A Revista Espírito Livre é uma iniciativa que reune colaboradores, técnicos, profissionais liberais, entusiastas, estudantes, empresário e funcionários públicos, e tem como objetivos estreitar os laços do software livre e outras iniciativas e vertentes sócio-culturais de cunho similar para com a sociedade de um modo geral, está com um novo projeto neste ano de 2009.
A Revista Espírito Livre visa ser uma publicação em formato digital, a ser distribuída em PDF, gratuita e com foco em tecnologia, mas sempre tendo como plano de fundo o software livre. A publicação já se encontra na terceira edição. A periodicidade da Revista Espírito Livre é mensal.
W3C Brasil promove curso de HTML5 e CSS3 no III Fórum da Internet
7 de Agosto de 2013, 0:00 - sem comentários aindaDurante o III Fórum da Internet no Brasil, o Escritório Brasileiro do W3C promoverá um curso sobre HTML5 e CSS3, entre os dias 3 e 5 de setembro. As inscrições já estão abertas, são gratuitas e serão encerradas em 09 de agosto. O formulário está disponível aqui.
O curso será ministrado por Reinaldo Ferraz e Yasodara Córdova, do W3C Brasil, e terá a duração de 12 horas, divididas em três dias. “Interessados da região Norte terão a oportunidade de conhecer os novos recursos na nova versão do HTML e do CSS”, relata Yasodara. “A realização do Fórum em Belém nos permitirá levar esse conhecimento a um local do País diferente dos eixos tradicionais de desenvolvimento Web. Isso está completamente alinhado aos objetivos do W3C de uma Web feita por todos e para todos”, diz Reinaldo.
Para ter acesso ao local do curso e assistir as plenárias de abertura e encerramento, os participantes do curso devem também se inscrever no III Fórum da Internet, que também tem inscrições gratuitas. O resultado com os selecionados para o curso será divulgado em 12 de agosto.
Com informações da Assessoria da W3C Brasil.
MIT divulga relatório sobre processo contra hacker
7 de Agosto de 2013, 0:00 - sem comentários aindaO Massachusetts Institute of Technology (MIT) divulgou na terça-feira (31/7) seu relatório ao presidente a respeito do envolvimento do instituto no processo contra Aaron Swartz. Em janeiro de 2011, ele foi preso depois de usar o acesso de uma visita à rede Ethernet do MIT para fazer o download de vários milhões de páginas de documentos do JSTOR, uma biblioteca digital de arquivos sem fins lucrativos. Os procuradores federais acusaram-no de vários crimes, mas principalmente da violação da Lei de Fraudes e Abusos de Computador (CFAA). No total, as acusações poderiam ter condenado Swartz a mais de 30 anos de prisão. Posteriormente, ele suicidou-se – e muita gente acredita que o fez devido ao peso de suas batalhas legais.
Algumas pessoas, como o presidente do MIT, L. Rafael Reif, comentaram que o relatório seria uma justificativa da “posição correta” da instituição naquela época. Taren Stinebrickner-Kauffman, ex-parceira de Swartz, classificou-o de uma “maquiagem da realidade”. Outros, como Andrew Leonard, do site Salon, consideraram o relatório uma prova de que o MIT traiu sua cultura hacker.
De que se trataria, afinal? Para Peter Ludlow, do The Chronicle of Higher Education, nada do já citado. Na realidade, o relatório é uma condenação profunda do fracasso mais amplo do MIT em desenvolver as necessárias ferramentas de interesse e pensamento crítico exigidas para um envolvimento em questões importantes vinculadas à tecnologia, ao direito e a uma política social.
Relatório tecnicamente neutro
Quando Swartz era alvo dos procuradores federais, o MIT assumiu uma posição de “neutralidade” em relação ao caso; não apoiaria a defesa nem a acusação. O problema com a simulação do MIT de ser um espectador neutro estava nas acusações relacionadas à CFAA. Entre outras coisas, essa lei considera crime o acesso não autorizado a uma rede de computadores. Mas o acesso feito por Swartz fora “não autorizado”? O relatório defende que, considerando a legislação vigente, a resposta parecer ser não.
Além disso, segundo o relatório, o MIT não “se perguntou” se sua política de acesso fora, na realidade, violada. A questão é importante porque “… essa política e essas regras foram escritas, interpretadas e aplicadas pelo MIT para atender à própria missão e objetivos do MIT – e não aos do governo”. Em outras palavras, o MIT estava numa posição que permitia emitir um juízo, o que não era o caso do governo. Não caberia ao governo interferir no caso.
