendo tão distante do Rio Grande é muito tempo de viagem até lá, então o grupo se esforçou para que eu pudesse ir de avião, que confesso para vocês, não é uma tarefa tão fácil assim.
O aeroporto mais próximo fica em Chapecó - Santa Catarina, algo em torno de quatro (4) horas de ônibus da minha cidade, ou seja, qualquer viagem que eu faça, para conseguir pegar o avião leva no mín. quatro (4) horas. Mas só isso, todos perguntam..?? Não meu “queridiz”, eu respondo!
Existe, por dia, três aviões da Gol que saem de lá, o primeiro as 9 da manhã, o segundo as 3 da tarde e o último a noite. De Pato Branco para Chapecó só tem ônibus as 5:50 da manhã que chega as 9 lá, outro as 10 da manhã que chega as 3 da tarde lá, ou seja, preciso pegar o avião das 3 e sair com o ônibus das 5:50 de Pato.
E como comentado no post passado, sempre quando estou a esperar alguma coisa é quando minha mente borbulha de pensamentos e vontades de mudar minha vida (sempre para melhor), foi em mais essa viagem que pude afinar, ainda mais, meu pensamento e, digo, que a cada momento construtivo como esse ando me tornando alguém melhor e mais forte.
O início de meus pensamentos foi devido a uma conversa que tive na minha universidade com um amigo, que tem ânsia por ganhar dinheiro, ou tentar ficar rico, parei para refletir sobre qual o motivo dessa ânsia, ou do por que nossa sociedade é movida a isso?
Refletir me levou a vários questionamentos. Quero deixar claro, não sou alguém que não gosta de ganhar dinheiro ou não tenta alcançá-lo, gosto apenas de ganhar meu dinheiro fazendo algo que realmente acredito.
Mesmo falando sobre capital financeiro, senti a necessidade de entender melhor como ele surge ou o que é o capital, segundo minhas breves pesquisas, a moeda surgir por volta de três mil anos atrás, o gado era trocado entre as pessoas e em certo momento o gado passa a ter valor de moeda. Algo que poucas pessoas entendem é a diferença entre moeda e capital. Friedrich Engels, em seu texto Anti-Dühring, de 1877, explana com muita clareza essa diferença. Antes de lê-lo não sabia, com muita clareza, seu real significado.
“Marx prossegue, então, no estudo dos processos pelos quais a moeda se transforma em capital; verifica, inicialmente, que a forma sob a qual a moeda circula como capital é a inversão exata da forma sob a qual ela circula como equivalente geral das mercadorias. O simples possuidor de mercadorias vende para comprar; vende aquilo de que não tem necessidade e, com o dinheiro obtido, compra aquilo de que tem necessidade. O capitalista incipiente começa por comprar aquilo de que ele próprio ‘não tem’ necessidade; compra para vender, e para vender mais caro, para recuperar o valor dinheiro primitivamente aplicado na compra e, mais ainda, para recuperá-lo acrescido de um excedente em dinheiro, que Marx denomina de mais-valia.”
Nesse texto podemos perceber que o exemplo citado é sobre o senhor detentor de capital, ou dono dos meios de produção, aquele que se apropria da mais-valia para poder acumular cada vez mais. É nessa atividade que me encontro como “força de trabalho”.
No texto ele explana ainda sobre o termo “força de trabalho”. Através dessa colocação começo a entender um pouco os dias de hoje e como isso se reflete na vontade monstruosa das pessoas em ganhar dinheiro, no texto ele diz:
“[...] o ‘trabalho’ como tal não pode ter um valor, não é esse, de maneira alguma, o caso da ‘força de trabalho’. Esta recebe um valor desde que se torna ‘mercadoria’, como o é hoje, de fato; e esse valor é determinado.”
Ou seja, o trabalho hoje deixa de ser algo que dignifica o homem para ser tornar uma simples mercadoria, a qual eu, como integrante dessa sociedade, não posso fugir, infelizmente. É preciso entrar nesse processo de mercantilização do meu bem mais precioso, meu conhecimento e trabalho.
Calma meu amigo, amante do capitalismo, não estou militando em favor do socialismo, só exteriorizando meu sentimento sobre o sistema, não venham com comentários medonhos em defesa da sua sociedade de classes perfeita. Obrigado!
