Fatos jurídicos que trafegam nas vias da informação: um blog sobre Direito e Tecnologia da Informação
Advogadas, não andem na moda: definindo o conceito de roupa adequada para frequentar órgãos públicos
5 de Maio de 2010, 0:00 - sem comentários aindaNum dia desses eu estava chegando no prédio do Tribunal de Justiça quando vi uma advogada sendo barrada na entrada por um segurança. Ele falava para ela sobre a proibição de ingressar naquele "respeitabilíssimo" recinto trajando uma saia curta. Ocorre que a advogada vestia um short do tipo balonê, de cintura alta (conforme esclareceu-me minha irmãzinha).A situação logo atraiu olhares de todos advogados, servidores e magistrados que passassem pelo local. A advogada, enquanto puxava a barra do short para baixo, numa mistura de arrependimento e autocrítica (- Será que estou muito vulgar?), tentava explicar ao segurança que aquilo não se tratava de uma saia.
Após preciosos minutos de humilhação, auto-exposição e explicações, o segurança finalmente deixou a advogada passar, afinal, embora o short mostrasse exatamente a quantidade de pele que uma saia curta mostraria, sua ordem era proibir a entrada de "saias curtas" e não de "shorts balonês de cintura alta que parecessem com saias curtas".
O pior é que, na minha ignorante opinião, a advogada estava até bastante elegante. E, segundo o oráculo Google me explicou, estava também na moda. O problema é que os seguranças e porteiros de prédios públicos não recebem o devido treinamento sobre moda, e precisam seguir ordens emanadas de portarias que proíbem a entrada de pessoas com roupas "inadequadas". O correto seria que esse tipo de interpretação ficasse a cargo de Juízes Especializados em Direito da Moda, que deveriam ficar de plantão na entrada dos recintos públicos para dirimir qualquer controvérsia sobre o tamanho máximo admissível de uma saia ou de um decote. Tudo sob pena de se estar violando o direito de ir e vir de um cidadão, e por ato de pessoa não imbuída da devida competência para tanto.
É claro que estou sendo irônico! Mas não se pense que isso está tão longe de acontecer. Já houve caso dessa "triagem" ficar a cargo de um sargento do Exército.
A verdade é que determinações como essas, que proíbem a entrada de pessoas trajando shorts, saias, bonés, camisetas, ou o que seja, são verdadeiras aberrações jurídicas do século retrasado.
Algumas pessoas da nossa "moderna" sociedade ainda se acham no direito de determinar como os outros devem se vestir, a ponto de quererem proibir que essas pessoas compartilhem consigo os mesmos corredores.
E que não se recorram aos velhos e mofados argumentos:
- Ah, mas tem gente que exagera!
- Tem roupa certa para cada lugar!
- Hoje as pessoas estão se vestindo de forma cada vez mais vulgar, veja o caso da Geisy da UNIBAN!
A questão é a seguinte:
Quem vai dizer o que é "exagero", "roupa certa" ou "vestimenta vulgar"?
Será você cara-pálida?
Daí voltamos à minha fantástica ideia dos Juízes Especializados em Direito da Moda. Imaginem o absurdo!
Outro caso que presenciei foi a de um senhor de idade que compareceu à audiência num Juizado Especial de Defesa do Consumidor trajando uma bermuda. Após ser humilhado pelo segurança (que estava fazendo apenas seu trabalho), teve que ir no banheiro para vestir a calça de sua mulher (que trazia alguns "muitos" centímetros a mais na circunferência da cintura). O senhor entrou na audiência literalmente "com as calças nas mãos" para que não caíssem. Sua postura envergada e envergonhada ao adentrar àquela sala, associada ao fato de estar desacompanhado de advogado, foi a estampa cruel e trágica do que é o "Acesso à Justiça" às pessoas mais humildes.
