Regulamento de doações para a Biblioteca Comunitária da Viraminas
30 de Maio de 2012, 0:00 - sem comentários aindaA Biblioteca Comunitária da Viraminas fica em Três Corações e é um espaço de incentivo ao gosto pela leitura. Voltada ao público de todas as idades, está senda montada com o apoio da comunidade e do Fundo Estadual de Cultura, do governo de Minas. Vai funcionar de forma totalmente gratuita, com empréstimos de livros à comunidade, atividades de contação de histórias e encontros culturais.
O projeto ainda está em fase de aquisição e catalogação de acervo, antes de ser aberto ao público e de começarem os empréstimos. Como nas últimas semanas tivemos uma grande procura de interessados em colaborar com doações de volumes, publicamos este breve regulamento.
Eis as condições para doação de acervo à Biblioteca Comunitária:
- Aceitamos livros de autores brasileiros e estrangeiros, infantis, infanto-juvenis e adultos, de todos os gêneros;
- Também são bem-vindos DVDs originais, gibis, cordéis, fanzines, discos de vinil, jogos de tabuleiro;
- Os materiais devem ter boas condições de manuseio, com capa e todas as páginas;
- Não aceitamos enciclopédias, apostilas, livros didáticos, fitas cassete e VHS, álbuns de figurinhas, álbuns de fotografias, atlas, jornais e revistas, periódicos acadêmicos, disquetes, xerox de livros, livros de pregação religiosa, CD-ROMs, cópias de DVDs, pôsters, doutrinas jurídicas e livros em língua estrangeira;
- Computadores usados e mobiliário antigo não interessam;
- Biblioteca não é um depósito de quinquilharias, portanto pense que sua doação deve despertar o interesse de outras pessoas;
- A doação é um ato de desapego e o doador entende que o livro pode ser usado para qualquer fim, inclusive ser doado a outra biblioteca (caso não sirva para o acervo desta) ou, no limite, ser enviado à reciclagem;
- As doações devem ser entregues pessoalmente, em horário comercial, ou pelo correio;
- O endereço da Biblioteca é Rua Padre José Bueno, 170, Centro, Três Corações (MG), CEP 37.410-000.
- Os doadores terão seu nome na lista de colaboradores da Biblioteca, publicada no site do projeto;
- Quem não tem livros pra doar poderá colaborar na campanha de arrecadação via crowdfunding (pela internet) que acontecerá ainda em 2012, para aquisição de livros novos;
- Dúvidas ou mais informações: (35) 3231-2690 ou 9908-0301, contato@viraminas.org.br, twitter @paulomorais81, Facebook no grupo Viraminas Associação Cultural.
Evento reúne música, vídeo e formação na Viraminas
3 de Maio de 2012, 0:00 - sem comentários aindaO Museu da Oralidade, Ponto de Cultura da Viraminas, sedia, entre 14 e 18 de maio, a segunda edição da Semana de Tradição Oral. As atividades envolvem uma oficina de produção de documentários em software livre, com os oficineiros Paulo Morais e Felipe Cabral, a apresentação do grupo de ciranda Balaio de Minas, o lançamento do videodocumentário em curta-metragem “≠” e da terceira edição da revista Ora!, além de uma atividade sobre a memória do rio Verde para crianças de até 10 anos.
As oficinas de produção de vídeo acontecem pela manhã e à tarde, para duas turmas de 12 alunos cada. Os participantes terão contato com o processo de produção audiovisual desde a elaboração de um roteiro para filmagem de documentário até a gravação e edição do material coletado. Serão usados equipamentos de filmagem simples, dos próprios alunos. “Queremos que os estudantes aprendam a criar com equipamentos aos quais tenham acesso no dia-a-dia. Por isso, poderão usar câmeras digitais comuns e até mesmo celulares”, explica o oficineiro Paulo Morais.
Além disso, os alunos terão contato com a plataforma de código aberto Linux, usando programas de edição de imagem e vídeo compatíveis com níveis profissionais de produção. “O software livre tem, entre diversas vantagens, o fato de ser gratuito. Não adiantaria nada ensinarmos os adolescentes a trabalharem com programas que custam mais caro que um computador ou uma câmera. Seria, no mínimo, muita falta de bom senso”, completa Paulo. As inscrições podem ser feitas na sede do Museu, na rua Padre José Bueno, 170.
