Home Office de A a Z
14 de Agosto de 2020, 22:49 - sem comentários aindaCom o COVID-19, o home office veio pra muita gente que nunca trabalhou em casa. Aqui na Timbira, isso já é regra há algum tempo, cada colaborador trabalha na sua casa, ou não. Fica a critério de cada um. Mas leva um tempo até se acostumar com tudo isso e não é fácil montar um ambiente de trabalho descente em casa. No entanto, se por um lado a pandemia ainda leva um tempo, muita gente sabe que chegou o novo normal e trabalhar em casa pode não ser algo passageiro. No meu caso eu levei anos aperfeiçoando tudo. Vou contar um pouco da minha saca e a minha experiência pessoal nisso tudo.
Home Office todo dia?
Eu gosto muito de trabalhar em casa. Inicialmente eu comecei a trabalhar 2x ou 3x por semana quando estava ainda num emprego formal numa multinacional. Depois passei a trabalhar direto em casa só na Timbira. Vou dizer que acho que ficar 7 dias por semana em casa é ruim. Você deveria sair pelo menos 1x ou 2x por semana de casa e ir trabalhar fora. Algumas opções:
- Procure alguma cafeteria, padaria, etc e separe uma tarde ou manhã com tarefas menos críticas para fazer e leve o seu notebook.
- Alugue um coworking
- Encontre a empresa de algum amigo e vá visitá-lo de vez em quando. Aproveita e marque um happy hour no final do dia. Até o início da pandemia eu estava visitando o pessoal da Necto lá no Pq Tecnológico de SJC.
- Monte um escritório com alguns amigos, compre um frigobar e dividam o aluguel. Em cidades menores você consegue fazer isso com um custo relativamente baixo.
Sobre a rotina do dia-a-dia
A coisa mais fácil do mundo é virar ogro trabalhando em casa. Logo, é importante criar algumas rotinas. Tomar banho cedo, se trocar, tomar café-da-manhã, coisas assim. Nada de trabalhar com roupa de dormir. Além das conferências durante o dia, é bom separar o momento de lazer do momento de trabalho. As pessoas na sua casa também vão entender melhor o seu momento e respeitar o seu horário de trabalho.
Outra coisa que para mim é fundamental é sair de casa todos os dias. Seja para almoçar, ir caminhar, ir na academia ou dar uma volta na praça. Saia de casa. A sua qualidade de vida agradece.
O espaço físico
Sem dúvida a parte mais difícil é escolher um local adequado de trabalho. Ainda mais se você tem várias pessoas morando na mesma casa, crianças, cachorro, etc. A vizinhança também é um fator que pesa, particularmente no nível de barulho.
Eu comecei trabalhando no meu quarto mesmo, como a maioria das pessoas. Tinha uma mesa com bom tamanho, mas trabalhar no quarto está longe de ser algo desejável. Se for por pouco tempo OK, mas se for por mais tempo, melhor pensar em alternativas. A solução para mim foi me mudar. Me mudei para um apartamento maior, com um quartinho pequeno mas bem arrumado com bom espaço, armários e uma mesa enorme feita sob medida. Além disso a parede tinha um fundo falso com passagem embutida para cabos. Foi um grande avanço na época. O andar era alto, os vizinhos silenciosos e eu tinha um espaço separado no apartamento só para trabalhar.
Mas além do quarto não ser muito grande, havia algo que me incomodava. Não havia uma janela e o quarto era muito abafado e quente no verão. Tinha que trabalhar com um ventilador ligado direto às vezes. Foi quando eu decidi mudar para o interior de SP e ir para São José dos campos, dessa vez para morar numa casa e não num apartamento. Com o aluguel que eu pagava no apartamento e condomínio, eu podia pagar por uma casa maior num bom bairro de SJC. Assim, eu escolhi uma casa que tivesse um quarto só para o meu escritório ao invés de um quarto de empregada adaptado.
Com mais espaço, janela, uma boa vista eu depois incorporei um ar condicionado desses quente e frio que melhorou muito minha qualidade de vida. Eu não ligo o ar condicionado o tempo todo, só quando está muito frio ou muito quente. E dificilmente o dia todo, mas ajuda muito.
Escritório atualOk, não é todo mundo que tem esse tipo de oportunidade. No entanto, durante a pandemia, vi pessoas que se mudaram para a praia por exemplo. Quando você não depende mais de ir até a empresa com frequência, algumas coisas mudam na sua forma de pensar. Foi assim que eu decidi mudar de cidade.
Alguns critérios que eu levei em consideração foram a disponibilidade de serviços como internet, iFood, Uber, etc. Sem isso minha vida fica bem mais complicada. Algo que deixei de ter também foi um carro próprio. Estar próximo de São Paulo e de um bom aeroporto também foi importante para mim. É comum ter que viajar à trabalho e temos alguns clientes grandes em São Paulo. Não ir morar longe demais me descomplica a vida.
Mobiliário
Antes de pensar em equipamento, você deveria pensar nos móveis. Não adianta ter equipamentos de última geração e não ter onde enfiar tudo ou ficar desconfortável o tempo todo. Ter bons móveis faz toda a diferença.
A mesa
Ter uma boa mesa, com altura, profundidade e largura suficientes ajuda muito. Já tive mesas altas, mesas apertadas, etc. Eu realmente gosto da sensação de ter espaço. Isso varia para um pouco de pessoa para pessoa. A primeira coisa que eu penso ao olhar para uma mesa é o suporte dela. Existe alguma chance da mesa balançar? Você pode parafusar a mesa direto na parede para ter mais firmeza? Quanto peso ela aguenta? O suporte da mesa atrapalham a circulação das pernas? Vai por mim, antes de olhar por cima da mesa, olhe por baixo. Elimine de cara qualquer modelo que limite a circulação das pernas.
O material e o acabamento é algo que deve ser levado em consideração. Quando eu cheguei na casa onde estou hoje, já havia um móvel de escritório antigo aqui. E eu acabei utilizando ele por um tempo até encomendar a minha própria mesa com um marceneiro. Mas logo de cara eu tive que remover o tampo de vidro sobre a mesa. Nada contra o acabamento em si, mas o mouse não funciona bem com o tampo de vidro e eu não gosto de usar mouse pads, apedar de estar na moda os desk pads, bem maiores alguns em couro, onde você coloca o teclado e o mouse. Uma opção a se considerar para a sua mesa. Alguns materiais também podem grudar na sua mão ou no seu braço se você transpirar. . Seja como for o acabamento deve ser relativamente resistente a riscos e confortável para as mãos. Bordas arredondadas no tampo também são importantes, pois os seus braços vão repousar sobre a mesa e o teclado com frequência. Será bastante desagradável se a borda da mesa machucar os seus braços ou punhos.
Independente do tamanho, a altura é realmente importante. Uma mesa deve ter altura de até 75cm. Pode variar um pouco com a sua altura, mas essa é a medida padrão de móveis para escritório. Você pode achar outras mesas muito simpáticas, mas se forem mais altas, serão bastante desconfortáveis. Outra opção mais moderna e que vem ganhando adeptos são as mesas com altura regulável, que permitem você mudar de postura e até trabalhar de pé também. Um exemplo é a Geniodesk, uma opção bem interessante e fabricada no Brasil.
Leve em consideração também furos para passagem de cabos, calhas organizadoras por cima ou por baixo da mesa, suporte para tomadas, etc. Existem pessoas especialistas em organizar cabos, utilizando diferentes acessórios. Pra mim, o mais importante é que os cabos não fiquem espalhados sobre a mesa e não atrapalhem a livre circulação das pernas por baixo da mesa. Um mínimo de organização será necessária. Se você tiver um desktop por exemplo, ficará bem feliz em conseguir colocar a CPU debaixo da mesa e livrar um bom espaço, mas talvez precise comprar cabos mais longos. Existem também suportes para colocar a CPU pendurada debaixo da mesa, pode ser uma opção interessante. Se você tiver um gabinete ATX como eu, talvez não se sinta muito seguro com algo tão grande e pesado pendurado debaixo da mesa…
A cadeira
Durante muito tempo eu utilizei cadeiras de escritório bastante razoáveis. Não duram muito mas são OK. Uma boa cadeira é mais do que uma questão de conforto, tem haver com a sua capacidade de trabalhar horas sem ficar com dores nas costas por exemplo. Tem haver com ergonomia. Existem sim boas cadeiras de escritório com boa ergonomia. A Flexform por exemplo oferece cadeiras com encosto alto e ajustes de inclinação etc e tal. Você pode optar por um modelo com revestimento couro ecológico mais conhecido como poliuretano (PU) como a Klass black leather que vai esquentar mais no verão, particularmente se você não tiver um ar condicionado. Você também tem opções como a que eu utilizei um bom tempo que são com tela mesh que prometem esquentar menos e costumam ser um pouco mais baratas.
