Este espaço é reservado para a preparação do público no dia da desconferência. A ideia é incluirmos materiais de qualquer mídia que possam enriquecer o debate e aprofundar o conhecimento sobre o tema do debate.
Desconferência é um conceito ainda em construção mas que, de modo geral, pode ser entendido como um encontro - neste caso virtual - no qual os participantes agendam o que gostariam de falar e debatem com outros interessados.
O nosso próximo encontro virtual acontece em 7 de outbro, das 14 às 17h. O seu tema será A Música para a democratização da cultura.
Ao longo deste ano, a equipe Ponto por Ponto realiza quatro desconferências. A primeira dela aconteceu em junho e o seu tema foi Software Livre e os Pontos de Cultura. A segunda, Comunicação e Cultura: rumo à Confecom, foi realizada em agosto. As última está prevista para novembro. O seu tema ainda será definido.
O que a Música tem a ver com a gente?
A Música é uma das principais expressões artísticas dos Pontos de Cultura. Por meio dela, é possível dar visibilidade à cultura local e resgatar a memória de uma comunidade. Ao mesmo tempo, ela pode ser o resultado de um processo criativo inovador e uma oportunidade para o emprego de novas tecnologias. Todas essas ações convergem para a democratização dos bens culturais e atribuem à música uma importância não apenas cultural, mas também social e histórica.
No sentido de valorizar as diversas iniciativas de produção musical, os Pontos de Cultura se dedicam à discussão do direito autoral, questionando o modelo de monopólio artístico imposto pelas grandes produtoras e apresentando novas possibilidades de compartilhamento.
A QUESTÃO DA DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
13 de Agosto de 2009, 0:00 - sem comentários aindaPor Raimundo Rodrigues Pereira, editor da Revista Retrato do Brasil, especial para e rede social Ponto por Ponto.
No debate da democratização dos meios de comunicação, essencial para que os movimentos populares tenham uma posição comum na Conferência Nacional sobre o tema, programada para dezembro, muita gente se perde em aspectos parciais do problema. É certo que os meios de comunicação tiveram um desenvolvimento extraordinário nas últimas décadas e que expressivas camadas da população, em muitos países, se beneficiaram desses avanços.
Num suplemento especial (Among the audience, de 20 de abril de 2006), a revista inglesa The Economist, publicou uma pesquisa do Pew Internet Review & American Life Project que mostrava que 57% dos adolescentes americanos já criavam conteúdo de texto, música e vídeo para a internet. Fatos como esse levam muitos a acreditar que está em curso um processo de democratização amplo das comunicações. No caso, não é mais a indústria cultural despejando conteúdos sobre o povo. É o povo que cria seus próprios conteúdos e os despeja na rede global.
De fato, esse fenômeno existe, tem diversos aspectos positivos, mas está muito longe de caracterizar um processo de democratização das comunicações que atenda aos interesses das classes e camadas populares. O processo de democratização em curso no País é contraditório, inclui interesses conflitantes, que não podem ser ignorados. Não se pode falar de um processo de democratização em geral, de interesse de todos. Até o momento – meados de agosto – o governo, que convocou a Conferência, busca transformá-la num forum com a participação de todos. Para atrair o setor empresarial lhe garantiu um terço dos delegados e aceitou discutir um sistema de votação especial, que exigiria 60% dos votos para aprovação de qualquer proposta. Mas, como se sabe, nem o setor empresarial é um bloco de interesses homogêneos, porque o sistema de comunicações do País é muito oligopolizado e as pequenas e médias empresas tem pouca ou nenhuma expressão política na definição de seu rumo.
Os grandes aparatos de comunicação – como a Globo, a Folha de S. Paulo, a Editora Abril, O Estado de S. Paulo - são estruturas com enormes recursos humanos e materiais, com profundos vínculos com o grande capital, com uma capacidade de intervenção que não se pode comparar à das pequenas e médias empresas e, muito menos, com o blogueiro isolado que resolve expor também as suas idéias e informações pela internet. A própria internet, no caso, ainda tem sua estrutura básica de computação – os computadores gigantes que servem como núcleos da rede – sob controle do governo americano.
