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Blog coletivo

15 de Abril de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Neste espaço coletivo da rede social, você pode disponibilizar o seu conteúdo pessoal para dar mais visibilidade à sua produção e articular com os outros integrantes. Além de textos, você pode publicar fotos, ilustrações ou um arquivo audiovisual.

Como publicar aqui: Basta fazer uma publicação a partir do seu perfil, criando um post no seu blog pessoal ou um artigo e usar o recurso “divulgar”. Lá, escolha a comunidade Ponto por Ponto. A equipe recebe uma notificação da sua publicação e, em seguida, a redireciona para este espaço.

Até o dia 5 de agosto, a rede contava com blogues específicos para a publicação de imagens e arquivos audiovisuais. Como os formatos de mídias se complementam, acreditamos que seja mais produtivo conjugá-las todas num mesmo espaço. Mas, para que não haja perda de conteúdo, disponibilizamos as antigas publicações em:


Pierre Lévy em SP

2 de Setembro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Pierre Lévy discute inteligência coletiva na abertura do Ciclo Era Digital. O evento trará pensadores internacionais para debater novas tecnologias de comunicação

O professor franco-canadense Pierre Lévy, reconhecido internacionalmente pelo conceito de inteligência coletiva na era digital, estará em São Paulo nesta sexta-feira (21/08) para a abertura do Ciclo Era Digital no Sesc Santana, a partir das 14h. Idealizado pelo Centro de Pesquisa Atopos da ECA-USP, o programa é uma realização da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), da Sator Eventos e do Sesc-SP.

No evento, Pierre Lévy discute o tema ‘Em direção à civilização da inteligência coletiva’ com Massimo di Felice, do Atopos e ECA-USP; Paulo Nassar, da Aberje/ECA-USP; Eduardo Fischer, do Grupo Total; Gaspar, do Z’África Brasil; e Yakuy Tupinambá, do Ponto de Cultura Índios On line.

Professor da cátedra de Inteligência Coletiva da Universidade de Ottawa, Lévy é autor dos livros Cibercultura, Tecnologias da Inteligência e a Inteligência Coletiva.

O ciclo
O projeto tem o objetivo de reunir os principais pensadores internacionais para discutir as transformações dos meios de comunicação digital com empresários, acadêmicos, lideranças sociais, ONGs e público geral.

 O evento se estende até dezembro e propõe a discussão de temas como filosofias de rede, opinião pública digital, culturas juvenis online, sociedade da informação e futuro digital da democracia. Entre os nomes confirmados estão Alberto Abruzzese, Derrick de Kerckhove, Mario Perniola, Massimo Di Felice e Michel Maffesoli.

Os ciclos serão compostos de palestras seguidas de mesa-redonda em que os participantes debaterão a difusão das novas tecnologias comunicativas digitais e seu impacto sobre nossa forma de agir e pensar.

Desafios como exclusão digital e desigualdade de acesso às novas tecnologias também serão abordadas pelos convidados de modo a apresentar caminhos para uma sociedade mais democrática, inclusiva e sustentável.

 

Serviço
Ciclo Era Digital
Sesc Santana - Av. Luiz Dumont Villares, 579 (próxima à estação Jardim São Paulo, do Metrô)
Início dia 21 de agosto, sexta-feira - das 14hs as 18hs(credenciamento a partir das 13 horas)
Valor: R$ 5,00 (inteira), R$1,00 (trabalhador do comércio e serviços matriculado no Sesc).
Ingressos: à venda pelo sistema ingressoSesc. Para saber a unidade mais próxima, acesse www.sescsp.org.br.



Ponto por Ponto participa da Teia Regional da Capital de São Paulo

1 de Setembro de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

No último sábado, dia 29, a rede social Ponto por Ponto organizou o Círculo de Cultura Pontos de Cultura e seus Comunicadores Culturais na Teia regional da capital da São Paulo, que reuniu mostras artísticas entre os dias 28 e 30 de agosto, na Funarte.

O Círculo de Cultura é uma dinâmica freiriana que assume uma estratégia de ação e de reflexão para o desenvolvimento consciente de organização e de mobilização de grupos sociais.

Inicialmente, a atividade foi pensada para atender os comunicadores culturais. A rede Ponto por Ponto define esses profissionais como pessoas responsáveis por divulgar as ações além dos limites dos seus Pontos, ainda que eles não tenham formação específica na área da comunicação. Contudo, o Círculo atraiu também um público curioso, interessado pelo trabalho dos Pontos de Cultura e pelo tema da comunicação.

A coordenadora do projeto Ponto por Ponto, Viviane Querubim, explica que o objetivo de organizar o Círculo é promover a troca de experiências relacionadas à divulgação do trabalho dos Pontos de Cultura feito por seus comunicadores no cotidiano e à discussão de novos espaços e estratégias para a disseminação de suas produções.

Diversidade
Durante o Círculo, os participantes trouxeram experiências variadas sobre a atuação e a origem dos seus Pontos. Reinaldo Santos, do Centro de Formação e Reflexão Teatral de Diadema, conta que em sua cidade a linguagem teatral foi a manifestação artística encontrada para expressar a cultura local, marcada pela miscigenação, fruto de diversas ondas migratórias.

Aya Ohara é da cidade de Mirandópolis, interior de São Paulo, e pertence à comunidade Yuba, onde vivem imigrantes japoneses e seus descendentes. Ela relata que a vivência artístia é particular ali por vincular as diversas manifestações culturais – teatro, dança, escultura - dos Yuba ao cultivo da terra. A comunidade não é um Ponto de Cultura, mas concorre ao edital dos 300 novos Pontos de São Paulo, lançado neste ano.

Novos diálogos
Após a reflexão do grupo sobre as práticas culturais de suas comunidades, o tema da comunicação foi abordado como elemento fundamental no desenvolvimento do trabalho dos Pontos de Cultura.

Sarah Faleiros, do Museu da Pessoa, relatou o desafio de articular ações de comunicação no âmbito da Internet. Para ela, ao mesmo tempo em que meio permite um acesso às mídias mais democrático, há uma dificuldade em fazer com que o veículo se torne um canal de referência. Sarah menciona também o desafio de utilizar as redes sociais como os novos instrumentos para a comunicação.