Se você estiver disposto a investir numa cadeira de escritório realmente incrível e tiver bala na agulha, certamente vai acabar olhando as cadeiras da Herman Miller vendidas pela Atec como a Aeron Chair ou a Embody. São cadeiras incríveis, mas com preços também incríveis, ainda mais com o dólar alto. Recentemente a Hermam Miller se juntou com a Logitech para fazerem uma versão gamer da Embody. Eu acho interessante, mas o preço…
Enfim temos as cadeiras gamers que foram adotadas pela maioria da turma de TI. Eu resisti por muito tempo e acabei comprando uma também, um pouco mais discreta, sem cores chamativas. Mas confesso que gostei muito. No meu caso eu optei por uma Noble Chair modelo Hero, que não foi barata, mas tem uma qualidade realmente muito boa.
Seja uma cadeira de escritório, seja uma cadeira gamer, você tem que ficar de olho mais ou menos nas mesmas coisas:
- A altura do encosto deve cobrir toda as suas costas. O encosto para a cabeça é bem opcional, não faz muita diferença na prática
- O material com que é revestido o encosto e o assento, faz muita diferença no conforto e no calor que você vai sentir.
- O peso que a cadeira suporta, particularmente o mecanismo e a espuma do assento. A DX Racer por exemplo tem BOSS B121-N que eu considerei muito comprar e suporta até 200Kg. Se você está acima do peso… lembre-se disso ou sua cadeira vai para o lixo em pouco tempo.
- Os mecanismos de ajustes como altura e inclinação do encosto são bem importantes para conseguir uma boa postura de trabalho.
Fora isso, o seu gosto pessoal importa também claro. Cadeiras são alvo de adoração por qualquer pessoa que se interessa por design, então é bem possível que você ache algo que tenha um pouco da sua personalidade também.
Suporte para monitores
Não é besteira não. Além de ajudar a liberar espaço na sua mesa, suportes articulados ajudam muito a você posicionar seus monitores na altura e posição ideal. Se você tem mais de um monitor então, vai ver que sua vida muda completamente ao adotar um suporte duplo desses. E você pode utilizar um desses também para apoiar o seu notebook. Uma solução elegante que pra mim melhorou muito o meu local de trabalho. No meu caso, o meu terceiro monitor, já velho de guerra está apoiado na minha coleção de livros do “Guia do Mochileiro das Galáxias”, mas os 2 principais eu uso com suportes a gás mesmo.
Gaveteiros, armários, estantes & Cia
Eu tenho um certo horror a deixar papeis espalhados pela mesa. Além de me distraírem, dão a impressão constante de bagunça. Há quem diga que você será mais produtivo se tiver um ambiente de trabalho mais organizado. Então algumas gavetas, um armário, prateleiras, o que for. Tenha um lugar para guardar a papelada de forma minimamente organizada. Não precisa gastar muito nisso. Eu comprei um gaveteiro simples de madeira num desses sites de móveis para montar por um preço muito razoável. Ele fica debaixo da minha mesa e quase não aparece na minha frente. Pra mim resolve. OK, eu tenho prateleiras com bidulaques variados com canecas, livros, etc. Não é necessário. No meu caso, as prateleiras já estavam aqui quando eu cheguei.
Outros móveis
Eu não sei você, mas na minha lista ainda tem algumas coisas que eu gostaria de acrescentar com o tempo no meu escritório. Nada fundamental, mas sonhar não custa nada…
- Um sofá-cama para receber pessoas e poder utilizar o escritório como um quarto de hóspedes ocasionalmente;
- Um frigobar… esse dispensa comentários. Vai me dizer que você não gosta da ideia?
- Uma rede… eu tenho uma varanda anexa ao escritório. A varanda já estava lá quando eu cheguei… não custa nada colocar a rede!
- Um aparador com água e café…. eu sei que todo mundo tem sua garrafa d’água, mas uma máquina de café ou um galão de água poderia ser uma boa, não?
Equipamentos
Agora vem a parte mais fácil da brincadeira…. mas há alguns cuidados importantes. Se você priorizou os móveis, pode não estar com um orçamento folgado para investir em equipamentos, então vamos pensar em termos de prioridades…
Internet
Um link de pelo menos 50Mbps é o que se espera da maioria das pessoas que trabalham em casa. Com 10Mbps suas conferências serão um inferno. Sério. Quem tiver a graça de ter disponível uma internet como a Vivo fibra, pegue, antes que alguém pegue antes de você. É uma das melhores opções disponíveis hoje. Minha vida com Vivo fibra de 300Mbps é bemmm tranquila. Sim, eu pesquisei antes de me mudar. E não, eu não sou fã da Vivo, mas esse serviço costuma funcionar bem por um preço razoável.
Outra coisa para se pensar é ter um plano de contingência. Eu tenho um plano de 4G de outra operadora que não a Vivo para situações de emergência. Também coloquei uma placa de Wifi no meu desktop só para poder usar o 4G do meu celular nesses casos. Em quase 2 anos, só aconteceu uma vez, mas vai que você está atendendo um cliente crítico e fica sem internet?
Microfones, fones de ouvido, headsets
Trabalhar em casa significa muitas vezes participar de muitas conferências. A câmera pode não ser o mais importante, mas o áudio sim. Então você tem algumas opções. Se você tem um ambiente com muito barulho em volta, vai preferir certamente utilizar um headset para conseguir ouvir melhor as pessoas e para que o microfone capte a sua fala bem próximo da sua boca. Essa brincadeira pode ir longe, existem headsets com cancelamento de ruído ativo que lhe dá um excelente isolamento dos barulhos externos.
Não utilize o microfone e o autofalante do seu notebook. Sério. O microfone do seu notebook em 99% dos casos é bem ruim e você vai ouvir bem mal as pessoas. Quebra um galho uma vez ou outra. Mas utilizar o áudio do seu notebook todo dia é um sofrimento. Você não entende direito o que as pessoas falam, as pessoas não entendem direito o que você fala e você pode ficar até com dor de cabeça no final de uma conferência com mais de 30 minutos.
Outra opção é ter um microfone externo USB. Existem opções excelentes por aí. Eu comprei um muito bom, mas que tem um defeito grave: ele capta o som em todas as direções. Com isso ele facilmente provoca eco nas minhas conferências. É ótimo para gravar, mas ruim numa conferência. Um microfone excepcional são os microfones da Yeti. Eles tem uma qualidades excelente e você pode trocar o tipo de captador por um direcional para evitar eco por exeplo. Existe inclusive uma versão com braço articulado e suporte que elimina vibração, o Yeticaster.
Eu realmente não faço questão de caixas de som externas. No meu caso eu uso um monitor com auto-falantes embutidos que são o suficientes para mim. Se você é um entusiasta, recomendo as caixas de som de madeira com entrada USB da Edifier que são muito boas. Você vai trocar de computador algumas vezes e suas caixas de som continuarão lá, com um som limpo e claro.
Algo mais em conta pode ser utilizar uma câmera com microfone integrado como o famoso C920 da Logitech. Funciona sem você pagar uma fortuna. A câmera é boa e o microfone também.
A última opção que você pode utilizar se não está disposto a gastar muito e se não participa de muitas conferências é utilizar um fone de ouvido com microfone desses que vem junto com o seu celular. Não funciona tão bem nem é muito confortável, mas quebra o galho.
Câmera
Você não precisa de uma uma grande câmera. Você pode utilizar a do seu notebook. A não ser que você seja um streamer profissional, não gaste com isso. Uma C920 como citei antes, resolve bem.
