Considerado uma das maiores autoridades mundiais em Software Livre, Jon “Maddog” Hall apresentou na última sexta-feira (09/05) um resumo do Projeto Cauã, criado há oito anos e que ingressa numa nova fase. O palestrante é diretor Executivo da Linux International, uma associação sem fins lucrativos de empresas de grande relevância internacional na área de TI que desejam promover sistemas operacionais baseados em Linux.
- Tudo começou há sete anos quando eu vim ao FISL e vi muitos jovens como estamos vendo hoje e pensavam como poderiam ganhar dinheiro com software livre? Passei muito tempo em São Paulo e vi muitos prédios altos e grandes em grande densidade. Esse é um dos problemas atuais por causa da longevidade dos sistemas de informática e temos que encontrar uma solução para otimizar o uso desses sinais. Então pensamos em unidades pequenas que podem ser instaladas na base dos prédios. O que acontece com isso? Os equipamentos precisam de menos energia e estamos com isso economizando e democratizando o sinal – disse.
Outro exemplo que Jon “Maddog” se impressionou foi com o desperdício e não aproveitamento de energia no Brasil.
- É uma loucura ver que o Brasil é um país muito quente e muitos prédios exalam calor para fora através dos equipamentos de ar condicionado enquanto muitos outros equipamentos precisam de calor para aquecer o interior de residências. São ideias que precisam ser melhor aproveitadas – completou.
O Projeto Cauã desenvolvido em escala mundial tem como foco a criação de soluções baseadas em Software Livre e Hardwares abertos para distribuição de Solução de computação em diferentes mercados e nichos. Entre as metas do programa estão: criar milhares de micro empreendimentos de alta tecnologia geridos pelos “Empreendedores Administradores de Sistemas”; reduzir o consumo energético dos ambientes computacionais; facilitar o uso de computadores, tornando-o simples e funcional para qualquer perfil de usuário e faixa etária; reduzir a produção de lixo eletrônico através do prolongamento da vida útil dos componentes; criar redes wireless gratuitas em todas as áreas urbanas ou de alta densidade populacional e criar uma rede de supercomputadores para processamento paralelo onde qualquer entidade que precise deste serviço possa otimizar os seus processos, tendo como principal foco empresas ligadas a educação, governo, e indústrias de pequeno porte.
Outra palestra que foi destaque foi do production engineer no time de infraestrutura de tráfego e CDN (content delivery network) do Facebook, Marlon Dutra. O especialista falou sobre análise de performance e sistema de escala e deu dicas de como evitar as principais armadilhas de crescer o sistema e se precaver de problemas.
Uma novidade que desperta a curiosidade de muitos está na área da robótica. Intitulada de “Impressão em 3D e Robótica com OpenSCad”, a oficina trouxe detalhes do software usado em uma das mais promissoras tecnologias da atualidade. Nos estandes os visitantes também puderam conhecer alguns itens feitos através da tecnologia.
Entre crianças e jovens o espaço Paulo Freire esteve lotado durante praticamente todo o dia. As palestras tratam da importância da educomunicação para a construção de um conhecimento livre, a prática da robótica como ferramenta de motivação de jovens e crianças no uso de softwares livres, a prática da educação como política, acessibilidade na web, a história da Internet e uso de tecnologias livres na educação foram abordados por um qualificado time, incluindo palestrantes internacionais.
O FISL terminou neste sábado, 10 de maio no Centro de Eventos da PUCRS. Outras informações podem ser obtidas no site www.fisl.org.br.
Com informações da Assessoria de Imprensa do FISL. Foto: Guilherme Almeida
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