Cerimônia de lançamento da Lei do ODF
21 de Novembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaSoftware livre avança na América do Sul
29 de Setembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaEm diferentes velocidades, os países latino-americanos vão incorporando o software livre, que lhes permite maior independência sem custos de licença. Contudo, o caminho apresenta desafios. Na Conferência Internacional de Software Livre (CISL 2011), realizada na semana passada em Buenos Aires, uma forte polêmica colocou frente a frente defensores do uso exclusivo de software livre no setor público e os que ainda apoiam o sistema privado.
A disputa foi em torno do programa Conectar Igualdade, implantado pelo governo da presidente argentina Cristina Fernández no ano passado, que já entregou 1,1 milhão de computadores portáteis a alunos de escolas secundárias públicas. A meta é chegar a três milhões, incluindo os 200 mil professores, aos quais foi oferecido curso de capacitação para lidar com a ferramenta na sala de aula. A entrega é em comodato até que o aluno finalize seus estudos. Esses computadores estão dotados com dois sistemas operacionais – o Linux, desenvolvido dentro do movimento de software livre, e o Windows, da Microsoft, seu rival no âmbito privado. O usuário deve optar.
Em conversa com a IPS, o norte-americano Richard Stallman, fundador do Movimento Software Livre, em 1984, e um dos programadores que participaram do desenvolvimento do sistema Linux, criticou duramente a decisão do governo de dar a opção. “O programa incorpora software livre, mas isso não muda muito porque depois, nas aulas, exige-se o uso do Windows, e então, na prática, o que fazem é aumentar o número de pessoas que depois ficarão dependentes da Microsoft”, afirmou.
Stallman, que foi técnico do Instituto de Tecnologia de Massachussets em seu país, em meados da década de 1980, liderou uma comunidade que trabalhou no desenvolvimento de um sistema aberto, o GNU, que foi a base para a criação do Linux. Em 1991, sobre os conhecimentos desenvolvidos para o GNU, que estavam disponíveis, o finlandês Linus colocou a peça que falava e assim surgiu o Linux, que Stallman considera que deveria se chamar GNU-Linux.
Para este especialista e ativista, não se trata de um problema de crédito, mas de filosofia. Linus prefere falar de “fonte aberta” e ele é um militante da liberdade absoluta em todo o processo de criação, desenvolvimento e uso dos programas. Stallman e seus seguidores dizem que uma pessoa deve ter a liberdade não só de usar o programa sem pagar licença, como também de conhecer os códigos com os quais foi feito, modificá-los para melhorar, e usar o programa transformado.
Nada disso pode ser feito com os sistemas da Microsoft, que mantém suas fórmulas em segredo e vende as licenças para que cada computador, de uso privado ou do Estado, pague pela utilização e manutenção. No caso da Conectar Igualdade, Stallman não acredita que seja apenas uma questão econômica que o Estado deve considerar, mas também a filosofia que se transmite a um estudante que é impedido de conhecer como é feito o sistema que vai usar.
Sua posição foi rebatida no encontro em Buenos Aires por representantes do programa governamental argentino, que defenderam a liberdade de deixar que cada professor ou aluno decida qual suporte prefere, e negaram represálias sobre os que apagarem o Windows de seus computadores.
O argentino Javier Castrillo era professor em uma escola estatal onde se usava Linux e agora é coordenador da Equipe de Acompanhamento e Avaliação do Programa Conectar Igualdade. Já visitou 470 centros de ensino desde 2010. “Os professores são capacitados nos dois sistemas, mas naturalmente há maior uso da plataforma privativa, como ocorre no mercado, é como uma inércia que os leva a continuar com o que já conhecem”, disse Castrillo à IPS
Castrillo, que também treina professores no contexto da CISL 2011, definiu-se como “militante do software livre” que usa apenas os programas de código aberto, mas defendeu que cada colega faça sua opção. “Às vezes, depende de qual roda melhor em uma escola, outras vezes preferem o Linux por não ter vírus, e há os que, como eu, acreditam que se deve usar o software livre, mas isso é algo que se decide no processo de aprendizagem”, afirmou.
