Texto e foto por Carlos Magalhães - Ponto de Cultura Massa Coletiva
Mais um dia do ritual Quão negros somos... Voltamos ao auditório no prédio da Prefeitura Municipal de São Carlos. No palco estavam presentes, Márcio Griô representando a Ação Griô, Alceu representando o ponto de cultura Nos caminhos de São Paulo. Vivian representando a Teia das culturas, Denner representando a Prefeitura Municipal de São Carlos e Paulo representando câmara técnica das relações étnico raciais. Na plateia muitas pessoas que estiveram presentes no primeiro dia, voltaram para dar continuidade à sua formação, construindo novas visões de mundo a partir do evento.
Provavelmente essas pessoas estarão presentes em todos os momentos da programação do Quão negros somos. Recebendo a mensagem e passando adiante, para as pessoas de sua família, seus amigos, seus companheiros de trabalho.
E o tema da mesa é importante: Mesa de debate – perspectiva na relação entre saberes populares e escolares. Márcio é um mestre, um sábio. Uma pessoa que encadeia as palavras como versos tornando lírica qualquer comunicação. E através da poesia que ele expôs o trabalho da Ação Griô, contou sobre sua origem e deixou sua contribuição na mesa.
Depois Alceu trouxe sua experiência sobre o ponto de cultura Nos caminhos de São Paulo e o grupo Urucungos, falou de pedagogia de bar e outras experiências inéditas para muitos que estavam presentes. Lá em Campinas, o trabalho dos Urucungos se baseia na ação social e também no resgate histórico e cultural sobre a trajetória de muitos pretos que viveram naquela região, construindo o Brasil e sendo massacrados pelos historiadores brancos. O trabalho do Urucungos é o tipo de trabalho necessário, urgente, que precisa ser feito e espalhado por todos os cantos, para que novos Urucungos brotem da terra, tornando-se novos pontos de resgate e transformação social, histórica e cultura do continente latino americano.
A mesa prosseguiu, agora com os representantes da cidade falando. Pelo que entendi nosso contexto é um dos mais avançados do Brasil no que tange à políticas públicas para os afro-descendentes. Discorrer sobre como agora a sociedade e o poder público estão se movimentando, demandaria um outro texto, que pode surgir de maneira mais interessante através das mãos de um de seus participantes.
Ao fim ouve um breve debate entre o público e os participantes da mesa. Seguido de mais uma apresentação artística. O grupo Rochedo de Ouro iniciou um cortejo de Maracatu e conduziu todos para fora do paço municipal – o prédio da prefeitura que havia citado no começo do texto.
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