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Paraná Blogs - Outra Comunicação é Possível

27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Vídeo mostra a prisão de Putin e faz sucesso na Internet

16 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Extraído de TIE-Brasil




A agitação social na Rússia e os desafios da Esquerda Democrática

16 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Extraído de TIE-Brasil

O QUE FAZER?
Subsídio à discussão sobre a pauta da esquerda russa neste momento de agitação social

Por Kirill Buketoff

Nos últimos meses, todos os grupos políticos da esquerda russa se esforçam para encontrar o seu lugar na conjuntura política atual, ao mesmo tempo que notam que o regime vigente se tornou obsoleto. Tentar se encontrar nele é um esforço em vão, pois em termos de curto prazo, a esquerda não possui nenhuma chance de vencer. Qualquer que seja o resultado da votação de 4 de março de 2012, a esquerda leva desvantagem. Este dia pode se tornar uma comemoração da oligarquia autoritária, dos nacionalistas desvairados, dos liberais extremistas, dos esquerdistas totalitaristas ortodoxos. O único grupo que antecipadamente está em desvantagem e, portanto, é obrigado a procurar o melhor caminho, é o grupo de Esquerda Democrática que não possui nem unidade organizacional, nem um programa único e nem líderes populares. Ao invés desta procura sem perspectiva e sem sentido, precisaríamos iniciar a construção de um novo sistema, no qual teríamos o nosso lugar.

Esta construção deve levar em consideração a nova realidade onde os partidos políticos perderam seu papel tradicional. A própria agitação social que estamos vivendo não está ligada de forma alguma à atividade partidária. Tanto os grupos parlamentares como não parlamentares assim como os seus líderes ficaram à margem deste grande movimento social, demonstrando que a influência de todos os grupos políticos sobre as massas populares é totalmente limitada. Portanto, tentar agir dentro desta lógica política significa condenar a si mesmos á ficar à beira da estrada da vida política nacional.

A agitação política que estamos vivendo não foi preparada pelos partidos políticos. Foi resultado de uma série de iniciativas civis surpreendentes, diferentes entre si pelo seu caráter, porém ligadas, como pode ser observado agora, por um sustentáculo – cada uma delas expressa uma determinada demanda social. Apenas alguns anos atrás o país estava numa depressão. Abolição dos últimos elementos das políticas públicas, da liberdade de expressão; assassinatos de jornalistas e advogados famosos; prisão de líderes sindicais e dde efensores de direitos humanos; bandidos desvairados, fascistas, acobertados pela polícia; tudo isso criou um clima de tristeza profunda e medo de um novo super Estado monilítico que estava para vir. Surgiu uma sensação de que somente os mais corajosos, porém condenados e solitários, poderiam desafiá-lo. À esquerda restava fazer suas apostas e apoiar as iniciativas sociais e os sindicatos livres, os últimos bastiões que lutavam pelo direito de organização. De repente (como se fosse no mundo paralelo) surgiram alguns projetos que rapidamente ganharam a popularidade graças a um apelo claro ao sociedade e também a cada cidadão em particular, ao seu sentimento de auto estima.

A luta em defesa do bosque do Khimki (nos arredores de Moscou) reuniu todos aqueles que já estavam cansados de destruição da ecologia e de seu habitat. Sem pensar muito nas causas deste processo, as pessoas simplesmente foram defender seu direito de respirar o ar puro e não gás carbônico. O projeto RosPil (que luta contra a corrupção e o enriquecimento ilícito dos burocratas estatais) surpreendeu inicialmente por sua coragem e logo em seguida por envolver a todos com a ideia de fazer uma oposição aberta à corrupção. Grajdaninpoet (cidadão poeta, assim mesmo, uma só palavra com letras minúsculas) fez ressurgir a capacidade o povo em ridicularizar os tiranos. Os Baldes azuis e o grupo Guerra demonstraram que é possível e necessário lutar pelo seu espaço tanto na estrada, como na arte.

Podemos compartilhar ou não os motivos políticos (ou sua falta) que levaram seus autores e organizadores a realizar tais projetos. Porém, temos que aceitar que cada um deles foi apresentado de uma forma simples e clara à população. Por isso, tiveram retorno, dispertando em uma grande quantidade de pessoas, se não o apoio explícito, ao menos a simpatia a seus objetivos. Foi por isso que foram eles, os movimentos, e não os líderes dos partidos desacreditados, que estavam no palanque dos comícios em dezembro de 2011 e em fevereiro de 2012.

Menos conhecidos do grande público, mas extremamente importantes são os movimentos 19 de Janeiro, que desafiou a mais nojenta de todas as crias do Estado, a escória facista, e o MPRA – Sindicato Interregional dos Trabalhadores na Indústria Automobilística, que deu exemplo de auto-organização e se opôs, nas fábricas de empresas transnacionais, aos empresários apoiados pelos serviços secretos.

Foram estas as iniciativas civis e similares, e não os partidos políticos, que prepararam o agitação social. O clima de protesto foi bem estimulado por eles, mas esquentou mesmo e saiu das redes sociais na internet para as ruas depois do dia 4 de dezembro. Por trás da palavra de ordem “Eleições honestas” está não apenas a mágoa pela fraude na contagem de votos. Estão os desejos de qualquer pessoa normal: viver num país onde o ser humano possa se sentir seguro, protegido contra a violência das ruas, da extorção e do abuso policial e burocrático, da onipotência dos serviços secretos, onde ela e seus filhos sejam respeitados e tratados como seres humanos, terem acesso à saúde de qualidade, à educação gratuita e respeito ao seu trabalho. Foram estes valores, tradicionais para a social-democracia, que fez a sociedade civil se conscientizar sobre a reivindicações pela quais se deve lutar. Foi isso que, em primeiro lugar, empurrou centenas de milhares de pessoas às ruas.

As pesquisas de opinião pública e a análise dos dados pessoais dos participantes das ações de protesto nas redes sociais demonstram que aproximadamente 10% deles definem suas posições políticas como sendo de esquerda não-totalitária . Isso significa que os socialistas democráticos (finalmente) acharam suaa base social! Porém, é cedo para comemorar o fato. Temos pela frente a luta contra os nacionais-populistas e os stalinistas-populistas, a luta pelas almas e pelas mentes da parte ativa da sociedade. Nesta luta estamos em condições pouco favoráveis, sem um programa político claro e nem organização para tanto.

Portanto, a tarefa número um da Esquerda Democrática é iniciar a elaboração de um programa que possa atender às mais amplas expectativas sociais, juntando todas as iniciativas da sociedade civil interessadas nesse trabalho, dando aos Sindicatos Democráticos e Livres o papel principal no processo de formação de um amplo movimento dos trabalhadores. Esta deve ser prioridade fundamental dos Esquedistas Democráticos.

Isto representará o passo inicial de construção coletiva de uma nova conjuntura política dentro da qual a classe operária e todos os trabalhadores terão a oportunidade de ter a voz e serem ouvidos.




Ai, Não Nos Calam! Ai, Não, Não Nos Calam!

15 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Basta! Já chega, que o capital nos roube.
Ai, não nos calam! Ai, não, não nos calam!

Salários de miséria, assim não há justiça.
Ai, não nos calam! Ai, não, não nos calam!

Sábado na manif,
A malta começou a gritar
E não há coisa mais linda
Que a coragem do povo a lutar.

Basta! Já chega, que o capital nos roube.
Ai, não nos calam! Ai, não, não nos calam!

Recibos, desemprego, assim não há justiça.
Ai, não nos calam! Ai, não, não nos calam!

Sábado na manif,
A malta começou a gritar
E não há coisa mais linda
Que a coragem do povo a lutar.




Novo marco regulatório das Comunicações deve ir à consulta pública em breve

14 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Artigo sugerido por Walter, do Blog Engajarte

Ministro da Comunicações, Paulo Bernardo, prepara-se para pedir aval à presidenta Dilma Rousseff para fechar data e iniciar consulta. Segundo ele, objetivo é adequar Código Brasileiro de Telecomunicações, que em agosto completa 50 anos, à Constituição de 1988. Em seminário, ministro diz que é contra controle de conteúdo e a favor de limitar capital estrangeiro na internet.

Najla Passos

Brasília – A proposta de um novo marco regulatório para emissoras de rádio e TV, engavetado no ministério das Comunicações desde o início do governo Dilma, vai entrar em consulta pública nos próximos dias, informou nesta-terça (14) o ministro Paulo Bernardo. E já promete pelo menos duas grandes polêmicas. Criar ou não mecanismos de controle público do conteúdo das emissoras. E limitar ou não da presença de capital estrangeiro em portais de internet de conteúdo jornalístico.

Na abertura de um seminário sobre políticas de telecomunicações nesta terça-feira (14), Bernardo se alinhou, no caso da regulação de conteúdo, com o que pensam as empresas de radiodifusão, para as quais a única forma de controle deve ser o controle remoto. Para movimentos pela democratização da mídia, deveria haver critérios mais rígidos para a garantia da qualidade.
“A nossa Constituição não prevê o controle prévio de conteúdo, a não ser em casos bem específicos, como na proibição de propaganda de cigarros, bebidas alcoólicas e agrotóxicos, como já é feito hoje”, afirmou.

