Use TXT puro cara!
25 de Novembro de 2015, 21:03 - sem comentários aindaEste artigo foi escrito por telles
Aos meus 12 anos, quando eu dava meus primeiros passos na informática e gravava meus primeiros programas em fita cassete, eu achava que trabalhar com informática seria algo glorioso. Nós eliminariamos o trabalho repetitivo das pessoas automatizando tarefas chatas e tediosas. Afinal, não é para isso que serve o computador: realizar rapidamente tarefas repetitivas!
Pois é, mas a gente enfim resolve trabalhar na área e descobre algo terrível, as pessoas não ajudam. 70% do meu trabalho como DBA é ler, criar e executar scripts, sejam um comando SQL, shell script, um log, etc. Mas são comandos a serem executados numa sequência. E todo mundo que trabalha na área tem seu editor de texto favorito. O povo do software livre já se degladiou entre o VI e EMACS. Tem o povo do Windows que usa o Notepad++, os descolados que usam o Sublime, e tem as IDEs em Java e coisas cheias de botões. Mas para gerar scripts, um editor de texto simples (não precisa ser o ED também…) serve. No final, todos na área acabam aprendendo a usar o VI no UNIX e o Notepad++ no Windows.
O importante nisso tudo é que se utilize apenas texto puro. Nada de parágrafos, fontes diferentes, cores, etc. Texto puro. Só existem 2 coisas para se preocupar: codificação de caracteres e caractere de final de linha. Codificação hoje é mais fácil. Use UTF-8 e provavelmente você será feliz. O caracter de final de linha, varia conforme o SO. Os editores em geral podem converter o final de linha do Windows, UNIX e MAC. Nada muito preocupante. Apenas saiba para onde vai gerar seu script e grave tudo de acordo. Na dúvida evite acentos. É comum ignorar acentos mesmo em comentários.
O problema é que alguém perde dias de trabalho criando e testando scripts elaborados, com comentários, indentação, encadeamento lógico perfeito, validação de erros, etc. Mas depois de entregar tudo, o que acontece? Alguém inventa que isso tudo deverá ser copiado para um documento formal a ser entregue para o cliente. E este documento tem de ir com o logo da empresa, formatação impecável, e no final tudo vira um PDF.
O resultado é que o processador de texto (seja ele o MS Office ou o LibreOffice) vai lá e bagunça todo o seu trabalho. A indentação fica toda bagunçada, as tabulações se confundem. Caracteres como hífen viram um outro tipo de hífen, parágrafos, fontes, quebras de linha, de página e até de coluna, entram em cena.
E o pobre técnico recebe o PDF todo bagunçado e sai recortando e colando o código todo quebrado. Claro que não funciona. É ruim para quem escreve, ruim para quem lê e ruim para quem executa. Só o chefe fica feliz. Alguns dizem que é uma questão estética, outras exigências que tem haver com normas como a tal da GMUD (Gestão de Mudanças). Há quem acredita que em PDF o documento fica protegido contra alterações (como se não fosse possível editar um PDF).
Enfim, a burocracia em geral vence e o trabalho leva muito mais e você insere mais uma camada com enormes chances de introduzir erros no processo. Não vou nem começar aqui a falar em versionamento de scripts. Simplesmente use TXT puro, e seja feliz.