É com a intensificação da mais-valia e da obrigatoriedade em tornar nosso trabalho em “força de trabalho”, que nós, trabalhadores, estamos desprendidos e desconexos dos produtos ofertados pelas organizações em que trabalhamos. Tornamos algo que adquirimos com a vida, como conhecimento e o amadurecimento, numa mercadoria. Assim, por muitas vezes (para não dizer sempre), consideramos o nosso ganho desvalorizado e, ainda, por falta de conhecimento sobre o assunto, perpetuamos esse conceito mercantológico do nosso trabalho.
O acúmulo exagerado desse capital traz nossos “amados” chefes, aqueles que lucram através da nossa “força de trabalho”, que é mais barata que nosso trabalho poder valer, isso é, se nosso trabalho pudesse ser quantificado com dinheiro, nesse cenário surge a diferença de classes, onde temos o explorador da mais-valia e o explorado, esse último somos nós, trabalhadores.
Eis que então começo a entender o porquê de muitas pessoas buscarem incansável e incessantemente por dinheiro, a classe dominante hoje é justamente aquela que acumula mais capital, quem é explorado sonha em subir socialmente e quem é dominante morre de medo em descer (pobre do Eike Batista. SQN).
Esse contexto faz com que nós trabalhadores, que vendemos nossa “força de trabalho”, sejamos, tantas vezes, descontentes com o que ganhamos ou com o que possuímos. A insatisfação é “quase” uma característica intrínseca da natureza do explorado. Ao entender tudo isso, que me deixa satisfeito e ao mesmo tempo revoltado (mas não tanto), satisfeito por consegui entender como o sistema se concretiza e revoltado por tudo isso ser assim.
Por saber isso questiono e tento viver de uma forma menos exploratória, novamente venho afirmar que meu problema não é com a moeda, ou seja, adoro ganhar dinheiro, porém o acúmulo desse capital traz muitos problemas a nossa sociedade e a nós como humanos.
Em minha vida considero que o SL uma alternativa contra essa corrente do acúmulo do capital, mas lembre-se que SL não é socialista ou comunista, como muitas das pessoas falam por aí, mas é criado e desenvolvido num sistema complemente diferente do que o modelo capitalista prega.
Esse é mais um dos motivos que me motivam a utilizar o SL, é sabendo que através dele consigo ganhar dinheiro com meu trabalho e ainda assim ir contra o acúmulo de capital, acúmulo esse que gera muitos dos problemas sociais que conhecemos hoje. Numa entrevista com o Deputado Jean Wyllys, no canal do youtube do Rafucko, que perguntou o que é ser de esquerda hoje em dia, a resposta do deputado foi mais que perfeita e, exemplifica o que acredito: ser de esquerda é lutar contra as injustiças sociais e a favor das liberdades!
Tudo isso é muito lindo né meus amigos? Sim, sei que respondeu isso, mas também se perguntou, e na vida real como você vai viver com todos esses conflitos? ENTÃO, tive o prazer de conhecer melhor a amiga Morvana, e nossa conversa me fez refletir justamente sobre isso.
Ela, em algumas de suas colocações, me fez pensar na minha família, na qual 90% dos meus tios não tem estudo ou se quer terminaram o ensino médio, como eles conseguirão ter noção de mundo sendo que são tão explorados pela mais-valia, que não tem condições de pensam sobre qualquer coisa próxima a que discutimos nesse texto? E eu como, alguém que tem estudo, deveria ter a obrigação ou o desejo de ajudar eles com minha força de trabalho mais remunerada.
Eis aí que entra todo meu conflito, a melhor opção é tentar ganhar o máximo de dinheiro possível para ver se consigo dar uma vida melhor para eles, ou entender que tudo isso que acabei de discutir é lutar contra a mais-valia e a “força de trabalho” que desvaloriza o humano? Eu particularmente prefiro lutar contra essa forma de viver do que entrar nesse modelo exploratório que tanto acho errado, mesmo sabendo que muito dos meus familiares terão uma vida muito difícil.
Como eu, sabendo que justamente a vontade de acumular mais é a causa da vida difícil deles, ao tentar seguir essa corrente estarei sendo o explorador que tanto odeio, pensando justamente somente em minha família ou o meu meio e excluindo toda a sociedade explorada. Mas o que essa minha luta pode mudar o mundo ou o sistema? Pode não mudar nada, mas podem ter certeza que quando eu ficar novamente esperando o avião e minha mente borbulhar os pensamentos que irão surgir serão de alegria e não de covardia.
