A Revista Espírito Livre é uma iniciativa que reune colaboradores, técnicos, profissionais liberais, entusiastas, estudantes, empresário e funcionários públicos, e tem como objetivos estreitar os laços do software livre e outras iniciativas e vertentes sócio-culturais de cunho similar para com a sociedade de um modo geral, está com um novo projeto neste ano de 2009.
A Revista Espírito Livre visa ser uma publicação em formato digital, a ser distribuída em PDF, gratuita e com foco em tecnologia, mas sempre tendo como plano de fundo o software livre. A publicação já se encontra na terceira edição. A periodicidade da Revista Espírito Livre é mensal.
Cientistas fazem desafio para criar robôs humanóides contra catástrofes
25 de Dezembro de 2013, 17:55 - sem comentários aindaA segunda etapa do DARPA Robotics Challenge (DRC) 2013, realizado na cidade de Homestead, Flórida, nos dias 21 e 22 de dezembro, atraiu 16 robôs humanóides de várias partes do mundo. O evento é patrocinado pela DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), o braço de pesquisas do Departamento de Defesa americano.
O objetivo da competição, que terá sua terceira e última etapa em 2014, é acelerar o desenvolvimento de robôs que possam entrar em ação para ajudar em ações de salvamento e recuperação durante e depois de desastres naturais ou provocados pelo homem.
Durante dois dias, os 16 robôs tiveram que colocar em teste suas habilidades de executar oito tarefas, incluindo subir escadas, dirigir automóveis e atravessar terrenos acidentados. A competição aconteceu na Homestead Miami Speedway, pista de corridas utilizada pela Nascar.
O time japonês Team Schaft, que construiu seu próprio robô humanoide de duas pernas, conquistou 27 do máximo de 32 pontos da competição. O primeiro lugar teve mais mérito por conta de que os japoneses desenvolveram sua própria tecnologia, enquanto que outros times utilizaram robôs criados por empresas especializadas em robótica.
O segundo lugar ficou com time IHMC Robotics, do Florida Institute for Human and Machine Cognition da cidade de Pensacola, que marcou 20 pontos. O terceiro lugar foi conquistado pelo Tartan Rescue, time da Universidade Carnegie-Mellon, com 18 pontos; seguido do time do MIT, com 16 pontos (quarto lugar) e do RoboSimian, criado pelo Jet Propulsion Laboratory da NASA, que ficou em quinto lugar com 14 pontos.
Em sexto, sétimo e oitavo lugares ficaram, respectivamente, o texano TracLabs Inc. que marcou 11 pontos; o time da Worcester Polytechnic Institute, também com 11 pontos (mas em sétimo porque os humanos tiveram de ajudar mais seu robô que o concorrente da TracLabs); e o Trooper, um time criado pelo Lockheed Martin Advanced Technology Laboratories, com 9 pontos.
Os oito colocados agora estão classificados para a próxima e última etapa do desafio, a se realizar em 2014. Esses oito times poderão agora entrar em licitações do governo para fornecer seus robôs e se classificaram para receber até 1 milhão de dólares em fundos para pesquisa.
Robôs para salvar os homens
Durante entrevista antes da competição, o diretor do DARPA, Arati Prabhakar, agradeceu aos times por mostrarem a capacidade humana de criar e trabalhar duro para encontrar uma tecnologia que auxilie nos momentos de desastre. “Mostraremos ao mundo que é possível utilizar robôs quando as catástrofes acontecem. Os times estão aqui para mostrar às pessoas que podemos enxergar e fazer um futuro melhor com apoio da robótica”.
Gill Pratt, gerente de programação do DARPA e responsável pelo DRC, comentou que o lugar escolhido, Homestead, já passou ele próprio por devastações promovidas por desastres naturais e precisou de ajuda em 1992, depois que o Furacão Andrew passou pelo terreno próximo dizimando a Base Aérea de Homestead, matando 65 pessoas e causando mais de 26 bilhões de dólares em prejuízos.
Mas uma catástrofe mais recente – o desastre nuclear de Fukushima, em março de 2011 – inspirou o DARPA a criar a competição DRC. Se na época robôs similares aos que competem hoje no DRC tivessem disponíveis, ele s poderiam ter sido usados para evitar o desastre. “Robôs que vemos hoje são fatos científicos e não personagens de ficção científica”. disse Pratt.
* Com reportagem de Sharon Gaudin – Computerworld (US)
Fonte: IDGNow
Condenado por ser gay, o Pai da Computação, Alan Turing recebeu um perdão real póstumo
25 de Dezembro de 2013, 17:49 - sem comentários aindaO britânico Alan Turing (1912-1954), que ajudou os aliados a vencer a 2ª Guerra Mundial ao quebrar o código secreto nazista, recebeu um perdão real póstumo.
Homossexual, Turing foi punido com a castração química por manter relações com pessoas do mesmo sexo.
Ao ser condenado, o especialista perdeu o acesso a informações sigilosas e teve de interromper o trabalho de quebra de códigos que se provou vital para os aliados durante a 2ª Guerra Mundial.