Na quarta-feira, acontece em parelelo uma oficina para crianças de até 10 anos da escola Lar Cristo Rei. Elas ouvirão de pais e avós histórias de Três Corações envolvendo o Rio Verde e criarão desenhos que retratem aquilo que ouvirem. O trabalho será coordenado pela educadora ambiental Danielle Terra e o resultado ficará exposto no Museu da Oralidade. “Queremos colocar as crianças em contato com as gerações antigas, usando o meio ambiente como tema central”, comenta Danielle.
Programação noturna
Entre terça (dia 15) e sexta (dia 18), acontece a programação noturna, com atividades voltadas ao público de todas as idades, que começam sempre às 19h30. A primeira delas é a exibição de curtas-metragens do projeto Revelando os Brasis. Os filmes, financiados por um programa de incentivo que movimenta todo o País, mostram cenas do cotidiano de cidades do interior brasileiro. A exibição será acompanhada de uma videoconferência com membros do programa, que explicarão como a iniciativa funciona.
No dia 16 (quarta), acontece o lançamento do documentário “≠”, dirigido por Paulo Morais com produção de Andressa Gonçalves. O vídeo aborda situações vividas por pessoas que apresentam alguma diferença em relação aos padrões da sociedade, seja por opção ou não. Foram gravadas imagens com as irmãs cegas Teté e Suely, o servidor público albino Marcinho Vovô, a cuidadora de cães transexual Carla Santos e o performer da praça Afonso, conhecido popularmente como Delírio ou Jiraya.
Na quinta-feira (17), acontece a primeira apresentação do grupo de ciranda Balaio de Minas, nascido a partir de uma oficina de produção cultural comandada pela professora Luciana Sant’Anna. O grupo, formado por 12 integrantes e acompanhando por viola, tambor de congado e triângulo, traz canções populares e folclóricas entremeadas com declamações de versos. Os ensaios aconteceram durante os meses de abril e maio e devem continuar após a primeira apresentação. “Nossa expectativa é que consigamos manter o ritmo e apresentar em outras oportunidades, fortalecendo o grupo que é tão bacana”, avalia o violeiro Ronildo Prudente, um dos solistas do grupo.
O encerramento da semana acontece na sexta-feira, com uma mostra dos vídeos produzidos na oficina de documentários para os adolescentes. A apresentação termina com o show da banda Angu de Caroço, que alterna entre sambas tradicionais e músicas bregas.
Serviço
Semana de Tradição Oral
Local: Museu da Oralidade
(Rua Padre José Bueno, 170 – Centro – ao lado da Escola Luiza Gomes)
Apresentações: de 15 a 18 de maio
Horário: 19h30
Entrada: franca
Informações: 3231-2690
Março tem vídeo, literatura e política na Viraminas
6 de Março de 2012, 0:00 - sem comentários aindaA programação de março no Ponto de Cultura Museu da Oralidade, projeto comandado pela Viraminas em Três Corações, traz muita informação e debate para o público. A primeira atividade, no dia 8, faz alusão ao Dia Internacional da Mulher com a apresentação do vídeo “A Vovozinha e o Feminismo”, que discute o nascimento e a ascensão dos movimentos que defendem as causas feministas pelo mundo.
Na quinta-feira seguinte, dia 15, é a vez de retomar a discussão sobre os rumos da cultura na cidade. No segundo debate do movimento Mobilização Pela Virada, o tema em pauta é a criação de uma lei municipal de incentivo à cultura. Os participantes irão conhecer alguns formatos de mecanismos de fomento estatal à produção artística e discutir qual modelo pode se encaixar melhor na realidade tricordiana.
No dia 22, a convidada será a escritora tricordiana Márcia Lemos, autora do livro Passagem do Agreste. Ela irá conversar com o público sobre a história relatada na obra, que retrata o jagunço Farturinha. Todos os eventos acontecem às 19h30 na sede da Viraminas (Rua Padre José Bueno, 170, ao lado da escola Luiza Gomes). A participação é gratuita.
Curta Bambu
A Viraminas irá produzir em março um videodocumentário sobre os saberes e fazeres tradicionais relacionados à cultura do bambu. A proposta faz parte do projeto Curta Bambu, aprovado no edital de vídeos autorais Lab Cultura Viva, do Pontão de Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Serão entrevistados artesãos da zona rural de Três Corações, além de um produtor de artefatos decorativos de bambu da cidade de Gonçalves.