A necessidade de se atender à pluralidade de conteúdos e de mídias disponíveis também foi um dos tópicos abordados na conversa. Nesse contexto, Zonda Bez, coordenador de comunicação da Secretaria Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, lembra a importância das Conferências Nacionais de Comunicação e Cultura, cujos processos de organização são oportunos para a mobilização dos Pontos de Cultura e para o debate de alternativas.

Outras teias
A mesma proposta dessa atividade será levada para as demais teias regionais que acontecem nos próximos finais de semana. No entanto, Maria Lizeth Acquisti, mediadora da rede, lembra que cada Círculo de Cultura tem um resultado diferente, que depende do público, da sua interação e dos assuntos abordados por ele. Confira a programação da Teia Regional de Campinas Estendida.



Governo, empresários e movimento social selam acordo para a Confecom.

31 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Por Lúcia Berbert
25 de agosto de 2009
Governo, empresários e entidades sociais fecharam hoje um acordo para dar continuidade aos preparativos da Conferência Nacional de Comunicação, prevista para acontecer na primeira semana de dezembro. A proposta que prevaleceu foi de designação de 1.500 delegados, sendo 40% escolhidos pelos movimentos sociais, 40% pelos empresários e 20% pelo governo. O quórum qualificado para votar os temas mais sensíveis ficou em 60%, mas terá que ter pelo menos um representante de cada um dos três segmentos envolvidos.

Segundo o ministro Hélio Costa, essa nova versão do quórum qualificado  impede o poder de veto, posição que não é acompanhada por todas as entidades sociais, que consideram uma forma de controle dos temas principais. Eles também discordam da divisão da representatividade, argumentando que o setor empresarial não representa 40% da sociedade, mas acabaram aceitando o acordo, temendo que o evento ficasse inviabilizado. A única entidade que votou contra o acordo foi a Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, soltou nota reclamando do esforço do governo para manter os empresários na conferência a ponto de comprometer as negociações que, no futuro, irá interferir nos debates e aprovações de documentos.

As duas entidades empresariais, que ainda continuam na comissão organizadora do evento, queriam o quórum qualificado para as votações importantes de 60% mais um, porém aceitaram a nova proposta. Somente continuam na comissão organizadora da Confecom a Telebrasil, que representa as operadoras de telecom, e a Abra, que reúne a Band e a Rede TV!. a  Abert (de radiodifusores), Abranet (dos provedores), ABTA (das TVs por assinatura), Aner, Adjori e ANJ (da mídia impressa) oficializaram a saída da coordenação da conferência em decorrência da impossibilidade de acordo, sobretudo com relação à definição dos temas secundários do evento.

Na próxima terça-feira, os três segmentos vão discutir a minuta do regimento interno da Confecom, com os termos acordados, quando será testada a possibilidade de aprovação com o quórum definido. A previsão é de que o documento, que balizará as etapas regionais da conferência, deve estar aprovado. Depois disso, o governo enviará sugestão aos governos estaduais para que convoquem os debates nas suas regiões.os ministros Luiz Dulci (Secretaria-geral da Presidência) e Franklin Martins (Secretaria de Comunicação Social) também participaram da reunião.



Pontos de Cultura se internacionaliza

31 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Por Edélcio Vigna (assessor do Inesc - Instituto de Estudos Socioeconômicos)

O programa Pontos de Cultura, executado pelo governo brasileiro, está tão bem conceituado entre os artistas sul-americanos que há uma reivindicação para que governos de outros países também o implementem. Para atender a essa reivindicação, um anteprojeto de lei será apresentado ao presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), em novembro.

O programa de apoio às produções culturais prima pela simplicidade. Este é o seu ponto forte. Um Ponto de Cultura se caracteriza por ser mais uma gestão dos recursos públicos do que um simples apoio financeiro. As instituições “pontos de cultura” funcionam como uma força motriz que estimula e articula as ações culturais existentes na comunidade. Essa singularidade não exige do Ponto nem instalações físicas, nem programação ou atividades específicas.

O Ponto de Cultura é um instrumento de gestão que aglutina as diversas manifestações culturais de uma comunidade. Associa, promovendo a transversalidade entre diferentes ações em curso que se expressam com culturas populares, grupos étnico-culturais, patrimônio material, atividades de audiovisual e radiodifusão, pensamento e memória, entre outras. A expectativa é que essa transversalidade promova um fortalecimento compartilhado entre as diversas organizações.

O Inesc, considerando o potencial de protagonismo e empoderamento do programa, representando a Articulação Latinoamericana: Cultura e Política (ALACP), estimulou a senadora Marisa Serrano, da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul e da Comissão de Cultura do Parlasul, a elaborar um anteprojeto de normas que institui os Pontos de Culturas nos países membros do Mercado Comum.

Uma das expectativas dos promotores do anteprojeto é a possibilidade de que, no futuro, os programas implementados nacionalmente se dialoguem e se transformem em um poderoso instrumento de integração regional. Dessa forma, a cultura estará cumprindo inapelavelmente a sua missão que é a de romper fronteiras e unificar povos.

O anteprojeto, seguindo os parâmetros do programa brasileiro, será entregue ao presidente do Parlasul pelas organizações sociais sul-americanas, em uma reunião em Buenos Aires, na Argentina, em novembro. Neste evento, a sociedade civil mercosulina dará largada e monitorará a tramitação de um projeto que vem democratizar e instituir a participação social na produção cultural.

No art. 3º do anteprojeto estão listados os objetivos do Programa Pontos de Cultura: ampliar o acesso aos bens e serviços culturais e meios necessários para a expressão simbólica; ofertar equipamentos e meios de acesso à produção e à expressão cultural; gerar oportunidades de trabalho, emprego e renda para trabalhadores, micro, pequenas e médias empresas e empreendimentos da economia solidária.

