Este é um clone do blog de Alexandre Oliva, Blongando por Liberdade
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11 de Maio de 2009, 0:00 - sem comentários aindaTá no ar a segunda edição da Revista Espírito Livre, com o artigo A Isca, o Anzol e a Grande Rede, sobre os riscos da computação em nuvem para os cardumes de usuários, numa alegoria de pesca.
Até blogo...
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11 de Maio de 2009, 0:00 - sem comentários aindaThe second issue of Revista Espírito Livre (Free Spirit Magazine), with the Portuguese version of the article The Bait, The Hook and The Wide Net, about the risks of computing in the cloud for schools of users, in a fishing allegory.
So blong...
A Isca, o Anzol e a Grande Rede
11 de Maio de 2009, 0:00 - Um comentárioA Isca, o Anzol e a Grande Rede
Alexandre Oliva <lxoliva@fsfla.org>
Publicado na segunda edição, de maio de 2009, da Revista Espírito Livre.
Os usuários de software de maior consciência social já notaram que, ao morderem a isca, incentivam os pescadores de usuários a continuarem se valendo de anzóis escondidos para capturá-los. Não por acaso, pescadores têm recorrido à Grande Rede como mecanismo alternativo para aprisionamento. Que fazer para evitar esses perigos?
Hora da bóia!
A história começa com um apetitoso pedaço de camarão, minhoca ou qualquer outra funcionalidade que possa atrair usuários. No mesmo pacote, cuidadosamente projetado para ludibriar a presa, vem o anzol, característica maliciosa destinada a restringir e aprisionar o usuário, de forma técnica (negação de código fonte, DRM, Tivoização) ou jurídica (contratos restritivos, licenças limitantes, ameaças diversas).
Mesmo quem entende e valoriza a liberdade, e portanto faz o possível para evitar os anzóis, é às vezes vitimado por esses dispositivos feitos para enganar e aprisionar. A diferença é que, uma vez fisgados, alguns concluem que o melhor que lhes resta a fazer é saborear a isca, relaxar e gozar a viagem, enquanto os mais conscientes batalhamos para nos libertar até o fim das forças, mesmo sacrificando recursos importantes e convenientes, tais como partes da boca, do computador ou de sítios.
Muito mais inteligente é não mordermos a isca: além de não corrermos o risco de captura, ainda desanimamos o pescador. Quanto menos usuários cairmos na armadilha, maior a chance de os pescadores abandonarem essa estratégia, de modo que todos possamos voltar a nos alimentar, com tranquilidade e segurança, de bits de camarão e de informação.
Pescadores do software, anti-éticos que são, já encontraram outra estratégia para ludibriar suas presas, inclusive se beneficiando do movimento solidário dos usuários, o Movimento Software Livre, contra a captura imediata por meio de anzóis.
Lança-se a Grande Rede
Os espertinhos começaram a semear as iscas no éter digital, usando a Grande Rede para envolver os cardumes de usuários atraídos por elas, conduzindo-os, desprevenidos, até a captura definitiva.
Curioso e preocupante é que a Grande Rede pode aprisionar o usuário de duas maneiras: tanto no micro-ambiente do próprio usuário quanto pelo acesso ao sítio do pescador.
Na primeira, a isca não fica presa a um anzol, nem ao ambiente do usuário: o pescador envia-lhe as iscas goela abaixo diretamente de seu sítio. São iscas com tecnologias AJAX, Flash e Java, entre outras. O usuário as processa nas próprias entranhas, sem muita chance de adequá-las às suas preferências e necessidades. Distraído pelas iscas, nem percebe que a rede vai ocupando cada vez mais espaço ao seu redor. Pior que é o pescador quem decide o que a vítima consumirá, a cada visita. Nessas condições, as iscas são um perigo mesmo que suas receitas sejam originalmente Livres. Pior ainda com as descaradamente não-Livres, que usam Ofuscript às centenas de toneladas.
Na segunda maneira, o pescador estende a rede entre usuários e um sítio convidativo para depositarem e manterem seus ovos e informações pessoais. Mesmo que não sejam capturados, usuários correm o risco de que, mais tarde, a passagem não esteja mais livre; de que suas crias nasçam em cativeiro.
Antes do advento da rede, o usuário podia defender pessoalmente suas crias de ameaças externas, mantendo-as sob seu controle em seu próprio micro-ambiente isolado. Já no sítio, é o pescador quem controla o ambiente e o acesso às crias, podendo utilizá-las para fins indesejados ou até oferecê-las a terceiros. Sem controle, o usuário fica à mercê do pescador, mesmo que possa obter receitas e especificações do ambiente (como requer a GNU Affero GPL) e configurar seu próprio ambiente adaptado em sítio alternativo.
Até no caso de uma aplicação colaborativa como, digamos, a fecundação dos ovos, é essencial para os usuários que eles, e não um pescador, possam controlar o acesso aos ovos e o ambiente em que são mantidos. Não bastam as especificações do ambiente do sítio mantido pelo pescador. Se os usuários não puderem levar suas crias para outro sítio, elas se tornarão reféns, usadas para controlá-los.
Nada é perfeito?
Os pescadores têm muitíssimo interesse em controlar as gerações atuais, mas não lhes basta. Esperam imbuir nas gerações que nascem e crescem sob sua influência a aceitação desse desrespeito à liberdade. Inocentes usuários, por sua vez, parecem não perceber o risco para si mesmos e suas crias. E que faz um usuário desavisado para evitar os perigos das iscas, dos sítios e das redes dos pescadores? Nada! Fica por ali mesmo, crédulo e crente no conforto e na segurança do ambiente controlado pelo pescador.