O ministro reconheceu que o setor de radiodifusão é capaz de fazer pressão suficiente para intimidar o governo, como tem ocorrido historicamente. “O setor tem um peso muito grande no Brasil, não só economicamente, já que movimenta R$ 20 bilhões, mas porque seus serviços são extremamente populares entre a população”.

Entretanto, Paulo Bernardo disse que o governo não vai se deixar acuar pela alegação de que regulamentar a mídia é tolher a liberdade de expressão. “Essa discussão de limitação da liberdade de expressão está fora. O que vamos fazer é readequar a legislação do setor, que é de 1962, dentro dos aspectos que estão na Constituição”, explicou.

Em relação à participação de capital estrangeiro em sites jornalísticos, o ministro também defendeu posição que agrada grandes veículos de comunicação, em oposição às gigantes multinacionais das telecomunicações. Para Paulo Bernardo, se a limitação de 30% serve para TVs, rádios, jornais e revistas, deve pautar também os veículos da internet.

“Nós teremos que discutir se um jornal eletrônico é veículo de comunicação. Eu acho que é. O governo ainda não tem posição, ainda não discutimos isso. Mas se ficar definido que é, vamos ter que fazer cumprir a lei”, explicou. Segundo ele, a Advocacia Geral da União (AGU) já foi acionada para emitir parecer sobre o assunto, que também será debatido em outras esferas do governo.

Para o ministro, a discussão será jurídica, mas também técnica. “Precisamos saber também se esse reconhecimento teria efetividade, já que as empresas de conteúdo internacionais, a princípio, podem simplesmente alojar seus sites em outros países”, acrescentou.

A limitação da presença de capital estrangeiro nos sites de conteúdo jornalístico interessa as grandes empresas jornalísticas, que já sofrem a restrição nos veículos impressos, de rádio e TV, mas é vista com maus olhos pelas multinacionais das telecomunicações, que exploram serviços de telefonia e internet no Brasil e querem continuar como acionistas principais dos veículos que operam.

Paulo Bernardo confirmou que o projeto de novo marco toma como base a proposta herdada do governo Lula, de autoria do ex-ministro da Comunicação Social da Presidência Franklin Martins. “Nós trabalhamos no projeto e conseguimos avançar em alguns pontos. Agora, estamos realizando conversas internas no governo para finalizá-lo”, acrescentou.

Segundo ele, já estão agendadas conversas com outros órgãos do governo, como Casa Civil e Ministério da Cultura. Depois, o projeto será debatido com a presidenta Dilma, que irá bater o martelo sobre prazo e formato para disponibilizar a consulta pública. Só depois as conversas envolverão o Congresso Nacional e, por fim, a sociedade civil organizada.




Conseguiram: Curitiba virou São Paulo

14 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Do Blog Anais Políticos Finalmente a mentalidade demotucana de Curitiba conseguiu o que queria. Transformou Curitiba em São Paulo.

Pra você que é de fora, não imagine que é exagero da minha parte, não. A capital do Paraná, como é sabido por muitos, era uma cidade progressista até perto dos anos 2000. Depois, em razão de administrações voltadas somente para o umbigo do Prefeito e de seus amigos, isso aqui virou um pandermônio. O povo foi sendo esquecido, as inovações foram sendo jogadas fora e o lugar virou um balcão de negócios onde só  ganha quem paga mais. Leia-se, grandes empreiteiras.

O trânsito virou um inferno. Proporcionalmente, ele é pior que o de São Paulo, considerando o número de carros, a população e as distâncias a serem percorridas. Fácil, facil demorar 15 minutos pra atravessar um único quarteirão em Curitiba, em dias normais.

Pra piorar, a Prefeitura, na ânsia de mostrar obras, larga máquinas escavadeiras nas ruas, mesmo sem operários nelas. Isso, bem no horário de pico. Só pra mostrar que “estão fazendo”. Bem, se ainda estivessem, mesmo, vá lá. Mas são obras de trocar calçada onde não precisava, trocar asfalto onde não tem buraco, curiosamente só no centro e nos bairros mais chiques. Na periferia que sequer TEM calçada ou asfalto, ninguém dá as caras pra resolver.

Bem, com o ânimo de transformar Curitiba em São Paulo,  uma greve orquestrada de motoristas de ônibus levou a cidade ao limite no dia de hoje. Orquestrada, diga-se, com o intento do seguinte. As empresas de ônibus, com a boa desculpa de dar aumento para os grevistas, terá de subir o preço das passagens dos coletivos. O povo se volta contra os trabalhadores que são sempre massa de manobra nas mãos de sindicatos corruptos (de patrões e empregados). A Prefeitura, de “mãos amarradas” fica no meio do tiroteio com balas de festim.

No final das contas, quase todos ganham o que querem. As empresas aumentam os lucros, os políticos aumentam as verbas de contribuição para as eleições (vindas das empresas). Os trabalhadores? Não, esses não ganham nada. Só se ferram e ainda ficam com a fama de sacanas.

Houve um tempo em que dava orgulho de se dizer curitibano. Hoje virou sinônimo de povo ludibriado por políticos sem vergonha.




Sindicalista compara concessão de aeroportos ao sistema elétrico: “Tá cheirando mal”

13 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), Francisco Luiz Xavier de Lemos, está convidando a mídia brasileira a visitar o aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, para descobrir quanto a empresa concessionária, a Corporação América, investiu de dinheiro próprio na melhoria da infraestrutura. A empresa é a mesma que venceu recente leilão para administrar o aeroporto de Brasília. Lemos comparou a concessão dos três principais aeroportos brasileiros à privatização do sistema elétrico. Segundo ele, o dinheiro investido foi do BNDES, o que permitiu aos empresários lucrar sem arriscar capital. Ele diz que, ao retirar do controle da Infraero os três aeroportos mais lucrativos, o governo Dilma colocou em jogo o futuro de todo o sistema, no qual os aeroportos lucrativos bancavam os deficitários.

Nós entendemos que a palavra não muda o sentido da coisa. O governo chama de concessão, mas nós entendemos que concessão é uma privatização disfarçada.

Viomundo: Então, a semântica para você não importa…

Não. De forma alguma. Acho que concessão, privatização… quando você entrega ou a responsabilidade ou o patrimônio do estado você está privatizando algo que deveria estar na mão e sob responsabilidade do estado brasileiro.

Viomundo: O estado brasileiro precisa tocar aeroporto, você considera estratégico?

Considero, sim. Eu acredito que 85% dos aeroportos do mundo é o estado que administra, por diversos fatores. Apenas 15% está nas mãos da iniciativa privada. Destes 15% que está na mão da iniciativa privada diversos exemplos são negativos. Há realmente alguns aspectos localizados positivos, eu não nego. Mas há principalmente a falta de investimento. Para você ter uma ideia o aeroporto de Ezeiza, aqui do lado, em Buenos Aires, quando foi privatizado… grandes aeronaves como o 747-777 e o 767-400, que pousavam em Guarulhos e seguiam de manhã para Buenos Aires para terminar o vôo, as próprias companhias de seguro das aeronaves começaram a cobrar mais caro, porque fez uma avaliação do aeroporto de Buenos Aires. Depois de privatizado ele não teve os investimentos necessários e consequentemente aumentou o risco até de acidente aéreo.

Viomundo: O estado não deveria se concentrar em saúde, educação, segurança pública e deixar os aeroportos para a iniciativa privada?

Você está falando na questão de saúde e segurança. O setor elétrico foi privatizado com a essa pretensão de que a iniciativa privada melhoraria, iria investir, enfim. O que está acontecendo? Os transformadores do Rio de Janeiro, transformadores de subsolo que deveriam ser de superfície… não fizeram os investimentos necessários, precarizaram demais a mão de obra, ou seja, terceirização, quarteirização, descaso com a legislação trabalhista. E acabou criando problemas terríveis. De vez em quando cai um disjuntor no setor elétrico e deixa a gente no escuro. Pergunto eu a vocês: no setor aéreo, o que é que cai? Não é disjuntor, cai avião. Até mesmo porque 95% dos acidentes aéreos no mundo, até hoje na história da aviação, ocorrem no processo de pouso ou decolagem e a infraestrutura aeroportuária, seja em equipamento, em pessoal, em condições de pista, em sinalização tem muito a ver com todas as investigações desses acidentes que ocorreram no mundo. Apenas 5% dos acidentes aéreos no mundo ocorrem em vôo de cruzeiro, como o caso da Air France, a não ser nisso todos têm a ver com as condições da infraestrutura aeroportuária.

Viomundo: Foi dito que a Infraero vai continuar cuidando de tudo. Basicamente o que os concessionários vão fazer é cuidar das lojinhas. É verdade?