No art. 4º estão listadas as ações que deverão ser apoiadas pelo Programa: promoção da cidadania, por intermédio de ações culturais; promoção dos direitos culturais e da diversidade cultural; democratização do acesso a bens e serviços culturais; fortalecimento de experiências culturais desenvolvidas por agentes e movimentos sócio-culturais de incorporação de populações excluídas e vulneráveis; entre outras.

O art. 7º diz que as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, de natureza cultural, poderão ser reconhecidas como Pontos de Cultura. Tais como: associações, sindicatos, cooperativas, fundações privadas, escolas caracterizadas como comunitárias, associações de pais e mestres, ou organizações tituladas como organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs), organizações não-governamentais (ONGs) e congêneres.

Motivadas pelas portas que o projeto poderá abrir ainda no processo de tramitação, as organizações da Articulação Latinoamericana: Cultura e Política estão se preparando para acompanhar e incidir em todas as instâncias do Parlasul pelas quais o anteprojeto deverá passar até chegar ao plenário do Parlamento. Os diversos atores sociais estão conscientes dos obstáculos e das dificuldades para articular as diversas forças políticas e interesses existentes no Parlasul. Para este embate, a ALACP promoverá no início de setembro, em Brasília, o Seminário Cultura e Protagonismo Social na América Latina, no âmbito do Festival Internacional de Teatro.

 



Projeto de Lei que regulamenta acesso a informação pública deve entrar na pauta do Congresso após recesso parlamentar

31 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

22/08/2009

Em maio deste ano o Presidente Lula encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei (PL 5228/09) que regulamenta o direito de acesso a informações públicas. O projeto foi apensado ao projeto (PL 219/03) apresentado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT - MG) e tramita em regime de prioridade na Câmara Federal, aguardando formação de Comissão Especial para sua análise.

A Comissão Especial será formada por 18 deputados, sendo a relatoria do deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS).  Doze deputados já foram indicados para compor a Comissão: Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP); Colbert Martins (PMDB/BA); José Genoíno (PT/SP); Maurício Rands PT/PE); Mendes Ribeiro Filho (PMDB/RS); Reginaldo Lopes (PT/MG); Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR); Bonifácio de Andrada (PSDB/MG); Carlos Sampaio (PSDB/SP); Guilherme Campos (DEM/SP); José Carlos Aleluia (DEM/BA); Fernando Gabeira (PV/RJ). Ainda faltam indicações do PP, PR, PPS PHS e duas do PSB.

Há indícios de que o assunto deve entrar na pauta do Congresso no segundo semestre, após o recesso parlamentar.

A ampla mobilização e participação da sociedade na discussão do projeto de lei são fundamentais para que seu conteúdo atenda as necessidades da democracia participativa e da transparência e seja rapidamente aprovado no Legislativo.

Um sistema de informação pública operacional é ferramenta importante para gerar maior eficiência na administração, para combater a corrupção e para promover uma maior interação entre governo e cidadãos. O direito de acessar informações públicas é um direito fundamental. Ele baseia-se no pressuposto de que a informação detida por entes públicos é propriedade do público, e não de servidores ou governos. Portanto, a regra deve ser sempre a abertura e a transparência. O acesso à informação tem papel central no fortalecimento dos processos democráticos.

Sem uma legislação única determinando como deve ser feita a divulgação de informações, alguns órgãos públicos, municípios e estados tem adotado suas próprias normas sobre a matéria. Essa legislação difusa, e muitas vezes contraditória, acarreta dois problemas centrais: as normas esparsas por vezes são muito restritivas e limitam indevidamente o direito à informação; e, a falta de harmonização causa confusão e dificulta o acesso pelo cidadão, que fica perdido entre os mais diversos requisitos, prazos e procedimentos, que variam entre os diferentes órgãos.

Por isso o projeto de uma lei federal concentrando sob uma única norma os dispositivos gerais sobre acesso a informação será um passo importante para tornar o direito previsto na Constituição um instrumento realmente útil ao cidadão para defesa de seus interesses e direitos. A regulamentação do direito de acesso vai facilitar tanto sua efetiva utilização pelas pessoas quanto sua real implementação pelas instituições públicas.

Apesar dos avanços e da enorme expectativa referente ao envio da minuta ao Congresso, o PL ainda pode ser aperfeiçoado em diversos pontos. A criação de um órgão específico para garantir a aplicação e cumprimento dessa legislação seria medida importantíssima. Também merecem maior debate o exato conteúdo das exceções ao livre acesso a informações e o possível questionamento das classificações impostas a documentos. Além disso, medidas concretas destinadas a promover uma administração mais aberta ao diálogo com o público em geral são essenciais, uma vez que o abandono da lógica de confidencialidade em que ainda trabalham alguns entes públicos apenas poderá ser modificada a partir de uma profunda mudança cultural e da adoção de uma atitude verdadeiramente transparente por parte dos funcionários e agentes públicos. O verdadeiro acesso à informação exige medidas legais, estruturais e comportamentais.

Acompanhe o andamento do PL

http://www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=105237

Acompanhe a composição da Comissão Especial

http://www2.camara.gov.br/comissoes/temporarias/aguardandoindiclideres.html

 

ARTIGO 19 BRASIL

www.artigo19.org / www.livreacesso.net



Pontos de Cultura na TV ! - DF

19 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Acontece o lançamento dos programas de TV Cultura Ponto a Ponto, Ponto Brasil e Cidades Invisíveis  no dia 19 de agosto, quarta-feira, ás 19h, na SHIN QL 13 Conjunto 05 casa 19 – Lago Norte – Brasília.


Quem for de algum Ponto de Cultura e estiver por Brasília, está convidado para festa!
 

O programa Cultura Ponto a Ponto é uma série sobre cidadania cultural composta por 26 programas, de 26 minutos cada, no qual promove o registro dos trabalhos desenvolvidos pelos Pontos de Cultura de todo o país.

O Ponto Brasil
é uma serie que envolve capacitação dos Pontos de Cultura de audiovisual, gerando uma série de 12 programas de 26 minutos, produzidos colaborativamente.