Mouse
É impressionante como as pessoas dão pouca atenção ao mouse que utilizam. Mas quem fica mais de 4h por dia na frente de um computador, deveria se preocupar sim. Mesmo que você passe mais tempo digitando. Você não precisa de um mouse gamer super incrementado. Mas um mouse confortável, ergonômico e pra mim, sem fios. Uma mesa com menos fios é uma mesa mais saudável para se trabalhar. Hoje vou aqui fazer a propaganda da Logitech, pois 3 dos meus mouses favoritos são deles:
- MX Ergo: Não é um mouse, é um trackball na verdade. Mas é a coisa mais ergonômica que você pode encontrar. Pode levar um tempo para se acostumar. Se você tem mais de um monitor, às vezes pode ficar meio perdido. Mas é uma experiência muito boa, particularmente usando ele inclinado.
- MX Vertical: é inclinado como o Ergo, mas é um mouse normal. Muito confortável e ergonômico. Muito mesmo. Existem outros mouses inclinados como ele…. mas acho que a qualidade deste é muito boa.
- MX Master 3: Não é inclinado como os anteriores, é um pouco menor e bem confortável. A roda de scroll dele é como sempre deveria ser em todo mouse.
Eu particularmente gosto de mouses onde a mão se encaixa nele. Alguns gostam de mouses menores, ou que você possa trocar de mão facilmente. Enfim… mas experimentar mouses topo de linha é algo que vale à pena.
Teclado
Aqui a coisa complica um bocado. Antigamente eu gostava de dizer que as únicas coisas que eu tinha da Microsoft eram teclado e mouse. Eles tinham produtos acima da média. Quando eu aposentei o meu Microsoft Sculpt Comfort Desktop, prometi que seria o meu último teclado da Microsoft. Além de não ser tão confortável assim, a qualidade anda bem questionável. Não duraram 2 anos direito comigo. Outros não duram sequer um ano e entregam uma qualidade mais questionável ainda.
Hoje você tem opções bem mais variadas. Os teclados mecânicos ficaram populares com os gamers. Tem teclados muito bons mesmo. Eu tive um Razer BlackWidow Lite que eu considero uma ótima opção: compacto, robusto, relativamente silencioso e confortável de usar. Existem duas coisas que me incomodavam nele: o barulho e o cabo. Mesmo os mais silenciosos fazem uma quantidade razoável de barulho e eu realmente tenho a mão pesada… sou daqueles que aprenderam a datilografar em máquinas de escrever manuais. Quando você está numa conferência e ouve alguém digitar num teclado mecânico, percebe como isso incomoda. Imagina num escritório com outras pessoas. Eu não quero um teclado competindo com a minha voz enquanto estou dando uma consultoria, uma aula ou palestrando. Mas se você tem mãos de fada, é só evitar os teclados mecânicos cherry blue (que podem ser muito agradáveis mas são realmente barulhentos).
Se você está decidido a comprar um teclado mecânico e quer entrar nesse universo, recomendo começar com os vídeos do Fábio Akita sobre o assunto. Eu desta vez optei por um teclado mais fino, parecido com um teclado de notebook, sem fio e com bateria ao invés de pilhas. Comprei um Logitech MX Keys. Ele tem lá seus defeitos… não tem layout ABNT2, e as teclas mais largas às vezes fazem um pouco mais de barulho. Fora isso é um excelente teclado e acho que é bem confortável. OK, eu sei…. parece que eu estou fazendo propagando para a Logitech. Confesso que antigamente eu torcia o nariz para os produtos deles. Uma coisa bacana de optar por vários dispositivos da mesma família MX deles é que eu posso utilizar 2 mouses e um teclado com apenas um receptor espetado na porta USB. Menos fios e menos portas utilizadas.
Monitor
Ter um notebook é quase uma obrigação para quem trabalha com home office. Mas usar só a tela do notebook às vezes não é a coisa mais confortável do mundo. A ideia do notebook é permitir mobilidade: ser leve e ocupar pouco espaço. Mas para trabalhar todo santo dia nele… pode não ser a melhor opção. Ter uma segunda tela parece um pouco confuso para algumas pessoas mas é uma ótima opção em N situações. Se você estiver numa conferência por exemplo, você pode compartilhar uma tela e deixar a conferência rolando em outra.
Se você sofre de hipermetropia ou tem vista cansada…. vai preferir uma tela maior também. Telas de 24″ para mim são um bom tamanho. Ter pelo menos uma tela com auto-falantes pode ser uma boa também, assim você não precisa de caixas de som externas. Se você pretende ter apenas um monitor principal, considere a possibilidade de utilizar um ultrawide e/ou curvo. A experiência é bem interessante. Só acho chato quando alguém compartilha uma tela ultrawide numa conferência: uma parte da tela fica cortada e as letras ficam pequenas para todos os demais que não utilizam uma tela desse tipo. Se você for fazer stream ou grava vídeos compartilhando a sua tela, também vai ter que tomar cuidados com isso.
Não sou muito exigente com monitores, talvez esteja na hora de ficar mais… existem opções muito interessantes com preços variados. Uma opção que eu achava legal era ter um suporte que permitisse virar o monitor na posição vertical, mas com suportes a gás eu não uso mais o suporte original do monitor então isso deixou de ser um requisito para mim. Mas existem suportes de diversos tipos e com diversas regulagens. Então se você não pretende usar um suporte externo com um braço articulado à gás (que eu realmente recomendo), fique de olho no suporte que vem integrado para ver as opções disponíveis. Você vai precisar pelo menos ajustar a altura do monitor, ou então vai começar a colocar livros embaixo dele…
Desktop / Notebook
Acho que todo mundo deve ter um notebook à mão. Em algum momento você vai ter que participar de uma reunião externa, viajar ou mesmo trabalhar num café pra variar. No entanto eu não dispenso um bom desktop. Você tem muito mais opções de processadores, memória, placa de vídeo, etc. No entanto como boa parte de tudo que a gente roda hoje está na nuvem, eu sinto mesmo é falta de 2 coisas: discos SSD de qualidade razoável e memória. Eu não considero comprar um notebook ou desktop com menos de 16GB hoje em dia. Você se acostuma rapidamente a trabalhar com muitas abas e janelas abertas sem dificuldades. Ter máquinas virtuais e outras coisas rodando ao mesmo tempo. Enfim, com 32GB de memória você tem folga para trabalhar sem muita preocupação e testar coisas mirabolantes. Placas de vídeo não fazem muita diferença para o tipo de trabalho que eu executo. Um bom gabinete e uma boa fonte são um investimento que garantem uma longa vida para o seu conjunto, com boa ventilação e pouco barulho. Eu compro uma máquina pensando numa vida útil de 3 a 5 anos. Por isso acho que gastar um pouco mais e ter algo que dure vale à pena. Mas isso é um critério pessoal, de quem precisa de uma máquina para trabalhar, não para se exibir…
Quando fui organizar o home office da minha mãe eu optei por um computador all-in-one. A CPU fica acoplada atrás da tela e o design disso é realmente muito bom ocupando pouco espaço na mesa. Ela realmente adora esse layout, se sente mais confortável com algo integrado sobre a mesa. Diz ela que é algo “menos assustador” que o meu ambiente de trabalho…
Nobreak
Mesmo que você não tenha um desktop, ter um nobreak pode salvar a sua vida. Se a luz acabar o seu roteador vai desligar, seu monitor, etc. Ter um nobreak pode dar tempo para você reagir adequadamente numa situação de emergência. Eu gosto muito dos nobreaks da SMS e APC, de preferência com pelo menos 1.2KVA. Se tiver um desktop, pode ser que algo um pouco maior seja uma boa ideia.
Impressora e scanner
Eu uso cada vez menos essas coisas, mas é bom ter. O problema é que ocupam um baita espaço na mesa. Como eu uso pouco a impressora, uma jato de tinta parece uma opção mais flexível que uma laser. Minha mãe é professora, para ela eu comprei uma impressora laser pequena que dá conta de um volume maior com mais velocidade. Eu uso uma boa jato de tinta com cartuchos de tinta independentes do cabeçote de leitura. Toda vez que organizamos um evento eu levo ela e papeis fotográficos. Dá pra fazer coisas incríveis nela. Seja como for, fuja das impressoras muito baratas. Em geral os cartuchos de tinta duram muito pouco, custam caro, aguentam um volume muito pequeno de impressão além de serem bem lentas.