A possibilidade de construir uma comunicação nova, popular, portanto, não pode estar dissociada da luta para construir um novo tipo de sociedade, de estruturas mais democráticas. Um jornal é peça essencial nesse movimento. Um jornal é um “organizador coletivo”, como se dizia antigamente. É uma definição que pode ser utilizada para caaaracterizar o papel de um jornal em geral. Todo jornal, de alguma forma é um organizador coletivo, na medida em que ajuda a organizar as idéias dos seus leitores. Mas, evidentemente, há diversos tipos de jornal. Um jornal de partido, tipo bolchevique, assim como é diferente de um jornal burguês tradicional, como A Folha, O Estado e o The New York Times também não é o mesmo que um jornal popular de uma frente de movimentos populares formada por partidos diversos. Um jornal de frente popular deve tratar dos acontecimentos mais relevantes da vida social, em todos os seus aspectos – políticos, econômicos, culturais - deve partir dos fatos do dia a dia tais como eles são, da forma mais objetiva possível. E nesse sentido se aproxima do jornal burguês tradicional. Mas tem outro objetivo, o de elevar o nível de consciência política, organização e mobilização popular, com vistas a construir um sistema político novo no País. Assim distingue-se dos jornais burgueses, que tem também uma orientação política, que é a de manter o status quo e outro objetivo, ganhar dinheiro no sistema atual.
A Conferência Nacional é a ocasião para o lançamento de um movimento amplo pela imprensa popular. A internet é indispensável. Mas, a meu ver, o movimento pela comunicação popular deve definir como objetivo, a médio prazo, a elaboração de um programa para a construção de um jornal diário nacional de frente popular com uma redação forte, com recursos, com qualidade cultural e política, sustentado pela venda de assinaturas e de bancas, apoiado num poderoso site na internet e num trabalho de mobilização de todas as pessoas de boa vontade que queiram saber no dia a dia o que se passa de relevante o Brasil e no mundo.
Para conhecer a Retrato do Brasil, clique aqui
Mídia Alternativa 02
13 de Agosto de 2009, 0:00 - sem comentários aindaUm pouco de História
O entendimento do que seja uma mídia alternativa, no Brasil, está impregnado de historicidades das práticas do que se chamou, no passado recente, de “resistências à ditadura”. Em geral, referindo-se a jornais que tiveram atuação destacada na vida política brasileira durante os “anos de chumbo”. Daí, a conceituação do que seja uma mídia alternativa ainda remeter ao passado das lutas políticas de resistência à ditadura militar-burguesa, implantada com o golpe de 1964.
A censura à informação e à livre comunicação, isto é, a censura à imprensa, é sempre, em qualquer época, um caldeirão de revoltas onde se geram e procriam alternativas para expressar e exprimir outras vozes, abordagens propositalmente diferentes do “senso comum” divulgado pelo jornal nacional da emissora de maior audiência, ou de suas congêneres e afiliadas. Junto com estas memórias da resistência, estão as práticas jornalísticas que possibilitaram vastas camadas sociais manterem-se minimamente informadas, mesmo que mediante a opressão política e militar do extremado regime burguês. Jornalismo este que, de formas diferenciadas, informa e ocupa cada vez mais espaço no cotidiano das sociedades, isto é, no dia-a-dia das pessoas e das cidades.
Como em praticamente todas as nações, também na história do Brasil o jornal ocupa, desde o berço nacional, papel de ferramenta e instrumento político e social dos grupos descontentes ou excluídos.
Como exposto em trabalho anterior1, já em 1822 tínhamos, no país, jornais que se poderia considerar como “alternativos”, pois bem diferenciados em tom e proposição das vozes dominantes na Corte em formação. Eram jornais confessadamente “republicanos e libertários” (Leite, 2000), perante uma ampla corrente monárquica e elitista, que se queria constitucionalista, mas que ainda era bastante absolutista e autoritária, tal era a concentração de poder na figura do príncipe-regente e, depois, imperador. São desta época o Correio do Rio de Janeiro, que começou a circular em abril de 1822, e, no rastro dele, outros dois: Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, de Cipriano Barata; e depois o Typhis Pernambucano, de Frei Caneca.
Cipriano é quem levaria o jornal dele até mais tarde, mesmo com periodicidade esporádica. Isto porque a última edição do Correio foi em novembro de 1823, logo após o fechamento da primeira Constituinte; e a do Typhis, em 1824. Frei Caneca rezou a missa de corpo presente do editor do Correio, João Soares Lisboa, morto em tiroteio entre os rebeldes da Confederação do Equador e as forças legalistas de Pedro I e José Bonifácio. Logo depois o frade foi fuzilado, em janeiro de 1825, no Recife, após o carrasco recusar-se a enforcar um religioso.