Para Stallman, a incorporação do Windows foi uma oportunidade perdida para a difusão do software livre. Esses estudantes agora têm acesso gratuito, mas depois terão de pagar por um uso ao qual já estão acostumados, afirmou. Da conferência participaram também outros especialistas regionais e internacionais que destacaram as aplicações de diferentes programas desenvolvidos com a mesma filosofia libertária, utilizados em níveis público e privado.
Entre eles, o também norte-americano Chris Hofmann, da Fundação Mozilla, desenvolvedor do navegador Mozilla Firefox que compete com força com o Explorer da Microsoft e tem mais de 400 milhões de usuários no mundo. Hofmann disse à IPS que há alguns anos o Explorer dominava 99% dos computadores, e atualmente a proporção caiu para 49%, e continua diminuindo, enquanto os demais usuários se dividem entre Mozilla e outros navegadores livres.
Também esteve presente o brasileiro Marcelo Branco, defensor destas tecnologias que liderou a campanha nas redes sociais para a chegada de Dilma Rousseff ao governo, baseada em plataformas livres. “No Brasil, o governo avançou muito no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e agora a presidente enviou ao Congresso um projeto sobre uso de internet que é quase perfeito, mas os avanços são contraditórios”, disse à IPS. Em algumas pastas se avança mais e em outras é mais lento, explicou.
Algo parecido ocorre em toda a região. Stallman destacou que no Equador e na Venezuela houve uma decisão em nível presidencial para se passar exclusivamente a este tipo de software e disse que há interessados também nos demais países. A Argentina está incorporando o software livre em sua estrutura estatal, embora o chefe de gabinete, Aníbal Fernández, que participou da abertura da conferência, admita que nas províncias a incorporação esteja pendente.
Além da incorporação do Linux e de outras aplicações nos computadores do ensino secundário, o Estado argentino baseou em tecnologias livres o desenvolvimento de programas para a elaboração de documentos de identidades nacionais e passaportes.
Android é software livre? Richard Stallman analisou e… não confirma
29 de Setembro de 2011, 0:00 - sem comentários aindaO fundador da Free Software Foundation e autor original da sua definição de liberdade de software dedicou um artigo a explicar por que o Android não se qualifica para o conceito.
O sistema Android é frequentemente visto e descrito como a plataforma livre que deu certo nos dispositivos móveis, ou como o representante do movimento livre neste mercado em expansão.
Mas também é comum ver publicadas análises e contrapontos sobre a extensão desta comumente afirmada liberdade e abertura, levando a discussões acaloradas baseadas em interpretações diferentes sobre os conceitos envolvidos.
Um argumento baseado na autoridade geralmente é considerado fraco, mas ouvir o autor de um conceito aplicar sua definição a uma questão como esta certamente ajuda a esclarecer dúvidas sobre a interpretação.
Foi assim que compreendi a manifestação de Richard Stallman neste longo artigo do Guardian: um esclarecimento dado a quem se importa com o conceito de liberdade de software e tem interesse em saber como se aplica (ou não) à plataforma Android.
Conhecendo o licenciamento do Android
Não é incorreto dizer que o código do Android, ao menos em sua absoluta maioria, está sob licenças livres e de código aberto. A questão (que veremos a seguir) é se este código licenciado é oferecido ao público ou não.
A imagem abaixo, cuja versão original em tamanho grande você encontra na Wikipedia em inglês, mostra uma visão simplificada das camadas da plataforma Android, bem como os principais componentes de cada uma delas.
Note que uma versão especial do kernel Linux serve como a base (em vermelho) na qual se assenta a camada azul de bibliotecas (muitas delas presentes também em outros sistemas, como o WebKit, o SQLite e o FreeType) e o runtime, incluindo a máquina virtual Dalvik. Acima destes vem o framework de aplicações (com gerenciadores para janelas, telefonia, serviços de localização, notificação, pacotes, etc.) e as aplicações propriamente ditas: navegador, contatos, etc.
A camada do kernel, em vermelho, está sob licença GPL, livre, de código aberto e copyleft, que exige a integral disponibilização do código-fonte sempre que o executável for distribuído. A decisão de adotar esta licença foi tomada por Linus Torvalds em 1991, e tem o efeito prático de impedir que fabricantes criem sua própria versão particular do kernel e não disponibilizem imediatamente ao público em geral (inclusive a seus concorrentes), no momento em que lançarem seus produtos, o conjunto das melhorias que fizeram.