Eu desisti de ter um scanner no escritório. Além de ocupar muito espaço, as opções mais simples tem uma qualidade horrível. Aquelas opções de scanner e impressora num mesmo equipamento então… são sofríveis no mínimo. Como eu uso pouco, eu optei por utilizar celular mesmo, com um bom app, o CamScanner. Mas se você realmente precisa de um scanner, uma opção que eu gosto muito são os Fujitsu ScanSnap. Compactos, robustos e precisos. Embora a as pessoas estejam mais acostumadas com outras marcas de scanners, eu vi milhares deles trabalhando na digitalização de cheques em agências bancárias. São muito bons mesmo. Claro, existem opções específicas para necessidades especiais, mas aí é outra história.
E aí, vale à pena?
Olha, a Timbira é uma empresa que tão cedo não terá um escritório formal. Todos os nossos colaboradores são DBAs seniores ou especialistas. A maioria trabalha em casa mesmo. Todos nós investimos um tempo e dinheiro nos nossos escritórios. Há tempos atrás eu lembro de ter que brigar para ter uma cadeira descente no local de trabalho. Agora eu escolho a que eu quero. Pago caro por isso, claro. Mas mesmo empresas maiores que estão adotando o trabalho remoto tem ajudado seus funcionários a montar um ambiente mais saio de trabalho. Nós fazemos isso com nossos colaboradores…
E você como está se adaptando? Já trabalha faz tempo em casa? Tem alguma dica para compartilhar?
Home Office
14 de Agosto de 2020, 22:49 - sem comentários aindaCom o COVID-19, o home office veio pra muita gente que nunca trabalhou em casa. Aqui na Timbira, isso já é regra há algum tempo, cada colaborador trabalha na sua casa, ou não. Fica a critério de cada um. Mas leva um tempo até se acostumar com tudo isso e não é fácil montar um ambiente de trabalho descente em casa. No entanto, se por um lado a pandemia ainda leva um tempo, muita gente sabe que chegou o novo normal e trabalhar em casa pode não ser algo passageiro. No meu caso eu levei anos aperfeiçoando tudo. Vou contar um pouco da minha saca e a minha experiência pessoal nisso tudo.
Home Office todo dia?
Eu gosto muito de trabalhar em casa. Inicialmente eu comecei a trabalhar 2x ou 3x por semana quando estava ainda num emprego formal numa multinacional. Depois passei a trabalhar direto em casa só na Timbira. Vou dizer que acho que ficar 7 dias por semana em casa é ruim. Você deveria sair pelo menos 1x ou 2x por semana de casa e ir trabalhar fora. Algumas opções:
- Procure alguma cafeteria, padaria, etc e separe uma tarde ou manhã com tarefas menos críticas para fazer e leve o seu notebook.
- Alugue um cooworking
- Encontre a empresa de algum amigo e vá visitá-lo de vez em quando. Aproveita e marque um happy hour no final do dia. Até o início da pandemia eu estava visitando o pessoal da Necto lá no Pq Tecnológico de SJC.
- Monte um escritório mesmo com alguns amigos, compre um frigobar e dividam o aluguel. Em cidades menores você consegue fazer isso com um custo relativamente baixo.
Sobre a rotina do dia-a-dia
A coisa mais fácil do mundo é virar ogro trabalhando em casa. Logo, é importante criar algumas rotinas. Tomar banho cedo, se trocar, tomar café-da-manhã, coisas assim. Nada de trabalhar com roupa de dormir. Além das conferências durante o dia, é bom separar o momento de lazer do momento de trabalho. As pessoas na sua casa também vão entender melhor o seu momento e respeitar o seu horário de trabalho.
Outra coisa que para mim é fundamental é sair de casa todos os dias. Seja para almoçar, ir caminhar, ir na academia ou dar uma volta na praça. Saia de casa. A sua qualidade de vida agradece.
O espaço físico
Sem dúvida a parte mais difícil é escolher um local adequado de trabalho. Ainda mais se você tem várias pessoas morando na mesma casa, crianças, cachorro, etc. A vizinhança também é um fator que pesa, particularmente no nível de barulho.
Eu comecei trabalhando no meu quarto mesmo, como a maioria das pessoas. Tinha uma mesa com bom tamanho, mas trabalhar no quarto está longe de ser algo desejável. Se for por pouco tempo OK, mas se for por mais tempo, melhor pensar em alternativas. A solução para mim foi me mudar. Me mudei para um apartamento maior, com um quartinho pequeno mas bem arrumado com espaço armários e uma mesa enorme e customizada. Além disso a parede tinha um fundo falso com passagem embutida para cabos. Foi um grande avanço na época. O andar era alto, os vizinhos silenciosos e eu tinha um espaço separado no apartamento só para trabalhar.
Mas além do quarto não ser muito grande, havia algo que me incomodava. Não havia uma janela e o quarto era muito abafado e quente no verão. Tinha que trabalhar com um ventilador ligado direto às vezes. Foi quando eu decidi mudar para o interior de SP e ir para São José dos campos, dessa vez para morar numa casa e não num apartamento. Com o aluguel que eu pagava no apartamento e condomínio, eu podia pagar por uma casa maior num bom bairro de SJC. Assim, eu escolhi uma casa que tivesse um quarto só para o meu escritório ao invés de um quarto de empregada adaptado.
Com mais espaço, janela, uma boa vista eu depois incorporei um ar condicionado desses quente e frio que melhorou muito minha qualidade de vida. Eu não ligo o ar condicionado o tempo todo, só quando está muito frio ou muito quente. E dificilmente o dia todo, mas ajuda muito.
Escritório atualOk, não é todo mundo que tem esse tipo de oportunidade. No entanto, durante a pandemia, vi pessoas que se mudaram para a praia por exemplo. Quando você não depende mais de ir até a empresa com frequência, algumas coisas mudam na sua forma de pensar. Foi assim que eu decidi mudar de cidade.
Alguns critérios que eu levei em consideração foram a disponibilidade de serviços como internet, iFood, Uber, etc. Sem isso minha vida fica bem mais complicada. Algo que deixei de ter também foi um carro próprio. Estar próximo de São Paulo e de um bom aeroporto também foi importante para mim. É comum ter que viajar à trabalho e temos alguns clientes grandes em São Paulo. Não ir longe demais me descomplica a vida.
Mobiliário
Antes de pensar em equipamento, você deveria pensar nos móveis. Não adianta ter equipamentos de última geração e não ter onde enfiar tudo ou ficar desconfortável o tempo todo. Ter bons móveis faz toda a diferença.
A mesa
Ter uma boa mesa, com altura profundidade e largura suficientes ajuda muito. Já tive mesas altas, mesas apertadas, etc. Eu realmente gosto da sensação de ter espaço. Isso varia para um pouco de pessoa para pessoa. No meu caso eu mandei um marceneiro fazer uma mesa para mim. Demorou um pouco mas ficou bem próximo do que eu queria. Tem espaço suficiente para ocasionalmente duas pessoas trabalharem juntas, bordas arredondadas, boa profundidade, estabilidade e algo importante: espaço para as pernas embaixo.
Outra opção mais moderna e que vem ganhando adeptos são as mesas com altura regulável, que permitem você mudar de postura e trabalhar de pé também. Um exemplo é a Geniodesk, uma opção bem interessante e fabricada no Brasil.
A cadeira
Durante muito tempo eu utilizei cadeiras de escritório bastante razoáveis. Não duram muito mas são OK. Uma boa cadeira é mais do que uma questão de conforto, tem haver com a sua capacidade de trabalhar horas sem ficar com dores nas costas por exemplo. Tem haver com ergonomia. Existem sim boas cadeiras de escritório com boa ergonomia. A Flexform por exemplo oferece cadeiras com encosto alto e ajustes de inclinação etc e tal. Você pode optar por um modelo com revestimento couro ecológico mais conhecido como poliuretano (PU) como a Klass black leather que vai esquentar mais no verão, particularmente se você não tiver um ar condicionado. Você também tem opções como a que eu utilizei um bom tempo que são com tela mesh que prometem esquentar menos e costumam ser um pouco mais baratas.
