O PSL-PI tem por objetivo incentivar o uso e a produção de software livre no Piauí como política de combate à exclusão digital. Acreditamos que a distribuição de conhecimentos proporcionada pelo Open Source/Software Livre tornará nossa sociedade mais justa e próspera, exatamente por dar a todos as mesmas condições de conhecimento e desenvolvimento.
Software Livre é uma grande oportunidade de construirmos uma sociedade produtora de ciência, independente e efetivamente competitiva. Estamos reconstruindo as bases da nossa sociedade, não mais calcados nos braços do Estado, mas sim, amparados pela iniciativa própria, pela auto-determinação. Nós somos capazes de nos auto-governar. Somos capazes de construir uma sociedade efetivamente Livre. Esta é a essência do PSL-PI.
O PSL-PI é formado pela articulação de indivíduos que atuam em instituições publicas e privadas, grupos de usuários e desenvolvedores de software livre, empresas, governos ou ONGs, e demais setores da sociedade. O importante é a consciência e disposição para propagar o uso de software livre e a cultura colaborativa nas diferentes esferas da sociedade.
Filipe Saraiva: Chamada de empacotadores para o abnTeX2
20 de Fevereiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaabnTeX2, a nova versão do conhecido pacote LaTeX para escrever trabalhos acadêmicos seguindo as normas da ABNT, está em busca de empacotadores nas mais diversas distros Linux. A finalidade é tornar o pacote disponível, de forma simples, para todos que queiram utilizá-lo.
Na wiki do projeto, além de informações sobre como instalá-lo nas distribuições que já o disponibilizam, há arquivos SPEC e DEB que podem ser utilizados como base para gerar novos pacotes para as distros que ainda não contam com o abnTeX2 em seus repositórios.
Tomei a iniciativa de ser mantenedor do pacote no Mageia, e quem usa a versão de desenvolvimento Cauldron já tem acesso à classe. Estou trabalhando para levá-lo à atual versão estável Mageia 2, mas há um bug que deve ser corrigido na estrutura da distro antes de levar novos pacotes para lá.
Então pessoal, mãos à obra porque esta é uma atividade que deverá ser feita por brasileiros, os principais interessados em escritas que seguem a ABNT.
A página para com chamada de empacotadores pode ser visitada aqui.
Porque o software livre não é coisa de comunista
5 de Fevereiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaNão é raro encontrarmos esse tipo de afirmação por aí, sempre que participo de eventos de tecnologia, que não são necessariamente de software livre, vez ou outra alguém faz esse tipo de afirmação descabida: “software livre é coisa de comunista, ou de socialista, ou de anarquista”. Muitas vezes ignora-se até a distinção entre essas três correntes de pensamento. Bem, quem faz esse tipo de afirmação parece não saber muito sobre software livre e/ou sobre comunismo ou as outras correntes citadas. Me senti um pouco provocada a escrever um texto com algumas considerações sobre isso, já que faço parte de comunidades de software livre e também sou pesquisadora do tema, e já fui chamada muitas vezes de comunista/anarquista por isso!
Não acho que software livre seja coisa de comunista, anarquista ou socialista, e posso explicar porque. Como também não acho que esse tipo de ideia seja propagada de forma inocente, como sendo apenas fruto de ignorância histórica, acho que existe uma intenção de desqualificar o movimento, como se ao chamá-lo de “coisa de comunista” o colocasse num patamar de clubinho de esquerda ou alguma outra qualificação que tem a intenção de ser difamatória. Não acho que o movimento software livre seja comunista, porque classificá-lo assim é encerrá-lo numa coisa menor, é homogeneizar um movimento que possui tantos ativistas e atividades diferentes que não apenas estas relacionadas à defesa do comunismo. Ele não é coisa de comunista porque na verdade ele é para todos, é um movimento onde cabem todos os tipos de correntes de pensamentos, mesmo as opostas. Há pessoas de esquerda no software livre assim como há pessoas de direita, e é essa diversidade que o tem tornado bem sucedido. O software livre é uma solução para toda a sociedade, não apenas para a esquerda comunista ou para qualquer outro grupo.
No começo dos anos 80, quando Richard Stallman anunciou ao mundo a sua ideia de criar um sistema operacional completamente livre, ou seja, passível de ser usado, estudado, alterado e compartilhado, sem que fosse necessário qualquer tipo de permissão prévia do detentor de copyright do software para isso; ele o fez porque acreditava que o conhecimento compartilhado é a chave para o desenvolvimento social, e impedir que as pessoas possam fazer isso é uma autossabotagem, um tiro no pé:
Eu estou tentando mudar a forma como as pessoas abordam o conhecimento e a informação em geral. Eu acho que tentar se apropriar do conhecimento, tentar controlar se as pessoas estão autorizadas a usá-lo, ou tentar impedi-las de compartilhá-lo, é sabotagem. É uma atividade que beneficia a pessoa que a faz às custas do empobrecimento de toda a sociedade. [Richard Stallman em entrevista à BYTE em 1986]
Richard Stallman não propôs o software livre porque queria abolir a propriedade privada, como o querem os comunistas. A sua intenção, como ele bem destacou acima, é aproveitar as possibilidades que as tecnologias digitais nos oferecem e, através delas, mudar a forma como estamos nos relacionando com o conhecimento. Em que isso tem a ver diretamente com o comunismo? A ideia central com a qual o software livre se relaciona não é a da gratuidade, mas a da liberdade de uso. Portanto, o software livre pode ser vendido, ou seja, alguém que produz determinado software pode vendê-lo do preço e da forma que quiser, isso é capitalismo básico. Não há no software livre a condenação da transformação do conhecimento [software, no caso] em produto e nem a condenação da ideia de se obter lucro com ele, desde que isso não se torne um obstáculo para que o software seja compartilhado. Não importa se o software é comercial ou não, o que importa é que ele respeite as liberdades essenciais dos seus usuários.
