Num primeiro post de janeiro, eu gosto de trazer, normalmente, uma poesia ou algo do gênero para iniciar o ano com arte e boas vibrações. Entretanto, dado ao momento singular que estamos vivenciando em nosso planeta, resolvi trazer aqui um desabafo enviado pelo meu amigo "Louti Bahia" para minha caixa de email, logo nos primeiro dias de 2010.
Louti me fez lembrar que, toda vez que uma catástrofe acontece, ela é atribuída à famosa “fúria da natureza”. Indo mais além, ele me questiona: será que o justo não seria atribuí-las à inconseqüência, ganância e imediatismo dos seres humanos? Afinal, não é de hoje que geólogos nos orientam para a não ocupação de encostas, sejam por casas pobres ou ricas. Inúmeros urbanistas e arquitetos avisam que a ocupação desenfreada do solo está diminuindo as áreas de infiltração e as enchentes vão piorar. Técnicos e mais técnicos alertam para os perigos do crescimento urbano desordenado. Ambientalistas alertam para o perigo do efeito estufa, pois o derretimento das geleiras e a elevação do nível do mar será fatal para cidades litorâneas como Salvador. Quem dá ouvidos? Quem liga? Quem segue as orientações?
Po outro lado, só vemos empreiteiras devastando áreas verdes imensas para construir condomínios de luxo. Fábricas produzindo carros de alto consumo. Obras públicas cobrindo leitos de rios que deveriam é ter sua área natural de vazão preservada. Lixo jogado pelas janelas, entupindo ralos e bueiros. Todos se comovem alguns dias com as imagens das catástrofes na TV, na Internet, mas logo depois, voltam aos seus objetivos imediatos, calculam seus lucros, ignoram todos os alertas e fazem tudo o que sabem que não deveriam fazer. Aí, quando as novas tragédias acontecem, a responsabilidade é de quem? Da “fúria da natureza”, é claro. ;-)
É, amigo Louti, que venha então 2010... dessa vez, "2010 vezes melhor" para ver se esse "tempo ruim" melhora.
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