Essa é uma questão que já venho tratando desde bastante tempo. Fomos todos contratados para dar aula presencial, naquele tempo que preparávamos a aula em uma fichinha - que em alguns casos eram repetidas ad eternun, e as pobre ficavam até amareladas! -, no tete-a-tete com nosso alunos durante o tempo da aula e... pronto. Íamos para casa e a vida continuava.
Mas não só as aulas: íamos para as escolas e universidades com as avaliações preparadas e as entregávamos num setor para serem dactilografadas (será que você ainda sabe o que é isso?!). Uma máquina de escrever para refrescar a memória!
imagem copiada de http://etc.usf.edu/clipart/4200/4253/typewriter_1_lg.gif
As cadernetas eram preenchidas à mão e.. porai vai.
Hoje,
somos atolados de emails, blogs, twitters, youtubes, fazemos e editamos vídeos, rádio web, e, o que é pior, toda a tarefa administrativa passou a ser executada por nós mesmos. No ensino superior, além de digitar notas, preparar o material, digitá-lo, imprimí-lo - na maioria absoluta dos casos com nossos próprios recursos materiais e em casa - atendemos alunos por email, chats e, em muitos casos, até telefonemas celulares. Aqueles que tem algum tipo de bolsa, são aliviados financeiramente de algumas dessas despesas MAS... mais formulários online, pareceres online, relatórios online e... haja trabalho!
E o salário? O
mesmo! Exatamente e sempre o mesmo...
No caso da rede privada, as convenções coletivas, fruto das negociações lideradas pelos Sindicados buscam, como está sendo feito no caso de São Paulo, incorporar isso como hora extra ou como atividade remunerada.
No nosso caso, das Universidades Públicas, a coisa fica mais complicada porque também na pesquisa já estamos atolados de atividades que, em verdade, nada tem a ver com a pesquisa propriamente dita. São os Lattes da vida (o nosso orkut!), que agora em época de avaliação da CAPES deixa todo mundo histérico, os formulários das agências de financiamento - que insistem em solicitar todos os dados já registrados em outros sistemas -, os editais e tudo mais, tudo on line.
Tudo online. E isso significa: tudo para ser feito por nós mesmos...
Como dizia Chico Anísio, e o salário?! oooohhh!!! desse tamainho!!
Como afirma Valdemar Sguissardi e João dos Reis Silva Junior, é O trabalho
intensificado nas federais. Vale a pena ver o livro publicado pela Editora Xamã, 2009.
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