O programa Cidades Invisíveis interliga agentes culturais e realizadores do audiovisual das mais distintas realidades, com uma produção de 18 vídeos no formato de interprogramas.

Todos poderão ser assistidos na TV Brasil.



IPV6

18 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário

Por conta do assunto estar relacionado a conceitos de protocolos e o funcionamento da rede de computadores, inicio a série sobre IP´s já direcionando para usuários finais.

-#-

ipv6.br

O IPv6 para os usuários finais.

IPv6 é abreviação de Internet Protocol version 6 ou, em português, Protocolo Internet versão 6. Um protocolo consiste num conjunto de regras que permitem a comunicação entre dispositivos. Grosso modo, protocolo é uma "linguagem". O IP é a base da Internet, e a versão utilizada atualmente é a versão 4 (IPv4).

O IPv6 é necessário porque os endereços livres no IPv4 estão se acabando. As previsões indicam que eles se esgotarão por volta de 2010 ou 2011. Sem novos números IP seria muito complicado conectar novos usuários à Internet. Seu crescimento ficaria muito prejudicado. No IPv6 a quantidade de endereços disponível é muito maior que no IPv4, o que permitirá a continuidade do crescimento da rede. Prevê-se que ambos, IPv4 e IPv6, funcionem lado a lado na Internet por muitos anos. Mas, a longo prazo, o IPv6 substituirá o IPv4.

Se compararmos o endereço IP com o endereço de uma casa, com a adoção do IPv6 será como se todas as casas ganhassem u m número novo, mas diferente do antigo, como um código. Dessa forma as casas teriam ainda seu número antigo e o novo código: eles não se misturariam ou se confundiriam, porque seriam diferentes. Ambos poderiam ser usados para se chegar às casas, mas quando todas elas recebessem o novo código o antigo poderia ser deixado de lado.

A implantação do IPv6 deve ser transparente para os usuários finais (domésticos). Ou seja, se tudo der certo, pouca coisa mudará: seu computador será configurado automaticamente, a Internet continuará a funcionar e a evoluir, e você notará, com o passar do tempo, mais aplicações facilitando a comunicação fim a fim entre as pessoas, como as de video conferência, voIP e colabora ção, entre outras.

Algumas coisas serão mais fáceis. Por exemplo, se você tem uma pequena rede na sua casa, com diversos computadores ou ainda com outros dispositivos, cada um deles terá um endereço IP fixo e válido na Internet. Isso significa que você não precisará mais que um computador ou roteador seja responsável pelo compartilhamento da conexão (tecnicamente, chamamos isso de NAT - Network Address Translation).

Com os IPs válidos, ficará mais simples acessar os dispostivos remotamente, de forma segura. Você poderá, por exemplo, utilizar sua impres

sora doméstica do computador de seu serviço, se assim o desejar. Alguns outros equipamentos em sua casa poderão também ser ligados à Internet, como fogões, geladeiras, cafeteiras, lâmpadas, câmeras de vigilância, etc; dessa forma você poderá controlá-los ou visualizar seu estado à distância.

Se a implantação do IPv6 falhar, você notará que a Internet continuará a funcionar... Mas, provavelmente, o ritmo em que novas aplicações interessantes aparecem diminuirá bastante. Talvez o acesso à rede também fique mais caro.

 

 

 

 

informações extraídas do artigo Artigo O IPv6 para os usuários finais. , de membros do CGI.br ou colaboradores do NIC.br, publicado no sítio Internet ipv6.br, no endereço http://ipv6.br/IPV6/AjudaIPV6Usuario. O artigo Artigo é licenciado sob a Creative Commons Atribuição 2.5 Brasil."

 

 



Créditos da Expedição do Patrimônio Vivo

18 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Expedição do Patrimônio Vivo

Realização: Associação do Circuito Turístico Vale Verde e Quedas D’Água e Viraminas Associação Cultural.

Metodologia de pesquisa: Viraminas Associação Cultural.

Equipe do projeto, da esquerda para direita: Sansão Bogarim (fotos); Paulo de Morais, Andressa Iza Gonçalves e Sandra Maura Coelho (pesquisa de campo e textos).

Apoio: Fiat Automóveis; Prefeituras de Três Pontas, Carmo da Cachoeira, São Bento Abade, São Thomé das Letras, Ijaci, Itumirim, Ingaí, Bom Sucesso, Lavras e Luminárias.

Agradecimentos: Ricardo Barros Pereira (Grupo Projetar/Três Corações), Liliane Santos (Circuito Vale Verde e Quedas D’Água), Keyre Mariano (Departamento Turismo/Três Pontas); Walmir Caldeira (Pres. Câmara Vereadores/Carmo da Cachoeira); Roberto Wagner Rezende, Wanderlene Souza Bondi, Rafael Luiz de Souza (Prefeitura de São Bento Abade); Lincoln Daniel de Souza (Departamento de Turismo e Cultura de Luminárias); Arakém Frágoas (Ribeirão Vermelho); Rômulo Almeida (Secretaria de Educação e Cultura de Bom Sucesso); Reginaldo Vilas Boas (Secretaria de Educação e Cultura de Ijaci); Waldelaine Domingos (Depto. Turismo de Itumirim; Magali Aparecida e Lúcio Boueri (Festa do Carro de Boi de Macuco de Minas); Silas e André (Prefeitura de Ingaí); Edvaldo (Departamento de Turismo e Cultura de São Thomé das Letras).

A equipe Expedição do Patrimônio Vivo agradece a todos os que acompanharam nossas andanças por este blog, especialmente àqueles que deixaram comentários e sugestões. Esperamos nos reencontrar em breve.



Expedição do Patrimônio Vivo - 10°Dia - Luminárias

18 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda


Último dia de Expedição. Em parte cansados pelos 10 dias incessantes de pesquisa e, por outro lado, satisfeitos pelo bom resultado do projeto, saímos em busca de mais patrimônio vivo. O trabalho agora é em Luminárias, cidade de 5.350 habitantes, cujo nome é atribuído a pontos luminosos avistados na serra que circunda a cidade. A padroeira é Nossa Senhora do Carmo e o município é integrante do Programa Estrada Real. Quem nos contou esses detalhes foi o chefe do Departamento de Turismo e Cultura da cidade, Lincoln Daniel de Souza, um dos principais entusiastas do ecoturismo na região.