Já Cipriano, após dez anos na prisão de Pedro I ele conseguiu a liberdade depois de o “primeiro imperador” ser praticamente expulso do Brasil, em abril 1831, quando abdicou ao trono e se instituiu o regime da Regência, no país. Este regime resistiria até a antecipação da maioridade de Pedro II ser promulgada, medida tomada de emergência para dar fim à grave crise política e institucional. Com a ascensão ao “trono” do “novo imperador”, o país “estava a salvo”. Décadas depois, a luta contra a escravidão levaria a uma nova “onda” de publicações dissonantes, isto é, “alternativas” às vozes dominantes, especialmente, no último terço do século. No período da Abolição, há o registro de diversas publicações franca e ostensivamente abolicionistas, algumas, inclusive, retomando o caráter das lutas republicanas.
Por Nilo Sergio S. Gomes, jornalista, pesquisador, professor, doutorando da Escola de Comunicação da UFRJ.
Ato em Brasília no dia 14 de agosto inclui bandeiras sobre Comunicação - DF
13 de Agosto de 2009, 0:00 - sem comentários aindaA campanha pela realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação também será uma das bandeiras de lutas do ato unificado, marcado para esta sexta-feira (14/08), em Brasília. A manifestação faz parte da Jornada Nacional Unificada de Lutas, convocada pelas centrais sindicais e organizações do movimento social.
A luta pela democratização da comunicação precisa estar também nas pautas dos trabalhadores e militantes sociais. A concentração da Marcha Nacional da Classe Trabalhadora será às 9h, na Torre de TV. Os manifestantes passarão pelos Ministérios do Planejamento, Fazenda e Comunicações, onde serão realizados atos com intervenções de representantes das diversas entidades nacionais.
Serviço:
MARCHA NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA - Jornada Nacional Unificada de Lutas
DIA 14 DE AGOSTO, concentração ás 9 HORAS na TORRE DE TV , Brasília, DF.
Organizadores:
CUT, CGTB, Intersindical, CTB, NCST, UGT, Assembleia Popular, Cebrapaz, CMB, CMP, Conam, FDIM, Marcha Mundial das Mulheres, MST, MTD, MTL, MTST, OCLAE, UBES, UBM, UNE, Unegro/Conen, Via Campesina, CNTE, Círculo Palmarino e Consulta Popular
A disputa pró-Conferência de Comunicação
12 de Agosto de 2009, 0:00 - sem comentários aindaENTREVISTA / LUÍZA ERUNDINA
A disputa pró-Conferência de Comunicação
Por Mariana Martins em 11/7/2009 no site Observatório da Imprensa
Defensora de primeira hora da realização de uma Conferência Nacional de Comunicação, a deputada federal Luíza Erundina (PSB-SP) acompanha de perto, como indicada pela Câmara dos Deputados, o processo de organização da primeira Confecom. Nesta entrevista ao Observatório do Direito à Comunicação, a deputada faz uma avaliação das dificuldades a serem superadas para que a conferência possa se realizar.
Apesar dos percalços, Erundina é otimista em relação à força política acumulada pelos movimentos sociais em relação à pauta das comunicações. Segundo ela, a mobilização que levou à convocação da conferência torna possível mudanças significativas no setor.
Qual a sua avaliação do processo de convocação e organização da Conferência Nacional de Comunicação que está em curso?
Luíza Erundina – O processo de convocação e organização da Conferência Nacional está se dando num ritmo muito lento, o que poderá comprometer a realização das etapas preparatórias. Temos menos de três meses para que elas se realizem e nem mesmo as estaduais foram ainda convocadas.
Como membro da Comissão Organizadora Nacional, como a senhora avalia o andamento dessa comissão?
L.E. – As quatro primeiras reuniões da Comissão Organizadora Nacional (CON), realizadas até agora, se deram num clima de muita disputa e desconfiança entre os membros dos segmentos ali representados, o que contribui para dificultar a construção de consenso e para a demora na tomada de decisões. Ao meu ver, isso também se deve ao fato de que muitos dos que compõem a comissão nunca participaram de uma conferência para definição de uma política pública. É o caso, por exemplo, dos empresários, cujos interesses são claramente antagônicos aos interesses dos representantes das outras entidades da sociedade civil, o que não deixa de ser uma rica experiência para todos os que dela participam.