A gente criou uma cláusula de barreira no edital para que não ocorresse o que aconteceu com o setor de telecomunicações ou com o setor elétrico, deles terceirizarem ou quarteirizarem o serviço final com qualquer empresa, o que colocaria em risco muito grande a operação de vôo e de transporte aéreo desse país. Para evitar isso, nós conseguimos negociar com o governo e colocar no edital que para o serviço básico do aeroporto tem de ser funcionário direto da concessionária, ou seja, vai ter de contratar mão-de-obra direta, treinar essa mão-de-obra e administrar. Com uma exceção: a concessionária poderá contratar a Infraero, que é sócia e já tem experiência na questão operacional para cuidar dessas atividades fins, e aí a Infraero seria remunerada à parte da lucratividade, porque ela é sócia. Há uma possibilidade de que a Infraero continue tocando as atividades-fim, ou seja, operações, segurança, carga áerea, isso ficaria na mão do estado e evidentemente a área comercial a gente encara como operação secundária. A área comercial poderia ficar até com a administração da concessionária, desde que o funcionário seja contratado diretamente da concessionária.

Viomundo: Por que somente os três principais aeroportos, justamente os mais lucrativos? E os outros?

Pois é. A questão dessas privatizações é que toda a rede Infraero que é composta por 67 aeroportos, 83 grupamentos de navegação aérea, diversos terminais de carga, tudo isso é garantido sem aporte nenhum do governo, é tudo com recurso próprio, da própria Infraero. E só 12 aeroportos brasileiros são lucrativos. Até mesmo por conta de que a Infraero utiliza o modelo da federação brasileira. Nem todos os estados da federação são superavitários. Estados dessa federação são subsidiados por estados como São Paulo, que deve subsidiar um monte de repasses para outros estados que não tem renda. A Infraero funciona desse jeito. Essa pergunta deve ser feita à presidente Dilma. Ela que tem que dar conta de como ela tira os três grandes, lucrativos, do sistema… e os outros aeroportos, vai entregar o que, a municipalização, a estadualização? Ou o governo vai ter de deslocar recursos da educação, da saúde? Não podem negar… que Teresina, no Piauí, fique sem aeroporto ou com aeroporto precário. Teresina faz parte da federação brasileira, do estado brasileiro e tem de ser subsidiado por alguém.

Viomundo: Mas o argumento é de que com a bolada de dinheiro que vai entrar agora o Brasil enfim terá dinheiro para investir nos aeroportos deficitários…

De forma alguma, de forma alguma. Primeiro que o estado não é banco, não é corretora, não tem de ficar comemorando ágio nenhum, lucro nenhum. Estado, na minha concepção do que é estado, tem de comemorar o resultado de satisfação em bem estar da sociedade que ele representa. Eu acho que é balela dizer que esse dinheiro vai para aeroporto. Ainda não está muito claro nessa negociata toda como é que entram os 80% de dinheiro do BNDES, que é dinheiro do estado, para financiar em condições extremamente paternais esse tipo de negócio que foi feito com aeroportos. Tá feia a coisa, na minha opinião a coisa tá muito feia e cheirando mal.

Viomundo: O BNDES financia a concessão a grupos privados dos aeroportos lucrativos…

É o que está acontecendo no setor elétrico. É só vocês investigarem. O investimento dos próprios grupos, dos próprios recursos, esse não tá vindo, não. A hora que acabou o dinheiro do BNDES eles estão abandonando tudo. Eles só lucraram. Dinheiro do próprio bolso, do bolso do empresariado, para investimento, esse não está vindo nem aqui e nem na Argentina. Inclusive é o mesmo empresário que privatizou o aeroporto de Brasília. O principal do consórcio. É só vocês darem um pulinho aqui do lado em Ezeiza, dá uma olhada no investimento que foi feito no aeroporto de Buenos Aires. Não foi feito investimento nenhum, nem vai ser feito.

Viomundo: É o mesmo grupo que ganhou a concessão em Brasília.

Exatamente. Interessante fazer uma viagem a Buenos Aires, escutar um tango e ver as condições do aeroporto, como é que tá. É do lado, é pertinho, é um convite que a gente faz à nossa mídia, à mídia investigativa. Evidentemente que vocês vão deparar com uma situação que deve preocupar a sociedade brasileira. O grupo é o mesmo que está assumindo o aeroporto de Brasília. O governo deixou praticamente oito procuradores de plantão na AGU [Advocacia Geral da União] para combater nossos questionamentos judiciais e acredito que a gente deve provocar uma discussão principalmente no Congresso Federal para que seja avaliado mais profundamente o que tem de realmente concreto, de positivo e de negativo nessa história. Nós, do sindicato e da Central Única dos Trabalhadores, nós fizemos… durante quase dois anos a gente encaminhou diversos questionamentos para a opinião pública, a mídia e o governo e muitos desses questionamentos não tiveram resposta até agora, em relação ao que melhora, o que piora, que risco corremos. O sindicato vai continuar mobilizando, alertando a sociedade e fiscalizando muito de perto, mais do que nunca, a segurança da atividade aérea no país.

Viomundo: Outro argumento em favor da concessão é de que a Infraero é uma estatal ineficiente.

Não encaro como estatal ineficiente, não. Eu acho que é uma estatal que tem quase 40 anos de existência, nunca precisou de um centavo do governo para atingir seus objetivos e mantém um padrão de aeroportos, sendo a sua grande maioria deficitária, não acho ineficiência. Ineficiência existe na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), como todas as agências que foram criadas, em seus objetivos, não funcionam. Boa parte, talvez a maior parte dos problemas que temos nos aeroportos é de fiscalização e regulamentação e não é o papel da Infraero, que não tem poder de fiscalizar. Eu acho que só vai melhorar a operacionalidade dos aeroportos quando mudar o procedimento operacional e a agência funcionar. Aliás, nenhuma delas funciona. Nem ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), nem ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), nem ANAC, eu não vejo eficiência em agência regulamentadora deste país, nenhuma. A gente passaria muito bem sem essas agências.




Cresce pressão contra privatizar aeroportos

13 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Artigo sugerido por Rogério Varela, do SINA

Os 3 terminais detêm 70% do faturamento da Infraero. Até Lula teria criticado

Cresce a rejeição à privatização dos aeroportos brasileiros. Há indícios de que até o ex-presidente Lula teria criticado a opção de sua sucessora. O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), o governo federal privatizou três dos maiores e mais rentáveis aeroportos do país. Cumbica, Viracopos e Brasília detêm, juntos, por 30% dos passageiros, 57% do volume de cargas e 19% das aeronaves que passam pelos terminais do país.

Segundo Valente, os três aeroportos respondem ainda por 70% do faturamento da Infraero, sustentando a rede de aeroportos regionais em todo o país.

Para o economista Plínio de Arruda Sampaio Junior, da Unicamp, a privatização dos aeroportos é um “atestado de falência do Estado brasileiro”: “Se a economia está a pleno vapor, como o governo diz, por que a dificuldade de gerir os aeroportos?”, questiona.

Comparando as concessões de terminais aeroviários com a entrega de hospitais públicos à administração de Organizações Sociais (OS), Sampaio Jr. lembra que o problema não é de competência dos servidores públicos, mas da “opção do governo pelo mundo dos negócios”, em detrimento da população.




A desculpa da falta de recursos

13 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Artigo sugerido por Rogério Varela, do SINA

A desculpa da falta de recursos

Como já apontou o economista Paulo Kliass, a desculpa da falta de verbas para os investimentos necessários não tem consistência:

Recursos sobram no Orçamento! O problema é a prioridade definida  pelas autoridades para a sua utilização. Encerradas as contas de 2011,  por exemplo, apurou-se que o Estado brasileiro forçou a geração de um  superávit primário no valor de R$ 130 bilhões ao longo do ano. Uma  loucura! Mais de 3% do PIB destinados exclusivamente para o pagamento de  juros da dívida pública.

Agora basta uma simples comparação. A operação de privatização desses  três aeroportos vai render R$ 240 milhões por ano aos cofres da União.  Ou seja, se houvesse destinado apenas minguados 0,2% do superávit a cada  ano para esse importante compromisso, não precisaria transferir a  concessão dos aeroportos ao capital privado.

A cobiça das empresas “privadas”

O que justifica, então, privatizar este importante patrimônio público?  Construídos com dinheiro do povo, estes três aeroportos são responsáveis  por 30% do total do transporte de passageiros, 57% do total das cargas e  19% das aeronaves que circulam em todo o país. Eles sempre foram alvo  da cobiça de poderosas empresas “privadas”, nacionais e estrangeiras.

Com o crescimento da demanda no setor, decorrente do aquecimento do  mercado interno e da melhoria do poder aquisitivo dos brasileiros, este  apetite cresceu ainda mais. As corporações empresariais enxergam nestes  aeroportos verdadeiras minas de ouro. Para forçar a privatização, elas  contam com ajuda da mídia privatista, que faz terrorismo com os chamados  “apagões aéreos”.