Todas as demais camadas estão sob uma variedade de licenças, em sua ampla maioria também livres e de código aberto, e na qual predomina a licença Apache. A escolha da licença Apache para os componentes desenvolvidos pelo próprio Google certamente considerou que esta licença, embora também livre, não tem a mesma restrição quanto a modificações internas de um fabricante que jamais sejam distribuídas ao público.
Uma resposta definitiva: o Android 3.x não é livre
Esta diferenciação em camadas torna-se importante para compreender a análise efetuada por Richard Stallman sobre o Android 3.0 e 3.1.
No que diz respeito à camada vermelha do diagrama acima (o kernel Linux), o Google não tem nenhuma opção legal a não ser oferecer ao público o código-fonte correspondente a cada versão do sistema que distribuir – a licença dada a ele por Linus Torvalds assim exige,
Quanto a todo o restante… o Google tem escolha, e no que diz respeito ao Android 3.0 e 3.1, presentes em produtos que já estão no mercado, como o tablet Xoom, da Motorola, a escolha do Google foi clara: nada de código-fonte disponível para o público. E esta posição é oficial: o Google confirmou em maio que não vai disponibilizar os fontes do Android em suas versões 3.0 e 3.1.
Assim, segundo a definição de software livre da Free Software Foundation, e pela análise de seu fundador Richard Stallman de que os executáveis estão em poder do público mas o código-fonte correspondente não está, a conclusão é que “o Android 3, exceto quanto ao Linux, é software não-livre, puro e simples”.
E as demais versões do Android?
Sabe-se que estão publicadas árvores de código-fonte mais completas das versões 2.x do Android, e que (até o momento) o código-fonte da próxima versão (denominada Ice Cream Sandwich) é tão restrito quanto o do Android 3.x, embora o Google tenha declarado que em algum momento irá oferecê-lo.
Mas o artigo de Stallman também afirma que a plataforma Android conforme vem embarcada em smartphones e tablets disponíveis ao público vem acompanhada de uma série de aplicativos e bibliotecas não-livres embutidos nela no mesmo ato e pelo mesmo desenvolvedor, e que mesmo os componentes das versões 2.x com fontes disponibilizados pelo Google podem ser modificados pelos fabricantes, e estes não revelam os fontes das suas próprias modificações – duas maneiras distintas que afetam a avaliação do software incluído em cada produto quanto a ser ou não livre.
Ele levanta, para depois afirmar ter a expectativa de que não seja este o caso, a possibilidade de que a disponibilização do código-fonte de algumas versões do Android ter ocorrido apenas como uma forma de angariar apoio a um produto destinado a ser proprietário.
Pessoalmente, não acho que seja o caso: as declarações do Google apontam muito mais na direção de que fontes “genéricos” de cada versão do Android vão continuar sendo distribuídos sempre que chegar o momento em que a exclusividade da posse deles deixar de ser uma vantagem competitiva importante para a empresa.
Também não acho que um número considerável de consumidores compra aparelhos do Android devido a pensarem que estão adquirindo uma plataforma em software livre. Mas certamente há (e eu vejo suas manifestações todos os dias) aqueles que investem e apóiam a plataforma com base nesta impressão, e creio que é a estes que o fundador da Free Software Foundation se dirige primariamente com a exposição de sua análise – afinal, quem apoia o software livre geralmente tem recursos finitos, e melhor fará se escolher conscientemente os softwares nos quais investirá seus esforços!
LibreOffice será tema de discussão em universidades
24 de Agosto de 2011, 0:00 - sem comentários aindaUtilizar o software livre é uma maneira econômica para o orçamento em tecnologia da informação. O governo Federal, bem como outras empresas, estão apostando em um processo de migração. Com esse pensamento, a Faculdade Integrada do Recife (FIR), a Poli/UPE e a Faculdade Facol (em Vitória), vão receber a palestra Resultados profissionais com o LibreOffice. O evento vai acontecer nos dias 30.08 às 19h, na FIR; 31.08 às 10h30, na Poli/UPE; e 31.08 as 19h30, na Facol. Para se inscrever, basta acessar o site http://www.fuctura.com.br/eventos-programados/.