O que está sendo feito pela CON para reaver a verba inicialmente prevista para realização da Confecom de mais de R$ 8 milhões, e que foi reduzida para cerca de R$ 1,5 milhão?
L.E. – Na primeira reunião da CON eu perguntei ao seu presidente, Marcelo Bechara, sobre a verba inicialmente prevista para a realização da Confecom e que fora reduzida em mais de 70%. A resposta foi que o Minicom estaria em entendimentos com o Ministério do Planejamento com vistas à sua devolução. Não tenho informações mais concretas a respeito.
A Conferência consegue ser realizada com apenas esses R$ 1,5 milhão que sobraram?
L.E. – Com um orçamento de apenas R$ 1,5 milhão a conferência não terá condição nenhuma de se realizar.
O que as entidades que estão nos seus estados, organizadas em Comissões Estaduais Pró-Conferência, devem esperar do regimento que vem sendo discutido na CON?
L.E. – Não dá ainda para se avaliar que regimento resultará das discussões que estão sendo feitas na CON, pois as decisões sobre as questões mais polêmicas ainda não foram tomadas, como, por exemplo, o quórum para deliberação no âmbito da própria CON quando não houver consenso. Essa dificuldade tem retardado muito os trabalhos da comissão.
Na sua avaliação, que pontos centrais o regimento interno deve contemplar?
L.E. – Na minha avaliação, os pontos centrais que o regimento interno deve contemplar são: os eixos temáticos que devem constar do "documento-referência", como desdobramentos do tema central da 1ª Confecom; definição das diferentes etapas da conferência: caráter; âmbito geográfico; prazos; responsabilidade pela convocação; número de delegados e proporcionalidade da representação; critérios de escolha de delegados; definição de competências das comissões organizadoras das várias etapas da conferência, entre outras.
Com o que a senhora já presenciou na CON, dá para prever como será a disputa na Conferência Nacional de Comunicação?
L.E. – Pelo que presenciei até agora na CON, minha previsão é de que a disputa na Conferência Nacional de Comunicação será uma das mais acirradas das que já se realizaram. Isto em razão de ser a primeira nesse setor, que envolve interesses poderosos em disputa por tratar-se de uma política pública estratégica, como são as comunicações.
Qual o maior desafio das Comissões Estaduais Pró-Conferência para os próximos meses?
L.E. – Ao meu ver, o maior desafio das Comissões Estaduais Pró-Conferência para os próximos meses é conseguir que governadores e prefeitos convoquem as Conferências Estaduais e as Conferências Municipais e/ou Intermunicipais, respectivamente, e a realização dessas etapas preparatórias em tão pouco tempo.
Quais os pontos centrais para serem debatidos e modificados nessa Confecom, e por quê?
L.E. – Na minha opinião, os pontos centrais a serem debatidos nessa Confecom e que devem gerar propostas de modificação são: a revisão e atualização do marco regulatório das telecomunicações; mudança nos critérios de outorga e renovação de concessões, com vistas à democratização do acesso; a concentração da propriedade dos meios e o fim dos oligopólios; a descentralização.
Quais as perspectivas que a senhora tem para a etapa nacional da Conferência? Ao ser ver, ela vai trazer mudanças significativas para as comunicações no Brasil?
L.E. – Minhas perspectivas para a etapa nacional da conferência são sustentadas no fato de que a convocação da 1ª Confecom foi uma importante conquista da sociedade civil organizada e, como tal, acumulou força política capaz de exigir mudanças significativas nas comunicações no Brasil. Oferecerá subsídios indispensáveis para a elaboração de uma Política de Comunicação Social para o país, cuja garantia de implantação será dada pelo apoio popular que o Movimento Pró-Conferência e as etapas preparatórias acumularam e que nos dão a segurança do pleno êxito da etapa nacional da conferência.
Estamos lá !
12 de Agosto de 2009, 0:00 - sem comentários ainda A rede social Ponto por Ponto compareceu no lançamento do Fórum da Cultura Digital Brasileira no dia 31 de julho no Centro Cultural FIESP, em São Paulo.
O evento contou com a presença do ministro da Cultura, Juca Ferreira, e as discussões giraram sobre a Conferência Nacional da Comunicação. O ministro explicou que o MinC sempre teve por idéia fomentar políticas ligadas à Cultura Digital “queremos nos apropriar dessas tecnologias que a internet proporciona”. Para o governo federal a experiência com a Lei Rouanet foi muito positiva e eles pretendem repetir novas consultas publicas sobre a questão do Direito Autoral e Lei do Cibercrimes, assim como aconteceu com o blog da Lei Rouanet.
