Em julgamento realizado ontem, (26/11), durante o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica, o educador Paulo Freire foi anistiado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. |
O relator do processo, Edson Pistori, afirmou que a perseguição a Paulo Freire é coletiva e atinge diretamente todo o povo brasileiro. O requerimento feito pela viúva Ana Maria Freire, em 2007.
O relator pediu desculpas aos familiares e amigos de Freire, mas também a cada brasileiro que ainda hoje vivem sem a possibilidade de ler e compreender a realidade em que vivem. Paulo Freire morreu há dez anos e é um dos mais reconhecidos educadores brasileiros no mundo. Com a ditadura o professor foi aposentado contra vontade e teve que interromper o trabalho de alfabetização de jovens e adultos que desenvolvia junto ao Ministério da Educação. O professor foi preso por 70 dias e depois não teve outra escolha a não ser o exílio que durou 16 anos. A viúva Ana Maria considera que o exílio foi o maior castigo que a ditadura impôs à Freire. E acredita que o sofrimento pelo qual passou no exílio foi um dos motivos que causaram sua morte, em 1997. Moacir Gadotti, presidente do Instituto Paulo Freire, afirmou que a anistia é um ato simbólico e pedagógico, importante para preservar a memória do educador. A anistia é também uma reparação pela injustiça. Entretanto, acredita que Paulo Freire "será plenamente anistiado quando o Brasil não tiver mais analfabetos". O analfabetismo no Brasil permanece praticamente o mesmo desde a época em que Freire foi para o exílio, em 1964. Dados do IBGE indicam que o Brasil ainda tem mais de 16 milhões de analfabetos. |
Estado brasileiro pede perdão à Paulo Freire
27 de Novembro de 2009, 0:00 - sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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