O relatório também esclarece que, na melhor das hipóteses, o MIT foi neutro num sentido técnico: “Em consequência das diferenças nos poderes, na sincronização e nos objetivos das duas partes no caso, a neutralidade nas respostas não foi consistente com a neutralidade nos resultados.” O relatório destaca, por exemplo, que o MIT “poderia ter fornecido automaticamente à defesa uma cópia de todos os documentos solicitados pela acusação, ao invés de esperar por uma nova citação por parte da defesa. Da mesma forma, poderia ter oferecido uma entrevista pela defesa com todos os empregados entrevistados pela acusação”. E não o fez.
Os estudantes não compreenderam?
O relatório também destaca que o MIT repassou para a procuradoria de acusação várias comunicações eletrônicas interceptadas sem ter sido citado, o que a defesa argumentou “violar a Quarta Emenda e a Lei de Comunicações Armazenadas”. Poderia ser questionado se o MIT violou a lei ao interceptar e repassar os documentos, mas é totalmente orwelliano caracterizar tais ações como “neutras”.
No entanto, a crítica do relatório vai muito além dos problemas com os administradores. E a questão essencial começa com o seguinte, e espantoso, parágrafo:
“Ao avaliar se deveria ser mantida a posição de neutralidade do MIT, o departamento do Conselho Geral [Office of General Counsel – OGC] começou por questionar se Aaron Swartz estudava no MIT. Ao tomar conhecimento de que ele não era, a maioria das pessoas consultadas concordou que era apropriado manter a neutralidade. Do mesmo modo, a detenção e acusação de Aaron Swartz provocou poucas reações por parte da comunidade do MIT, inclusive estudantes.”
Em outras palavras, as ações da administração refletiram as opiniões da comunidade mais ampla. Mas aí chega-se a um problema mais profundo. Como é que os estudantes e os professores no MIT não compreenderam que este caso iria afetar suas vidas de uma maneira crucial? Todos eles poderiam ser detectados pela CFAA tanto em suas atividades profissionais quanto pessoais. (Por exemplo, poderia considerar-se uma violação da CFAA mentir sobre sua idade no site de encontros afetivos Match.com e o Departamento de Justiça argumentou, em seu caso contra Andrew Auernheimer, que é uma violação da CFAA reter páginas da internet que não são protegidas quando seu dono não pretende que elas sejam vistas.)
Perguntas para todas as instituições educacionais
Como é que aqueles estudantes não perceberam que o caso tinha a ver com eles? Posteriormente, numa entrevista, Hal Abelson, o principal autor do relatório, foi ainda mais claro a respeito desse ponto: “Uma das coisas que chamou minha atenção foi que não havia quase nada sobre os estudantes do MIT nesta questão. Não havia quase nada sobre os professores do MIT.”
Portanto, o relatório termina com várias perguntas que sugerem que a comunidade do MIT precisa conscientizar-se. Um grupo de perguntas que se destacam é: “O MIT tem a responsabilidade de preparar melhor os nossos estudantes para lutarem, com a ética das decisões que enfrentam, à medida que prosseguem em busca de novas tecnologias a serem usadas no mundo? Deveria o MIT proporcionar oportunidades aos estudantes para que compreendam melhor a maneira como tratar as consequências de suas decisões como parte de sua educação tecnológica?”
Supõe-se que as perguntas sejam retóricas e estejam sendo formuladas como uma maneira de dizer que o MIT não está preparando os estudantes de maneira adequada a tratarem destas questões. Em outras palavras, sugere-se que o MIT não está preenchendo algumas de suas responsabilidades educacionais fundamentais – falhas que, posteriormente, se irão refletir em decisões ruins por parte dos administradores do MIT.
É claro que as perguntas retóricas formuladas pelo relatório não são apenas dirigidas ao MIT; são perguntas para todas as instituições educacionais. Teriam os estudantes de nossa universidade se envolvido? Teriam compreendido que o caso afetava suas vidas de maneira significativa? Estarão eles preparados para enfrentar questões tão complexas no futuro? Caso não estejam, podemos esperar mais de nossas comunidades universitárias mais amplas?
Por Peter Ludlow é professor de Filosofia na Northwestern University.
Tradução de Jô Amado, edição de Larriza Thurler e informações de Peter Ludlow [“Swartz Report Is an Indictment of MIT Culture, Not a Vindication”, The Chronicle of Higher Education, 31/7/2013].
