O Equador renunciou a benefícios comerciais que os Estados Unidos ameaçaram revogar sobre o país após as considerações feitas em abrigar Edward Snowden, o agente da NSA que vazou dados da agência estadunidense de segurança. O país latino-americano ainda ofereceu 23 milhões de dólares para fomentar um curso de um ano de Direitos Humanos aos norte-americanos.
O governo do Presidente Rafael Correa recebeu uma resposta nervosa na quinta 27, após um influente senador norte-americano declarar que ele utilizaria sua alavancagem sobre questões comerciais para eliminar o tratamento preferencial de bens equatorianos no mercado estadunidense se o Equador fornecer asilo político a Snowden.
“O Equador não aceitará pressões ou ameaças de ninguém, e isso não gira em torno de valores. Não aceitaremos sermos subjulgados a interesses mercantis”, o porta-voz do governo equatoriano, Fernando Alvarado declarou em uma coletiva de imprensa.
Alvarado ainda acrescentou que o Equador alocará 23 milhões de dólares anuais, uma soma equivalente aos benefícios que o país recebe dos EUA, para fomentar um treinamento de Direitos Humanos nos Estados Unidos. Esta medida “evitará violações de privacidade, tortura e outras ações que são degradantes à humanidade”, declarou Alvarado.
O Senador estadunidense Robert Menendez, que lidera o Comitê de Relações Exteriores no Senado, disse esta semana que o Equador arrisca perder benefícios que hoje utiliza, através de dois programas comerciais, por conta de abrigar Snowden.
“Nosso governo não premiará países por mal comportamento”, Menendez declarou.
Os Estados Unidos são o parceiro comercial número um do Equador. Quarenta por cento das exportações equatorianas tem os EUA como destino final.
Ambos os programas expiram no fim do próximo mês e estão sujeitos a revisão do Congresso. Antes do caso Snowden vir à tona, os legisladores norte-americanos esperavam descartar um dos programas e renovar o outro.
Snowden tentou obter asilo político, esperando ser protegido pelos procuradores norte-americanos, que o acusaram de espionagem após o vazamento de documentos confidenciais em programas de vigilância.
Se pensa que Snowden esteja em algum ponto na zona de trânsito de um aeroporto de Moscou. Ele “encalhou” na capital russa depois de desembarcar em Hong Kong, porque os Estados Unidos acabaram por anular seu passaporte de viagem como parte de um esforço para levá-lo a solo norte-americano para julgamento.
Fonte: RT.com e Observatório Pirata
Tradução e adaptação: Felipe Magnus Gil
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