É verdade que o futuro do usuário capturado pela Grande Rede ainda tem chance de não ser, digamos, nebuloso. Afinal, há pescadores que devolvem suas presas à liberdade, ainda que às vezes com sequelas. Mas há os que capturam prisioneiros para que vivam em cativeiro. Uma vez no aquário, pular fora é difícil e perigoso, possivelmente fatal, especialmente para as crias deixadas para trás. É melhor evitar! E que faz um usuário consciente para evitar os perigos das iscas, dos sítios e das redes dos pescadores? Nada! Nada para bem longe deles!
Copyright 2009 Alexandre Oliva
Cópia literal, distribuição e publicação da íntegra deste artigo são permitidas em qualquer meio, em todo o mundo, desde que sejam preservadas a nota de copyright, a URL oficial do documento e esta nota de permissão.
http://www.fsfla.org/blogs/lxo/pub/isca-anzol-rede
The Bait, The Hook, and the Wide Net
11 de Maio de 2009, 0:00 - sem comentários aindaThe Bait, the Hook and the Wide Net
Alexandre Oliva <lxoliva@fsfla.org>
Published (in Portuguese) in the May, 2009, second issue of Revista Espírito Livre.
Socially-conscious software users have already noticed that, by biting the bait, they encourage user fishers to keep on using such subterfuges as hidden hooks to catch them. Not by coincidence, fishers have resorted to the Wide Net as an alternate imprisoning device. What can we do to avoid these dangers?
Grub time!
The story begins with a mouthwatering piece of shrimp, worm or any other feature that could attract users. In the same package, carefully designed to ensnare the prey, is the hook, a malicious feature intended to restrict and imprison the user, by technical (denial of source code, DRM, Tivoization) or legal (restrictive contracts, limiting licenses, various threats) means.
Even that who understands and values freedom, and therefore does everything possible to avoid the hooks, is sometimes victimized by these devices made to fool and catch. The difference is that, once caught, some conclude the best that remains to do is to savor the bait, relax and enjoy the trip, while the most conscious ones struggle to get ourselves free till the exhaustion of our forces, even sacrificing such important and convenient features as parts of the mouth, of the computer or of sites.
Far smarter is to avoid taking the bait: aside from not risking being caught, we discourage the fisher. The fewer users fall in the trap, the greater the chances the fishers will abandon this strategy, so that we can all go back to feeding, at ease and in safety, on bits of shrimp and information.
Fishers in software, unethical that they are, have already found another strategy to lure their prey, even benefiting from the solidarity in users' movement, the Free Software Movement, against the immediate capture through hooks.
Casting the Wide Net
The busters started scattering bait on the digital ether, using the Wide Net to enclose the schools of users attracted by the bait, steering them, unawares, to the complete capture.
Interesting and worrisome is that the Wide Net can imprison the user in two different ways: in the users' own micro-environment as well as upon access to the fisher's site.
In the first case, the bait is not stuck to a hook, or to the users' environment: the fisher sends bait down their throats straight from his site. It's bait with AJAX, Flash and Java technologies, among others. The users process them in their own guts, without much of a chance to adapt them to their own preferences and needs. Distracted by the bait, users don't even notice that the net takes more and more space around them. Worse yet is that it's the fisher who decides what the victim will swallow, at each visit. Under these conditions, the bait is a danger even when its recipe is originally Free. It's even worse with the blatantly non-Free ones, that use hundreds of tons of Obfuscript.
In the second case, the fisher extends the net between the users and a site carefully crafted for them to lay down and maintain their eggs and personal information. Even if they're not caught, users risk finding that, later on, the access is obstructed; that their offspring might be born into bondage.
Before the arrival of the net, users could personally defend their offspring from external threats, keeping it under their control in their own isolated micro-environment. At the site, however, it's the fisher who controls the environment and the access to offspring, and he might use the offspring for undesirable purposes, and even offer them to third parties. Without control, the users are at the fisher's mercy, even when they can obtain recipes and specifications of the environment (as required by the GNU Affero GPL) e set up their own adapted environment at an alternate site.
Even in the case of a collaborative application such as, say, egg fertilization, it's essential for users that they, rather than a fisher, can control both the access to the eggs and the environment in which they're maintained. The specifications of the fisher-maintained site are not enough. If users can't take their offspring to another site, the offspring will be turned into hostages, used to control the users.
Getting No!ware
Fishers have a lot of interest in controlling current generations, but that's not enough. They hope to imbue in generations born and growing under their influence the acceptance of these attacks on freedom. Innocent users, in turn, apparently don't realize the risk to themselves and their offspring. And where does an unwary user go to avoid the dangers of fishers' baits, sites and nets? Nowhere! He stays right there, gullible and trustful of the comfort and the safety of the environment controlled by the fisher.
It's true that the future of a user caught in the Wide Net might not be, let's say, cloudy. After all, there are fishers who return their quarry to freedom, although with collateral damage at times. But there are also those who capture prisoners for them to live in bondage. Once in a bowl, jumping out is difficult and dangerous, possibly even fatal, especially to the offspring left behind. It's better to avoid it! And what does a conscious users do to avoid the dangers of fishers' baits, sites and nets? Nowhere! Nowhere even close to them!
Copyright 2009 Alexandre Oliva
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blogs/lxo/2009-04-29-passagem-para-a-gripe-dos-porcos.pt
29 de Abril de 2009, 0:00 - sem comentários aindaEm tempos de discussão sobre os abusos no uso de dinheiro público para a compra de passagens aéreas no congresso nacional, desponta no México a gripe suína.
Minha sugestão: restringir severamente a compra de passagens. Liberadas, só as passagens para os porcongressistas brasileiros visitarem seus pares mexicanos. Só de ida, claro, pra já matar vários gatos por lebre numa porcalhada só.
Até blogo...