Com informações de Observatório da Imprensa.
A confusão entre um espião e um vazador de informações
7 de Agosto de 2013, 0:00 - sem comentários aindaO governo federal dos EUA está processando responsáveis por vazamentos em ritmo acelerado e com novas teorias – coletando informações, de e sobre jornalistas, chamando um de criminoso e ameaçando outro de ser preso. Em seu esforço inútil de persuadir a Rússia a devolver outro autor de vazamentos, Edward J. Snowden, a administração do presidente Barack Obama sentiu-se obrigada a dizer que ele não seria torturado ou executado.
Esses acontecimentos estão proporcionando uma rápida revisão da opinião convencional do papel da Primeira Emenda em casos de segurança nacional. A extensão das divulgações possibilitada pelas mídias digitais, o amplo aparelho de vigilância do governo e a ascensão de editoras não-ortodoxas, como o WikiLeaks, conturbaram a compreensão tradicional do papel dos meios de comunicação de massa na democracia americana.
É o que ocorre mesmo onde o governo sai perdendo. Veja-se o caso do soldado Bradley Manning, que na terça-feira (30/7) conseguiu a absolvição na acusação mais séria que enfrentava: a de que revelar segredos do governo ao público equivale a “ajudar o inimigo”.
A publicação dos Papéis do Pentágono
A juíza militar no caso do soldado Manning, Denise Lind, determinou no ano passado que não havia problema entre a Primeira Emenda e a teoria legal do governo. O fornecimento de informações confidenciais para distribuição em massa, segundo ela, é um tipo de traição se o governo puder provar que o réu sabia “que estava dando informações sigilosas ao inimigo” por “meios indiretos”.
Portanto, o veredicto apenas significa que os procuradores militares não conseguiram provar seu caso. Prevalece a teoria legal e ela perturba mesmo os tradicionais críticos da divulgação não autorizada de segredos governamentais. “Confunde a distinção entre responsáveis por vazamentos e espiões”, disse Gabriel Schoenfeld, autor de Necessary Secrets: National Security, the Media, and the Rule of Law. Ele disse que o governo pode ter perdido uma batalha, mas avançou numa guerra maior “ao levantar uma acusação e fazê-la parecer plausível”.
Algo semelhante aconteceu em 1971, quando o presidente Richard M. Nixon não conseguiu impedir a publicação dos Papéis do Pentágono, uma história secreta da guerra do Vietnã. A decisão da Corte Suprema permitindo que o New York Times e o Washington Post publicassem os documentos é frequentemente considerada um marco nos anais da liberdade de imprensa.
A acusação de “ajudar o inimigo”
Porém, assim como no veredicto de Manning, a decisão representou uma alteração na compreensão da Primeira Emenda. “A imprensa americana era mais livre antes de ganhar a batalha contra o governo”, escreveu Alexander Bickel – professor de Direito na universidade de Yale que representou o New York Times no caso – em seu já clássico livro The Morality of Consent. “Ao longo dos difíceis problemas de 1798, ao longo de uma guerra civil e duas guerras mundiais, e ainda outras guerras, nunca ocorrera um esforço pelo governo federal no sentido de censurar um jornal tentando impor uma restrição prévia”, escreveu o professor Bickel. “Esse feitiço foi quebrado e, de certa forma, a liberdade foi portanto diminuída.”
Pior ainda: do ponto de vista da mídia jornalística, a vitória no caso dos Papéis do Pentágono foi claramente limitada e ajudou a moldar a acusação contra Bradley Manning.
“Uma maioria da Corte Suprema não só deixou aberta a possibilidade de restrições prévias em outros casos, como da imposição de sanções criminais à imprensa após a publicação dos próprios Papéis do Pentágono”, escreveu Floyd Abrams, que também representou o NYTimes no caso, em seu novo livro Friend of the Court.
Segundo uma biografia escrita em 1975 por Whitney North Seymour Jr., que foi advogado representando os EUA no início da década de 1970, Richard G. Kleindienst, que ocupava o posto de vice no equivalente ao Ministério da Justiça [attorney general], sugeriu a convocação de um grande júri em Nova York para discutir esse objetivo. Seymour diz que recusou. Foi convocado, então, um grande júri em Boston, mas não emitiu uma acusação.
A acusação de “ajudar o inimigo” no caso de Manning baseou-se na lei militar e não é diretamente aplicável aos responsáveis por vazamentos de outras partes do governo, a repórteres e a editoras. Mas a teoria em que se baseou tem repercussão nas leis mais gerais de espionagem.