Se você estiver disposto a investir numa cadeira de escritório realmente incrível e tiver bala na agulha, certamente vai acabar olhando as cadeiras da Herman Miller vendidas pela Atec como a Aeron Chair ou a Embody. São cadeiras incríveis, mas com preços também incríveis, ainda mais com o dólar alto. Recentemente a Hermam Miller se juntou com a Logitech para fazerem uma versão gamer da Embody. Eu acho interessante, mas o preço…
Enfim temos as cadeiras gamers que foram adotadas pela maioria da turma de TI. Eu resisti por muito tempo e acabei comprando uma também, um pouco mais discreta, sem cores chamativas. Mas confesso que gostei muito. No meu caso eu optei por uma Noble Chair modelo Hero, que não foi barata, mas tem uma qualidade realmente muito boa.
Seja uma cadeira de escritório, seja uma cadeira gamer, você tem que ficar de olho mais ou menos nas mesmas coisas:
- A altura do encosto deve cobrir toda as suas costas. O encosto para a cabeça é bem opcional, não faz muita diferença na prática
- O material com que é revestido o encosto e o assento, faz muita diferença no conforto e no calor que você vai sentir.
- O peso que a cadeira suporta, particularmente o mecanismo e a espuma do assento. A DX Racer por exemplo tem BOSS B121-N que eu considerei muito comprar e suporta até 200Kg. Se você está acima do peso… lembre-se disso ou sua cadeira vai para o lixo em pouco tempo.
- Os mecanismos de ajustes como altura e inclinação do encosto são bem importantes para conseguir uma boa postura de trabalho.
Fora isso, o seu gosto pessoal importa também claro. Cadeiras são alvo de adoração por qualquer pessoa que se interessa por design, então é bem possível que você ache algo que tenha um pouco da sua personalidade também.
Suporte para monitores
Não é besteira não. Além de ajudar a liberar espaço na sua mesa, suportes articulados ajudam muito a você posicionar seus monitores na altura e posição ideal. Se você tem mais de um monitor então, vai ver que sua vida muda completamente ao adotar um suporte duplo desses. E você pode utilizar um desses também para apoiar o seu notebook. Uma solução elegante que pra mim melhorou muito o meu local de trabalho. No meu caso, o meu terceiro monitor, já velho de guerra está apoiado na minha coleção de livros do “Guia do Mochileiro das Galáxias”, mas os 2 principais eu uso com suportes a gás mesmo.
Gaveteiros, armários, estantes & Cia
Eu tenho um certo horror a deixar papeis espalhados pela mesa. Além de me distraírem, dão a impressão constante de bagunça. Há quem diga que você será mais produtivo se tiver um ambiente de trabalho mais organizado. Então algumas gavetas, um armário, prateleiras, o que for. Tenha um lugar para guardar a papelada de forma minimamente organizada. Não precisa gastar muito nisso. Eu comprei um gaveteiro simples de madeira num desses sites de móveis para montar por um preço muito razoável. Ele fica debaixo da minha mesa e quase não aparece na minha frente. Pra mim resolve. OK, eu tenho prateleiras com bidulaques variados com canecas, livros, etc. Não é necessário. No meu caso, as prateleiras já estavam aqui quando eu cheguei.
Outros móveis
Eu não sei você, mas na minha lista ainda tem algumas coisas que eu gostaria de acrescentar com o tempo no meu escritório. Nada fundamental, mas sonhar não custa nada…
- Um sofá-cama para receber pessoas e poder utilizar o escritório como um quarto de hóspedes ocasionalmente;
- Um frigobar… esse dispensa comentários. Vai me dizer que você não gosta da ideia?
- Uma rede… na verdade eu já tenho uma varanda com uma rede anexa ao escritório. A varanda já estava lá quando eu cheguei… não custava nada colocar a rede.
- Um aparador com água e café…. eu sei que todo mundo tem sua garrafa d’água, mas uma máquina de café ou um galão de água poderia ser uma boa, não?
Equipamentos
Agora vem a parte mais fácil da brincadeira…. mas há alguns cuidados importantes. Se você priorizou os móveis, pode não estar com um orçamento folgado para investir em equipamentos, então vamos pensar em termos de prioridades…
Internet
Um link de pelo menos 50Mbps é o que se espera da maioria das pessoas que trabalham em casa. Com 10Mbps suas conferências serão um inferno. Sério. Quem tiver a graça de ter disponível uma internet como a Vivo fibra, pegue, antes que alguém pegue antes de você. É uma das melhores opções disponíveis hoje. Minha vida com Vivo fibra de 300Mbps é bemmm tranquila. Sim, eu pesquisei antes de me mudar. E não, eu não sou fã da Vivo, mas esse serviço costuma funcionar bem por um preço razoável.
Outra coisa para se pensar é ter um plano de contingência. Eu tenho um plano de 4G de outra operadora que não a Vivo para situações de emergência. Também coloquei uma placa de Wifi no meu desktop só para poder usar o 4G do meu celular nesses casos. Em quase 2 anos, só aconteceu uma vez, mas vai que você está atendendo um cliente crítico e fica sem internet?
Microfones, fones de ouvido, headsets
Trabalhar em casa significa muitas vezes participar de muitas conferências. A câmera pode não ser o mais importante, mas o áudio sim. Então você tem algumas opções. Se você tem um ambiente com muito barulho em volta, vai preferir certamente utilizar um headset para conseguir ouvir melhor as pessoas e para que o microfone capte a sua fala bem próximo da sua boca. Essa brincadeira pode ir longe, existem headsets com cancelamento de ruído ativo que lhe dão um isolamento dos barulhos externos incríveis.
Não utilize o microfone e o autofalante do seu notebook. Sério. O microfone do seu notebook em 99% dos casos é bem ruim e você vai ouvir bem mal as pessoas. Quebra um galho uma vez ou outra. Mas utilizar o áudio do seu notebook todo dia é um sofrimento. Você não entende direito o que as pessoas falam, as pessoas não entendem direito o que você fala e você pode ficar até com dor de cabeça no final de uma conferência com mais de 30 minutos.
Outra opção é ter um microfone externo USB. Existem opções excelentes por aí. Eu comprei um muito bom, mas que tem um defeito grave: ele capta o som em todas as direções. Com isso ele facilmente provoca eco nas minhas conferências. É ótimo para gravar, mas ruim numa conferência. Um microfone excepcional são os microfones da Yeti. Eles tem uma qualidades excelente e você pode trocar o tipo de captador por um direcional para evitar eco por exeplo. Existe inclusive uma versão com braço articulado e suporte que elimina vibração, o Yeticaster.
Algo mais em conta pode ser utilizar uma câmera com microfone integrado como o famoso C920 da Logitech. Funciona sem você pagar uma fortuna. A câmera é boa e o microfone também.
A última opção que você pode utilizar se não está disposto a gastar muito e se não participa de muitas conferências é utilizar um fone de ouvido com microfone desses que vem junto com o seu celular. Não funciona tão bem nem é muito confortável, mas quebra o galho.
Câmera
Você não precisa de uma uma grande câmera. Você pode utilizar a do seu notebook. A não ser que você seja um streamer profissional, não gaste com isso. Uma C920 como citei antes, resolve bem.
Mouse
É impressionante como as pessoas dão pouca atenção ao mouse que utilizam. Mas quem fica mais de 4h por dia na frente de um computador, deveria se preocupar sim. Mesmo que você passe mais tempo digitando. Você não precisa de um mouse gamer super incrementado. Mas um mouse confortável, ergonômico e pra mim, sem fios. Uma mesa com menos fios é uma mesa mais saudável para se trabalhar. Hoje vou aqui fazer a propaganda da Logitech, pois 3 dos meus mouses favoritos são deles:
- MX Ergo: Não é um mouse, é um trackball na verdade. Mas é a coisa mais ergonômica que você pode encontrar. Pode levar um tempo para se acostumar. Se você tem mais de um monitor, às vezes pode ficar meio perdido. Mas é uma experiência muito boa, particularmente usando ele inclinado.
- MX Vertical: é inclinado como o Ergo, mas é um mouse normal. Muito confortável e ergonômico. Muito mesmo. Existem outros mouses inclinados como ele…. mas acho que a qualidade deste é muito boa.
- MX Master 3: Não é inclinado como os anteriores, é um pouco menor e bem confortável. A roda de scroll dele é como sempre deveria ser em todo mouse.
Eu particularmente gosto de mouses onde a mão se encaixa nele. Alguns gostam de mouses menores, ou que você possa trocar de mão facilmente. Enfim… mas experimentar mouses topo de linha é algo que vale à pena.