O que algumas pessoas não compreendem é que roupa é problema de quem veste. A roupa é a escolha individual de como uma pessoa quer ser vista pelos outros. Se isso conspira contra ela, o problema é dela. E sobre o argumento de que locais como o Fórum judicial merecem respeito, achei sensacional o seguinte comentário da autora do blog Saiba Mais Direito:
WWW.SAIBAMAISDIREITO.BLOGSPOT.COM | 26/02/2009 | 06:58
O Fórum é um edifício, edifícios não exigem respeito. Além do mais, aquele que necessita exigir o respeito é porque não o tem, não foi conquistado. A prestação jurisdicional deve atender a todos, indiscriminadamente. Fazer valer a opinião de um grupo sobre outro não é democrático. Pois então que a referida juíza se vista como funkeira quando adentrar uma favela ou um baile, pois lá o grupo de poder é outro.
Fonte: Fórum vai proibir entrada de pessoas com roupas "inadequadas"
Infelizmente, parece que eu e a colega acima somos "voto vencido" quando a discussão é no meio jurídico. O próprio Conselho Nacional de Justiça já se manifestou no sentido de que cabe a cada tribunal decidir qual a roupa adequada. O problema é que a maioria dos juristas, habituados a passar o dia inteiro trajando roupas sociais e frequentando locais repletos de pessoas vestidas do mesmo jeito, acabam se esquecendo de que a diversidade faz parte da vida e que nem todo mundo aprecia a opulência do traje, que muitas vezes só serve para ocultar pessoas do pior caráter.
Eu até compreendo isso. Quando eu andava de paletó e gravata o dia inteiro eu também pensava um monte de bobagem.
Enquanto essas pessoas constituírem o "grupo de poder", é melhor que pessoas como a advogada citada no início deste artigo evitem andar na moda, pois pode ser que a moda não acompanhe a "moralidade" e o conceito de "roupa adequada" de algumas pessoas, juízes, porteiros, seguranças...
Quanto a estes últimos, não há aqui qualquer sugestão discriminatória, muito pelo contrário. Eles estão fazendo o seu trabalho e cumprindo as determinações que lhe são impostas. Cabem a eles, inclusive, a difícil tarefa de identificar o que seriam as tais vestimentas inadequadas descritas nas tais portarias. Os autores dessas determinações bem que poderiam estipular, por exemplo, os centímetros mínimos para uma saia curta, munindo esses profissionais de réguas para fazer a medição.
O importante é que, como são eles (juízes, porteiros, seguranças) que determinam quem pode adentrar às portas da Justiça, é a eles que as advogadas devem recorrer quando quiserem comprar uma roupa nova, ou arriscar um decote ou cumprimento um pouco diferente de saia, sob pena de terem que aguardar do lado de fora enquanto ligam para alguém, para que lhe traga uma outra roupa.
Tomem esse cuidado. Pelo menos até que se contratem os tais Juízes Especializados em Direito da Moda e estes possam, com base na sua capacidade e conhecimento de causa, determinar os critérios objetivos de uma vestimenta adequada ao grau de respeitabilidade do órgão público no qual se pretende entrar.
Sendo assim, imaginem qual seria a roupa adequada para entrar no Congresso Nacional nos dias de hoje.
Pirataria pode ter efeito positivo na economia segundo Governo dos EUA
30 de Abril de 2010, 0:00 - sem comentários aindaEncarregado de analisar os impactos da pirataria sobre a economia, o US Government Accountability Office constatou que a maioria das pesquisas realizadas por representantes da indústria de direitos autoriais (RIAA, BSA, MPAA) são uma grande farsa. Mais que isso, o GAO chega a afirmar que a pirataria pode ter um efeito positivo na economia.O US Government Accountability Office (GAO), segundo seu próprio site, é o braço investigativo do Congresso estadunidense, encarregado de examinar as questões relativas à recepção e ao pagamento de fundos públicos. O GAO apóia o Congresso no cumprimento das suas responsabilidades constitucionais e ajuda a melhorar o desempenho e a responsabilidade do governo federal para o benefício do povo americano.
