A caminho do terreiro de Candomblé que frequento, localizado no Morro da Queimada em Florianópolis, sentei no Terminal Urbano a aguardar o próximo ônibus (os ônibus dos morros são escassos, principalmente nos fins de semana, como se não morasse ninguém lá em cima). Por ali pais com filhos, idosos, trabalhadores, gente simples voltando pra casa. Chega ao meu lado uma senhora magrinha, mulata, com olhos redondos e reluzentes, meio castanho meio verde, aquela coisa bem Brasil. Usava óculos fundo de garrafa, calça comprida, uma blusa e apenas uma jaqueta fina pra agasalhar, tudo preto. Sentia muito frio, o vento estava impiedoso nos corredores do TICEN.