Por Paulo Marcus de Ramos*
O segmento de desenvolvimento de aplicações está cada dia mais desafiador, seja devido aos curtos prazos para completar o ciclo de desenvolvimento, seja pela necessidade de integração entre diferentes sistemas ou mesmo pela própria complexidade imposta pelas soluções atuais.
Nesse contexto, entre as inúmeras ferramentas e linguagens globais de programação, uma brasileira vem ganhando cada dia mais destaque. Trata-se da linguagem de programação LUA, criada por acadêmicos do Grupo de Tecnologia em Computação Gráfica (TECGRAF) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC – Rio).
A linguagem LUA está conquistando grande evidência mundial por ser uma linguagem capaz de atribuir recursos de configuração a aplicações já desenvolvidas com um mínimo de integração.
Desenvolvida inicialmente para ser usada em um projeto da Petrobrás, a linguagem LUA vem ganhando corpo devido principalmente à sua simplicidade de adaptação com bibliotecas escritas em outras linguagens. Atualmente, ela já está presente em diversos ramos da tecnologia, tais como: robótica, logística, biotecnologia, desenvolvimento web, processamento de imagem, editores de texto e no desenvolvimento de jogos eletrônicos.
Por ser uma linguagem rápida, leve e de fácil aprendizado, a LUA está sendo muito utilizada também no desenvolvimento de aplicativos para TV digital e em desenvolvimento de jogos, por exemplo, World Warcraft, Sim City 4, The Sims, Angry Birds e Grim Fandango. Este último, por sua vez, foi o game que a popularizou.
Grandes empresas e instituições estão aderindo à linguagem LUA em seus projetos, dentre elas estão a Intel, Microsoft, NASA, Philips, Disney e Adobe – que possui em um de seus produtos, o Adobe Lightroom, 40% de seu código escrito em LUA.
Um estudo divulgado pela empresa TIOBE Software BV, mostrou que a linguagem LUA está em 36º lugar das linguagens mais populares em 2014, ocupando uma posição próxima às grandes linguagens de programação, tais como: ABAP, Fortran e COBOL.
Sua simplicidade de desenvolvimento e sua integração entre sistemas tornou possível a adaptação em programas escritos em C e C++, Java, C#, Smalltalk, Fortran, Ada, Erlang e até mesmo com outras linguagens de script, como Perl e Ruby. Um de seus criadores, Roberto Ierusalimschy, chegou a fazer a seguinte menção sobre a linguagem: “… pegue a Lua e encaixe no que você quer fazer”.
Para se ter uma ideia de sua amplitude, a linguagem LUA pode ser executada na plataforma Unix, Windows, Solaris, Linux, Macintosh, PlayStation, XBox, Palm, e também em dispositivos móveis (usando Android, iOS, BREW, Symbian, Windows Phone) e até mainframes IBM.
A linguagem de desenvolvimento LUA é opensource (código aberto) e pode ser baixada aqui. Seu código está disponível na Internet desde 1994 (um ano após sua criação). A distribuição gratuita da linguagem foi uma opção dos próprios pesquisadores, que a princípio deixariam a linguagem gratuita somente para o meio acadêmico e cobrariam um valor se o uso fosse comercial, mas optaram por deixar a linguagem totalmente gratuita independente do ramo que fosse aplicada. Para saber mais sobre a linguagem Lua, acesse http://www.lua.org.
*Paulo Marcus de Ramos é gestor da área de Desenvolvimento e Serviços da VoxAge.
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