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A importância do GNU

24 de Junho de 2010, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Tudo começou na década de 1970, quando existia um grupo de hackers descontentes com as políticas de segurança adotadas pela instituição onde eram pesquisadores (MIT – Massachusetts Institute of Technology).

Recusando-se a criar sistemas de segurança, esse grupo de hackers começou a espalhar uma filosofia de liberdade ao usuário do computador utilizando-se de hacks em senhas para provar que isso realmente não deveria ser necessário.

Depois desse e outros "insultos" à comunidade e à filosofia livre, no início da década de 1980, Richard Stallman (até então pesquisador do MIT) deu início aos seus projetos criando a Free Software Foundation. Então após sua saída do MIT, Stallman e as pessoas que iam se juntando ao projeto começaram a desenvolver seu próprio Sistema Operacional baseado naquele de código proprietário desenvolvido pela Bell Labs da AT&T chamado Unix. Ele deu a esse projeto o nome de GNU (GNU’s Not Unix), que consistia basicamente em substituir os programas de código fechado do Unix por novos de código aberto do zero.

Junto à criação dos programas Stallman criou a General Public License (GPL), que protegia o software livre a ser reescrito e usado comercialmente. A GPL foi a primeira licença lançada visando proteger uma comunidade ao invés de uma companhia como a maioria dos termos de licença conhecidos.

No início da década de 1990 muitos dos programas GNU estavam rodando em muitas plataformas Unix com muita gente envolvida no desenvolvimento dos projetos, porém eles ainda não haviam obtido êxito na construção de um Kernel.

Esse Kernel é um programa central que serve basicamente para alocar e gerenciar recursos do sistema dando condições para que os outros programas sejam executados.

Por volta de 1991 os envolvidos no Projeto GNU haviam substituído praticamente todos os programas necessários para o Sistema Operacional GNU, mas ainda faltava um Kernel livre e de código aberto.

Eis que surge Linus Enquanto o Projeto GNU tentava desenvolver seu Kernel (Hurd) nos EUA, um Finlandês estudante da Faculdade de Helsinki desenvolvia por interesses pessoais algo que poderia ser a peça que faltava no quebra cabeças de Stallman: um Kernel que funcionasse e fizesse o que era necessário.

Linus Torvalds, estudante da Universidade de Helsinki, gostaria de desenvolver um sistema semelhante ao que ele utilizava para seus estudos acadêmicos. Então, baseando-se no Unix, mais especificamente no SunOS, ele começou a desenvolver seu próprio Kernel.

Linus conseguiu desenvolver e fazer funcionar seu Kernel monolítico mais rapidamente que a equipe do GNU Hurd (que era um microkernel) e sob a licença GPL o lançou com o nome de "Linux" (fusão dos nomes Linus e Unix). Então, ainda por volta de 1991, alguns programadores envolvidos com o Projeto GNU tiveram conhecimento a respeito do Kernel Linux e descobriram que ele era a peça que faltava no centro do quebra cabeças de seu Sistema Operacional.

Desde então os programas GNU puderam usar o Linux como plataforma para sua execução enquanto o Linux poderia usar os programas GNU para rodá-los.

Gradualmente as pessoas foram aderindo projeto GNU/Linux adicionando novas melhorias e capacidades ao núcleo do sistema. O Filósofo e o Engenheiro Em meados da década de 1990 o Sistema Operacional GNU já completo crescia e se popularizava com o passar do tempo, mas sob uma nova denominação. O nome "Linux" de alguma forma se popularizou e seus usuários começaram a se referir ao sistema todo como "Sistema Linux". Milhões de pessoas usavam o sistema operacional que era praticamente todo envolto por programas GNU sem referir-se ao termo, ou seja, era um Sistema Operacional GNU sendo referido como Sistema Operacional Linux.

A partir daí as distribuições começaram a surgir a partir do empacotamento de programas junto ao Kernel antes separados. A primeira versão de programas GNU empacotados junto com o Kernel Linux foi chamada de Slackware por Patrick Volkerding em 1992.

Podemos verificar que os projetos GNU e Free Software Foundation criados por Richard Stallman foram marcos no desenvolvimento do GNU/Linux como um sistema operacional totalmente livre e completo. A comunidade Open Source como um todo deve muito ao projeto GNU. Não fosse o projeto GNU e a filosofia central criada por Stallman, provavelmente, nada relacionado ao assunto teria sido possível. Em uma não-existência do GCC (GNU C Compiler) o próprio Kernel Linux em si não teria sido possível.

O Linux, em suma, não é um sistema operacional completo em sua essência, mas sim um núcleo que deu norte aos programas GNU para aí sim formar um sistema operacional completo. Um depende do outro e nós todos nos beneficiamos de ambos.

Contudo, não apenas por utilizar os programas GNU, mas por concordância e respeito à filosofia e contribuições de Stallman deveríamos defender a terminologia GNU/Linux ao nos referirmos à esse sistema operacional, afinal (provavelmente) sem GNU não haveria Linux e sem Linux não haveria GNU.

Referências: Revolution OS. Direção: J.T.S. Moore. Produtora: Seventh Art Releasing. 2001.

Créditos: Edgar Antonio do Nascimento – www.vivaolinux.com.br


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