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Gerando o DDL de todas as views de um esquema no PostgreSQL
9 de Novembro de 2015, 14:23 - sem comentários aindaEste artigo foi escrito por telles
Atendendo a pedidos, segue um formato fácil para gerar um DDL de todas as views de um esquema específico no PostgreSQL. Na verdade está tudo pronto em pg_views, mas desta forma fica tudo num único arquivo bem formatado:
\a \t \o views_schema_xyz.sql -- Gera DDL SELECT '-- DDL da view ' || schemaname || '.' || viewname || chr(10) || 'CREATE VIEW ' || schemaname || '.' || viewname || ' AS ' || chr(10) || definition || chr(10) || 'ALTER VIEW ' || schemaname || '.' || viewname || ' OWNER TO ' || viewowner || ';' || chr(10) FROM pg_views WHERE schemaname = 'nome_do_esquema' ORDER BY schemaname, viewname; -- Gera GRANTs SELECT '--GRANTs'; SELECT 'GRANT ' || string_agg(privilege_type,', ') || ' ON ' || table_schema || '.' || table_name || ' TO ' || grantee || ';' FROM information_schema.role_table_grants JOIN pg_views ON table_schema = schemaname AND table_name = viewname where table_schema = 'nome_do_esquema' GROUP BY table_name, grantee; \o \a \t \q cat views_schema_xyz.sql
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Hangout ao vivo sobre o Perfil do DBA no Brasil
7 de Novembro de 2015, 12:17 - sem comentários aindaEste artigo foi escrito por telles
Senhores, em agosto realizei aqui uma pesquisa sobre o “Perfil do DBA no Brasil“. Quem não respondeu à pesquisa, tem até o dia 10/11/2015 para responder. Pois nesse dia vou apresentar os dados em grande estilo, com 3 convidados para lá de especiais:
- Christiano Anderson, membro conhecido da comunidade de software livre especialista em NoSQL, MongoDB e Big Data;
- Fábio Cotrim, DBA MS SQL Server e um dos fundadores do grupo DBA-Brasil, que inspirou esta pesquisa;
- Fábio Telles Rodriguez: Eu, DBA e entusiasta PostgreSQL;
- José Laurindo Chiappa: DBA Oracle e membro lendário na lista Oracle-BR.
Resumindo:
Vejo vocês lá!
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Não alimente os Trolls
30 de Outubro de 2015, 22:27 - sem comentários aindaEste artigo foi escrito por telles
Na minha adolescência eu fiquei sabendo que um dos maiores especialistas em Karl Marx no Brasil é um cara chamado Delfim Neto. Essa informação ficou gravada e quando fui estudar ciências sociais descobri que isso faz todo o sentido. Passei a ler um bocado de Marx também. Mas não só ele. Li a maioria dos clássicos da sociologia, antropologia e ciência política com posições bastante distintas. E aprendi muito. Você descobre com o tempo que não basta estudar os autores que pensam como você. É preciso entender as pessoas que pensam diferente também. A sociedade é feita de pessoas com ideias muito diferentes das suas, você precisa entende-las também se tem a intenção de entender um pouco sobre como o mundo funciona.
Gostei muito da “Metáfora da Caixa de Bombons” do Sr. Clarion de Laffalot, mas vou contar uma história real que aconteceu quando eu ainda estava no que hoje se chama de ensino médio. Eu estava conversando com uma amiga que é fiel devota da religião A. E por mais que eu respeite a religião A (assim com a B, C, D,…. Z!) eu tenho lá minhas críticas também. E no meio da conversa fui cutucando minha amiga quanto a sua crença nos dogmas da religião A sem muito sucesso. Ela acreditava piamente em todas as proposições até que eu peguei ela na curva! Eu era muito amigo do namorado dela, e me vali de informação privilegiada. Perguntei se ela realmente acreditava em sexo apenas após o casamento. E ela acabou confessando que não concordava apenas com esse ponto, mas todos os outros permaneciam firmemente válidos. Questionei se havia alguma possibilidade e algum outro dogma estar equivocado. Ela foi resoluta e disse que não. Isso para mim é de uma contradição imperdoável. Se um item pode estar errado, não seria plausível que algum outro também pudesse ser questionado? Você não precisa comprar o pacote todo.
Por outro lado, vejo muitas pessoas tratarem religião como uma vitamina. Você pega um pouco daqui e dali e mistura tudo e monta seu próprio sistema crenças. E qual o problema disso? Nenhum. Claro que me preocupo com as pessoas que não se aprofundam e apenas saem repetindo meia dúzia de frases feitas sem saber sobre o que estão falando. Mas isso independe de religião, credo, ideologia. A educação em si não é um valor na nossa sociedade. Ninguém acha que precisa estudar para saber. A nossa curta visão do mundo que nos certa parece ser tudo o que precisamos saber sobre o universo. Os minhões de anos em que a humanidade passou acumulando conhecimento não parece valer muito. O que dizer então dos milhares de anos em que o conhecimento deu um salto gigantesco após o advento da escrita. O marco que separa a história da pré-história parece não valer para muitos. E os livros parecem não ter muita importância. Não é á toa a sensação de que voltamos para a pré-história. Não se trata mais de comparar argumentos de esquerda ou direita. Trata-se de torcer por um time de futebol. A cor da sua camiseta, a cor da sua pele, o gênero de quem você abraça, podem logo determinar se você vai viver ou morrer ao se deparar com as nossas tribos pré-históricas que vem se multiplicando por aí. E isso não é um exagero.
