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Nelson Pretto: Irecê é (software) livre?

28 de Junho de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Ao longo dos últimos anos, a Faculdade de Educação da UFBA tem desenvolvido um trabalho em parceria com o Município de Irecê, o qual avança por três gestões do executivo municipal. Pesquisas em todo o mundo apontam como elemento fundamental ao desenvolvimento de projetos duradouros e consistentes, a sua continuidade ao longo do tempo, independentemente das mudanças políticas locais. Entretanto, na prática, com a chegada dos novos dirigentes eleitos, alterações quase que radicais são introduzidas em políticas bem sucedidas que estavam em andamento no país, no estado ou no município.

Tomemos o caso de Irecê. Como resultado dessas ações integradas da UFBA e Município, foi implantado um projeto de formação dos professores da rede municipal, já com 140 professores licenciados, articulado com uma política de inclusão digital que inclui os Tabuleiros Digitais, no início apoiados pela Petrobrás (infelizmente, posteriormente cortado!) e um Ponto de Cultura, apoiado pelo MinC, entre outras ações. Esses projetos são os responsáveis pela implantação de uma verdadeira incubadora de idéias no campo da cultura digital, com uma Rádio Web em software livre, constituindo o Ciberparque Anísio Teixeira, homenagem ao grande educador baiano que, com certeza, adoraria ver a meninada usando de forma plena as tecnologias digitais, como o fazem em Irecê.

No início desse projeto, 50 jovens receberam uma bolsa de estudo (Ministérios do Trabalho e Cultura), para atuarem no Ponto de Cultura com software livre. O resultado foi que desses 50, 49 foram imediatamente empregados logo depois dos cinco meses de bolsa. Um grupo dali egresso criou um pequena empresa de suporte a software livre no município, a qual, provavelmente, foi a primeira empresa do gênero no interior do Estado. Esse grupo articulou-se com a Câmara dos Vereadores e implantou uma rádio web, com software livre, o que possibilitava a todos os cidadãos acompanharem as sessões da Câmara Municipal de qualquer lugar onde houvesse internet.
Além das transmissões ao vivo, ficavam disponíveis o áudio das sessões anteriores, de forma que a comunidade pudesse acompanhar a atuação dos vereadores e o que se discutia naquele egrégio palácio a qualquer momento. São pequenas ações como essas que fazem uma enorme diferença quando se pensa em democracia.
Porém, lamentavelmente, essa breve e rica experiência, que articulava transparência, criatividade, emprego para a juventude e, muito importante, software livre, ao invés de ter sido exemplo a ser adotado por outras casas legislativas país a fora, foi ceifada.
A nova administração da Câmara Municipal de Irecê simplesmente tirou da rede a sua rádio web.
Triste Bahia!

Artigo publicado no jornal A Tarde, da Bahia, em 28.06.2009, pag. 03.

Fonte: http://nelsonpretto.livejournal.com/46310.html

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