Teclado
Aqui a coisa complica um bocado. Antigamente eu gostava de dizer que as únicas coisas que eu tinha da Microsoft eram teclado e mouse. Eles tinham produtos acima da média. Quando eu aposentei o meu Microsoft Sculpt Comfort Desktop, prometi que seria o meu último teclado da Microsoft. Além de não ser tão confortável assim, a qualidade é questionável.
Hoje você tem opções bem mais variadas. Os teclados mecânicos ficaram populares com os gamers. Tem teclados muito bons mesmo. Eu tive um Razer BlackWidow Lite que eu considero uma ótima opção: compacto, robusto, relativamente silencioso e confortável de usar. Existem duas coisas que me incomodam nos teclados mecânicos: o barulho e o cabo. Mesmo os mais silenciosos fazem uma quantidade razoável de barulho e eu realmente tenho a mão pesada… sou daqueles que aprenderam a datilografar em máquinas de escrever manuais. E quando você está numa conferência e ouve alguém digitar num teclado mecânico, percebe como isso incomoda os demais. Eu não quero um teclado competindo com a minha voz enquanto estou dando uma consultoria, uma aula ou palestrando. Mas se você tem mãos de fada, é só evitar os teclados mecânicos cherry blue e ser feliz.
Se você está decidido a comprar um teclado mecânico e quer entrar nesse universo, recomendo começar com os 2 vídeos do Fábio Akita sobre o assunto. Eu desta vez optei por um teclado mais fino, sem fio e com bateria ao invés de pilhas. Comprei um Logitech MX Keys. Ele tem lá seus defeitos… não tem layout ABNT2, e as teclas mais largas às vezes fazem um pouco mais de barulho. Fora isso é um excelente teclado e acho que é bem confortável. OK, eu sei…. parece que eu estou fazendo propagando para a Locitech, e e confesso que antigamente eu torcia o nariz para os produtos deles. Uma coisa bacana de optar por vários dispositivos da mesma família MX deles é que eu posso utilizar 2 mouses e um teclado com apenas um receptor espetado na porta USB. Menos fios e menos portas utilizadas.
Monitor
Ter um notebook é quase uma obrigação para quem trabalha com home office. Mas usar só a tela do notebook às vezes não é a coisa mais confortável do mundo. A ideia do notebook é permitir mobilidade, ser leve e ocupar pouco espaço. Mas para trabalhar todo santo dia nele… pode não ser a melhor opção. Ter uma segunda tela parece um pouco confuso para algumas pessoas mas é uma ótima opção em N situações. Se você estiver numa conferência por exemplo, você pode compartilhar uma tela e deixar a conferência rolando em outra.
Se você sofre de hipermetropia ou tem vista cansada…. vai preferir uma tela maior também. Telas de 24″ para mim são um bom tamanho. Ter pelo menos uma tela com auto-falantes pode ser uma boa também, assim você não precisa de caixas de som externas.
Não sou muito exigente com monitores, talvez esteja na hora de ficar mais… existem opções muito interessantes com preços variados. Uma opção que eu achava legal era ter um suporte que permitisse virar o monitor na posição vertical, mas com suportes a gás eu não uso mais o suporte original do monitor…
Desktop / Notebook
Acho que todo mundo deve ter um notebook à mão. Em algum momento você vai ter que participar de uma reunião externa, viajar ou mesmo trabalhar num café pra variar. No entanto eu não dispenso um bom desktop. Você tem muito mais opções de processadores, memória, placa de vídeo, etc. No entanto como boa parte de tudo que a gente roda hoje está na nuvem, eu sinto mesmo é falta de 2 coisas: discos SSD de qualidade razoável e memória. Eu não considero comprar um notebook ou desktop com menos de 16GB hoje em dia. Você se acostuma rapidamente a trabalhar com muitas abas e janelas abertas sem dificuldades. Ter máquinas virtuais e outras coisas rodando ao mesmo tempo. Enfim, com 32GB de memória você tem folga para trabalhar sem muita preocupação e testar coisas mirabolantes. Placas de vídeo não fazem muita diferença para o tipo de trabalho que eu executo. Um bom gabinete e uma boa fonte são um investimento que garantem uma longa vida para o seu conjunto, com boa ventilação e pouco barulho. Eu compro uma máquina pensando numa vida útil de 3 a 5 anos. Por isso acho que gastar um pouco mais e ter algo que dure vale à pena. Mas isso é um critério pessoal, de quem precisa de uma máquina para trabalhar, não para se exibir…
Nobreak
Mesmo que você não tenha um desktop, ter um nobreak pode salvar a sua vida. Se a luz acabar o seu roteador vai desligar, seu monitor, etc. Ter um nobreak pode dar tempo para você reagir adequadamente numa situação de emergência. Eu gosto muito dos nobreaks da SMS e APC, de preferência com pelo menos 1.2KVA. Se tiver um desktop, pode ser que algo um pouco maior seja uma boa ideia.
E aí, vale à pena?
Olha, a Timbira é uma empresa que tão cedo não terá um escritório formal. Todos os nossos colaboradores são DBAs seniores ou especialistas. A maioria trabalha em casa mesmo. Todos nós investimos um tempo e dinheiro nos nossos escritórios. Há tempos atrás eu lembro de ter que brigar para ter uma cadeira descente no local de trabalho. Agora eu escolho a que eu quero. Pago caro por isso, claro. Mas mesmo empresas maiores que estão adotando o trabalho remoto tem ajudado seus funcionários a montar um ambiente mais saio de trabalho. Nós fazemos isso com nossos colaboradores…
E você como está se adaptando? Já trabalha faz tempo em casa? Tem alguma dica para compartilhar?
Fábio – 10%, a revanche
14 de Janeiro de 2020, 13:26 - sem comentários aindaHá pouco mais de 6 anos eu comemorava a perda de 10% de peso. Cheguei a perder quase 25% de peso naquela época. Sim, eu sei da história de “quem perde acha”, aliás eu achei. E ainda achei quase 10% a mais do que tinha quando comecei. Mas às vezes as pessoas enchem demais o saco com a escolha das palavras… por mais que faça sentido.
Há uns 5 anos eu atingi um platô e fiquei com o peso relativamente estável. Apesar de não ter atingido minha meta, estava próximo e minha qualidade de vida havia aumentado muito, muito mesmo. Eu conseguia pedalar, dormia melhor, tinha mais disposição etc e tal. Aí eu dei uma relaxada e fui curtir a vida. Continuei praticando esportes, mas com menos intensidade. Aí a vida te puxa pra lá e pra cá. Mudanças no trabalho, na vida pessoal, novos compromissos, e por aí vai. E me descuidei um pouco, e fiquei lá nos meus 20% a menos de peso. Ainda era bom. Um dia tive um gripe forte, da gripe veio uma amigdalite e disso veio uma pericardite. Nada grave, mas dor no peito realmente assusta e você realmente é atendido rapidamente no hospital quando chega com uma dor assim. O tratamento era apenas Ibuprofeno…. e repouso. Nada de exercício por uns 2 ou 3 meses. Aí fui pra lona, e desandei de vez.
Comece caminhando
E a vida mudou muito, de lá pra cá. Em vários sentidos. E chegou a hora de colocar o corpo como prioridade novamente. Desta vez não seria tão fácil, momentos de vida diferentes, responsabilidades diferentes, ritmo de vida diferente. Novamente o ciclo começou caminhando. Caminhar tem um efeito fantástico na vida: você se coloca em movimento, sai da inércia.
Quando você se coloca em movimento, é como se você ganhasse pelo menos uma grande queda de braço. A gente conhece muitas vezes o que precisa fazer, mas não faz. A gente procrastina. Eu tenho uma capacidade enorme de realizar o que precisa ser feito agora, mas também de deixar para depois de amanhã tudo aquilo que você não precisa fazer obrigatoriamente amanhã.
Romper a barreira da inércia tem um poder incrível. É uma metáfora para a vida. Comece com algo que você pode fazer hoje. Com algo que não depende de um exame, uma roupa, um dia perfeito, alguém, um lugar, uma força sobre humana. Comece caminhando. Se você conseguir caminhar por 30 minutos, você deu o primeiro passo importante, você rompeu a barreira da inércia.
