Minerar bitcoins exige uma grande quantidade de poder computacional para que o processo seja rápido e eficiente. Sendo assim, centros de computadores são criados para conseguirem suprir esta necessidade da operação criptográfica. Apesar disso, Ken Shirriff, engenheiro especialista em hardware e criptografia, resolveu testar quanto tempo levaria para executar essa mesma operação em um velho mainframe dos anos 1950.
O processo de mineração de bitcoins é, na verdade, um meio de verificar outras transações por bitcoins, onde os usuários são recompensados. Esta é a mecânica central por trás da economia de bitcoins e a mineração é utilizada para manter as transações da moeda seguras e confiáveis.
O engenheiro, que mantém um blog com artigos bem técnicos, chegou a demonstrar como seria possível minerar bitcoins com papel e caneta. Mas, desta vez, ele utilizou um computador de 1959, que se tornou um dos maiores sucessos da IBM nos anos 1960, o IBM 1401. Os resultados obtidos pelo computador eram impressos em cartões físicos.
Ao implementar o algoritmo SHA-256, responsável pelas operações criptográficas necessárias para minerar os bitcoins, na linguagem assembly, o engenheiro percebeu que as limitações começaram a aparecer. Segundo ele, “o algoritmo foi projetado para ser implementado com eficiência em máquinas que conseguem fazer operações em palavras 32-bit. Infelizmente, o IBM 1401 não possui palavras 32-bit”.
Durante a experiência de Shirriff, o mainframe utilizado conseguiu calcular um hash SHA-256 duplo em 80 segundos. Ou seja, para obter um bloco completo, seriam necessários 5×10^14 anos, ou 40 mil vezes a idade estimada do universo. Um número assustador para a compreensão humana.
“Implementar o SHA-256 em assembly para um mainframe obsoleto foi um projeto desafiador, mas interessante”, concluiu o engenheiro. Ele ainda ressalta que a performance da máquina foi um pouco pior do que ele esperava. A experiência nos dá um panorama de como os computadores evoluíram em cerca de 50 anos e como tal crescimento pode continuar nas próximas décadas.
Com informações de Ken Shirriff Blog e Canaltech.
0sem comentários ainda