O perdão foi concedido sob a Real Prerrogativa do Perdão após uma solicitação do ministro da Justiça do Reino Unido, Chris Grayling.
Tratamento ‘terrível’
“Alan Turing foi um homem excepcional com uma mente brilhante”, afirmou Grayling. Ele disse que a pesquisa de Turing conduzida durante a guerra em Bletchley Park “encurtou o conflito” e “salvou milhares de vidas”.
O trabalho de Turing ajudou os Aliados a ler as mensagens navais alemães cifradas com a máquina Enigma. Ele também contribuiu com um trabalho fundamental na quebra de códigos que só foi divulgado ao público em abril de 2012. “A sua vida foi ofuscada por sua condenação pela homossexualidade, algo que consideramos injusto e discriminatório e que agora foi finalmente revogada”, afirmou Grayling.
“Turing merece ser lembrado e reconhecido por sua fantástica contribuição ao esforço de guerra e por seu legado à ciência. Um perdão da Rainha é uma homenagem justa a um homem excepcional.”
O perdão passa a ter efeito nesta terça-feira, 24 de dezembro.
Morte
Turing morreu em junho 1954 por envenenamento por cianeto. Um inquérito aberto pela polícia concluiu que ele havia se suicidado. No entanto, biógrafos , amigos e outros alunos de sua vida contestam o laudo e sugerem que sua morte foi um acidente. Há anos, muitas pessoas vêm batalhando pela concessão de perdão a Turing. Em dezembro de 2011, um petição online foi criada no site do governo britânico reivindicando o perdão a Turing.
A campanha reuniu mais de 34 mil assinaturas, mas o pedido acabou negado por Tom McNally, então ministro de Estado no Ministério da Justiça britânico, para quem Turing havia sido “devidamente condenado” pelo que era considerado um crime na época. Antes disso, em agosto de 2009, uma petição havia sido criada para pedir o perdão a Turing. Na ocasião, o matemático ganhou um pedido de desculpas oficial do então primeiro-ministro Gordon Brown.
Brown definiu como “terrível” a maneira como Turing foi perseguido por sua homossexualidade.
Com informações do Terra.
Marco Civil da Internet termina o ano sem ser votado
24 de Dezembro de 2013, 18:13 - sem comentários aindaO ano legislativo de 2013 se encerrou e a esperança de que se votasse o projeto de lei do Marco Civil da Internet não se realizou. O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, disse à TV Câmara no dia 19 de dezembro que o tema deve retornar com intensos debates em fevereiro. “Em fevereiro, vamos ter de votar de qualquer maneira: ou se aprova, ou há derrota, ou se ganha aqui, ou se perde acolá, mas vamos votar”, afirmou.
Entidades defensoras do direito à comunicação seguem mobilizadas e criticam os sucessivos adiamentos da votação do texto. O projeto foi construído com ampla participação da sociedade civil, por meio de audiências e consultas públicas. Com o passar do tempo, foram sendo incorporadas as alterações propostas na Câmara. “Quanto mais se adia a votação, mais se corre o risco do texto piorar e ter penduricalhos incorporados”, explica Pedro Ekman, do Coletivo Intervozes.
Na quarta-feira (11/12), o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto, apresentou um novo substitutivo para o Marco Civil da Internet, com o objetivo de tentar acomodar as divergências. Defensores do direito à comunicação e, mais especificamente, da neutralidade de rede, apoiavam a versão anterior do texto e consideram que a nova versão é menos adequada, embora ainda mantenha importantes garantias.
Conteúdos de nudez
O novo texto apresentado por Molon acrescenta ao artigo 2 “a liberdade dos modelos de negócios promovidos na Internet, desde que não conflitem com os demais princípios”. Ekman, que debateu com outras entidades da sociedade civil o último substitutivo, explica que não há porque este item se encontrar entre os princípios, principalmente já havendo a previsão de que ele possa conflitar com os demais.
Os artigos 10 e 16 também foram modificados, tratando de questões pertinentes ao acesso e ao registro de informações dos usuários. Teme-se que, com a nova redação, abra-se o precedente para a o uso de informações privadas de usuários para perseguição política ao considerar que “não impede o acesso, pelas autoridades administrativas que detenham competência legal para a sua requisição, aos dados cadastrais que informem qualificação pessoal, filiação e endereço”. Além disso, o texto dá margem para que qualquer pequeno estabelecimento, como uma pequena farmácia que tenha cadastro dos seus clientes on-line, seja obrigado a armazenar dados cadastrais por pelo menos seis meses, o que pode inviabilizar alguns serviços de baixos recursos.
Outro problema que preocupa os defensores dos direitos civis diz respeito à inclusão de uma redação no artigo 22 que pune os intermediários pela veiculação de conteúdos de nudez. Fundamentado nos casos conhecidos em que há a exposição de imagens íntimas sem o consentimento da pessoa envolvida, o texto pode fazer com que se repitam censuras como as sofridas pela Marcha das Vadias e pelo movimento em defesa do parto humanizado, que têm suas fotos e vídeos retirados da internet em contextos em que o próprio corpo é a expressão da liberdade.