Novacut quer reviravolta no mercado de edição de vídeo
28 de Fevereiro de 2012, 0:00 - sem comentários aindaNão é de hoje que as opções de editores de vídeo de código aberto são poucas, sobretudo para quem quer algo profissional. No Linux, o Cinelerra e o Kdenlive são os que mais se aproximam de alternativas proprietárias, mas precisam de mais recursos, estabilidade e usabilidade. Mesmo para quem quer um editor de vídeo simples e sem frescuras, os aplicativos disponíveis como OpenShot e Pitivi não são lá grandes coisas, embora até resolvam determinadas situações.
De tempos em tempos, surgem na internet iniciativas de criação de novas aplicações. A última e mais badalada delas vem de Jason DeRose e seu Novacut, uma plataforma baseada em HTML5 e que de cara tem uma interface diferenciada, fugindo do padrão de edição não-linear dos programas tradicionais. O Novacut, que ainda tem muito o que se desenvolver até chegar aos usuários finais, aposta nos criadores que usam câmeras HDSLR, num layout minimalista e na edição colaborativa, com mais de um editor trabalhando juntos no mesmo projeto.
Em entrevista por e-mail a este blog, o criador do Novacut conta um pouco das estratégias que adota para levar o projeto adiante e fala das visão de futuro no mercado de entretenimento.
Desde quando o Novacut está sendo desenvolvido e qual o objetivo do projeto?
O design e o desenvolvimento tiveram início em outubro de 2010. O objetivo é ajudar artistas a contar as histórias deles e atingir os fãs de uma forma rentável. Há dois lados na estratégia do Novacut. Primeiro, nós estamos construindo uma plataforma global de distribuição para levar conteúdo aos fãs e dinheiro para artistas, o que também vai gerar dinheiro para o Novacut. Segundo, nós estamos construindo um editor de vídeo colaborativo profissional, que vai permitir que artistas trabalhem em equipes distribuídas geograficamente, nos moldes do que a comunidade open source faz.
Quem está no time de desenvolvimento? Qual é a média de idade da equipe? Quantas horas por dia o pessoal trabalha?
Há quatro empregados no Novacut (nós não estamos aptos a pagar ninguém por enquanto).
Tara Oldfield é nossa ligação com artistas e antropóloga de pesquisa. A maioria do tempo dela é gasto conversando com nosso público-alvo, então nós realmente entendemos as necessidades deles. O trabalho dela é o mais importante da equipe, mas os projetos de código aberto tendem a ignorá-lo. Nós esperamos que outros sigam nosso exemplo porque funciona! Sério, para criar o design para os usuários, você tem que conversar com eles!
James Raymon é o desenhista da interface. Ele não apenas cria o visual e o design de interação, ele é igualmente programador e implementa a interface. Ele também foi a voz no nosso vídeo no Kickstarter.
David Jordan é nosso especialista em processamento de sinal. Ele fez um plugin de fluxo ótico para o Gstreamer como parte do seu GsoC do último ano. Recentemente vem trabalhando na sincronização automátiva de áudio e num plugin de micro-contraste para o Gstreamer. David também é criador de filmes e fez nossa animação do vídeo do Kickstarter usando o Blender.
E tem eu. Eu sou o arquiteto e desenvolvedor líder. Eu também faço muito do design da interface, trabalho com a pesquisa de usuário que a Tara fez. James tem 18 anos, David 23 e Tara e eu já passamos dos trinta, vamos ficar por aqui . Nós todos trabalhamos enquanto damos conta. David é meio-período enquanto ele termina sua gradução em engenharia da computação. Tara é quase tempo integral, mas é voluntária em meio-período. James e eu estamos em tempo integral. Eu, pessoalmente, trabalho de 80 a 100 horas por semana. Espero que ninguém mais trabalhe tanto assim .
Além do povo da Novacut Inc, nós temos uma comunidade maravilhosa que regularmente nos contacta em nosso canal de IRC, colaboradores ocasionais e pessoas que nos ajudam e que nos animam. Tem muitos que podia mencionar aqui. O Novacut tem uma dívida com o Ian Hex por sua deslumbrante identidade visual criada para a marca. Ian pôs o Novacut numa marca poderosa que você pode sentir e tocar. Akshat Jain faz muito desenvolvimento que estava fora do nosso alcance. Ele foi maravilhoso nos conectando com pessoas certas da comunidade open source, quando nós precisávamos de ter o material pronto. Akshat também é o mais leal fã do Novacut.
E David Green é um frequente colaborador do Dmedia quando ele tem tempo fora da escola. David foi o primeiro a mergulhar no código do Novacut, e fez quando o Novacut nem era tão convidativo, por isso serei sempre grato.