Cedência à pressão dos monopólios

Alguns “calunistas” da mídia parecem condenar as pessoas de baixa renda  pelo “caos” nos aeroportos, amplificando a visão preconceituosa das  elites. Durante o governo Lula a aviação comercial teve um crescimento  vertiginoso no país – com a expansão de 118% nos últimos oito anos. Em  2011, pela primeira vez na história deste país, as viagens de avião  ultrapassaram as realizadas em ônibus interestaduais. Daí a violenta  gritaria da mídia pela privatização do setor.

Diante desta violenta pressão e dos reais gargalos do setor, que  decorrem da falta de investimentos nas três últimas décadas e do seu  longo processo de sucateamento, Dilma Rousseff resolveu ceder. A  presidenta parece ter pressa. Ela teme o caos, com as filas e a gritaria  midiática, principalmente por ocasião dos dois eventos esportivos. Mas  quais as conseqüências da privatização?

Soberania nacional corre riscos

Entre outros efeitos negativos, a entrega à iniciativa privada dos  aeroportos põe em risco a própria soberania. É preocupante que áreas  estratégicas, consideradas de segurança nacional, sejam invadidas por  empresas que visam somente o lucro, que não têm qualquer compromisso com  a nação.  Este temor é que explica a histórica resistência da cúpula da  Infraero, formada por militares.

Não é para menos que a maioria dos aeroportos do mundo está sob controle  do Estado, inclusive nos EUA – nação tão paparicada pelas mentes  colonizadas e entreguistas. Após os atentados de 11 de setembro de 2001,  o governo ianque inclusive reforçou este controle. Até as empresas  terceirizadas passaram a ser mais fiscalizadas.

Desmantelamento da malha aérea

Além da razão política, a privatização terá conseqüências danosas para a  sociedade. É bom lembrar que este sistema é interligado.  A Infraero  gerencia 66 dos 67 aeroportos no território brasileiro. Eles representam  97% do movimento do transporte aéreo regular, o que corresponde a 2,6  milhões de pousos e decolagens, transportando mais de 155 milhões de  passageiros por ano.

Neste sistema interligado, os aeroportos mais rentáveis ajudam a manter  os mais deficitários, de menor fluxo de passageiros, mas decisivos para o  transporte regional. Ao privatizar Guarulhos, Campinas e Brasília,  estes perderão importante fonte de recursos, o que levará ao  desmantelamento de toda a malha aérea – a exemplo do que já ocorreu com a  privatização do setor ferroviário.

O usuário será prejudicado

Como explica Francisco Lemos, dirigente do Sindicato Nacional dos  Aeroportuários (Sina), “o modelo da Infraero é muito parecido com a  relação de alguns estados da federação, onde os mais rentáveis subsidiam  os mais deficitários. A arrecadação é centralizada e redistribuída para  manter o sistema. A privatização deixará no esquecimento aqueles  aeroportos deficitários mais longínquos”.

Ela dá um exemplo hipotético sobre o risco da desintegração da malha  aérea. “Você se desloca de São Paulo para um aeroporto deficitário,  vamos supor, em Juazeiro. Não se sabe em que condições o avião pousará  lá, como estará sua pista, seu atendimento. As companhias não vão mais  querer fazer determinadas rotas. E quem sentirá realmente o prejuízo  será o usuário”.

Menos manutenção e segurança

Indignado, ele lembra que a Infraero é altamente lucrativa e foi  considerada no início de 2011 a segunda melhor empresa gestora de  aeroportos do mundo. Nada justifica, portanto, ela ser minoritária nos  aeroportos privatizados. “Ela é muito eficiente em seu produto final. É  cobiçada por vários países, que tentam firmar acordo com o Brasil para  que ela administre os seus aeroportos”.

Além do desmantelamento da malha aérea, nada garante que os três  aeroportos privatizados serão modernizados, melhorando o atendimento aos  usuários. Pela lógica do sistema, os capitalistas visam o lucro. Será  que investirão a contento na segurança ou na manutenção dos aeroportos?  Eles não cortarão custos, inclusive demitindo trabalhadores, para elevar  sua rentabilidade?

Demissões e precarização do trabalho

O dirigente da Sina não vacila nas respostas. Para ele, a tendência é  que muitos funcionários da Infraero, “com todo o seu know-how e  experiência, serão descartados. Quando se vê o perfil do pessoal da  Infraero, nota-se que é um profissional mais antigo, com mais de 30  anos. Nas empresas privadas que atuam no setor predomina a garotada de  20 anos, com salários menores”.

Texto retirado de: http://www.viomundo.com.br/politica/altamiro-borges-dilma-rasga-o-discurso-de-campanha.html




Os riscos que o gerencialismo pode trazer ao governo Dilma

12 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Do Blog Luis Nassif Online

O artigo de Aldo Fornazieri no Estadão de ontem (http://bit.ly/za0W1x) , a excelente reportagem de André Barrocai, na Carta Maior (http://bit.ly/zkrTDB), abrem o debate sobre um tema que já abordei rapidamente aqui em várias ocasiões (http://bit.ly/A9cvAr http://bit.ly/xKxZiq): o gerencialismo na política.

Para clarear o debate: ferramentas de gestão são imprescindíveis em qualquer estilo de governo, mais político ou mais técnico. Já por gerencialismo entenda-se o estilo de governar baseado exclusivamente em critérios técnicos definidos por grupos técnicos fechados a qualquer forma de construção coletiva que possa colocar em risco os objetivos racionais da gestão.

Os dois artigos são importantes para alertar para vulnerabilidades do estilo Dilma.

Fornazieri mostra as raízes do estilo. Explica que Dilma criou um perfil político próprio, ampliou o leque de apoio em estratos mais conservadores, reconhecendo méritos no governo FHC, e, principalmente, foi beneficiada pela constatação de que o segundo tempo da crise também não deverá afetar substancialmente o país.

Lembra depois que avaliação positiva de governo não é ativo estocável para o resto do mandato. Depende das ações de atores políticos, econômicos e sociais. No primeiro ano, livrou-se da estratégia do denuncismo da imprensa passando a impressão de que o ministério não era seu. No segundo ano, as críticas continuarão, o padrão foi consagrado por Dilma e os ministros serão seus.

Finalmente alerta que o controle excessivo de Dilma criou um Ministério apagado, lento (devido à falta de espaço para os ministros) e um governo excessivamente cauteloso.

Já a reportagem de Barrocai analisa, in loco, as consequências desse estilo, mostrando auxiliares descontentes, desmotivados. Não se está falando de base de apoio, movimentos sociais e quetais, mas de membros do governo, ainda que em off.

No meu artigo sobre o perfil político de Lula, mostro as diferenças de estilo, um fazendo-se amado (e odiado), outra querendo-se apenas respeitada. E anoto que, para tempos de bonança, o segundo estilo não tem contraindicações. Se sobrevier a crise política, a conversa é outra.

A dinâmica de um país

Gestão é uma ferramenta, um instrumento que não pode de maneira alguma substituir a política.

Em uma empresa, a gestão consiste em ter bons indicadores sobre todas as áreas, um plano estratégico bem definido, uma política de pessoal. O comando é centralizado: pertence aos acionistas controladores, que apenas prestam contas aos demais acionistas, aos funcionários e aos consumidores. As decisões são construídas em reuniões fechadas de planejamento.

A implementação permite manter quase todas as variáveis internas sob controle. Assim, o desafio maior é para fora, identificar os fatores conjunturais, a concorrência etc. que podem alterar o cenário.

No plano público, ainda mais, no comando de um país continental e diversificado como o Brasil, é impossível manter todas as variáveis sob controle. O organismo politico e social de um país seria melhor analisado tomando-se por base os estudos de física e de química, especialmente os princípios da teoria do caos. São organismos interdependentes, sem responder a chefias centrais, que se influenciam mutuamente.

Em determinado momento, tem-se um corpo em absoluto repouso, com todas as partes se comportando de forma equilibrada. De repente, um fato qualquer, uma molécula, um ingrediente entra naquele universo e cria-se um caos imprevisível, com cada molécula, cada parte tendo um comportamento totalmente diverso do momento anterior.

Em uma empresa, esses eventos imponderáveis são raros. Na política, infindáveis. Um agravamento da crise internacional, uma denúncia mais grave, um grupo social rebelado, uma crise na base política, qualquer fato provoca alterações substanciais no comportamento de cada parte, essa mudança, por sua vez, influindo e sendo influenciada pelo comportamento dos demais grupos.

A maneira de criar anticorpos é permitir que parcelas cada vez mais amplas do organismo social se sintam co-construtoras do futuro. É aí que o gerencialismo pega. É a síndrome do déspota esclarecido, perfil adequado para um CEO, não para um presidente da República.