Quem nos indicou algumas pessoas para conversarmos foi a filha do nosso fotógrafo oficial, Maria Bogarim, que é enfermeira na cidade. Ela lembrou de seu vizinho, que até hoje faz fumo de rolo no quintal de casa. Fomos até lá conferir.

Primeira parada – 10h – Casa de seu Nico

Antônio Ferreira Mafra Filho, o seu Nico, é natural de Luminárias. Nasceu em 8 de fevereiro de 1932 numa fazenda chamada Lagoa. Assim que adentramos no quintal da casa dele, pudemos ver a quantidade enorme de folhas de fumo amontoadas sobre um pedaço de lona e três rolos enormes maturando sob o sol, o que indicava que a produção ali corria a todo vapor. Pedimos, então, pra que ele explicasse como funcionava o processo de fabricação artesanal, e ele foi logo adiantando: “pra dar um fumo bão, tem que plantar em terreno novo. Lugar de terra velha (muito plantada), não dá um fumo bão”.

Por aí, a conversa já demonstrava que estávamos diante de um produtor com o controle de qualidade aguçado. Com as mãos manchadas pelo manuseio, Seu Nico nos contou que, para a colheita das folhas, é necessário plantar os pés com a distância de meio metro entre cada um. Quatro meses é o tempo mínimo para retirar as folhas. A partir daí, o produtor tem que cortar o pé inteiro (a segunda colheita não é tão boa), colher as folhas, pendurá-las numa espécie de varal de bambu e deixar secar durante cerca de uma semana.

Então, é preciso tirar a tala central da folha. O que sobra vai para a roda de cochar fumo. “É até um servicinho maneiro de fazer. Vai rodando, rodando, e faz as cordas. Das cordas, a gente faz o novelo no burro (espécie de vara de madeira sustentada por um suporte e uma manivela para enrolar o fumo) e deixa no sol pra maturar”, explicou seu Nico. Cada novelo fica em torno de três meses tomando sol, e o mel do fumo é o responsável por dar a coloração escura. A partir daí, o produto já pode ser fumado, mas seu Nico prefere guardá-los em sacos plásticos por mais tempo (às vezes, chega a dez meses), para dar um melhor sabor.

Seu Nico nos contou que existem mais de 10 qualidades de fumo de rolo: gamelão, araçá, fumo de cheiro, língua de vaca e almeirão são alguns exemplos. Antigamente, havia vários produtores locais. Hoje, segundo seu Nico, quase não há mais quem se dedique ao serviço. Os clientes são todos da cidade, que pagam 30 reais pelo quilo do fumo curado. Há até alguns anos, compradores de cidades vizinhas apareciam para levar todo o estoque e revender, mas o cigarro de papel (industrial) vem acabando com a tradição dos produtores artesanais de fumo.

Esta época do ano, por causa do tempo seco, é ideal para a produção. Quando chove muito na estação, o fumo nasce mais fraco, o que não é do agrado de Seu Nico. Terminada esta parte da explicação, o produtor nos mostrou como enrola um cigarro de palha. “Tem que escolher uma palha clarinha, não pode ser de fora do milho, tem que ser uma palha do meio”, disse. Seu Nico tirou um pedaço de rolo que estava guardado há dois anos e picou alguns pedaços com um canivete afiado para enrolar. Ele nos ofereceu para experimentar e demos algumas pitadas para conferir o resultado. Nos despedimos satisfeitos com a dedicação do produtor e saímos para a próxima conversa.

Segunda parada – 11h08 – Casa de seu Delfino Diniz

O que nos trouxe à simpática casa desse senhor foi a curiosidade por mais uma tradição que os tempos fizeram sumir: a caça, atualmente proibida por lei. Seu Delfino Diniz nasceu em 15 de agosto de 1945 na fazenda do Mirante, em Luminárias, e é filho de Odilece Junqueira Diniz e Lana Lopes Diniz. Desde a infância, acordava às cinco horas da manhã para ajudar na tarefa de tirar leite.

Ele conta que o esporte da caça é uma tradição que começou com o avô, que passou para o pai, com quem ele aprendeu a gostar. Nos tempos em que a atividade ainda persistia, os colegas se reuniam a cavalo e saíam com cerca de 30 cachorros ao todo. Seu Delfino demonstrou preocupação em deixar claro que eles não matavam os animais que encontravam, normalmente pacas e veados. “A gente não levava nem um canivete. Se a gente matasse os bichos, ia acabar a nossa diversão do dia seguinte”, comentou. Iam de seis a oito caçadores, que levavam café e algumas quitandas para comer. A satisfação era ver a arruaça dos cachorros, e quando avistavam algum veado, afastavam os cães e liberavam a caça.

Seu Delfino reconhece que o número de animais silvestres caiu vertiginosamente na região, porém sustenta que isso é resultado da ação de agrotóxicos usados por fazendeiros nas plantações. Ele lembra que não é mais possível caçar devido à ação da polícia florestal, que, caso perceba o caçador acompanhado dos cachorros, já tem motivos para aplicar uma bela multa.

Perguntamos sobre causos engraçados dos tempos de caçador e ele nos brindou com uma lenda do folclore local. Um certo padre era adepto da caça e, num belo dia, resolveu sair com os colegas para uma boa diversão. Para surpresa geral, um capiau resolveu interpelar o pároco enquanto o grupo atravessava um pasto, querendo aproveitar a situação para se confessar ali mesmo. Sem ter como negar, o padre o levou para um cupim, onde iniciou os procedimentos eclesiásticos. Enquanto o matuto listava seus pecados, o padre observava de rabo de olho a movimentação dos cães. Estes, por sua vez, começam a ficar agitados, denunciando que uma presa estava por perto. De repente, os chifres de um veado surgem por detrás de uma moita e o pároco, na inocência, fala: “se adianta aí que o chifrudo está vindo!”. O capiau, com medo, foge como uma espoleta, pensando que se tratava da aparição da besta.

