Um amigo escreveu um texto bem verdadeiro e profundo, comentando a situação de nossa atual sociedade e suas 'manias'! Leiam e tirem suas conclusões.
O
social dissociado
É de bom
grado que vivenciamos a era do incessante avanço tecnológico nos
tempos atuais – inovação tão celebrada e difundida que,
inexoravelmente, tem alterado bastante o convívio humano, de um modo
geral.
Com isso,
ao longo do tempo, economizaram-se: fios, com o advento do celular;
fala, com o dos torpedos
e dos e-mails;
memória, com o do próprio celular e do computador; e até na
escrita das palavras: “vc”, “kza”, “bjo”, “pq”.
Economias que não prejudicam o bolso de ninguém, muito menos a
saúde, no caso das palavras; porém, as de nível governamental, nem
se falam, pois só servem de alimento às corrupções políticas.
PQP!
Hoje a
pressa é tamanha em tudo que vamos fazer que, detalhes são
atropelados, impiedosamente, a qualquer momento, e em qualquer lugar,
nesse trânsito poluído de fuligens impudoríferas (no trabalho, nos
meios de locomoção, nas relações interpessoais, no respeito aos
animais, ao meio ambiente). Isso tudo é fruto proveniente do
ESTRESSE, resultante
da busca acirradíssima de valores materiais e morais (dinheiro,
fama, poder, titulações acadêmicas... ), que GERA
status sociais e
instiga o bem-estar espiritual. Aonde vamos com essa cobiçada
carruagem, nefasta, com capacidade de lotação sem limite?
O destino é
previsível e garantido: a MORTE!
É
lastimável o cenário ideológico como o mundo se encontra, com a
demasiada exploração dos recursos naturais, para satisfazer os
desejos do homem, que está sempre buscando formas de explorar:
crescimentos desenfreados populacional e urbanístico (desmatamentos,
queimadas, extinção de animais); sucessivas inovações
tecnológicas (aparelhos eletrônicos, automóveis – impressionante
a quantidade fabricada, por dia, mundialmente > congestionamentos
> poluição). Em detrimento disso, certos hábitos ou paradigmas
surgiram, principalmente nos centros urbanos, no ensejo dessa nova
projeção mundial. O modelo de homem passou de “humano”
para “tecnológico”
- este, um verdadeiro judas que prefere tocar com os próprios dedos
nas teclas da virtualidade a acreditar na realidade presencial. E,
aproveitando-se disso, a mídia faz média da expectativa deste
espectador judiado; oferecendo-lhe, sobretudo, comidas típicas do
seu cardápio (da mídia), e “enfica” o BBB, as novelas, as
ideologias políticas...
Ademais,
atualmente, nota-se uma aviltante substituição do termo “social”
(ex-social) pelo “virtual”
(social), este sob o rótulo de “redes sociais” na internet –
uma ferramenta de uso massificado, bastante recorrida praticamente em
tudo que vamos fazer; no entanto, uma espada afiadíssima, de dois
gumes, para quem não sabe usufruí-la. Tais redes alteraram
significativamente a fórmula dos relacionamentos pessoais, dando
nova configuração aos moldes da comunicação, da informação e da
propagação do conhecimento, através dos bate-papos, orkut,
twitter; e,
febrilmente, o facebook,
onde o indivíduo fofoca sua própria vida, descrevendo sua rotina:
dizendo o que está fazendo, o que deixou de fazer, o que pensa, além
de (re)produzir, em sua maioria, criatividade supérflua, própria ou
alheia (sem referências autorais) e publicando/compartilhando suas
fotografias e vídeos, estes principalmente no youtube;
porventura, sentido-se uma celebridade rodeada de “fãs”,
idealizados por si próprio (“amigos”). E ainda há os curiosos,
que adoram escarafunchar tais fotografias ou vídeos, para
comentá-los: seja para criticar, admirar, bajular... Engraçado ou
estranho que, as coisas “tecladas” no ambiente virtual nem sempre
vêm à tona quando os indivíduos conversam pessoalmente em outro
momento (é muita coisa para lembrar, porque “teclou” com vários
“amigos” ou comentou várias fotografias e vídeos, e seu cérebro
foi “terceirizado” pelo HD, pelo pendrive... ). Muitos estão
acostumados a virar noites, conectados à rede mundial de
computadores (internet) – interagindo com futilidades sociais –
que perderam o costume de virar uma simples página de um bom livro.
Por outro lado, a jornada de trabalho é superior à de sono.
Portanto,
não nos causará surpresa quando ouvirmos nomes próprios, como:
Googlenice, Maria Twitteira, Orkutência e Marcos Web. Certamente,
todos nossos descendentes. Oxalá que eles não se esqueçam de que
serão humanos, pelo menos!
Desta
forma, cada dia que passa, estamos cada vez mais distantes da
natureza das coisas: alimentos altamente industrializados e
modificados, que contêm conservantes, que não conservam a vida
(bebidas, em geral, enlatados...); amizades intensamente virtuais,
que, denotativamente, não socializam a vida; e a irrelevância do
paradigma espaço/tempo, com a desconsideração das fronteiras
geográficas e com a rapidez influente nos processos naturais, como
no crescimento das plantas e das frutas (transgênicos), na
precocidade reprodutiva dos humanos (gravidez na adolescência) e na
sua nova forma de procriação (fertilização in vitro). Aliás,
constituímos uma geração transitiva em plena fase de teste
alimentício e de hábitos modernos que, sabe-se, lá, quando,
poderemos inferir algo de tranquilizante para o nosso amanhã. Sem
falar na globalização culinária intercultural.
Por outro
lado, a medicina evoluiu-se nos seus estudos contemporâneos ou as
doenças evoluíram-se nos seus estados pro
tempore?
A resposta
não sabemos decifrá-la, mas indagamos mais uma torpe pegadinha da
vida: por que certas doenças – como a gripe suína, ou gripe A
(H1N1) – propagaram-se em escala mundial, matando milhares de
pessoas? E a justificativa da medicina é sempre a mesma, para
explicar o surgimento dessas doenças, associadas a vírus
artificialmente criados em laboratórios. Dá para coçar alguma
parte do nosso corpo, ou melhor, a orelha? Em virtude desse levante
ideológico, as pessoas tornaram-se verdadeiras peças ajustáveis ao
sistema capitalista – o principal comandante das manobras – que,
de forma indutiva, aceitam, cegamente, tudo que é proposto por tal
sistema (dependência exacerbada de remédios viciantes, vacinas...
).
Talvez,
“magnífico” leitor, você esteja se perguntando por que o autor
não foi parcial ou incisivo quanto ao seu ponto de vista nos
argumentos levantados; porém, sucinto nos comentários destes.
Somente entendamos a tonalidade sugestiva do sarapatel de assuntos
complexos e reflitamos acerca dos seguintes ditados: “Mais fere a
má palavra do que a espada afiada”; “O ócio é o pai de todos
os vícios”; “A pressa é a inimiga da perfeição”; “A gente
faz 99 e querem que complete 100”; “Quem vê cara, não vê
coração”; “Amigos do bom tempo mudam com o vento”; “Quem
muito abarca, pouco abraça”; “A formiga, quando quer se perder,
cria asas”... Tudo de mais é prejudicial!
Consciência
é a palavra-chave.
Júlio Luís de Moura Filho
Professor e Músico
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