Cenário de crise

Vamos a um pequeno exercício sobre o que seria o comportamento dos diversos grupos sociais no caso de eclosão de uma crise:

Setor Normalidade Crise
Mídia/PSDB Conformismo e denuncismo localizado, poupando a presidente. Denuncismo desvairado, com matérias ficcionais levando os leitores ao paroxismo
Classe média Admiração da gerente contra a corrupção e o desperdício, anulando o negativismo do noticiário. Plena adesão ao negativismo do noticiário, já que a imagem atual é dependente dos critérios de julgamento da velha mídia.
Empresários Apoio conformado ao projeto de governo Desaprovação, com alguns deles se metendo na militância, a exemplo do Cansei.
Partidos aliados Ressentimento contido, silêncio conformado com o tratamento recebido Explosão da base, com boicote às votações principais, paralisando a pauta no Congresso
PT/movimentos sociais/sindicatos Irritação com a não participação nas decisões do governo, mas enquadrado pelo sucesso do 1o ano de governo Dilma. Movimento do “volta Lula”.
Igrejas Apoio desconfiado. Campanhas moralistas contra a defensora disfarçada do aborto.
Oposição Tentativa de criar uma oposição civilizada, exorcizando o horror das últimas eleições. Volta dos degredados no inferno, com ataques baixos pela Internet, acusando a presidente de assassina de crianças, lésbica e outras baixarias que se tornaram a marca Serra de fazer política. A intolerância voltando a dominar o jogo político
Ministério Dilma Zero de atuação política

Zero de atuação política

Empresas têm indicadores objetivos de desempenho: rentabilidade, poder de mercado etc. No caso de governos, não.

É possível criar uma imagem positiva selecionando só os fatos positivos; e no dia seguinte uma imagem negativa, relacionando apenas fatos negativos. A opinião pública não avalia objetivamente se governos são “bons” ou “ruins” através de indicadores objetivos. Ela se baseia em percepções.

Há diversos canais por onde se criam as percepções. O principal é o da velha mídia, com seu discurso único.

Há uma série de canais alternativos que contrabalançam apenas em parte esse controle: as mídias sociais (a quem Dilma devota um desprezo explícito), os partidos políticos (cada vez menos eficazes como fator de mobilização no mundo todo, a quem Dilma apenas tolera), os movimentos sociais (restritos aos estratos mais baixos da pirâmide social e, portanto, sem espaço maior no jogo político e que, definitivamente, mantendo uma relação fria com Dilma), as igrejas (que a veem com desconfiança).

Os únicos fatores horizontais, que interferem no todo e ajudam a disciplinar as relações sociais e políticas, são a situação econômica, a sensação difusa de bem ou de mal estar e a identificação de parcelas majoritárias com o chefe, o presidente.

O primeiro fator está sob controle; o segundo, definitivamente não.

Mesmo com todo processo de inclusão social, histórica, o que salvou o governo Lula em 2006 foi a identificação maciça do povo com ele. Depois, em 2008, o bem estar das pessoas (especialmente quando confrontaram a realidade com o caos previsto pela mídia na crise de 2008), a maneira como o país superou a crise e a consagração avassaladora da mídia mundial que, em plena época da Internet, não conseguiu ser soterrada pela barreira de desinformação da mídia.

Agora, todos respeitam o sucesso atual de Dilma; nenhum lhe dedica paixão. Na eventualidade de uma crise, ninguém vai se matar na defesa de seu governo, porque não se sentem parte dele.

Seria bom que a presidente se dispusesse, por alguns momentos, a analisar a eventualidade – hoje, felizmente, ainda distante – de uma crise mais forte. Não tente entender os fatores e mantê-los sob controle. Pense apenas no que fazer, se a crise explodir.

Seria uma pena perder-se uma aventura gerencial fantástica apenas devido à sua supervalorização, em detrimento da política.




Rossoni prefere privatizar TI da AL ao invés de utilizar software livre da Celepar

10 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Do Blog do Tarso

Cassio Taniguchi, presidente do Conselho de Administração da Celepar, e
Valdir Rossoni, presidente da Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa do Paraná, presidida por Valdir Rossoni (PSDB), pretende jogar no lixo R$ 24 milhões de dinheiro público para que uma empresa privada construa e implante softwares para “modernização administrativa e da gestão legislativa”. Parte da contratação é de uma “rede social corporativa”, uma espécie de Facebook e Twitter privativo da Assembleia.

Por que a AL não contrata a Companhia de Informática do Paraná – Celepar, empresa estatal do Paraná na área de Tecnologia da Informação e Comunicação, para produzir os softwares, em software livre?

O receio é que haja uma atuação de Rossoni e do governo Beto Richa (PSDB), para fragilizar a Celepar e o software livre.

E para que gastar tanto dinheiro para fazer uma rede social?

Com a palavra o Rossoni!




Concessão de aeroportos alcançou 73% do valor da Telebrás, mas…

8 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Do  Blog da Cidadania

Um rápido olhar sobre a concessão – não houve venda – dos principais aeroportos do país pela soma impressionante de 24 bilhões de reais e durante prazos que vão de 25 a 30 anos (após o que os concessionários terão que renegociar ou entregá-los) sugere que ao menos um pecado não foi cometido nesse negócio: não foi feito a preço vil.

Para que se consiga mensurar o valor impressionante alcançado pelo arrendamento dos aeroportos a prazo fixo, a venda do controle acionário do sistema Telebrás, em 1998 – um negócio que entregou para sempre toda a estrutura e direitos de exploração das telecomunicações –, arrecadou míseros 19 bilhões de dólares, à cotação da época, o que, à cotação de hoje, significariam cerca de 33 bilhões de reais.

E nem vamos falar da privatização da Vale para não ficarmos nervosos.

Todavia, tanto as privatizações tucanas quanto o arrendamento petista guardam uma semelhança: quem bancou e continuará bancando a festa seremos nós, a coletividade, pois, em ambos os casos, a parte do leão dos negócios foi e será financiada pelo BNDES, que, no caso dos aeroportos, arcará com 80% dos 24 bilhões.

Não é difícil entender por que o BNDES não financia o governo federal e este embolsa os lucros que serão extraídos pela iniciativa privada. As teses privatista ou locadora se baseiam na premissa de que é melhor entregar uma obra ou um serviço público à iniciativa privada porque esta já tem estrutura montada para operar.

Todavia, o lucro que o setor privado extrai da privatização ou da concessão certamente montaria uma empresa para operar prestar serviços ou para fazer obras nos aeroportos e, de quebra, restaria uma bela economia ao contribuinte.

Privatização ou concessão, pois, sugerem reconhecimento do Estado de que é incompetente como gestor. Então pergunto: se administradores privados são melhores que governos, não seria melhor que Estados, municípios e o país passassem a ser governados por empresas “eleitas” em concorrências públicas?




Bloco Garibaldis e Sacis convoca coletiva de imprensa

8 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Do Blog Rádio Tirana

Para resgatar o verdadeiro sentido do pré carnaval, o Bloco Garibaldis e Sacis convoca coletiva de imprensa para esta quinta feira, às 11 horas, na Agência Getz Comunicação. O objetivo principal é divulgar o posicionamento do grupo para o próximo domingo, além de reiterar a importância desta manifestação cultural para cidade e o respeito aos mais de 15 mil foliões curitibanos que participam da festa que acontece há 14 anos. Os organizadores do evento procuraram a Getz Comunicação que vem se notabilizando em campanhas sociais, para buscar uma estratégia, a ser apresentada durante a coletiva, que venha responder a necessidade de valorização do potencial cultural, comercial e turístico do pré carnaval.

Através do Garibaldis & Sacis, Curitiba exibe suas diferenças e peculiaridades em uma festa que resgata o carnaval de rua e se revela como referência de arte e cultura. Um pré carnaval de misturas, em que a celebração das diferenças toma, ano a ano, as ruas do centro histórico da cidade. Este é o espírito da festa que acontece desde 1998, criada espontaneamente por artistas curitibanos. No último domingo, os repiques, as fantasias, as cirandas e os refrões bem humorados legraram novamente mais de 7 mil foliões presentes. Porém, nenhum deles imaginava que ao final da festa, da manifestação pacífica que acontece todos os anos, veriam e participariam de cenas de terror.

O Largo da Ordem foi palco da ação violenta de policiais militares contra os foliões que brincavam após o pré carnaval. De forma desproporcional, um batalhão de choque iniciou uma verdadeira guerra com disparos de balas de borracha e bombas de efeito moral, deixando muitos foliões feridos. Segundo a polícia, foram jogadas garrafas e pedras em uma viatura da PM e por este motivo o reforço policial foi chamado.

Apesar do triste episódio, a última apresentação de 2012 do Garibaldis e Sacis está confirmada para o próximo domingo. Os organizadores já solicitaram, através das redes sociais, que os foliões participem vestindo branco. Além desta proposta, outras já foram organizadas e serão divulgadas durante a coletiva. “Vamos para a rua com o mesmo espírito de sempre, que é o de brincar com alegria, paz e amor. Porém, agora é necessário resgatar e reafirmar a essência desta festa. Vestir a camisa pela paz.” explica Luiz Nobre, um dos organizadores do bloco.

Garibaldis e Sacis: celebração da alegria

Da idéia brincalhona de um grupo de amigos artistas, surgiu em 1998 o Pré Carnaval Garibaldis e Sacis, que reunia na época pouco mais do que cem pessoas no Largo da Ordem. Ao longo dos anos, a festa caiu no gosto do curitibano e atualmente são milhares reunidos nos quatro domingos que antecedem o carnaval. Diante do crescimento, os amigos resolveram criar a um ano e meio atrás a Associação Recreativa Cultural Amigos do Garibaldis e Sacis, que conta com 25 pessoas associadas, as mesmas responsáveis pela organização do evento. Há também a bateria formada por mais de 20 músicos da cidade. Todos voluntários.