Depois de mais algumas risadas, nos despedimos de seu Delfino e seguimos para um agradável almoço na pousada Serra da Luz.

Terceira parada – 14h37 – Antiga casa de Messias Furtado Sobrinho (Sinhô)

Para encerrar com chave de ouro, fomos até uma das poucas casas antigas que ainda resiste ao tempo no centro histórico de Luminárias. Lá encontramos Terezinha Aparecida Furtado, de 64 anos, uma fervorosa devota de Santo Antônio e apaixonada pelas histórias locais. Tetê, como é conhecida, é filha de Messias Furtado Sobrinho e Maria do Carmo Silva. O pai foi seleiro, e trabalhava com encomendas de fazendeiros da região. Durante muitos anos, ele ainda foi regente da mais tradicional da cidade, a Banda Carmelitana, fundada em 1896. A mãe, dona de casa, teve nove filhos, todos nascidos na casa onde estávamos, pelas mãos de parteiras.

Emocionada, Tetê nos contou sobre a Tradicional Festa de Santo Antônio, comemorada ininterruptamente desde a década de 50, todo dia 13 de junho. “Toda a vida mamãe teve muita fé. A minha avó Marica já contava para ela desde pequena histórias sobre Santo Antônio e ela contava para a gente. Ao invés de contar historinhas de princesas, mamãe contava a vida de Santo Antônio. Então desde pequenininha eu também tenho muita fé, e passo isso para os meus netos.”

Segundo Tetê, as primeiras festas aconteceram na porta de sua casa. O fiéis rezavam o terço e as crianças ganhavam canjica e brincavam ao redor da fogueira. “Depois que o padre Waldyr chegou, ele sempre incentivou minha mãe a fazer a festa, que continua até hoje. Quando mamãe morreu eu comecei a tomar conta. E a festa está cada dia mais bonita.”

A tradição de rezar o terço em homenagem a Santo Antônio ganhou força e hoje acontece, religiosamente, toda terça feira. No início, sem telefone para avisar os vizinhos, Dona Maria do Sinhô saía na rua batendo panela. Esse era o sinal de que estava na hora do terço. Apesar de devota, a mãe de Terezinha era cautelosa na hora de apelar para o santo. “Quando sumia alguma coisa aqui em casa a gente já ia acendendo uma vela para Santo Antônio, mamãe falava: não incomoda o santo com coisa pequena!”, lembra, saudosa.

Outra tradição mantida por Tetê são as coroações de Nossa Senhora do Carmo, anualmente realizada com crianças da comunidade. O ritual teve origem com a primeira professora da comunidade, Judith Amália Fábregas, que depois passou a responsabilidade de ensaiar as crianças para Dona Maria do Sinhô. Esta por sua vez entregou os ensinamentos para sua filha, Tetê, que já os transferiu para uma professora do município, Amália Amaral.

Encerramos a conversa com um breve comentário sobre os dias de hoje. “Eu tenho dificuldade de reunir as meninas, porque a maioria diz que não tem tempo para isso. Mas eu vou na praça e vejo elas de beijo e abraço com os namoradinhos. Deste jeito, não tem com ter tempo mesmo, né?”, disse, rindo.

Com essas palavras, terminava a Expedição do Patrimônio Vivo. Ficamos por aqui na certeza do dever cumprido e na expectativa de que os relatos tenham servido para provocar em todos que nos acompanharam alguma reflexão sobre as mudanças acontecidas nas últimas décadas. Nos despedimos honrados por termos encontrado pessoas tão iluminadas que, por força de vontade, conseguem manter vivo o nosso patrimônio cultural nos tempos modernos.



Expedição do Patrimônio Vivo - 9°Dia - Ribeirão Vermelho e Lavras

18 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 1Um comentário

Expedição do Patrimônio Vivo – 9º Dia – Ribeirão Vermelho e Lavras – Circuito Vale Verde e Quedas D’Água

O penúltimo dia da Expedição começou em Lavras, mas tínhamos a missão de conhecer histórias da vizinha Ribeirão Vermelho. Tínhamos o período da manhã para registrar o município. Depois de tantos dias percorrendo exclusivamente estradas de terra, nosso percurso agora é asfaltado. Por uma estrada cheia de curvas, chegamos em minutos à ponte que dá entrada à cidade. Trata-se de uma ponte de ferro que atende simultaneamente aos carros e ao trem da rede ferroviária. O nome do município vem do tempo dos bandeirantes, devido a um confronto entre a bandeira de Fernão Dias com os índios Cataguases, que tingiu o rio de sangue.

Logo que atravessamos a ponte, nos deparamos com um imponente patrimônio material já desgastado pelo tempo e pela inatividade: quatro galpões abandonados e uma rotunda, que, segundo moradores locais, é a maior da América Latina.

O edifício da estação nos chamou a atenção por estar bem conservado, destacando-se do restante dos prédios. Lá funciona uma escola de confecção de roupas, um bar e um telecentro da prefeitura. Em frente à estação fica a Maria Fumaça, onde nos reunimos com alguns moradores locais. Perguntamos sobre quem poderíamos entrevistar para colher memórias dos tempos em que o trem de ferro rodava a pleno vapor. Quem nos atendeu foi Arakém Frágoas, que de prontidão garantiu que quase todo mundo na cidade é ex-funcionário da rede ferroviária. Ele disse que a cidade tem planos para revitalizar a rotunda e que estão sendo feitos projetos para tal. Muito solicitamente, ele nos conduziu à casa de seu Vicente Ferreira Filho, aposentado da Rede.