Por Bruno Marinoni.
Com informações de Observatório da Imprensa.
Espionagem dos EUA é ilegal, decide Justiça
24 de Dezembro de 2013, 17:44 - sem comentários aindaUm juiz federal de Washington decidiu ontem [segunda-feira, 16/12] que a coleta de dados telefônicos feita pela NSA (Agência de Segurança Nacional norte-americana) é inconstitucional. Para o juiz Richard J. Leon, do Distrito de Columbia, a Quarta Emenda à Constituição dos EUA, que protege a privacidade, foi violada. Na sentença, de 68 páginas, Leon determina o fim da coleta de dados de e-mails e telefonemas dos membros da ONG que moveu a ação, a organização conservadora Freedom Watch. Se confirmada, a decisão pode gerar jurisprudência e ser aplicada aos demais cidadãos americanos – não há menção a estrangeiros na ação da ONG.
A decisão é preliminar, sem efeito imediato. Por reconhecer “interesses nacionais significativos” no caso, o juiz escreveu que espera o recurso do governo, que justifica a espionagem com base na segurança nacional. A resposta pode levar até seis meses. “Não consigo imaginar invasão mais arbitrária e indiscriminada de privacidade que essa sistemática coleta e retenção (….) de dados de virtualmente cada cidadão, com os propósitos de questionar e analisar sem aprovação judicial”, escreveu Leon, que foi indicado ao cargo pelo ex-presidente George W. Bush.
A decisão é a primeira derrota legal do programa de vigilância da agência desde que, em junho passado, o ex-técnico da NSA Edward Snowden revelou a dimensão da espionagem americana. Leon também escreveu que tem “dúvidas significativas” sobre a eficácia do programa. “O governo não cita uma única instância em que a análise de dados da NSA de fato parou um ataque iminente ou ajudou o governo a alcançar algum objetivo premente.”
Os “constrangimentos” causados por Snowden
O programa passou várias vezes por juízes da Corte de Vigilância de Inteligência Estrangeira, criticada por aprovar todos os pedidos da NSA. O Departamento de Justiça americano alega que a coleta de informação – com números dos telefones envolvidos e horário e duração das ligações – não era invasão de privacidade, pois os dados já estavam à disposição das empresas telefônicas por razões de cobrança dos serviços.
No domingo, a NSA deu “acesso inédito” às câmeras do 60 Minutos, o programa jornalístico de maior audiência no país, da rede ABC. O general Keith Alexander, diretor da NSA, respondeu a várias perguntas, sempre falando da segurança nacional. Entre os “constrangimentos” causados por Snowden, a reportagem destacou a espionagem do celular da chanceler alemã, Angela Merkel. A presidente Dilma Rousseff não foi citada no programa.
Na reportagem, um alto funcionário da NSA dizia, em opinião pessoal, que Snowden deveria ser anistiado se devolvesse os documentos que furtou. A Casa Branca negou que pense em anistia.
Por Raul Juste Lores.
Com informações de Observatório da imprensa.
Impacto do que Snowden revelou vai perdurar por uma geração
24 de Dezembro de 2013, 17:42 - sem comentários aindaEm 6 de junho de 2013, o Guardian publicou a primeira reportagem que delineava a coleta maciça de registros telefônicos e de dados de usuários da internet pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA). Glenn Greenwald, o jornalista que revelou o caso, obteve acesso a um repositório de 58 mil documentos recolhidos por um jovem analista de segurança e ex-agente da NSA, Edward Snowden.
O impacto das revelações feitas por Edward Snowden reverberará por uma geração. Já forçou uma reavaliação do relacionamento entre poderosas empresas de telefonia e tecnologia, o governo e os consumidores. Trouxe à tona a questão dos direitos humanos digitais e de como controlar o Estado de vigilância. Tornou a internet potencialmente instável e indigna de confiança. Fez com que Angela Merkel reescrevesse sua lista de presentes de Natal e mudasse de operadora de telefonia (é o mínimo que ela deveria ter feito).
No sentido jornalístico, as revelações demonstram que o vazamento de informações moderno, em forma de enormes repositórios de documentos digitalizados, torna necessária uma nova forma de reportagem. Que oGuardian chegasse antes do Washington Post a um furo como esse seria impossível na era pré-internet. Em um momento no qual começamos a pensar que a era dos furos espetaculares e da reportagem cuidadosa era coisa do passado, as organizações noticiosas estão se adaptando ao mundo pós-industrial, tendo em vista a escassez de recursos, por meio de colaborações de escala.
Os documentos revelados por Edward Snowden foram um novo choque elétrico para o jornalismo. Somos todos seus devedores, no mínimo pela luz que ele lançou sobre um novo e obscuro poder que existe entre nós.
Por Emily Bell.
Com informações do Observatório da Imprensa.