Alguns blogueiros estavam presentes no lançamento com a missão de fazer perguntas aos integrantes da mesa do evento – formada também pelos o Secretário Executivo do Ministério da Cultura, Sr. Alfredo Manevy, o Secretário de Políticas Culturais do Ministério, Sr. José Luiz Herencia, e o Gerente de Cultura Digital, Sr. José Murilo. Para o ministro "os blogueiros estão furando cerco que a grande mídia impõe a alguns assuntos".
Os blogueiros Alexandre Matias, Rodrigo Martins, André Marmota, André Pomba, Bob Fernandes, Eduardo Guimarães, Ricardo Rodrigues, Ana Carmem, Dj Pixel, participaram com perguntas mas a grande curiosidade girou em torno da organização (ou não) da 1a Conferência Nacional da Comunicação.
Além de participar do lançamento do Fórum da Cultura Digital Brasileira, a rede social Ponto por Ponto também está presente na plataforma virtual. Nela há diversas comunidades e a intenção dos coordenadores é a de ampliar a discussão sobre a questão Cultura Digital e suas possibilidades nas artes e na comunicação.
Conheça o Fórum da Cultura Digital Brasileira clicando aqui !
Mídia Alternativa 01
10 de Agosto de 2009, 0:00 - sem comentários aindaA mídia contra-hegemônica
Nas ondas do rádio, da tevê, da web, está no ar outro discurso. Ou melhor, outros e novos discursos, enunciações outras que se espalham e se reproduzem com surpreendente rapidez. Talvez sejam novos nos verbos, mas são, certamente, cada vez mais rejuvenescidos nas gramáticas e nas sintaxes, e mais velozes, mediados que são por novas tecnologias da informação e da comunicação. Estas avançam em velocidade admirável por ares e mares dantes nunca navegados para alcançar, simultaneamente, toda a Terra; capazes que são, inclusive, de trazer-nos as imagens mais recentes de nosso próprio universo, o mapa, agora, da rua onde moro. Nosso planeta é para as comunicações mundializadas e instantâneas o novo todo e o nosso toldo atmosférico, até a fronteira da gravidade, considerando ainda e pela nossa própria natureza, sentimentos de astro-etnologia que ainda nos povoam a consciência e as atitudes.
Contudo, somos cada vez mais universais, para bem além da globalização planetária patrocinada pelos interesses do capital. Afinal, cada um destes avanços do capitalismo traz em si mesmo o gérmen de sua própria transformação. A comunicação e o jornalismo estão no centro dessas
transformações, cada vez mais perpassando e sendo perpassados pelos meios sociais onde ocorrem e se desenvolvem suas práticas, neles deixando inscritas suas influências, seus discursos, seus conflitos e suas reciprocidades.
1. Neste trabalho pretendo explorar e problematizar as diferentes compreensões do que seja, hoje, uma mídia alternativa, ao mesmo tempo em que a situando historicamente. A proposta é debater uma “atualização do conceito” de mídia alternativa, em especial nesse momento em que novos lugares de fala pululam pela rede mundial de computadores, com blogs, portais, correios eletrônicos, interatividades e convergências que se espalham pela atmosfera, alterando consideravelmente conceitos, práticas e estratégias de discursos e de produção de sentidos; até porque alterando e mesmo redimensionando, criando, recriando e estabelecendo novas formas de
comunicação que trazem consigo novas linguagens, momento este em que, coincidentemente, no Brasil, discute-se e se organiza a primeira Conferência Nacional de Comunicação na história do país. Iniciativa governamental que, enfim, no campo da Comunicação Social dá ouvido e atende ao que há muito tempo vem se reivindicando, desde as mais antigas mobilizações em prol da democratização dos meios de comunicação aos fóruns e movimentos reunindo profissionais, pesquisadores, estudantes e acadêmicos da Comunicação, que também reivindicam e pleiteiam por esta transformação.