Primeira parada – 10h – Complexo Ferroviário de Ribeirão Vermelho (MG)

Buscamos seu Vicente Ferreira Filho, de 87 anos, numa pracinha local, onde conversava com amigos. Sugerimos fazer a entrevista em frente à Maria Fumaça, por causa do cenário para as fotos. Ele começou a conversa contando que nasceu num distrito de Perdões chamado de Santos Dias, onde havia uma estação de trens de passageiros e carga, distante nove quilômetros de Ribeirão Vermelho. Uma peculiaridade nos chamou a atenção: ele nos contou que só descobriu o verdadeiro nome do pai aos 17 anos, quando foi ao cartório se registrar para poder ingressar no exército. “Todo mundo chamava meu pai de Vicente Nazário, porque meu avô chamava Nazário. Só no cartório descobri que meu pai chamava Vicente Ferreira”, lembrou.


Filho de pai lavrador, seu Vicente trabalhou muitos anos na roça. Chegou a estudar na escola do local onde nasceu e, aos 17 anos, mudou-se para São João Del-Rey, onde morou um ano para servir ao exército. Depois, voltou para Santos Dias, onde continuou ajudando o pai na lavoura. Convivendo com o ir e vir de trens, seu Vicente resolveu pedir emprego na rede ferroviária. Em 1942, foi contratado para trabalhar na turma de manutenção da rede permanente, formada por quatro trabalhadores e um feitor (chefe). Trocavam dormentes, consertavam trilhos, acertavam parafusos.

Vencido o contrato de um ano, ele ficou oito meses ajudando nas tarefas da roça. Voltou para a rede como guarda-chaves, responsável pela chave que altera o trilho que define a direção por onde o trem vai seguir. Esse ofício já não existe mais, pois a operação é toda automatizada. Trabalhou ainda na tração, como foguista – responsável por jogar lenha na fogueira das locomotivas a vapor – no trecho entre Barra Mansa (RJ) e Minduri (MG). Seu Vicente conta que ficou apenas seis meses na função, pois achou o serviço muito pesado. Foi, então, transferido para Ribeirão Vermelho em 1945, onde começou ocupando a função de ferreiro da oficina. Aposentou-se em 1971, na função de supervisor da seção de oficina.

“Aqui na estação era muito bonito, muito animado e movimentado. Pra virar a locomotiva, tinha que colocar na rotunda. Punha ela em cima do girador, ele tinha na ponta umas alças, e o trilho girava. Era pesado, uma pessoa girava com dificuldade, e duas dava pra fazer”, contou seu Vicente, lembrando que uma locomotiva pesa em torno de 80 toneladas. Ele nos relatou ainda de quando havia enchentes no local, que fica às margens do Rio Grande. “Nós víamos que ia dar enchente e tiramos todo o material da estação. Uma vez, só o teto da estação ficou de fora da água”, recordou.

Seu Vicente encerrou a conversa lembrando dos antigos prédios que faziam parte do entorno da estação. “Tinha o prédio de iluminação, com os dínamos, o restaurante, o consultório médico, o dormitório dos funcionários, a carpintaria. Já derrubaram outros dois galpões, um da ferraria e outro da oficina de reparo de vagões”, comentou. Por fim, disse que ficaria muito feliz se os edifícios fossem restaurados, pois tem muita saudade de como era o local. “Eu era feliz e não sabia”, finalizou.

Segunda parada – 13h20 – Museu Bi Moreira – Lavras (MG)

Depois da breve passagem por Ribeirão Vermelho, voltamos a Lavras para conhecer alguém que pudesse nos contar da história do município. Fomos até o Museu Bi Moreira, localizado no campus da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Conhecemos o administrador do local, Ângelo Alberto de Moura Delphim. Conforme ele nos contou, o povoado de Lavras teve início entre 1720 e 1729 por bandeirantes, quando ganhou o nome de Campos de Santana das Lavras do Funil, dado por Fernão Dias. Seu Ângelo disse que todo povoado fundado por bandeirantes tem Santa Ana como padroeira. O nome Lavras do Funil faz referência ao rio, que tem um estreitamento lembrando um funil, e às lavras de ouro do local.

Seu Ângelo se mostrou um preciso conhecedor da história local. Por ele, ficamos sabendo que no local havia duas igrejas: uma, em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, e outra, em homenagem a Santa Ana. A primeira foi demolida para obras de urbanização, sendo que a outra passou a ser dedicada a Nossa Senhora do Rosário, apesar de ainda resguardar pinturas de Santa Ana.

A respeito da tradição da cidade em educação (Lavras é conhecida como terras das escolas), seu Ângelo conta que um grupo de americanos trouxe para a cidade o Instituto Gammon, que havia fundado em Campinas (SP), de onde fugiram por causa da febre amarela. O mesmo grupo fundou, em Lavras, a Escola Agrícola, em 1908, que deu origem à atual Universidade Federal, com a iniciativa de federalização tomada pelo então primeiro-ministro Tancredo Neves, na década de 60. Depois, foi implantado o Colégio de Lourdes pela igreja católica, receosa com o crescimento do protestantismo no município, uma vez que o Gammon é ligado à igreja presbiteriana.

Formado em Letras, seu Ângelo sempre foi interessado na história de Lavras e, na juventude, ficou conhecendo Bi Moreira, secretário do diretor da UFLA, Benjamin Hunnicutt. Bi Moreira “sempre tinha mania de juntar coisas”. “Todo mundo dava peças e objetos para ele. Quando ele acordou, tinha um acervo muito grande. Ele tinha resolvido vender as peças, mas a ESAL (Escola Superior de Agronomia de Lavras) resolveu encampar o acervo e a inauguração oficial do museu aconteceu há 25 anos”, contou seu Ângelo, que desde o início, vem ajudando nas atividades da instituição.

Quando perguntamos sobre os tempos de antigamente, ele comentou sobre as procissões de Corpus Christi. “Antigamente, as coisas eram mais pitorescas. As procissões tinham muita pompa. O padre era segurado pelas pessoas mais importantes. O povo rezava para chover na hora em que o santo estivesse passando na porta de sua casa, porque era uma honra para o morador se o santo entrasse na casa”, comentou. Ele ainda nos contou que as alas da procissão eram muito bonitas: ala das virgens, formada por crianças vestidas de anjo, com cartuchos cheios de doce e enfeitadas; a ala do Sagrado Coração de Jesus; a do Sagrado Coração de Maria; a do Apostolado da Oração; a dos Congregados Marianos; a das Filhas de Maria.

