Nas questões de Estado, é elementar que a política de defesa deve ser compatível com a política diplomática.
É impossível determinar com precisão o momento em que Nelson Jobim decidiu deixar o governo. Mas ele deixou clara essa intenção em dois episódios nos últimos quarenta dias. A primeira, no aniversário dos 80 anos de seu amigo FHC, quando usou frase de Nelson Rodrigues para dizer o que pensa do governo petista: “Os idiotas perderam a modéstia”. A segunda, há quinze dias, quando confessou, sem necessidade, ter votado em José Serra nas últimas eleições.
As razões que o levaram a querer deixar o governo dizem respeito à sua ansiedade de homem inquieto, ambicioso e arrogante. Ele deve ter concluído que permanecer sob o comando de Dilma Rousseff não renderia mais nenhum dividendo para sua carreira política e suas pretensões. Quis sair por cima. Sai pela porta lateral, sem desmoralização, mas sem nenhum triunfo.
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