O ex-oficial do Bope e consultor de Segurança Pública, Rodrigo Pimentel fará duas palestras no Sesc Rio. Pimentel falará sobre a elevação do consumo de produtos piratas no Brasil e a associação desta prática com a criminalidade: sonegação de impostos, ligação ao crime organizado, roubo de cargas, uso de material contaminado na fabricação de brinquedos, danos à saúde em conseqüência do uso de produtos como óculos e até o consumo de remédios falsificados. Segundo pesquisa recém-divulgada pela Fecomércio-RJ, mais de 70 milhões de brasileiros consomem produtos piratas no país e este número vem crescendo nos últimos 5 anos, período que o tema vem sendo monitorado pela instituição. CDs, DVDs e óculos são, nesta ordem, os produtos piratas mais vendidos. As palestras serão no dia 10/12, às 15h, no Sesc Madureira, e no dia 15/12, às 19h, no Sesc Tijuca. A entrada é franca e o evento é aberto ao público. Mais informações pelos telefones 3350-1839 e 3238-2434.
A pesquisa "O consumo de Produtos Piratas no Brasil" da Fecomércio-RJ/Ipsos revela que, nos últimos cinco anos, aumentou o percentual de brasileiros que consome produtos piratas. Em 2006, 42% dos entrevistados compraram alguma mercadoria falsificada. Transformando esse percentual em números absolutos, aproximadamente 56,4 milhões de brasileiros teriam adquirido algum item desta natureza naquele ano. Em 2010, 48% dos brasileiros que responderam à pesquisa afirmaram ter comprado algum produto pirata, o que representa um aumento de 13,8 milhões de pessoas consumidoras deste tipo de produto. Hoje, no Brasil, são aproximadamente 70,2 milhões de consumidores de mercadorias falsificadas.
SERVIÇO
Dia 15/12, 19h
Sesc Tijuca -Rua Barão de Mesquita 539
Capacidade – 200 lugares
Tel de informações: 3238-2434
Retirada de senha 2h antes na bilheteria da Unidade.
Pesquisa
Desde que a pesquisa "O consumo de produtos piratas no Brasil" foi realizada pela primeira vez, em 2006, CDs e DVDs figuram no topo da lista de produtos piratas mais consumidos. Entre 2006 e 2010, houve uma disparada no consumo de DVD. No primeiro ano da pesquisa, o percentual de brasileiros que afirmou ter comprado este produto no mercado ilegal era de 35%. Em 2010, 77% dos entrevistados admitiram ter adquirido um DVD pirata. O aumento significativo na venda de aparelhos de DVD é uma das justificativas desta nova realidade. Estimativa da Fecomércio-RJ, com base em dados da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, indica que de 2006 a 2010 foram vendidos anualmente, em média, 7,2 milhões destes equipamentos no Brasil.
O levantamento também apurou que os malefícios e prejuízos do consumo ilegal não são levados em consideração na hora da compra de produtos piratas, sendo o preço baixo o fator decisivo. Em 2010, 94% dos que consomem produtos piratas afirmaram que o custo mais baixo é o que os atrai. Em 2006, o percentual era praticamente o mesmo: 93%.
Também aumentou a parcela de brasileiros que não tem restrição a qualquer tipo de produto pirata. Em 2006, quando perguntados se havia algum produto falsificado que o consumidor não compraria, todos citaram pelo menos uma opção. Em 2010, 13% dos entrevistados disseram que não teriam resistência a nenhuma mercadoria pirata.
O levantamento Fecomércio-RJ/Ipsos revelou também que o nível de conscientização dos consumidores em relação aos danos causados pela pirataria diminuiu no período entre 2006 e 2010. A pesquisa revela que os consumidores de produtos piratas acreditam, cada vez menos, que a pirataria provoca desemprego. Em 2006, 64% dos brasileiros acreditavam que a pirataria causava desemprego. Em 2010, caiu para 56%.
Outros tópicos relevantes:
- Em 2006, para 30% dos entrevistados, o uso de produtos piratas não trazia consequência negativa. Em 2010, esta proporção subiu para 37%.
- Houve redução do percentual de brasileiros que associam a pirataria ao crime organizado: de 70%, em 2006, para 60%, em 2010.
- Ainda nesta linha, reduziu de 79%, em 2006, para 68%, em 2010, a parcela de consumidores que acredita que a venda dessas mercadorias prejudica o faturamento do comércio formal.
- Em 2006, 83% dos brasileiros achavam que a pirataria alimentava a sonegação de impostos. Essa proporção diminuiu para 75%, em 2010. Em relação aos prejuízos causados ao fabricante e/ou artista, caíram de 83%, em 2006, para 79%, em 2010, os que compartilham desta opinião.
A pesquisa ouviu 1000 pessoas de 70 (setenta) cidades, incluindo 9 (nove) regiões metropolitanas.
Movimento Brasil sem Pirataria
O Sistema Fecomércio-RJ, com apoio do Conselho Nacional de Combate à Pirataria - do Ministério da Justiça -, do Metrô-Rio e da Delegacia de Repressão Contra o Crime de Propriedade Imaterial (DRCPIM), lançou dia 30/11 o Movimento Brasil sem Pirataria. A ideia é conscientizar o cidadão comum, que conhece os riscos impostos à sociedade pela pirataria, mas não muda sua atitude. O objetivo é sensibilizar o indivíduo no que lhe é mais caro: a sua vida e a de sua família. Foram criadas peças publicitárias que inserem o consumidor no centro da discussão, mostrando que a decisão de comprar um produto falsificado é muito séria e que, muitas vezes, tem consequências irreversíveis.
Neste sentido, é necessário falar com cada cidadão, especialmente, com aqueles das classes C e D/E, tendo em vista que essas classes já congregam poder de compra superior ao das classes A/B. O Ministério da Fazenda fez uma estimativa de consumo para 2010: enquanto as classes A/B devem gastar R$ 590 bilhões durante o ano, as classes C, D/E podem passar de R$ 880 bilhões.
As peças da campanha circularam nos vagões do Metrô-Rio nas linhas 1 e 2 no início de dezembro, dia nacional de combate à pirataria. O início de dezembro foi escolhido também pela proximidade do Natal, período em que um número maior de pessoas vai às compras. Na estação da Carioca, onde passam todos os dias 120 mil pessoas, foi montada uma exposição mostrando as consequências negativas para a sociedade e para o cidadão das mercadorias falsificadas.
O presidente do Sistema Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, entregou ao secretário-executivo do ministério da Justiça e presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Rafael Thomaz Favetti, o estudo Pirataria no Brasil - Radiografia do Consumo. O documento traz uma análise da evolução dos cinco anos de elaboração da Pesquisa "O consumo de produtos piratas no Brasil".
"O Sistema Fecomércio-RJ acredita que, a pesquisa "O Consumo de Produtos Piratas no Brasil", o estudo Pirataria no Brasil - Radiografia do Consumo e o Movimento Brasil sem Pirataria, colaborem com o projeto estratégico Comércio contra a Pirataria, definido como um dos cinco prioritários pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria", conclui o presidente do Sistema Fecomércio-RJ, Orlando Diniz.
"Não há como agradecer a colaboração da Fecomércio-RJ, a única a realizar esse tipo de pesquisa nessa abrangência", afirmou o secretário-executivo do ministério da Justiça e presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria Rafael Thomaz Favetti.
Rodrigo Pimentel, ex-oficial do Bope e consultor de Segurança Pública, falará sobre pirataria e criminalidade
13 de Dezembro de 2010, 0:00 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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