A brincadeira que deu certo…

O Bloco Pré Carnavalesco Garibaldis & Sacis teve início em 1998 a partir de uma provocação que o artista maranhense Itaércio Rocha – hoje presidente da Associação Recreativa Cultural Amigos do Garibaldis & Sacis – fez no programa “Samba De Bamba”, apresentando pelo jornalista Rodrigo Browne, na Rádio Educativa do Paraná, convidando as pessoas a se reunir nos domingos pré carnaval para brincar a folia. Isso bastou para motivar um grupo de amigos a planejar a festa para o ano seguinte.

Em 1999, artistas ligados à Faculdade de Artes do Paraná (FAP), ao Conservatório de Música Popular Brasileira, ao Teatro de Bonecos e ao Grupo Mundaréu, encontraram-se rotineiramente nos domingos de janeiro no Saccy Bar, centro histórico de Curitiba, para discutir a organização da festa. Numa destas reuniões foi eleito o nome do bloco, “Garibaldis & Sacis”, em alusão e homenagem ao itinerário idealizado. O ponto de partida seria o Saccy Bar e o ponto final do trajeto a Praça Garibaldi. Desta forma, o bloco desfilaria pelas ruas convidando as pessoas a participar, além de buscar o resgate dos antigos carnavais de rua.

Paralelo ao crescimento do bloco, o aparato de som também se desenvolveu. O músico Ricardo “Rosinha”, mesmo criador do invento com o carrinho de supermercado, levou para as ruas um Fiat Fiorino com o som que ajudou a fazer a festa até 2008. Nos anos seguintes, financiado pelos próprios foliões, o bloco contratou uma Kombi que funciona como mini trio elétrico.

Inicialmente o desfile começava por volta das 13 horas, na tentativa de aproveitar o público que se dirigia até o Largo da Ordem para fazer compras ou passear pela Feira de Domingo e terminava com um grande Cacuriá, em que todos participavam. Com o aumento do número de pessoas que o seguiam e um entrave referente ao horário da missa de domingo na Igreja de São Francisco da Ordem, que coincidia com o horário de saída do bloco, o início da festa foi adiada para as 15h30 e o ponto de partida alterado para frente do Memorial da Cidade, também no Largo da Ordem.

O Bloco por si só é um grande sucesso e tem como objetivo a valorização da cultura popular. Tanto que a partir dele, surgiram outros eventos. Nos últimos anos realizaram, periodicamente, sambas de mesa em frente ao Conservatório de MPB, no bar do Cícero, hoje conhecido como bar Brasileirinho. Além dos sambas, os encontros resultaram em outras duas festas populares que agora ocorrem anualmente: O “Arraial da Anita”, uma festa com temática junina (quadrilha, batuques e fandangos) fora de época, realizado de maneira comunitária e o “Sarau do Saci”, evento em que artistas da cidade apresentam poesias, músicas, histórias e contos em frente ao Relógio das Flores. Uma celebração de primavera aberta ao grande público, com forte foco na infância, pois, nela são homenageados o Dia de Cosme e Damião, o Dia das Crianças e o Dia da Padroeira, Nossa Senhora Aparecida.

Coletiva de imprensa
Dia 09/02 – quinta-feira
11h
Rua Joaquim da Silva Sampaio, 136 na Agência Getz Comunicação
Contato imprensa – Ana Carolina Caldas (41)92114915




“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”

7 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoam manifestantes em frente à Bovespa

CUT, CMP, CGTB, Sindicatos e partidos populares se somaram no ato contra a privatização dos aeroportos e em defesa do patrimônio público

Por Leonardo Severo, no site da CUT

“Dilma, eu não me engano, privatizar é coisa de tucano”, entoaram nesta segunda-feira (6) manifestantes concentrados em frente à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), contrários ao processo de privatização dos aeroportos.

O protesto reuniu militantes do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Movimentos Populares (CMP), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Partido dos Trabalhadores (PT) e Partido Pátria Livre (PPL), que se pronunciaram contra a entrega do patrimônio público nacional. A privatização dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, de Viracopos, em Campinas, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, que juntos respondem por 30% da movimentação dos passageiros, 57% da carga e 19% das aeronaves do sistema brasileiro foi denunciada como um “crime de lesa-Pátria”.

“É preciso falar o português claro, pois não tem sentido nenhum dar dinheiro público para os estrangeiros virem tomar o que é nosso. Infelizmente é o patrimônio do Brasil que está sendo entregue pelo governo que nós ajudamos eleger. É a pauta dos derrotados, vindo com força”, denunciou Francisco Lemos, presidente do SINA.

Lemos lembrou que primeiro o governo disse que não havia dinheiro para modernizar os aeroportos diante da urgência da Copa do Mundo – e que era preciso garantir a participação estrangeira no leilão. Depois, o BNDES foi acionado para financiar a desnacionalização, o que é totalmente absurdo.

Como sintetizou o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Vagner Freitas, “a privatização dos aeroportos representa um descarrilhamento do governo”. “A proposta neoliberal de sucateamento do patrimônio público e abertura ao capital internacional foi derrotada nas urnas, pois todos sabemos o que significou a privatização da telefonia, da energia e da siderurgia. Neste momento em que o país precisa crescer e se desenvolver para enfrentar os impactos da crise internacional, não podemos permitir o retrocesso. Ao privatizar os aeroportos, o governo não está sendo leal com o voto das urnas e a CUT não vai admitir esta violência”, ressaltou Vagner.

“Coerente com o que defendemos e pensamos quando enfrentamos a polícia e a repressão nos anos 90, estamos aqui hoje para denunciar o absurdo que é entregar o filé do transporte aéreo brasileiro, os melhores e mais lucrativos aeroportos à iniciativa privada. E pior, com 80% dos investimentos oferecidos pelo BNDES, que é um banco público”, acrescentou Quintino Severo, secretário geral da CUT Nacional.

Representante da CMP, Luiz Gonzaga (Gegê) denunciou a privatização como um retrocesso lamentável e defendeu a mais ampla mobilização da sociedade brasileira para impedir o prosseguimento de tal crime.

O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira destacou a importância da unidade das centrais e do movimento social para a luta em defesa do Brasil. “Nós precisamos de um Estado cada vez mais forte e atuante em defesa dos interesses do nosso povo, do desenvolvimento nacional. Privatizar é o oposto disso, é abrir mão da soberania”, condenou Bira.

Para o diretor executivo da CUT Nacional, Júlio Turra, o momento exige dos movimentos sindical e social uma ação mais contundente, “para não dar vida fácil aos privatistas e aos que querem continuar perpetrando crimes como este contra o patrimônio público”. “Não vamos permitir que continuem metendo a mão em recursos públicos, em dinheiro do BNDES, para dar lucro garantido a meia dúzia de assaltantes”, acrescentou o secretário de Políticas Sociais da CUT São Paulo, João Batista Gomes (Joãozinho).

Membro da direção nacional do PT, Marcos Sokol lembrou que um serviço público essencial, como e o caso dos aeroportos brasileiros, funciona na base de subsídio cruzado, onde a parte lucrativa garante a deficitária. “Agora querem privatizar o filé, deixando o osso para o Estado. Isso é um crime, uma concessão ao capital internacional, é a volta dos que não foram, na realidade. Se há males que vêm para o bem, posso dizer que esse crime contra a nação brasileira não ficará impune”, acrescentou Sokol.

Em nome da Juventude Pátria Livre (JPL), Antonio Henrique denunciou que a privatização dos aeroportos é “um ato praticado pelas viúvas de FHC, que depois de terem vendido 121 estatais lucrativas querem agora continuar entregando aos estrangeiros a nossa fronteira aérea, dilapidando a nossa empresa de infraestrutura aeroportuária”. “O que precisamos é de mais Estado, de empresas públicas para fazer o Brasil crescer”, concluiu.




Dilma rasga o discurso de campanha

7 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

O erro da privatização dos aeroportos

Por Altamiro Borges, em seu blog

Em um ano de governo, a presidenta Dilma Rousseff mostrou-se pouco ousada, mas não bancou retrocessos de maior gravidade. Nesta segunda-feira (6), porém, ela macula o seu mandato com o leilão para a “concessão” de três dos mais rentáveis aeroportos do país – Guarulhos, Campinas e Brasília. O seu discurso antiprivatista de campanha, que acuou os tucanos, será jogado pelo ralo.

Os argumentos usados para justificar a privatização não convenceram os trabalhadores do setor, os movimentos sociais e vários estudiosos desta matéria estratégica. Fala-se da ausência de recursos públicos para modernizar os aeroportos e da urgência de investimentos para atender a crescente demanda do setor. A Copa do Mundo e as Olimpíadas são apontadas como motivos da pressa no leilão.