O WikiLeaks não goza dos direitos da Primeira Emenda
Até recentemente, seu principal defensor era Nixon, que refletiu sobre a questão numa reunião, no Salão Oval, um dia depois que o NYTimes publicou a primeira parte de suas reportagens sobre os Papéis do Pentágono. “Isto é passível de ser considerado traição”, disse a um assessor “porque é ajudar o inimigo e é a divulgação de documentos confidenciais.”
Num novo livro sobre o caso, Fighting for the Press, James C. Goodale, que foi assessor jurídico da empresa The New York Times Company naquela época, disse que o presidente Obama acompanhou o raciocínio de Nixon. “Aparentemente, Obama não vê distinção entre comunicar informações ao inimigo e comunicar informações à imprensa”, escreveu Goodale. “O primeiro é espionagem; o último não é.”
Mas John Yoo, professor de Direito da Universidade da Califórnia em Berkeley e ex-assessor jurídico do governo Bush, disse que essa distinção não foi considerada no caso de Manning porque ele não divulgou os documentos diretamente à imprensa oficial. “Os advogados de defesa de Manning irão dizer que Manning apenas vazou as informações ao equivalente a um jornal no século 21 e que ele não poderia saber que a al-Qaida o iria ler”, escreveu o professor Yoo na National Review Online. “Mas o WikiLeaks não é o New York Times ou o Wall Street Journal e não goza dos direitos da Primeira Emenda”, acrescentou. “Manning comunicava-se regularmente com o fundador do WikiLeaks e teria tomado conhecimento da missão anárquica e anti-americana do grupo.”
Outro caso envolvendo leis de espionagem
Em junho, David Gregory fez a Glenn Greenwald uma pergunta no mesmo sentido no programa Meet the Press, da NBC. Greenwald escrevera artigos sobre programas de vigilância governamental para o Guardian baseado em documentos que lhe passara Edward Snowden, ex-agente da Agência de Segurança Nacional. “Na medida em que o senhor ajudou e encobriu Snowden, mesmo em sua atual situação, por que o senhor não deveria ser acusado por um crime?”, perguntou Gregory. E Greenwald respondeu: “Se você quiser embarcar nessa teoria, isso significa que todos os jornalistas investigativos nos EUA – que trabalham com suas fontes e recebem informações confidenciais – são criminosos.”
O governo Obama pareceu adotar esse ponto de vista ao procurar obter uma determinação de um tribunal para examinar os e-mails de James Rosen, da Fox News. Os advogados do governo disseram que havia uma “causa provável para acreditar” que Rosen fosse, “pelo menos” “um assessor e cúmplice e/ou co-conspirador” implicado na violação das leis de espionagem.
Novas orientações do Departamento de Justiça, em parte devido ao furor do caso Rosen, dizem que o departamento não irá tratar “atividades comuns de coleta de informações” como uma conduta criminosa. Mas as orientações não definem quais são essas atividades. No mês passado, um tribunal federal de recursos concordou com o Departamento de Justiça que James Risen, escritor e repórter do New York Times, deveria depor num caso de acusação envolvendo leis de espionagem – ou enfrentar as acusações à revelia.
A necessidade de segurança nacional
Até o momento, nenhum jornalista foi processado nos EUA por procurar ou publicar informações confidenciais. Mas dois lobistas do Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense, Steven J. Rosen e Keith Weissman, foram acusados em 2005 de violar as leis de espionagem por uma conduta que, segundo eles, era funcionalmente equivalente a jornalismo: haviam tido acesso a segredos do governo e passaram-nos a outras pessoas.
Assim como no caso de Manning, o argumento acabou não sendo a Primeira Emenda, mas a dificuldade de provar a intenção. Depois que o juiz T.S. Ellis, de Alexandria, Virginia, determinou que o governo deveria mostrar que os réus sabiam que sua conduta iria lesar os EUA, os promotores desistiram das acusações. Mas o juiz Ellis tinha também uma mensagem mais importante. Disse que o caso “expõe a tensão inerente entre a transparência governamental, tão essencial a uma sociedade democrática, e a necessidade igualmente obrigatória do governo de evitar que sejam divulgadas informações que poderiam ser utilizadas por pessoas que querem prejudicar esta nação”.
“Os direitos protegidos pela Primeira Emenda”, acrescentou, “às vezes devem ceder à necessidade de segurança nacional.”
Por Adam Liptak é jornalista e advogado.