Acho que toda pessoa que se propõe a fazer grandes mudanças na vida, deveria começar caminhando. Caminhar não emagrece quase nada, caminhar não define os seus músculos, caminhar não aumenta sua capacidade pulmonar, caminhar lhe coloca em movimento. E ao se mover, lentamente, sem gastar uma quantidade absurda de energia, você ganha um novo espaço privilegiado na sua vida. Como dizia Merli, o espaço dos peripatéticos, daqueles quer se colocam num momento de reflexão privilegiada. Ao caminhar você observa o mundo se movendo ao seu redor lentamente. Vê as pessoas, os lugares, a paisagem se mexerem lentamente. Seu corpo não está 100% tomado pelo esforço de caminhar, há espaço para pensar, para prestar atenção em tudo. Você poderá descobrir coisas novas sobre lugares em que passou muitas vezes antes. Você poderá descobrir novos lugares, novos personagens por onde passa. E você irá dialogar consigo mesmo. Sobre a mudança que já começou na sua vida.
Dieta
Caminhar é como um prólogo, um prefácio de algo que está para realmente começar. Não emagrece, apenas lhe coloca predisposto a começar a longa maratona que vem pela frente. E a coisa começa a funcionar de verdade quando você decide cuidar da sua saúde fazendo um bom checkup e indo num bom nutricionista. Eu comecei pela nutricionista, depois cardiologista e por fim um endocrinologista.
Comecei pela nutricionista. A palavra dieta tem significados ambíguos para cada um. Emagrecer muito rápido não é algo saudável. A não ser que você tenha feito uma cirurgia bariátrica ou tenha uma condição de saúde muito específica, você não deveria emagrecer muito rápido. Um bom nutricionista saberá lhe recomendar algo que sirva para o seu paladar e a sua rotina. Uma alimentação saudável e equilibrada responde por 80% do esforço para perder peso. E você precisa fazer isso por um longo período, não por um mês. Então você precisa de algo que seja viável. Dietas radicais engordam, e muito.
Minha nutricionista é fora de série. Tenho consulta 2x por mês e pesagem toda semana. Me pediu uma bateria enorme de exames antes de receitar qualquer coisa. Conversa muito comigo. Cada consulta leva entre 30 e 90 minutos. Até foi no mercado comigo me ajudar a comprar algumas coisas. Não, o convênio não cobre. Não, não é barato. Mas se você quer emagrecer e não engordar novamente, você precisa mudar os seus hábitos. Caso contrário, fará uma dieta e depois retomará aos velhos hábitos, e vai engordar numa velocidade impressionante.
Não vou aqui discutir o tipo de dieta que eu estou fazendo, pode ser que não seja adequada para você. Existem mil fórmulas diferentes e mil interpretações. O que eu faço é discutir com a minha nutricionista, reavaliar o que não dá certo. E aos poucos a minha nutricionista vai me passando novos exercícios, introduzindo novos hábitos que espero que perdurem na minha vida, mesmo depois de atingir a minha meta. Se você não tiver consciência disso e não estiver disposto a fazer mudanças de longo prazo, então irá fazer como eu que perdi muito peso e engordei ainda mais depois. Quer apostar?
Exercícios
Exercícios são importantes, não tanto como mudar seus hábitos alimentares, mas ajudam muito. Ajudam a aumentar o consumo calórico claro, mas ajudam antes de mais nada a você não surtar. Diminuir o consumo de açúcar, carboidrato e gordura na sua vida não é algo simples. A comida está ligada não apenas ao instinto de sobrevivência, está ligada ao prazer. Tirar o prazer da sua vida tem um impacto brutal no seu estilo de vida. O exercício físico continuo e frequente vai lhe trazer um pouco desse prazer de volta, vai ajudar a equilibrar a sua vida e será uma forma importante e lhe proteger um pouco da compulsão alimentar. Eu caminho atualmente 5 ou 6 vezes por semana, entre uma e duas horas por dia. No dia em que eu não caminho, minha alimentação piora nitidamente. O corpo precisa de descanso. Acho que as pessoas que fazem exercício 7 dias por semana e não conseguem parar tem problemas, sério. Mas fazer exercício 2 vezes por semana também não resolve. Não adianta fazer um exercício muito leve, você deve impor um certo ritmo. Antes de apertar o passo, você tem que ter um OK do seu cardiologista, faça todos os exames. Antes de ter um OK, pegue leve. Você pode ter que ir num ortopedista ou num endocrinologista também.
Depois de um tempo caminhando quase todo o dia, comecei a ir na academia. Por N motivos, você precisa fazer algum tipo de exercício de força, além do exercício cardiovascular. Se você já faz exercício cardiovascular, ótimo, mas tem que fazer exercício de força sim. Senão você corre o risco de emagrecer e perder musculatura junto, o que pode ser bem perigoso. Então é isso, tem que fazer. Tem que fazer os 2: exercício cardiovascular (como caminhar, correr, pedalar, nadar) e exercício de força.
Eu sei que tem gente que adora academia. Admiro muito essas pessoas, mas eu não sou uma delas e sei que muita gente odeia academia. Os motivos são muitos: é quente, a música é horrível (pra mim), as pessoas são lindas e saradas enquanto você parece o tio sukita que saiu errado, os exercícios são chatos, etc, etc, etc. Existem academias diferentes sim. Já fui em academia diferente que toca rok’n roll, com gente mais velha e menos selfies por minuto, sem muitos espelhos e você não se sente uma vitrine virada para a rua, como se quisesse se exibir para o universo do Instagram ao vivo. Mas dessa vez a minha nutricionista me recomendou um tipo completamente diferente de academia e me recomendou ir apenas 2 vezes por semana nos primeiros meses, e é o que eu estou fazendo. A diferença lá é que não são exercícios feitos em máquinas, você fica descalço o tempo todo, trabalha o equilíbrio, o alongamento, a postura, etc. E tem um acompanhamento bem de perto. Sim, é mais caro. Mas é bem seguro, equilibrado e eficiente. E lá estou eu.
Remédios
Eu gostaria de fazer um alerta sobre o endocrinologista. Eu sou filho de médico e convivi com histórias de médicos a minha vida toda, então a gente acaba descobrindo uns macetes. Minha nutricionista me recomendou tomar um remédio simples e barato, dizendo que iria me ajudar muito com a minha condição de resistência insulínica. O meu endocrinologista disse que a indicação da minha nutricionista era totalmente irrelevante me me recomendou um outro remédio injetável que seria muito mais eficaz. Claro que eu não tomei o remédio injetável. Eu passei a vida vendo meu pai tomando injeções diariamente (ele era diabético juvenil) e nem passou pela minha cabeça tomar aquilo. Quando comentei com a minha nutricionista, ela sacou o remédio da gaveta e me mostrou que ele era uma versão 4x mais cara de um remédio idêntico com uma leve mudança na embalagem. Também li sobre o princípio ativo do remédio e consultei mais 2 médicos amigos sobre a indicação do meu endocrinologista. Resultado: não vou ajudar o cara a ir para um congresso no Havai me receitando remédios caríssimos que podem agravar o meu quadro de resistência insulínica ao invés de melhorar. O remédio indicado até me ajudaria a emagrecer, mas o custo para a minha saúde e para o meu bolso seria altíssimo.
Já o remédio que a minha nutricionista recomendou, é super comum, barato e sem contra indicações. Estou tomando ele, não para emagrecer, e sim para cuidar de um problema de saúde, a resistência insulínica. Mas eu acho que tomar remédios para emagrecer é algo complicado. Já tomei sibutramina antes e não achei algo bacana. Eu sei, toda ajuda é bem vinda… mas pense bem antes de ir atrás de soluções milagrosas, pesquise bem e fique atento aos efeitos colaterais. E claro, não tome medicação sem recomendação médica.
Terapia
Eu sei que muita gente ainda tem preconceito contra terapia (ou análise, como preferir). Mas é fundamental. Aqui entra a ação de longo prazo. Eu digo que a minha nutricionista é a minha segunda terapeuta, mas eu tenho a primeira. E a primeira é importante. Comer é algo importante na sua vida. Lhe dá prazer, aplaca o stress, cura as dores da alma. Chocolate, cerveja, quindim, sorvete, churrasco, comida de boteco, tudo isso é vida. Eu costumo dizer que o amor engorda. A maioria das coisas que os casais gostam de fazer (além de sexo) engorda.