Sabe aqueles estudos financiados pela RIAA, BSA, MPAA e outros representantes dos grandes estúdios e distribuidores de conteúdo? Eles aparentemente acabam de ser desmoralizados por uma instância que talvez tenham que levar a sério: um relatório do GAO, braço investigativo, avaliador e auditor pertencente ao legislativo federal dos EUA.
A matéria do OS News é um pouco longa, e meu resumo traduzido não lhe fará justiça, por isso recomendo que você a leia integralmente, e siga os links dela para mais informações.
Ainda assim, para resumir, o Congresso dos EUA decidiu, há cerca de um ano, mandar o GAO pesquisar sobre a inundação de relatórios das entidades representantes dos estúdios descrevendo os malefícios que a pirataria causa à economia, fartamente reproduzidos na imprensa e certamente influenciando as políticas públicas a respeito.
E a investigação mostrou que (a) estes estudos estão recheados de imprecisões, inverdades e opiniões não comprovadas, e (b) não há certeza de que a pirataria é ruim para a economia como um todo – é até possível que ela traga efeitos positivos gerais, e inclusive para os estúdios.
(...)
Fonte: BR-Linux.org
Fonte primária: OS News (em inglês)
O Teatro Mágico faz aparição em novela da Globo
28 de Abril de 2010, 0:00 - sem comentários aindaDeixei para ver pelo YouTube a participação do Teatro Mágico na novela das 8 da Globo. Como fã incondicional da banda, só posso desejar-lhes muito sucesso e a continuidade dos princípios que sempre nortearam a Trupe, como a defesa do artista e da divulgação de suas obras através da Internet, sem barreiras de direitos autorais.Assista ao vídeo:
Meus parabéns a Fernando Anitelli e a todos os integrantes do grupo. O talento de vocês jamais traria outro resultado senão o sucesso.
Conheça O Teatro Mágico
Câmara cria comunidade virtual para tratar de projetos sobre lan houses
27 de Abril de 2010, 0:00 - sem comentários aindaNo ensejo das iniciativas em torno de uma participação mais direta da sociedade nas decisões do Poder Público, a Câmara dos Deputados criou em seu portal e-Democracia um tópico relacionado a projetos sobre lan houses. Qualquer pessoa pode se cadastrar no portal e participar dos tópicos ali relacionados, que aparecem na forma de comunidades.Atualmente, são cinco as comunidades disponíveis no portal: Lan Houses, Política Espacial, Estatuto da Juventude, Mudança de Clima e Simpósio da Amazônia. Segundo Termo de Uso do portal, o e-Democracia é baseado em aplicações de software livre, sob a licença GNU/GPL ou compatíveis.
Segundo o portal de notícias da Câmara,
A comunidade das lan houses tem como objetivo principal reunir todos os grupos de interesses relacionados ao tema: donos de lan houses, ONGs, setor público de todas as esferas e a própria sociedade. O espaço virtual servirá para trocar experiências e compartilhar conhecimentos a fim de contribuir com sugestões e propostas para a elaboração da política pública de regulamentação das lan houses.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
O portal e-Democracia e outras iniciativas como o Marco Civil são um bom exemplo do uso da Internet como instrumento para o exercício da democracia direta. Esse uso da Rede surge como um acréscimo aos instrumentos que já conhecemos: voto direito, plebiscito, referendo e iniciativa popular, previstos no Art. 14 da Constituição da República.
Blog comemorando 1000 visitas no sitemeter
27 de Abril de 2010, 0:00 - sem comentários aindaApenas para constar, nosso marcador do sitemeter finalmente ultrapassou o milésimo visitante. Na verdade, como o contador só foi incluído no blog em março de 2010, marcando zero mesmo (não enganamos ninguém), é desde essa data que contabilizamos as 1000 visitas, sendo 100 no primeiro mês (março) e as outras 900 neste mês de abril.Se considerarmos a média de 1000 visitas ao mês, o viasdefato.com estando no ar desde junho de 2008, devemos considerar então que, desde sua inauguração, o blog já pode ter recebido, aproximadamente, umas 20.000 visitas.