Edward Snowden afirmou nesta segunda-feira (23/12), em entrevista exclusiva realizada em Moscou e publicada no jornal “The Washington Post”, que considera “missão cumprida” o debate gerado após o vazamento de milhares de documentos secretos da inteligência americana.
“Já venci”, disse Snowden. “Lembrem, eu não queria mudar a sociedade. Queria dar à sociedade a oportunidade de determinar se deveria mudar a si mesmo”, acrescentou Snowden.
As revelações de espionagem maciça, fornecidas pelo ex-técnico da NSA aos jornais Washington Post (EUA) e The Guardian (Grã-Bretanha), provocaram um conflito diplomático, ao tornar público que os serviços secretos norte-americanos espionaram as comunicações na Europa, incluindo as de líderes políticos como a chanceler alemã, Angela Merkel e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Senadores brasileiros que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem defendem a concessão de asilo político ao o ex-técnico da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos. O tema foi discutido pelos parlamentares depois de campanha lançada na internet que recolhe assinaturas em defesa da concessão de asilo a Snowden.
Em uma Carta Aberta ao Povo do Brasil, publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em meados do mês, o norte-americano promete colaborar com as investigações brasileiras sobre a espionagem da NSA. “Muitos senadores brasileiros pediram minha ajuda com suas investigações sobre suspeita de crimes contra cidadãos brasileiros. Expressei minha disposição de auxiliar, quando isso for apropriado e legal, mas infelizmente o governo dos EUA vem trabalhando muito arduamente para limitar minha capacidade de fazê-lo”, diz Snowden, em um trecho do documento.
Em entrevista exclusiva ao “Fantástico”, da TV Globo, por -email, Snowden revelou que aceitaria asilo permanente no Brasil, se o convite fosse oferecido pelo governo brasileiro. Mas evitou condicionar a concessão do asilo à novas revelações sobre os monitoramentos realizados no país pela Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA.
“Se o governo brasileiro quiser defender os direitos humanos, será uma honra para mim fazer parte disso. O Brasil é um país lindo, e estou agradecido por ter tantos novos amigos e aliados lá”, disse Snowden. “Nunca vou trocar informações por asilo”, completou.
Fonte: Idgnow
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