Nesta época, Lavras tinha dois bondes no centro da cidade, um chamado Lupa e o outro Cupa. “O povo brincava que enquanto o Lupa sobe, o Cupa desce”, brincou. Para finalizar, perguntamos sobre ofícios antigos. Seu Ângelo comentou sobre Seu Brasilino, cuja função na comunidade era exclusivamente matar gambás. Encerramos a conversa com um passeio pelo museu Bi Moreira e ficamos conhecendo o impressionante acervo do local.

Terceira parada – 15h31 – Casa do senhor Luiz Teixeira da Silva – Lavras

O que nos levou à casa deste simpático senhor de 86 anos foi um desenho em nanquim que tínhamos visto na sala de seu Ângelo, na parada anterior. Decidimos ir até a casa de seu Luiz, e, até então, pensávamos que era apenas um retratista de paisagens antigas da cidade. A conversa, entretanto, nos revelou muito mais a respeito desta intrigante personalidade local.

Seu Luiz começou a conversa lembrando a casa simples onde nasceu, na época, uma das poucas da rua. A primeira lembrança da infância é de quando a mãe o levou para assistir a um filme mudo projetado no muro de uma casa. Ele disse ter ficado impressionado com as cenas da primeira guerra mundial, que mostravam soldados marchando, parecendo prisioneiros.

O pai, Joaquim Teixeira da Silva, era seleiro, trabalhava sob encomenda para fazendeiros da região, além do tocar na Banda Municipal de Lavras. Fazia arreios novos e consertava. Seu Luiz conta que começou a aprender o ofício com o pai, mas a vida lhe reservava outros caminhos. A selaria do pai começou a ver o movimento diminuir quando surgiu na região a primeira fábrica de arreios. Enquanto o pai demorava uma semana para produzir uma sela, a fábrica produzia doze vezes mais. Devido ao estilo mais conservador, seu Joaquim não cedeu às novidades e continuou produzindo sob encomenda, trabalhando para clientes que gostavam da qualidade do serviço artesanal.

Quando era jovem, seu Luiz arrumou emprego no comércio, e em alguns anos virou sócio de uma loja de móveis, ao lado de um imigrante judeu-polonês, o ex-mascate Perec Pinkus Przytyk, conhecido na cidade como Paulo Perek. Antes mesmo de entrar para o comércio, já desenhava. “Tinha dom para o desenho”, lembrou. O primeiro trabalho que ganhou destaque foi a série de histórias em quadrinhos em 17 capítulos Gregório vae a lua (sic), publicada em 1939 pela Revista Mirim, do Rio de Janeiro. Na época, a Mirim era uma das poucas publicações que dedicava espaço aos quadrinhos, uma vez que os intelectuais da época eram contra este tipo de arte.

A conversa nos revelou que estávamos diante de um dos primeiros quadrinistas do Brasil, o que jamais imaginávamos. Ele nos contou que tinha muita dificuldade em publicar suas histórias porque batizava seus personagens com nomes populares, tais como Celso, Oscar e Vicente, inspirados nos amigos de Lavras. Os editores de revistas da época, entretanto, insistiam que heróis deveriam ter nomes americanizados, como Bill e Dick. Outro detalhe que nos chamou atenção foi o fundo moral que as histórias tinham. Na série O sonho de Gregório, por exemplo,o personagem principal, após roubar o cofre da loja onde trabalhava, sonha que morre e, depois de ser julgado por um anjo vestido de soldado, volta à Terra na forma de um micróbio. Então, Gregório é atropelado por um carro, acorda e, constrangido, resolve devolver o dinheiro ao patrão. “Minhas histórias eram cheias de moral, acho que é porque, na época, a educação dos pais era muito presente”, comentou.

Seu Luiz deixou as histórias em quadrinhos de lado e, tempos depois, passou a desenhar pessoas e retratos falados de casarões demolidos. Hoje ele tem pinturas e desenhos espalhados por toda Lavras e dois filhos que compartilham do mesmo dom. Autodidata, seu Luiz já deu aulas de esperanto e se comunica nessa língua com pessoas do Brasil e do mundo. Colecionador de selos, foi dono de uma filatélica (loja de selos antigos). Atualmente se dedica à produção de artesanato, fazendo caixas para presentes e caleidoscópios.

No ano 2000, resolveu deixar para os filhos o legado de sua criatividade, lançando dez exemplares da coletânea “Minhas Coisas”. Oito anos depois já pensa em lançar “Minhas Coisas 2”. A conversa esticou noite adentro. As histórias nos fizeram perde a noção do tempo. Poderíamos ficar ali a noite toda, se não tivéssemos ainda outra visita para fazer. Nos despedimos satisfeitos por termos encontrado um legítimo patrimônio vivo.

Quarta parada – 18h10 – Casa da benzedeira Albertina Oliveira Venâncio

Tínhamos visitado a casa de dona Albertina ainda pela manhã, antes do almoço. Entretanto, o movimento era enorme e, sabendo que não teríamos tempo de esperar, resolvemos voltar no fim da tarde. Encontramos a benzedeira muito cansada, pois o dia tinha sido de muitos atendimentos. Ela chega a atender até cem pessoas por dia, em sua sala montada nos fundos de casa. Hoje com 76 anos, ela nos contou que herdou o ofício do pai, Éverton Zacarias de Oliveira, que benzia vizinhos e amigos e receitava plantas medicinais.

Ela contou que o dom se manifestou aos 33 anos, quando rezava o terço com um filho. Disse que os dois ficaram mudos de repente, e que neste momento avistou um pássaro cheio de luz, o que a deixou com medo. Desde então, assumiu a responsabilidade de benzer as pessoas. Não alongamos a conversa, pois vimos que dona Albertina estava exausta. Ficamos na promessa de voltar um dia para recebermos a bênção e batermos um papo.

Seguimos, então, para Luminárias, para onde fomos concluir a Expedição do Patrimônio Vivo. Acompanhe o último dia do projeto nesta terça-feira.



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