As palestras serão gratuitas, mas as vagas são limitadas e serão ministradas pela sócia administradora da EDX Eliane Domingos. Além disso, Eliane também é (Treinamento e Consultoria em Informática), diretora administrativa e financeira da ALTA (Associação Libre de Tecnologias Abertas) e e membro da TDF (The Document Foundation). Presta serviços especializados de consultoria, treinamento e suporte em LibreOffice e Ubuntu.A diretora foi Organizadora do FLISOL RJ e Hackn Rio 2011. É também colaboradora da Comunidade LibreOffice Projeto Internacional e da Revista.
Data das palestras:
30/08, terça, FIR - Recife às 19h
31/08, quarta, Poli/UPE – Recife às 10h30
31/08, quarta, Faculdade Facol – Vitória às 19h30
Rio Info 2011 realiza encontro de negócios com Software Livre
23 de Agosto de 2011, 0:00 - sem comentários aindaO software livre no Brasil já atingiu um nível de maturidade caracterizado pelo surgimento de novos modelos de negócios. Na esfera governamental o Portal do Software Público brasileiro inaugurou uma nova etapa no desenvolvimento da política de software livre no país, porém muitas questões têm sido levantadas, inclusive quanto à legalidade do modelo. Todas serão discutidas no “Encontro de Negócios com Software Livre” que acontece dia 27 de setembro durante o Rio Info 2011 – nono encontro nacional de Tecnologia e Negócios.
Software livre, segundo a definição criada pela Free Software Foundation, é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado e redistribuído sem restrições. O conceito de livre se opõe ao conceito de software restritivo (proprietário), mas não ao software que é vendido almejando lucro (comercial). A maneira usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença que torna o código fonte do programa disponível.
No Brasil o software livre passou por diversos estágios de implantação até chegar aos dias atuais, onde desenvolve modelos próprios. Em 2007 foi criado o Portal do Software Público brasileiro para compartilhar softwares de interesse público e tratar o software como um bem comum. No entanto, até hoje muito se discute sobre as vantagens e desvantagens desse modelo e inclusive sua legalidade é questionada.
No painel “Portal de Software Público” serão abordadas as principais dúvidas com relação ao Portal do Software Público brasileiro, inclusive seu impacto na TI mundial e sua legalidade, o espaço da iniciativa privada no Portal e como a mesma pode gerar negócios. O painel será moderado por Arnaldo Bacha de Almeida, vice-presidente executivo da Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro) e terá como palestrantes: Corinto Meffe, coordenador do Portal do Software Público; Dayse Vianna, da equipe de implantação dos padrões de interoperabilidade no Proderj; Gérson Schmitt, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes); Mario Guilherme Sebben, fundador e diretor presidente do Grupo Datasys; e Paulo Ricardo da Silva, diretor da DBSeller (empresa que desenvolve a solução livre e-cidade – software público de gestão municipal).
A seguir será apresentado o painel “O software livre como alavancador de negócios na computação em nuvem” com moderação de Paulo Coelho, presidente do Proderj. Também participam André Andriolli (VMware), Kauê Linden (Hostnet) e representantes do Consórcio OW2, da Microsoft e do Serpro.
O conceito de computação em nuvem (cloud computing) refere-se à utilização de computadores e servidores interligados por meio da internet. De acordo com Paulo Coelho, a utilização da computação em nuvem é uma tendência mundial, pois permite uma alocação gradual de acordo com a demanda. “A diferença entre computação em nuvem pública e privada é que a nuvem pública pode estar em qualquer servidor do mundo enquanto a nuvem privada está restrita a um público específico”, explica. O painel irá abordar também a utilização do software livre na computação em nuvem e a segurança das informações disponibilizadas.
O “Encontro de Negócios com Software Livre” acontece dia 27 de setembro durante o Fórum de Negócios do Rio Info 2011 - nono encontro nacional de tecnologia e negócios.
Rio Info 2011 - 9º Encontro Nacional de Tecnologia e Negócios
27 a 29 de setembro - Hotel Windsor
Avenida Lúcio Costa, 2630 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro/RJ
Informações: www.rioinfo.com.br e (21) 3974-5031