Tradução de Jô Amado, edição de Larriza Thurler e informações de Adam Liptak [“Court Rulings Blur the Line Between a Spy and a Leaker”, The New York Times, 3/8/2013]
Com informações de Observatório da Imprensa.
Ubuntu Edge: Doações caem e surge o perigo de cancelamento
7 de Agosto de 2013, 0:00 - sem comentários aindaDepois de uma fantástica estreia, com a arrecadação de U$ 3,5 milhões em apenas 24 horas, o sinal de alerta acendeu para a Canonical, visto que a queda de doações tem caído cada vez mais.
O ambicioso projeto de financiamento coletivo para a criação de um smartphone com excelente hardware, mas de custo relativamente baixo, o Ubuntu Edge já tem previsão de atraso para seu lançamento, mas pode até mesmo ser cancelado devido a forma que os sites de crowdfunding trabalham.
Com informações de OpenApps.
Jornalista acusa teles brasileiras de ajudar a espionagem, mas diz não saber qual tele norte-americana coopera com NSA
7 de Agosto de 2013, 0:00 - sem comentários aindaA colaboração de prestadoras de telecomunicações do país no processo de monitoramento das comunicações de brasileiros pelos Estados Unidos foi motivo de acusação, nesta terça-feira (6), do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, em depoimento no Senado. “Tem uma empresa grande americana de telecomunicações, que está trabalhando muito próxima da agência de segurança americana (NSA), coletando os dados no Brasil e que tem acordos com prestadoras que atuam no aqui”, disse.
Segundo o jornalista, por meio desses acordos, a tele americana tem acesso às comunicações de brasileiros e de empresas, mais do que por intermédio dos provedores de internet. Se essas prestadoras têm ciência de que as informações estão sendo repassadas para a NSA, ele não sabe dizer. “Só o governo e o Congresso podem obrigar as empresas a responder”, disse.
Greenwald disse que sequer sabe qual a empresa americana de telecomunicações é a parceira da NSA, se a Verizon, a AT&T ou outra. Ele afirma que, dos documentos analisados, ficou claro que o maior segredo é sobre as empresas colaboradoras. O jornalista ressalta que o nível de informações coletadas indica a busca não apenas nos cabos ou troncos, mas também na capilaridade das redes. Embora não tenha apresentado documentos que confirme esta informação.
Greenwald, colunista do jornal britânico The Guardian, responsável por expor inicialmente sobre os programas secretos americanos de interceptação de dados vazados pelo ex-técnico da agência de segurança americana (NSA) Edward Snowden, participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, disse que ainda tem muitas informações a revelar. Ele disse que está trabalhando na análise de mais de 19 mil documentos, que são criptografados e de difícil entendimento. Mas admitiu que o foco do seu trabalho não está nas espionagens feitas das comunicações de brasileiros, e sim de norte-americanos.
Segundo o jornalista, a desculpa de que a espionagem é uma ação contra terroristas ou de segurança nacional, dada pelos EUA, não passa de uma cortina de fumaça. “Dos milhares de documentos que tive acesso, pelo menos 50% dizem respeito a monitoramento de informações sobre políticas estratégicas dos países, financeiras e industrial”, disse. De acordo com ele, mais de 70 mil pessoas – 25 mil funcionários da NSA e quase 50 mil de empresas colaboradoras – trabalham na coleta de dados.
Greenwald disse que as informações sobre o Brasil passaram a ser coletadas com mais atenção após o ex-presidente Lula servir de intermediário de atrito entre Irã e Turquia. Mas disse que outras posições brasileiras em fóruns internacionais foram interceptadas, dando grande vantagem de negociação ao presidente Barak Obama. O jornalista afirmou que o governo norte-americano tem acesso não só a metadados, como afirma, mas também a conteúdo. “O sistema usado tem instrumentos para identificar, tendo apenas o endereço eletrônico ou o IP da pessoa, além dos emails trocados, quais sites ela visitou, quais documentos acessou, o que pesquisou no Google, entre outras dezenas de coisas
Operadoras
O presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), ao final da audiência, defendeu que o Brasil ofereça asilo a Snowden, como forma de ampliar as investigações. “Essa questão não pode ser banalizada”, disse. Ele informou também que as operadoras de telecomunicações brasileiras e provedores de internet serão ouvidos na próxima audiência pública, em dia ainda a ser marcado. E disse que convidará o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que relate as investigações da Polícia Federal sobre colaboração das teles.
Com informações de Tele.Síntese.