A desculpa da falta de recursos

Como já apontou o economista Paulo Kliass, a desculpa da falta de verbas para os investimentos necessários não tem consistência:

Recursos sobram no Orçamento! O problema é a prioridade definida pelas autoridades para a sua utilização. Encerradas as contas de 2011, por exemplo, apurou-se que o Estado brasileiro forçou a geração de um superávit primário no valor de R$ 130 bilhões ao longo do ano. Uma loucura! Mais de 3% do PIB destinados exclusivamente para o pagamento de juros da dívida pública.

Agora basta uma simples comparação. A operação de privatização desses três aeroportos vai render R$ 240 milhões por ano aos cofres da União. Ou seja, se houvesse destinado apenas minguados 0,2% do superávit a cada ano para esse importante compromisso, não precisaria transferir a concessão dos aeroportos ao capital privado.

A cobiça das empresas “privadas”

O que justifica, então, privatizar este importante patrimônio público? Construídos com dinheiro do povo, estes três aeroportos são responsáveis por 30% do total do transporte de passageiros, 57% do total das cargas e 19% das aeronaves que circulam em todo o país. Eles sempre foram alvo da cobiça de poderosas empresas “privadas”, nacionais e estrangeiras.

Com o crescimento da demanda no setor, decorrente do aquecimento do mercado interno e da melhoria do poder aquisitivo dos brasileiros, este apetite cresceu ainda mais. As corporações empresariais enxergam nestes aeroportos verdadeiras minas de ouro. Para forçar a privatização, elas contam com ajuda da mídia privatista, que faz terrorismo com os chamados “apagões aéreos”.

Cedência à pressão dos monopólios

Alguns “calunistas” da mídia parecem condenar as pessoas de baixa renda pelo “caos” nos aeroportos, amplificando a visão preconceituosa das elites. Durante o governo Lula a aviação comercial teve um crescimento vertiginoso no país – com a expansão de 118% nos últimos oito anos. Em 2011, pela primeira vez na história deste país, as viagens de avião ultrapassaram as realizadas em ônibus interestaduais. Daí a violenta gritaria da mídia pela privatização do setor.

Diante desta violenta pressão e dos reais gargalos do setor, que decorrem da falta de investimentos nas três últimas décadas e do seu longo processo de sucateamento, Dilma Rousseff resolveu ceder. A presidenta parece ter pressa. Ela teme o caos, com as filas e a gritaria midiática, principalmente por ocasião dos dois eventos esportivos. Mas quais as conseqüências da privatização?

Soberania nacional corre riscos

Entre outros efeitos negativos, a entrega à iniciativa privada dos aeroportos põe em risco a própria soberania. É preocupante que áreas estratégicas, consideradas de segurança nacional, sejam invadidas por empresas que visam somente o lucro, que não têm qualquer compromisso com a nação. Este temor é que explica a histórica resistência da cúpula da Infraero, formada por militares.

Não é para menos que a maioria dos aeroportos do mundo está sob controle do Estado, inclusive nos EUA – nação tão paparicada pelas mentes colonizadas e entreguistas. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, o governo ianque inclusive reforçou este controle. Até as empresas terceirizadas passaram a ser mais fiscalizadas.

Desmantelamento da malha aérea

Além da razão política, a privatização terá conseqüências danosas para a sociedade. É bom lembrar que este sistema é interligado. A Infraero gerencia 66 dos 67 aeroportos no território brasileiro. Eles representam 97% do movimento do transporte aéreo regular, o que corresponde a 2,6 milhões de pousos e decolagens, transportando mais de 155 milhões de passageiros por ano.

Neste sistema interligado, os aeroportos mais rentáveis ajudam a manter os mais deficitários, de menor fluxo de passageiros, mas decisivos para o transporte regional. Ao privatizar Guarulhos, Campinas e Brasília, estes perderão importante fonte de recursos, o que levará ao desmantelamento de toda a malha aérea – a exemplo do que já ocorreu com a privatização do setor ferroviário.

O usuário será prejudicado

Como explica Francisco Lemos, dirigente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), “o modelo da Infraero é muito parecido com a relação de alguns estados da federação, onde os mais rentáveis subsidiam os mais deficitários. A arrecadação é centralizada e redistribuída para manter o sistema. A privatização deixará no esquecimento aqueles aeroportos deficitários mais longínquos”.

Ela dá um exemplo hipotético sobre o risco da desintegração da malha aérea. “Você se desloca de São Paulo para um aeroporto deficitário, vamos supor, em Juazeiro. Não se sabe em que condições o avião pousará lá, como estará sua pista, seu atendimento. As companhias não vão mais querer fazer determinadas rotas. E quem sentirá realmente o prejuízo será o usuário”.

Menos manutenção e segurança

Indignado, ele lembra que a Infraero é altamente lucrativa e foi considerada no início de 2011 a segunda melhor empresa gestora de aeroportos do mundo. Nada justifica, portanto, ela ser minoritária nos aeroportos privatizados. “Ela é muito eficiente em seu produto final. É cobiçada por vários países, que tentam firmar acordo com o Brasil para que ela administre os seus aeroportos”.

Além do desmantelamento da malha aérea, nada garante que os três aeroportos privatizados serão modernizados, melhorando o atendimento aos usuários. Pela lógica do sistema, os capitalistas visam o lucro. Será que investirão a contento na segurança ou na manutenção dos aeroportos? Eles não cortarão custos, inclusive demitindo trabalhadores, para elevar sua rentabilidade?

Demissões e precarização do trabalho

O dirigente da Sina não vacila nas respostas. Para ele, a tendência é que muitos funcionários da Infraero, “com todo o seu know-how e experiência, serão descartados. Quando se vê o perfil do pessoal da Infraero, nota-se que é um profissional mais antigo, com mais de 30 anos. Nas empresas privadas que atuam no setor predomina a garotada de 20 anos, com salários menores”.

Outro grave problema é que as regras para a “concessão” são um presente para os poderosos monopólios privados. No leilão de hoje, Guarulhos tem um lance mínimo de R$ 3,4 bilhões, com concessão de 20 anos. Viracopos tem um valor inicial estipulado em R$ 1,5 bilhão e prazo de uso de 30 anos. Brasília teve o lance mínimo arbitrado em R$ 582 milhões, com prazo de uso de 30 anos.

O contrato cria a chamada Sociedade de Propósito Específico (SPE) com o objetivo de gerir o negócio, onde o capital privado fica com 51% dos votos e a Infraero com 49%. Devido à urgência das obras, a tendência é que a SPE receba empréstimos do BNDES. O edital também não fixa as contrapartidas, como a responsabilização do consórcio ganhador pelos aeroportos de menor fluxo.

PS do Viomundo: O Plano Nacional de Banda Larga, tocado para beneficiar as empresas de telefonia primeiro e os usuários depois, deu o tom de como seria a relação do governo Dilma com o setor privado. A lógica é a mesma de sempre: onde houver lucro entram as empresas privadas; onde houver prejuízo fica o estado.

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Carta de Porto Alegre do III Fórum de Mídia Livre

3 de Fevereiro de 2012, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

Nós, participantes do III Fórum de Mídia Livre, realizado no âmbito do Fórum Social Temático, em Porto Alegre entre os dias 27 e 28 de janeiro de 2012, vimos reafirmar o reconhecimento da comunicação como um direito humano e social e um bem comum, cuja defesa deve ser objeto da luta das mídias livres, do conjunto dos movimentos sociais e alcançar a sociedade como um todo.

Num momento em que a comunicação assume papel central nas lutas ao redor do mundo, como se tem visto na Primavera Árabe, no movimento dos indignados e de ocupações públicas e que, ao mesmo tempo, surgem ameaças de cerceamento à liberdade de expressão com medidas de controle da internet, a exemplo dos projetos SOPA e PIPA em discussão nos Estados Unidos, e da Lei Azeredo, o “AI-5 Digital” no Brasil; violações de direitos na mídia e criminalização das rádios comunitárias e dos movimentos sociais, como no caso da desocupação violenta da área do Pinheirinho, na cidade de São José dos Campos; conclamamos todos a se unirem em torno da luta pela democratização da comunicação.

Nessa ação estratégica e unitária, ainda que levada a efeito dentro da diversidade de cada organização e iniciativa, através de suas redes de diálogos, é preciso reconhecer a comunicação não como mera ferramenta, mas compreender a sua potência mobilizadora, essencial à organização política. Objetivo central desse esforço é estabelecer de fato um contraponto à mídia comercial e hegemônica, não só no que diz respeito ao que é veiculado, mas sobretudo quanto à apropriação pela sociedade dos meios de acesso, produção, difusão e distribuição de informação e cultura.

Isso inclui estabelecer no Brasil um novo marco regulatório das comunicações que faça cumprir os preceitos da Constituição Federal relativos ao setor; o fortalecimento das mídias livres (comunitárias, alternativas e populares); a universalização do acesso à internet de qualidade; a neutralidade da rede e o respeito à privacidade dos usuários como direitos garantidos por um marco civil da internet e a reforma da Lei de Direitos Autorais; e fomentar o desenvolvimento, a formação e o uso de tecnologias que tenham como base o princípio da colaboração, compartilhamento e hackeamento.