1.1 Discutir a respeito da necessidade de uma “atualização conceitual” do que seja, nos primórdios deste XXI, uma mídia alternativa implica em conseqüências diversas. Uma delas é a de perceber as novas práticas midiáticas que se multiplicam e se refundam, mesmo que efêmeras e/ou de pequeno alcance de audiência, mas que mantêm vivas e renovadas vozes diferenciadas, quando não rebeldes, que se fazem e se querem fazer ouvir nas sociedades. Vozes que se manifestam quase sempre através de outras mídias de informação, alternativas às mídias hegemônicas, ou mesmo que conseguem, por vezes, furar o “cerco” do controle capitalista da difusão e da produção de sentidos nos chamados meios de comunicação de massa. Vozes, portanto, com outros conteúdos, outras falas, outras sintaxes, desvelando e jogando luz em outros discursos, outros atores e interesses que existem e se manifestam nas sociedades e que, por sua vez, elegem outras principalidades, outros leads... Vozes e atores que não tinham espaço na mídia hegemônica, mas que hoje, tantas vezes, são “notícias” nesta mídia, até mesmo pelas sonoridades que conseguem ressoar no meio social, conquistando audiências e surpreendendo os “donos” e “gerentes” da mídia tradicional, hegemônica, que é a dos grandes grupos empresariais, que, no Brasil, são representados por menos de 10 famílias. É contra essa mídia, e diferente dela, que se propõe – e não é de hoje – uma mídia alternativa, democrática e popular.
Por Nilo Sergio S. Gomes, jornalista, pesquisador, professor, doutorando da Escola de Comunicação da UFRJ.
Acompanhando o fisl10
30 de Junho de 2009, 0:00 - sem comentários aindaEstou acompanhando algumas palestras e oficinas do fisl10. Como jornalista e curiosa que sempre fui sobre o assunto Cultura e ferramentas digitais.
Criei um blog Portal RAIZ. no fisl10. Convido-os a ler os textos sobre a convergência da Cultura Popular e os Softwares Livres da Cultura Digital!
ABERTAS INSCRIÇÕES PARA A V MOSTRA PRODUÇÃO INDEPENDENTE
27 de Junho de 2009, 0:00 - sem comentários ainda
Abertas inscrições para a V Mostra Produção Independente
Já estão abertas as inscrições para a Mostra Competitiva da V Mostra Produção Independente da ABD&C/ES. Poderá participar qualquer obra audiovisual capixaba que não tenha sido selecionada em nenhuma das mostras anteriores da ABD&C/ES.
O título da Mostra deste ano é “Cinema em Negro & Negro” e abordará a produção audivisual do cinema negro envolvendo o circuito cultural Brasil e África. O evento será realizado de 13 a 17 de outubro, no Cine Metrópolis-Ufes.
O prazo para enviar os trabalhos é o dia 10 de agosto (valendo a data da postagem). O Regulamento Geral da V Mostra Produção Independente e a ficha de inscrição já estão disponíveis no nosso site (www.abdcapixaba.com.br)
A lista com o nome das produções selecionadas para a Mostra Competitiva será divulgada no dia 17 de agosto de 2009 no site da ABD&C/ES. Os dois filmes premiados na V Mostra Produção Independente serão divulgados na última sessão da Mostra que acontecerá no Cine Metrópolis-Ufes, no dia 17 de outubro, a partir das 20h.
As produções selecionadas concorrerão ao prêmio de melhor filme capixaba e ao prêmio especial para obras audiovisuais que tratem do tema do evento. As obras da Mostra Competitiva também farão parte do DVD Coletânea, que será distribuído gratuitamente e sem fins comerciais, desde que os diretores e produtores autorizem. Os premiados estarão ainda automaticamente pré-selecionados para o V FAIA - Festival de Atibaia Internacional do Audiovisual que acontecerá em janeiro de 2010.
V Mostra Produção Independente
A V Mostra Produção Independente da ABD&C/ES, que acontecerá de 13 a 17 de outubro de 2009, traz como tema desta edição o cinema negro. Com o título “Cinema em Negro & Negro”, o evento exibirá em sua mostra não competitiva produções relacionadas com a temática produzidas no Espírito Santo, no Brasil e em países africanos. As exibições e o restante da programação da Mostra acontecerão no Cine Metrópolis, na Ufes.
Entre os destaques do evento, está o cineasta Zózimo Bulbul, que fará a curadoria da programação de uma das noites e estará presente para debater a sua cinematografia.
A V Mostra Produção Independente continua com a sua Mostra Competitiva. Os realizadores locais podem inscriver os seus trabalhos até o dia 10 de agosto através do nosso site www.abdcapixaba.com.br. Este ano, os filmes que trabalharem a temática racial concorrerão a uma premiação especial. O Regulamento Geral da Mostra e a ficha de inscrição também já estão disponíveis no site da ABD&C/ES.