Você poderia ter escolhido uma interface familiar para o Novacut, algo como os editores de vídeo tradicionais. Mas você decidiu recriar o jeito que a gente corta os vídeos com um novo desenho de interface. Por que escolheu um layout tão diferente?
A ideia de uma visualização em quadrinhos (storyboard view) vem depois de estudar as edições em cinema e tevê. A edição moderna tende a ter pequenos cortes precisos. Cortar é simples. Qual é o primeiro quadro, qual o último? Repetir, repetir, repetir. Nós pensamos que cortar é importante o suficiente para merecer um fluxo de trabalho próprio, e é para isso que serve nossa visualização em quadrinhos. Mas para ser claro, nós também teremos uma linha do tempo, que será bem familiar à visualização multi-trilhas. Você usará a linha do tempo para trabalhar com áudio e as transições. Como rabalha em uma sequencia, você estará apto a alternar entre os quadrinhos e a linha do tempo sempre que precisar.
Outra inovação é o uso de HTML5 como base do projeto. Por que essa escolha?
Um número de razões, mas como tudo vem para garantir o máximo de inovação possível ao que interessa, a interface. HTML5 oferece uma forma livre com a flexibilidade que um editor de vídeo precisa, mas também nos força a trabalhar com um vocabulário de design estruturado. E qualquer um que conhece a tecnologia da web se sentirá muito em casa trabalhando com a interface do Novacut, então isso nos dá acesso a um grande número de designers talentosos.
Nós estamos muito felizes com o WebKitGTK e recomendo fortemente a outros projetos que o considerem. Gstreamer é nossa escolha de multimídia e estamos usando Python3 para todas as nossas partes de programação, tudo isso comunicando com o CouchDB.
Você acredita que o jeito de editar do Novacut pode inspirar futuros programas, incluindo proprietários?
Sim, o feedback do Storyboard View tem sido tão positivo que eu acho que o Novacut vai mudar para sempre o que as pessoas esperam de um fluxo de trabalho de corte de vídeo. Se isso realmente é uma inovação para os criadores de histórias, eu espero competir com programas que copiem a ideia do storyboard, e então esse fluxo de trabalho estará bem disponível.
Você acredita que, no futuro, Ubuntu, Linux e outras soluções de código aberto serão vistas como amigáveis para profissionais de edição de vídeo? Ou serão sempre uma alternativa?
Eu acho que Novacut + Ubuntu + ARM serão a plataforma do futuro. Não é só minha esperança, esta é uma estratégia específica que o Novacut está perseguindo. Nós começamos o Novacut porque vimos os ingredientes certos para fazer uma coisa importante: ajudar os criadores de histórias do mundo a alcançar um planeta repleto de fãs. Mas para realmente fazer isso, Novacut é apenas uma peça do quebra-cabeça. Os contadores de histórias do mundo também precisam construir um ecossistema estável para o Novacut e sentimos que Ubuntu e ARM são esses pilares.
A razão para o trio Novacut, Ubuntu e ARM se tornarem referência como plataforma de criação de histórias tem tudo a ver com o desenvolvimento de mercados. Pense sobre a produção de entretenimento global daqui a 10 anos. Uma vez que o entretenimento vem de um suporte global confiável, no máximo uma pequena porcentagem dos artistas estarão usando hardware da Apple. Meu palpite é que apenas uma pequena porcentagem estará usando Intel.
Embora eu veja o Android como o sistema operacional dominante para vários usos, o vídeo profissional é um lugar onde o Ubuntu poderá ganhar fácil. Hoje praticamente todo criador de histórias requer um hardware com muitos bytes de armazenamento e um sistema operacional flexível, daqui a 10 anos também.
Eu também acho que este é o melhor jeito de o Ubuntu resistir à investida do Android. Você ganha a lealdade dos criadores provendo a eles as melhores ferramentas de criação. E se você tem a lealdade dos criadores, de repente você tem mais credibilidade com os fãs deles.
Vocês escolheram o crowdfunding para levantar grana para o projeto. É a única fonte de dinheiro que vocês tem? No futuro, como vocês pensam em financiá-lo?
O dinheiro levantado no Kickstarter foi apenas uma porcentagem do investimento no Novacut. O resto veio de reservas pessoais, cartão de crédito e generosas doações de amigos e família.
No futuro, nosso planejamento é tornar o Novacut rentável, um negócio estável, claro! Nós precisamos sim de dinheiro para chegar lá, e estamos procurando o tipo certo de investidor para entrar de cabeça conosco.