O que movimento software livre representa, portanto, não é um projeto comunista, ele representa um projeto social inclusivo, no qual todos possam ter livre acesso ao conhecimento, sem distinção de orientação política, sexual, de questões de cor ou de credo. Querer pintá-lo como um movimento de panelinha ou de única orientação ideológica é um grande erro.
Aracele Torres: Porque o software livre não é coisa de comunista
5 de Fevereiro de 2013, 0:00 - sem comentários aindaNão é raro encontrarmos esse tipo de afirmação por aí, sempre que participo de eventos de tecnologia, que não são necessariamente de software livre, vez ou outra alguém faz esse tipo de afirmação descabida: “software livre é coisa de comunista, ou de socialista, ou de anarquista”. Muitas vezes ignora-se até a distinção entre essas três correntes de pensamento. Bem, quem faz esse tipo de afirmação parece não saber muito sobre software livre e/ou sobre comunismo ou as outras correntes citadas. Me senti um pouco provocada a escrever um texto com algumas considerações sobre isso, já que faço parte de comunidades de software livre e também sou pesquisadora do tema, e já fui chamada muitas vezes de comunista/anarquista por isso!
Não acho que software livre seja coisa de comunista, anarquista ou socialista, e posso explicar porque. Como também não acho que esse tipo de ideia seja propagada de forma inocente, como sendo apenas fruto de ignorância histórica, acho que existe uma intenção de desqualificar o movimento, como se ao chamá-lo de “coisa de comunista” o colocasse num patamar de clubinho de esquerda ou alguma outra qualificação que tem a intenção de ser difamatória. Não acho que o movimento software livre seja comunista, porque classificá-lo assim é encerrá-lo numa coisa menor, é homogeneizar um movimento que possui tantos ativistas e atividades diferentes que não apenas estas relacionadas à defesa do comunismo. Ele não é coisa de comunista porque na verdade ele é para todos, é um movimento onde cabem todos os tipos de correntes de pensamentos, mesmo as opostas. Há pessoas de esquerda no software livre assim como há pessoas de direita, e é essa diversidade que o tem tornado bem sucedido. O software livre é uma solução para toda a sociedade, não apenas para a esquerda comunista ou para qualquer outro grupo.
No começo dos anos 80, quando Richard Stallman anunciou ao mundo a sua ideia de criar um sistema operacional completamente livre, ou seja, passível de ser usado, estudado, alterado e compartilhado, sem que fosse necessário qualquer tipo de permissão prévia do detentor de copyright do software para isso; ele o fez porque acreditava que o conhecimento compartilhado é a chave para o desenvolvimento social, e impedir que as pessoas possam fazer isso é uma autossabotagem, um tiro no pé:
Eu estou tentando mudar a forma como as pessoas abordam o conhecimento e a informação em geral. Eu acho que tentar se apropriar do conhecimento, tentar controlar se as pessoas estão autorizadas a usá-lo, ou tentar impedi-las de compartilhá-lo, é sabotagem. É uma atividade que beneficia a pessoa que a faz às custas do empobrecimento de toda a sociedade. [Richard Stallman em entrevista à BYTE em 1986]
Richard Stallman não propôs o software livre porque queria abolir a propriedade privada, como o querem os comunistas. A sua intenção, como ele bem destacou acima, é aproveitar as possibilidades que as tecnologias digitais nos oferecem e, através delas, mudar a forma como estamos nos relacionando com o conhecimento. Em que isso tem a ver diretamente com o comunismo? A ideia central com a qual o software livre se relaciona não é a da gratuidade, mas a da liberdade de uso. Portanto, o software livre pode ser vendido, ou seja, alguém que produz determinado software pode vendê-lo do preço e da forma que quiser, isso é capitalismo básico. Não há no software livre a condenação da transformação do conhecimento [software, no caso] em produto e nem a condenação da ideia de se obter lucro com ele, desde que isso não se torne um obstáculo para que o software seja compartilhado. Não importa se o software é comercial ou não, o que importa é que ele respeite as liberdades essenciais dos seus usuários.
O que movimento software livre representa, portanto, não é um projeto comunista, ele representa um projeto social inclusivo, no qual todos possam ter livre acesso ao conhecimento, sem distinção de orientação política, sexual, de questões de cor ou de credo. Querer pintá-lo como um movimento de panelinha ou de única orientação ideológica é um grande erro.