Conhecida nos quatro cantos do mundo pela sua confiabilidade, o Azure, plataforma de computação na nuvem da Microsoft, vem sofrendo há uma semana com uma série de instabilidades que chegaram a interromper uma série de serviços online da companhia em todo o mundo.
De acordo com informações divulgadas pelo portal Computerworld, a própria Microsoft negligenciou diversos pedidos de suporte que alegavam falhas na plataforma no dia 08 de agosto, sexta-feira. A aparente lentidão em atender os clientes fez com que vários usuários do Azure no Japão relatassem blackout em suas operações naquele dia. Posteriormente, Redmond tentou amenizar o problema alegando que o que houve foi uma “queda parcial no desempenho” do Azure e que tudo foi resolvido na segunda-feira passada (11).
O diagnóstico oficial da companhia alega que a falha ocorreu devido a um problema no escalonamento automático do Cloud Service, ferramenta desenvolvida para construir, implantar e gerenciar aplicativos na nuvem do Azure, e nas máquinas virtuais da plataforma. “Nossos clientes também podem ter sofrido com problemas no Metrics Reporting Services nos seus portais de gerenciamento”, admitiu a Microsoft no log do Azure.
Além dos problemas que aparentemente afetaram uma boa parte do globo, o Azure também sofreu o que a Microsoft chamou de “interrupção parcial de serviço” também na última sexta. Diferente do problema anterior, este atingiu a região oeste dos Estados Unidos e afetou alguns clientes dos serviços de nuvem, armazenamento e backup da empresa.
Embora o fim de semana passado tenha sido de calmaria, o Azure e uma série de outros recursos na nuvem da companhia voltaram a apresentar problemas no começo da noite da segunda-feira (11). Naquele dia, por quatro horas os clientes enfrentaram “problemas intermitentes de conexão” que afetaram principalmente o sudeste brasileiro. O problema, segundo a Microsoft, foi causado por um problema de infraestrutura de rede.
Já na terça-feira (12) a companhia diz ter prevenido uma “degradação parcial de desempenho” num cluster de servidores que atendia o leste norte-americano. Apesar dos esforços, alguns clientes “podem ter passado por dificuldades relacionadas com o fluxo de dados das configurações de escolonamento automático”.
Já na quarta e quinta-feira (13 e 14), a plataforma de desenvolvimento online do Visual Studio ficou fora do ar em várias regiões. Na quarta-feira alguns relatos indicavam uma certa precariedade de desempenho do serviço e na quinta-feira pela manhã ele acabou saindo do ar completamente. O serviço permaneceu offline por pouco mais de seis horas.
Também na quinta-feira a companhia teve que apagar mais dois incêndios à medida que outros problemas de desempenho relacionados a funcionalidade de escalonamento automático do Azure e dificuldades de autenticação no portal de gerenciamento da plataforma foram relatados. Na última sexta-feira (15), finalmente, nenhum problema aparente foi relatado, sendo este o primeiro dia desde que os problemas começaram a surgir há uma semana.
Problemas acontecem em momento crítico para a Microsoft
Os problemas apareceram justamente em um dos momentos mais cruciais da plataforma para a Microsoft. Desde que assumiu a cadeira de presidente executivo da companhia, Satya Nadella vem pregando que o segredo do sucesso são os serviços na nuvem e que mais do que nunca a Microsoft investirá no Azure como uma plataforma de PaaS e IaaS para pavimentar o sucesso financeiro da companhia.
Segundo Nadella, agora a Microsoft passa por um momento de transição, cujo objetivo é fornecer aos clientes softwares que consumam conteúdo, serviços e aplicações hospedados na nuvem. Com essa estratégia, Redmond busca se aproximar cada vez mais de grandes players do segmento, como Google e Amazon, e abocanhar uma boa fatia do mercado.
Agora resta saber se todos esses problemas foram sazonais ou se eles realmente se tornarão rotina daqui para frente. Se for este o caso, então Nadella terá um grande desafio pela frente.
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