Nada parece abalar a fé das pessoas que se prendem firmemente em seus dogmas. E como diz o Prof. Leandro Karnal, combater uma religião só a torna mais poderosa. A única forma de enfraquece-la é fazê-la irrelevante, cair no esquecimento. Ou como dizemos no mundo do Software Livre: “NÃO ALIMENTE OS TROLLS“. Repito esta frase incansavelmente estes dias. Não que eu não me irrite profundamente com as aberrações vociferadas por turbas que não são nem de direita nem de esquerda, nem da religião A ou B, são de pessoas ignorantes mesmo. Que não tem coragem de checar uma fonte antes de sair divulgando informações falsas e absurdas. Que ridicularizam filósofos brilhantes com influência secular sem sequer saber sobre o que se está falando. Aprendam com o Sr. Delfim Neto… conheçam a obra de quem você vai criticar. Se não tem uma opinião bem embasada sobre o assunto, procure ler mais e falar menos.
São tempos sombrios para a razão e o debate de ideias. Para Marx, ideologia seria um conjunto de ideias que procura explicar uma realidade. Toda ideologia seria falha, pois não é possível observar a realidade em sua totalidade, é sempre um ponto de vista. Mas para chamar algo de ideologia, é preciso haver coerência e razão. Uma ideologia tem de parar de pé, ou não sobrevive ao tempo. Apesar do Sr. Ferris Bueller dizer que os “ismos” são maus, eles são uma forma consistente de ler o mundo em que vivemos. Mas as ideologias são importantes. Mesmo que você não concorde 100% com nenhuma, elas ao menos nos proporcionam uma leitura do mundo em bases claras e factíveis.
Ao contrário, a religião não pressupões o uso da razão e coerência. Pressupõe a fé. Mesmo assim, ainda é preciso estudar um bocado para fazer uma interpretação coerente do sistema de crenças e valores que uma religião propõe. Muitos teólogos estudam realmente duro. Sem isso, as ideias se perdem e em nome da fé se pode afirmar qualquer coisas que se deseje.
O que vemos hoje é um vazio imenso apoiado sobre meios de comunicação difusos e confusos. Uma histeria coletiva que parece mesmo sedenta de sangue, como torcidas organizadas que acabaram de perder o campeonato. Agora, se você ficar indignado com as baboseiras que houve, só vai inflamar ainda mais a torcida que só está doida para encontrar confusão no caminho.
Não basta ser intelectual e ler Nietzsche agora. É preciso ser racional e solidário, paciente inclusive. Muito paciente. É muito fácil ser engolido num momento como esses, se expor de forma extremada, entrar para a torcida A ou B, sem perceber que está jogando fora toda a humanidade que lhe resta. Resista, sorria, dê bom dia para o vizinho. Não discuta se isso não for lhe levar a nada. Agora os gestos valem muito mais do que as palavras…. Haverá tempo para todos nós refletirmos em breve, como fez a Escola de Frankfurt após a II Guerra Mundial. Então recolheremos os cacos após esse maremoto de estupides e construiremos novas idéias, novos horizontes e quem sabe fé numa ideologia em que valha à pena lutar por.
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PGBR2015, chegou a hora!
1 de Outubro de 2015, 18:19 - sem comentários aindaEste artigo foi escrito por telles
Senhores, chegou a hora de participar do maior evento de PostgreSQL da América Latina, o PGBR2015. As inscrições já estão abertas e palestrantes de todo o planeta já foram selecionados.
Claro, estarei lá também com uma nova palestra que se chama “PostgreSQL Rock Star”. Outros palestrantes da Timbira estarão marcando presença: Dickson Guedes, Euler Taveira, Fabrizio de Royes Mello, Fernando Ike. Vejo vocês lá!
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