As coisas que você faz na vida, o seu trabalho, o seu sono, os amigos, os amores, tudo tem haver com a comida. E se você quer perder muito peso como eu, então algo no caminho não deu muito certo. Você precisa parar e reavaliar a sua vida. Mudar o que te faz buscar na comida um abrigo seguro. Você não vai tirar o prazer da comida, mas vai ter que perder a compulsão pela comida. E a compulsão é sim um troço ruim que vem de uma dor, uma ansiedade, uma angústia, um stress da sua vida
E aí entra a terapia. Quais são os seus gatilhos? O que você pode fazer para não repetir os mesmos erros? Quais hábitos você precisa mudar? Ao que precisa estar atento? Não estou aqui falando de um processo de “treinamento”, de coaching. Estou falando num processo de revelação, de cutucar as suas fraquezas e as suas dores. Sim, a comida tem tudo haver com tudo isso. A frase “Mens sana in corpore sano” poderia tranquilamente ser escrita ao contrário. Corpo são em mente sã. Eu acredito muito na capacidade da terapia em promover mudanças positivas na sua vida. É um movimento lento, às vezes doloroso, mas o autoconhecimento não tem preço. Mas como tudo na vida, terapia não é milagre e nem funciona assim logo de primeira. Pra mim, funciona se, e somente se:
- Você tem empatia e uma conexão com o terapeuta ou a tal da transferência. Você precisa se sentir confortável para falar de assuntos delicados com ele. Então se não houver esse movimento, não vai funcionar. É como ir ao médico e esconder informações fundamentais para o diagnóstico. Se não rolou com seu terapeuta depois de um tempo (eu diria no mínimo um mês), tente outro.
- O terapeuta não deve lhe dizer o que fazer, ele deve lhe conduzir para que você mesmo forneça as suas respostas. Se o terapeuta começar a colocar os seus valores pessoais na terapia. Levante e procure outro
- Terapeuta não está lá pra alisar a sua cabeça, não é travesseiro nem um lugar confortável. Não é alguém para lhe ouvir e dizer que tudo vai ficar bem. Terapia serve para se conhecer. Conhecer o outro é moleza, conhecer a si mesmo nem sempre é divertido. Às vezes é bem doloroso. Ter que admitir seus erros e reconhecer seus fracassos e limitações não é algo fácil. Se o seu terapeuta lhe dá colo por muito tempo, algo não está bem, próximo.
Um longo caminho
Por fim, tenho clareza de que o problema maior não é emagrecer. Emagrecer dá um puta trabalho. É um esforço enorme de dinheiro, tempo e sobretudo energia. Desistir no caminho é muito fácil mesmo. Porém, mais difícil do que emagrecer é levar uma vida saudável depois de perder peso. É não voltar a engordar. Emagrecer não é perder peso, emagrecer é melhorar a sua qualidade de vida em vários aspectos. É saber fazer escolhas saudáveis todos os dias, é saber que você pode comer o que gosta, só não pode fazer isso o tempo todo ou em grandes quantidades. É saber não mascarar os seus problemas com coisas que lhe dão prazer. É saber que você precisa praticar exercícios com alguma regularidade para o resto da sua vida. É saber se cuidar e observar como o seu corpo se comporta sempre. É se permitir sem se destruir. Isso é o trabalho de uma vida… quem sabe uma vida onde no final do caminho, seja uma vida de erros, acertos, mas sobre tudo uma vida de constante aprendizado.
DBaaS não precisa de DBA?
24 de Setembro de 2019, 18:56 - sem comentários aindaSemana passada postei sobre um trabalho da Timbira para uma startup aqui de São José dos Campos numa base RDS da AWS, ou seja, um Database as a Service (DBaaS). A imagem abaixo era para ser auto explicativa.
Consumo de CPU antes de depois da atuação do DBAAcontece que a postagem gerou uma certa polêmica no Facebook, então gostaria de esclarecer alguns pontos.
O cliente
- Em horário comercial o consumo de CPU batia 100% com muita frequência e os clientes estavam reclamando constantemente de lentidão no sistema;
- O Cliente em questão é uma startup. A base já está em produção mas é pequena ainda;
- A equipe de desenvolvimento é composta em sua maioria por desenvolvedores com pouca experiência. Eles tem feito um bom trabalho, mas não possuem experiência com SQL;
- Se você conhece o universo de startups, deve saber que projetos que começam pequenos devem ter custos baixos para serem viáveis. Então nesse caso não seria possível iniciar o projeto um custo fixo alto. Começar com o time dos sonhos significa não ter time nenhum;
- O cliente hoje gasta cerca de USD 300/mês com a instância RDS de produção. Não é pouca coisa, mas ao mesmo tempo não um custo tão alto que justifique facilmente trocar o RDS por uma VM com um DBA para cuidar do banco de dados.
O que foi feito?
O cliente não tinha orçamento para fazer um Health Check completo, mas fizemos uma avaliação de algumas coisas importantes:
- Avaliação da carga no servidor olhando o monitoramento do RDS;
- Parametrização do banco de dados, instalação do pg_stat_statements;
- Migração para o PostgreSQL 11;
- Avaliação das conexões, idle_in_transaction, etc;
- Avaliação do autovacuum e estatísticas dos objetos;
- Avaliação das piores consultas no pg_stat_statements;
- Geração de planos de execução para as piores consultas;
- Criação de índices para as piores consultas.
Após esse trabalho, o uso de CPU caiu de 100% para menos de 40%. Sim, a criação dos índices foi a parte que gerou a maior impacto para o cliente e fez a carga diminuir drasticamente. No entanto, até chegar lá, é preciso ver o servidor como um todo.
Preciso mesmo de um DBA?
Depende.
Sempre depende.
- Se você tem um serviço gerenciado como um RDS, você não precisa de um DBA para fazer o backup, para instalar ou replicar o banco de dados;
- Se você tem uma equipe de alto nível com muita experiência, essa equipe poderá analisar as consultas da aplicação e criar índices sem a ajuda de um DBA;
- Se a sua base é pequena ou tem poucos usuários, você pode não ter problemas de performance ou pode escalar por hardware, mas uma hora a conta vai chegar. Um DBA pode lhe ajudar a lidar com momentos de pico, alta concorrência, gargalos, locks, erros, etc. Um desenvolvedor muito experiente ou um administrador, DevOps, ou sysadmin experiente (como queira chamar) pode fazer esse papel eventualmente.
- Existem um sem número de situações onde um bom DBA pode agregar numa equipe:
- Parametrização do banco
- Parametrização de objetos
- Modelagem
- Escolha de tipos de dados correta
- Escolha de arquitetura correta
- Monitoramento
- Automatização de deploy em bancos de dados
- Recuperação de desastres
Enfim, conheço startups com 2 ou 3 funcionários que contratam os serviços de DBA remoto da Timbira. E conheço equipes grandes sem nenhum DBA. Quando você deve incorporar os serviços de um DBA na sua equipe? Bom, cada equipe tem suas dores. Se você acha que está tudo bem com o banco de dados, dificilmente você irá investir nisso. Ou pode acontecer de você apenas achar que está tudo bem…
E você, acha que DBaaS não precisa de DBA???
Oracle muda licenciamento do SE2
6 de Abril de 2019, 15:23 - sem comentários aindaEm 2015 a Oracle mudou o licenciamento a partir da versão 12.1.0.2 do seu Oracle Database “Standard” ou SE para o SE2. A mudança mais importante afetou que usa o Real Application Cluster, o RAC. A partir de então só poderiam ser utilizados 2 soquetes de CPU e no máximo 16 threads em todo o cluster. Isso foi uma redução de 50% em relação à versão anterior e deixou muita gente numa situação difícil.
Agora em 2019 a Oracle muda o licenciamento do SE2 a partir da versão 19c onde o RAC não será mais suportado definitivamente. A Oracle lhe sugere 3 opções:
- Migrar de Standard (SE2) para Enterprise (EE);
- Deixar de usar o RAC;
- Migrar para o Oracle Cloud.
Vejam um print da própria documentação da Oracle:
Fica claro aqui que a Oracle quer empurrar todos os seus clientes menores para a sua nuvem. Parece um passo grande neste sentido. No entanto, parece que algumas pessoas pensam de outra forma…