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Lucas M.A.C.: O social dissociado

10 de Abril de 2012, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Um amigo escreveu um texto bem verdadeiro e profundo, comentando a situação de nossa atual sociedade e suas 'manias'! Leiam e tirem suas conclusões.


O social dissociado

É de bom grado que vivenciamos a era do incessante avanço tecnológico nos tempos atuais – inovação tão celebrada e difundida que, inexoravelmente, tem alterado bastante o convívio humano, de um modo geral.

Com isso, ao longo do tempo, economizaram-se: fios, com o advento do celular; fala, com o dos torpedos e dos e-mails; memória, com o do próprio celular e do computador; e até na escrita das palavras: “vc”, “kza”, “bjo”, “pq”. Economias que não prejudicam o bolso de ninguém, muito menos a saúde, no caso das palavras; porém, as de nível governamental, nem se falam, pois só servem de alimento às corrupções políticas. PQP!
Hoje a pressa é tamanha em tudo que vamos fazer que, detalhes são atropelados, impiedosamente, a qualquer momento, e em qualquer lugar, nesse trânsito poluído de fuligens impudoríferas (no trabalho, nos meios de locomoção, nas relações interpessoais, no respeito aos animais, ao meio ambiente). Isso tudo é fruto proveniente do ESTRESSE, resultante da busca acirradíssima de valores materiais e morais (dinheiro, fama, poder, titulações acadêmicas... ), que GERA status sociais e instiga o bem-estar espiritual. Aonde vamos com essa cobiçada carruagem, nefasta, com capacidade de lotação sem limite?

O destino é previsível e garantido: a MORTE!

É lastimável o cenário ideológico como o mundo se encontra, com a demasiada exploração dos recursos naturais, para satisfazer os desejos do homem, que está sempre buscando formas de explorar: crescimentos desenfreados populacional e urbanístico (desmatamentos, queimadas, extinção de animais); sucessivas inovações tecnológicas (aparelhos eletrônicos, automóveis – impressionante a quantidade fabricada, por dia, mundialmente > congestionamentos > poluição). Em detrimento disso, certos hábitos ou paradigmas surgiram, principalmente nos centros urbanos, no ensejo dessa nova projeção mundial. O modelo de homem passou de “humano” para “tecnológico” - este, um verdadeiro judas que prefere tocar com os próprios dedos nas teclas da virtualidade a acreditar na realidade presencial. E, aproveitando-se disso, a mídia faz média da expectativa deste espectador judiado; oferecendo-lhe, sobretudo, comidas típicas do seu cardápio (da mídia), e “enfica” o BBB, as novelas, as ideologias políticas...

Ademais, atualmente, nota-se uma aviltante substituição do termo “social” (ex-social) pelo “virtual” (social), este sob o rótulo de “redes sociais” na internet – uma ferramenta de uso massificado, bastante recorrida praticamente em tudo que vamos fazer; no entanto, uma espada afiadíssima, de dois gumes, para quem não sabe usufruí-la. Tais redes alteraram significativamente a fórmula dos relacionamentos pessoais, dando nova configuração aos moldes da comunicação, da informação e da propagação do conhecimento, através dos bate-papos, orkut, twitter; e, febrilmente, o facebook, onde o indivíduo fofoca sua própria vida, descrevendo sua rotina: dizendo o que está fazendo, o que deixou de fazer, o que pensa, além de (re)produzir, em sua maioria, criatividade supérflua, própria ou alheia (sem referências autorais) e publicando/compartilhando suas fotografias e vídeos, estes principalmente no youtube; porventura, sentido-se uma celebridade rodeada de “fãs”, idealizados por si próprio (“amigos”). E ainda há os curiosos, que adoram escarafunchar tais fotografias ou vídeos, para comentá-los: seja para criticar, admirar, bajular... Engraçado ou estranho que, as coisas “tecladas” no ambiente virtual nem sempre vêm à tona quando os indivíduos conversam pessoalmente em outro momento (é muita coisa para lembrar, porque “teclou” com vários “amigos” ou comentou várias fotografias e vídeos, e seu cérebro foi “terceirizado” pelo HD, pelo pendrive... ). Muitos estão acostumados a virar noites, conectados à rede mundial de computadores (internet) – interagindo com futilidades sociais – que perderam o costume de virar uma simples página de um bom livro. Por outro lado, a jornada de trabalho é superior à de sono.

Portanto, não nos causará surpresa quando ouvirmos nomes próprios, como: Googlenice, Maria Twitteira, Orkutência e Marcos Web. Certamente, todos nossos descendentes. Oxalá que eles não se esqueçam de que serão humanos, pelo menos!

Desta forma, cada dia que passa, estamos cada vez mais distantes da natureza das coisas: alimentos altamente industrializados e modificados, que contêm conservantes, que não conservam a vida (bebidas, em geral, enlatados...); amizades intensamente virtuais, que, denotativamente, não socializam a vida; e a irrelevância do paradigma espaço/tempo, com a desconsideração das fronteiras geográficas e com a rapidez influente nos processos naturais, como no crescimento das plantas e das frutas (transgênicos), na precocidade reprodutiva dos humanos (gravidez na adolescência) e na sua nova forma de procriação (fertilização in vitro). Aliás, constituímos uma geração transitiva em plena fase de teste alimentício e de hábitos modernos que, sabe-se, lá, quando, poderemos inferir algo de tranquilizante para o nosso amanhã. Sem falar na globalização culinária intercultural.
Por outro lado, a medicina evoluiu-se nos seus estudos contemporâneos ou as doenças evoluíram-se nos seus estados pro tempore?

A resposta não sabemos decifrá-la, mas indagamos mais uma torpe pegadinha da vida: por que certas doenças – como a gripe suína, ou gripe A (H1N1) – propagaram-se em escala mundial, matando milhares de pessoas? E a justificativa da medicina é sempre a mesma, para explicar o surgimento dessas doenças, associadas a vírus artificialmente criados em laboratórios. Dá para coçar alguma parte do nosso corpo, ou melhor, a orelha? Em virtude desse levante ideológico, as pessoas tornaram-se verdadeiras peças ajustáveis ao sistema capitalista – o principal comandante das manobras – que, de forma indutiva, aceitam, cegamente, tudo que é proposto por tal sistema (dependência exacerbada de remédios viciantes, vacinas... ).

Talvez, “magnífico” leitor, você esteja se perguntando por que o autor não foi parcial ou incisivo quanto ao seu ponto de vista nos argumentos levantados; porém, sucinto nos comentários destes. Somente entendamos a tonalidade sugestiva do sarapatel de assuntos complexos e reflitamos acerca dos seguintes ditados: “Mais fere a má palavra do que a espada afiada”; “O ócio é o pai de todos os vícios”; “A pressa é a inimiga da perfeição”; “A gente faz 99 e querem que complete 100”; “Quem vê cara, não vê coração”; “Amigos do bom tempo mudam com o vento”; “Quem muito abarca, pouco abraça”; “A formiga, quando quer se perder, cria asas”... Tudo de mais é prejudicial!

Consciência é a palavra-chave.

Júlio Luís de Moura Filho
Professor e Músico

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/LucasMac/~3/SoyWUdx9bTs/o-social-dissociado.html

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