Não estou criticando a forma de pensar de ninguém, ou muito menos querendo converter as pessoas, mas são os fatos em nossa vida que vão nos formando, lembre-se o diferente aqui sou eu, estou fora da maquina ou ciclo e é normal soar um pouco radical, mas isso tudo é tão natural para minha pessoa que sou feliz sendo assim e espero que você seja feliz sendo da forma que a vida lhe concedeu ser.
Um beijo até a próxima.
FTSL - Um guri na capital
24 de Setembro de 2014, 22:16 - 13 comentários
Após de muito escrever em meu Facebook e brigar com minhas convicções políticas resolvi criar vergonha na cara e escolher outro meio para me comunicar com meus amigos, eis o porque de estar escrevendo aqui e você lendo.
Gostaria de iniciar meu post descrevendo um pouco sobre o evento em que fui nesse fim de semana passado, foi mais um evento em que fui com a cara e a coragem e sem medo de ser feliz, sozinho e sem conhecer quase ninguém por lá.
Eventos de Software Livre são sempre uma experiencia enriquecedora, que me deixam extremamente feliz por ser algo que acredito, sigo e ajudo a construir, com o objetivo de efetivar um mundo mais igualitário (mesmo não entendo ao fundo o poder dessa palavra).
É muito costumeiro para as pessoas que utilizam ou seguem a "filosofia" do SL estar sempre em voga o termo "liberdade", na licença GNU está lá as quatro(4) liberdades, mas será que sabemos mesmo o que isso representa em nossa vida? Será que boa parte da galera consegue entender que o conceito de liberdade deve estar na vida e não somente na tecnologia?
Sou uma pessoa muito radical, eu confesso, e que por muitas vezes passo a impressão de ser intransigente ou um completa babaca, mas garanto a vocês, penso o mesmo de pessoas que não conseguem ser um mínimo politico na vida. Com o SL não é diferente, sou extremista, chato, apoiador, incentivador, amante daquilo que realmente acredito ser correto e melhor para um sociedade mais justa.
Declaro que até hoje não consegui entender, vivenciar e muito menos definir o conceito de liberdade, o mais próximo a ela é a definição de um dicionário “Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral.”.
Não sei se perceberam mas até agora não falei nada do evento, tudo isso tem alguns porquês, e que alguns desses porquês me deixaram muito triste (com muita raiva) e outras extremamente feliz. Cheguei no evento próximo das 6 horas da manhã da quinta, único horário que o ônibus sai de minha cidade, fiquei então por horas dentro da UTFPR lendo junto ao seguranças da universidade.
Momento em que fico sozinho esperando algo me fazem pensar na vida, momento aquele que estava frente ao campus principal de minha universidade, a qual meu pai é professor, num evento que me enche de alegria, próximo a palestrar nele e tudo isso devido minha competência, vontade de desbravar o mundo e as minhas barreiras pessoais.
Acho que nunca escrevi alguns dos motivos de gostar tanto de SL, ele me lembra muito a minha infância, a qual devo agradecer muito aos meus pais, pois eles me proporcionarem estar junto a esse mundo da tecnologia. Papai foi professor por muitos anos na UNIOESTE (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e lembro claramente de um dia em que ele estava cheio de ansiedade para ir no clube chamado “Assemib”, estava acontecendo um evento de tecnologia (Latinoware), qual ele falava com entusiasmo que o evento era o EVENTO da América Latina de tecnologia, onde estavam os melhores profissionais.
Ao chegar no evento lembro-me da quantidade de computadores na mesa e as pessoas ajudando umas as outras com seus linuxs, fiquei fascinado com tudo aquilo (Obs.: estou chorando de alegria ao escrever isso), o mais incrível aconteceu nos momentos seguintes, eu uma criança, lá era mais do que isso, era um potencial usuário Linux, foi quando pedi ao meu pai para poder exprimentar o que de fato mudou minha vida, o amigo de meu pai (que não me lembro o nome mais era dos olhos puxados) prontamente me colocou num computador e lá estava eu perdendo a virgindade com o Linux e o mundo do SL.
Após muito pensar sobre a vida e o que o FTSL representava para mim, li mais um pouco meus livros, até as nove horas chegar, em seguida participei do minicurso com o titulo “Assim na terra como no shell”, um tanto conhecido pela galera que frequenta os eventos, achei ele muito bom e o palestrante muito divertido.