Para que tal meta se cumpra, é preciso que haja efetiva participação social na construção, implementação e monitoramento das políticas públicas, fortalecendo espaços de discussão como as conferências de comunicação, fóruns e observatórios das entidades do setor.

É ainda imperativo intensificar a mobilização social, que deve extrapolar os espaços de debate tradicionais e ganhar as ruas, para que nossas reivindicações repercutam no conjunto da sociedade. Comprometemo-nos assim com ações de massa, articuladas ao ativismo nas redes sociais.

Nesse sentido, nos somaremos às organizações que estarão na Cúpula dos Povos em junho próximo, no Rio de Janeiro, para as ações de comunicação que farão parte dessa luta global por um mundo em que os direitos humanos, sociais, ambientais, econômicos, políticos e culturais sejam assegurados a todos os cidadãos e cidadãs do Planeta. No bojo dessa mobilização e conjuntamente, será realizado o II Fórum Mundial de Mídia Livre, para o qual fazemos um apelo de participação a todas as organizações e ativistas comprometidos com essa agenda transformadora.

Assim, em 2012, defendemos a tomada de ações que contemplem os encaminhamentos debatidos e acordados durante o III FML, visando concretizar os objetivos acima, entre as quais destacam-se:

● Articulação global com os movimentos midialivristas;
● Construção de um anteprojeto do Marco Regulatório para as Comunicações no Brasil;
● Criar pontos de acesso, de formação e mobilização midialivrista;
● Utilizar linguagem que não reproduza a mídia comercial hegemônica;
● Criação e fomento de redes sociais livres, federadas e autônomas para compartilhamento da produção de conteúdo;
● Investir na formação na produção de conteúdo, como oficinas, observatórios, formações livres e colaborativas;
● Aproximar as iniciativas de mídia livre dos movimentos sociais e da população em geral;
● Mapear o espaço que as mulheres ocupam na mídia alternativa para um debate mais amplo;
● Ampliar o uso da webTV e outras ferramentas de audiovisual na internet como ferramenta estratégica para o debate da mídia livre, priorizando o uso de ferramentas livres;
● Construir um programa que discuta o tema da mídia livre na PosTV com as diversas organizações que atuam nesta pauta;
● Difundir o uso de ferramentas de proteção de dados e Ips;
● Potencializar as rádios comunitárias, de forma que a informação tenha mais alcance;
● Trabalhar pela construção de um grande encontro da sociedade civil, em torno da comunicação, que reúna os diferentes setores que atuam nesta pauta, para o fortalecimento de agendas comuns;
● Valorizar o papel e a participação das mídias não digitais, alternativas e populares, como as rádios livres e comunitárias, nos processos de construção das agendas das mídias livres;
● Defender a adoção de tecnologias livres pelo Estado brasileiro;
● Criação de GT para dar continuidade ao diálogo dos protocolos livres, entendendo esses como a pactuação política e tecnológica de ações, métodos, semântica e tecnologia entre os movimentos da sociedade civil. A organização do GT será feita a partir de agora no pad http://pontaopad.me/protocoloslivres;
● Garantir a universalidade da banda larga, com políticas públicas de acesso livre e pontos populares de formação, além de provedores comunitários;
● Combate ao AI-5 digital e a todas as iniciativas de cerceamento da liberdade na internet;
● Cobrar do governo que retome os Pontos de Mídia Livre, ampliando essa política pública para estados e prefeituras;
● Lutar por uma política pública de distribuição da verba governamental de publicidade, que promova a diversidade e a pluralidade e garanta o exercício da comunicação por todos e todas. Esta política deve considerar sobretudo as especificidades das mídias livres em termos de sustentabilidade econômica;
● Mapear iniciativas de políticas públicas de comunicação nos estados;
● Incidir sobre outras políticas que dialogam com a questão do marco regulatório e estão sendo aprovadas de forma independente, como a regulamentação da lei 12.485 e continuidade da classificação indicativa, em debate no Supremo Tribunal Federal;
● Reivindicar faixa de espectro para o rádio e a TV digital e políticas públicas de financiamento de transmissores de rádio e TV digital para pontos de mídia livre;
● Compartilhamento de informações e orientações de apoio jurídico para as mídias livres;
● Articular internacionalmente as lutas por políticas públicas e regulação que garantam liberdade e o combate a leis e políticas que restrinjam a liberdade;
● Lutar por políticas de abertura de espectro livre e white spaces para apropriação pelas mídias livres;
● Debater e tomar posição sobre o padrão de rádio digital a ser implementado pelo Brasil;
● Articular os espaços de mobilização on e offline, nas redes e nas ruas
● Denunciar e combater a apropriação privada de dados pessoais por terceiros
● Promover/participar do II FMML no Rio de Janeiro, entre os dias 16 e 18 de junho, concretizando o chamado da Carta de Dakar;
● Integrar o II FMML, evento inserido no processo dos Fóruns Sociais Mundiais, com o processo da Cúpula dos Povos da Rio+20, respeitando seus princípios e atuando desde já em seus grupos de diálogo e de trabalho, para construção da agenda da comunicação;
● Mapear as atuais experiências de desenvolvimento e uso de redes de compartilhamento de recursos pelos ativismos globais para contribuir no diálogo dos protocolos livres propostos para o II FFML;
● Promover uma ação de comunicação que seja definida de maneira conjunta e que produza impacto para além dos setores que acompanham o processo da Conferência da ONU;
● Traduzir os conceitos em debate na Conferência da ONU e na Cúpula dos Povos e das agendas dos movimentos, de forma a qualificar a compreensão do que está em jogo nos eventos da Rio+20;
● Dialogar com as organizações e movimentos da sociedade civil para que sua comunicação se integre ao processo de construção do II FMML;
● Criar um grupo local de organização e logística para, em diálogo internacional, realizar o II FMML. Este grupo estará aberto à participação de organizações de fora do Brasil;
● Promover no II FMML o diálogo internacional entre desenvolvedores e gestores de redes e recursos de comunicação voltados aos ativismos de internet para a construção de protocolos internacionais;
● Organizar previamente ações de comunicação compartilhada e definir como coordenar as ações de forma autogestionada;
● Ampliar a participação das organizações brasileiras no debate internacional da construção do II FMML;
● Avaliar a possibilidade de extensão (participação à distância) do II FMML, com a organização de atividades e debates fora do Rio de Janeiro durante os dias do evento em junho.
● Participar e estimular a participação das mídias livres na Comissão de Comunicação do Fórum Social Mundial.

Todas as contribuições estão disponíveis no site: http://forumdemidialivre.org

ORGANIZAÇÃO

A plenária do III Fórum de Mídia Livre optou por uma organização em Grupos de Trabalhos integrado por um Grupo de Enlace. São GT abertos à participação

GT – Comunicação: Revista Fórum, Coletivo Fora do Eixo, Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores, Alquimidia.org e Ciranda.

GT – Formação

Rádio Muda, Radio UFSCar, PET-ECO/UFRJ, Coletivo Fora do Eixo, Soylocoporti, COMULHER.

GT – Protocolos

Alquimidia.org, Fora do Eixo, Soylocoporti, Ciranda

GT – Políticas Públicas

Coletivo Gaúcho pela Democratização da Comunicação e da Cultura, Intervozes, Abraço, Altercom/Aliança Internacional de Jornalistas, Barão de
Itararé, Soylocoporti, Fora do Eixo, Amarc.

GT – Organização local do II FMML

Revista Fórum (Renato Rovai), Pontão da ECO (Ivana Bentes), FDE (Carol e Dríade), Amarc (Arthur William), Abraço (José Soter), Ciranda (Rita Freire), Intervozes (Bia Barbosa), Caritas (Pierre George), WSFTV (Antonio Pacor), E-joussour (Mohamed Leghtas)

GT de Enlace

Revista Fórum, Radio Muda, Alquimidia.org, Amarc, Pontão da ECO, Ciranda

O contato de cada GT está disponível no site: http://forumdemidialivre .org

CALENDÁRIO INICIAL

A plenária do III Fórum de Mídia Livre elencou os seguintes eventos estratégicos para uma mobilização conjunta do Movimento Midialivrista:

9 a 11 de Fevereiro – Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (Recife)

8 de Março – Dia Internacional de Luta das Mulheres
11 de Março – Encontro do I Fórum de Mídia Livre dos países da região do Magreb Machrek
Maio – Elencar um dia de ação de rua, ainda no mes de Maio, em torno das lutas da comunicação. Divulgar esse dia de ação durante as atividades do Primeiro de Maio.
Junho – Ação de rua durante a Rio+20
16 a 18 de Junho – II Fórum Mundial de Mídia Livre
14 a 22 de Junho – Atividades diversas da Cúpula dos Povos para a Rio+20
25 de agosto – Dia Nacional de Luta das Rádios Comunitárias
18 de outubro – Dia Nacional pela Democratização da Comunicação
20 de novembro – Dia da Consciência Negra