Além das exibições, a Mostra terá em sua programação um seminário para tratar da produção audiovisual do cinema negro, envolvendo o circuito cultural Brasil e África. Para isso, contará com a presença de realizadores convidados que debaterão os seus filmes com o público.
Durante o evento, serão lançados a 2ª edição da revista Milímetros, que trará um panorama do cinema negro no Brasil, e o DVD Coletânea com as produções exibidas na Mostra Competitiva. Um seminário temático, oficinas de realização e cineclubismo também serão oferecidas para público do evento. Toda a programação da V Mostral Produção Independente é gratuita.
João Baptista Pimentel Neto
Assessor de Imprensa da Mostra
As Redes Sociais e o Estado
15 de Junho de 2009, 0:00 - sem comentários ainda
Criação de blogs dos governos federal e municipal confirma a importância da utilização de ferramentas livres na Internet
A nova estratégia de comunicação da Presidência da República, com a criação do Blog do Palácio do Planalto e a participação em redes sociais, será apresentada na décima edição do Fórum Internacional Software Livre - fisl10. Membros da equipe de Comunicação do Palácio do Planalto realizarão, no dia 25 de junho, a palestra "Blog do Planalto: a Presidência da República se conectando nas mídias sociais".
Na ocasião, o Secretário de Imprensa da Presidência da República, Nelson Breve, o Coordenador do Núcleo de Mídia Digital da Simp/Secom/PR, Jorge Henrique Cordeiro, o Designer de Informação do Núcleo de Mídia Digital da Simp/Secom/PR, Daniel Pádua, e o Coordenador de Cultura Digital do Ministério da Cultura, José Murilo Júnior, apresentarão os planos e ações para a presença digital do Palácio do Planalto na blogsfera e em redes sociais. Durante o Fórum Internacional Software Livre, também ocorrerá o lançamento da consulta técnica aberta à comunidade, visando obter ideias e propostas para o projeto digital do Planalto.
Outro exemplo recente de participação de governantes na Rede vem da administração municipal da capital gaúcha. A partir da construção de um Blog, especialmente desenvolvido para o fisl10, a Prefeitura de Porto Alegre também estará inserida na blogsfera e promoverá um novo canal de cobertura do Fórum Internacional.
"Os blogs do Planalto e da Prefeitura servem de exemplo e estímulo para os brasileiros utlizarem mais o software livre e as potencialidades da Internet. Para nós, da organização do fisl, será uma honra ser o canal de divulgação destas iniciativas vindas de nossos governantes", afirma o Coordenador Geral da Associação Software Livre, Marcelo Branco.
A décima edição do Fórum Internacional Software Livre acontece de 24 a 26 de junho, no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre (RS).
Fonte: Assessoria de Imprensa Fórum Internacional Software Livre - fisl10
Dropes Software Livre 05
9 de Junho de 2009, 0:00 - sem comentários ainda
Blog
Os motivos que levam a pessoa a criar um blog são os mais diversos e variados possíveis, há os que escrevam para falar de sua vida pessoal, para ensaiar a publicação de um livro, para documentar informações relacionadas a alguma área de conhecimento, para falar dos produtos e serviços da sua empresa. Em todos esses espaços criam-se grupos de pessoas que participam de diversas maneiras, lendo, comentando, enviando contribuições ou divulgando para os amigos. Blogs são comunidades de relacionamento.
Apesar da intimidade e pessoalidade do universo do blog muitas vezes esse registro de conhecimento é tão rico que atrai grandes audiências, fazendo com que os conceitos de mídia pessoal e grande mídia se confundam. Blogs com grandes números de visitantes invariavelmente acabam gerando oportunidades interessantes para o blogueiro, tanto no campo pessoal quanto no profissional. Blogs são ferramentas de marketing pessoal.
A simplicidade das ferramentas de blog permite que seu conteúdo, tanto na aparência quanto nas informações disponibilizadas, possa ser completamente personalizado. Blog pode ser qualquer coisa que sua imaginação desejar.
Texto "Blog" de Edney Souza. Em 2005 deixou o cargo de Gerente de Sistemas para viver apenas de seu blog. O InterNey.net foi reconhecido pelo site IDG Now! como o blog mais popular da internet brasileira em 2006 e 2007.