A próxima palestra a qual fui era sobre jogos mobile em SL, mega ansioso para aprender algo novo, mas no fim a palestra resultou numa completa piada, o senhor palestrante me parecia algum patrocinador do evento, e o amigo não sabia a diferença de SL, Open Source e software grátis, muito menos a diferença de Copyrigth e Copyleft. Ainda ele se pagando de bomzão o amigo falava mal de Java e dizia que C# era a melhor linguagem, sim meu amigo, além de apoiar uma linguagem fechada ao extremo ele ainda compara linguagem que mudam muito pouco uma da outra, é meu amigo…
Depois dessa palestra assisti muitas outras sobre PHP, linguagem qual minha pessoa sabe o mesmo tanto que a estrutura ribossômica da pulga do elefante albino da africa subsariana, no “todo” a palestra que achei mais interessante foi dada para as únicas duas pessoas que estavam presente na sala, eu e um senhor mais de idade, foi sobre o ensino da lógica e programação para crianças no município de Cascavel-PR, a metodologia que utilizam para ensinar as crianças é com o uso do aplicativo/linguagem Scratch, adorei a troca de conhecimento, o compartilhamentos de nossas angustias, superações e anseios.
Como todos sabemos eventos desse tipo são para trocar conhecimento, para isso não há lugar melhor que o boteco, garanto que a vontade de criar esse blog é justamente pela emoção de conhecer novas pessoas e não de conhecer novas tecnologias (sim sou sincero), tive o prazer de conhecer uma galera muito gente boa de uma empresa chamada Taller de Florianópolis, empresa essa que incentiva seus funcionários a darem palestra pelo Brasil, bem como uso do SL <3.
Ainda tive o prazer de rever minha mãezinha que mora em Curitiba, fui ainda a Lapa uma cidade ao lado de Curitiba, onde vive a família de meu pai, vozinha não anda bem de saúde e fui fazer meu papel de neto, tentar passar um pouco de amor, mas confesso que não lido bem com gente doente :(, não sei lidar muito bem com toda situação.
Na volta para casa tive uma conversa com minha mãe, na minha fala comentei algo que fiquei pensativo, comentei algo parecido com isso “nós fazemos oque bem entendemos da nossa vida”, e minha mãe no momento discordou, porém o argumento dela foi muito raso e meio infantil. Hoje ao ler um texto ele me trouxe a resposta a angustia que me deu com toda essa conversa, o texto diz exatamente isso:
"Os trabalhadores(Nós), portanto, por força do trabalho alienado, são imersos em circunstâncias novas originadas ou influenciadas pelo modelo da divisão do trabalho que definem as relações sociais e políticas na sociedade. Sendo que as "produções das ideias, das representações e da consciência está, antes de mais nada, direta e intimamente ligada à atividade material e ao comércio material dos homens; é a linguagem da vida real.
Com isso Marx conclui (1979, p. 51) que "não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência"
Um texto que cita Marx sempre me agrada, não sou nada marxista ou qualquer coisa que se possa rotular, mas vou de encontro com a ideia de alienação causada pelo capital, e pude concluir após um fim de semana cheio de aprendizado que NADA SEI E NADA SABEREI.
E ainda o termo liberdade está longe de ser alcançado e ouzo dizer que na sociedade em que vivemos a liberdade é algo utópico ou totalmente longe de nossa realidade, lembro a vocês que não estou entrando no mérito das lutas de classes, onde a falta de liberdade pode ser visto com mais clareza.
O mundo da tecnologia é rodeado de dinheiro e contradições, ao assistir a palestra do amigo amante do C# entendi que essas contradições são muito maiores que o meu mundo, amigos e professores universitários, o problema está no capital, onde o trabalho deixa de ser algo essencialmente do homem e confirmação de si para se tornar algo forçado, um sacrifício de si e mortificação, percebe-se isso na seguinte frase de muitos amigos de profissão “É isso que paga meu salário”. Tive a noção que estamos refém do capital e de toda falta de liberdade que ele nós trás.
Mesmo sabendo de tudo isso sou um esperançoso, vou continuar a lutar pela liberdade que espero, se me acomodar ao saber de tudo isso me torno refém e incentivador daquilo que não quero, mudar o meu meio é que pretendo, sei que muitas vezes afasto ou espanto as pessoas com esse meu jeito desbocado de ser, mas faz parte do amadurecimento ou nunca mudarei mesmo ;).
Se depender de minha pessoa o “movimento” do Software Livre nunca morrerá, porque nele eu encontro a liberdade, que em outros movimentos são apenas utópicos, mesmo se adaptando ao mundo capitalista, em minha profissão é o mais perto que posso chegar de um mundo mais igualitário ou um pouco mais justo.