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Lúcio Dias

Docente Superior e Relações Públicas na prestação de serviço. Agente facilitador da transformação social.

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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

ESTÁGIO INTERDISCIPLINAR DE VIVÊNCIA E INTERVENÇÃO EM ÁREAS DE REFORMA AGRÁRIA – EIVI

11 de Fevereiro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

ESTÁGIO INTERDISCIPLINAR DE VIVÊNCIA E INTERVENÇÃO EM ÁREAS DE REFORMA AGRÁRIA – EIVI

Prof. Lúcio Dias

No dia 09 de janeiro de 2010 (sábado), tive a oportunidade de viajar de Salvador pra Santo Amaro através do NEPA da Universidade Federal da Bahia – UFBA para participar do Estágio Interdisciplinar de Vivência e Intervenção em áreas de reforma agrária – EIVI, formação do educador social. Momento oportuno desse estágio que durou quinze dias para ampliação do debate das causas sociais e de que forma se dará a intervenção vivenciando a realidade dos trabalhadores rurais. Sendo que os primeiros cinco dias houve um curso de capacitação e preparo dos estagiários antes de serem adotados pelas famílias dos assentados ou, ainda aquelas famílias que estavam em acampamentos aguardando a posse da terra.

 

Capacitação do estágio

A proposta feita pelo EIVI é extremamente interessante e oportuna para estudantes, professores, pesquisadores das diferentes áreas do conhecimento, principalmente por trazer como elemento principal do estágio a vivência com outra realidade social, que muito é discutida de acordo com interesses empresarias pelos meios de comunicação de massa, e combatidas dentro da organização do MST. Pois, através dessa análise dentro da própria estrutura social do MST – BA, temos a possibilidade de conhecer de fato a realidade e o modo como se organiza, se estrutura e principalmente, vivem esses indivíduos.

Por análise e hipótese, de fato o EIVI ainda está em fase de amadurecimento por ser a quarta edição dentro dos assentamentos e acampamentos do MST e por ter aumentado em 2010 o n. de participantes. Contudo, ocorreu uma certa desorganização por parte dos monitores envolvidos tanto no sentido de programar o horário das atividades, quanto no estudo excessivo das práticas do MST e o estudo da educação popular através de Paulo Freire de forma acelerada e, também à distribuição dos estagiários em suas famílias adotivas dentre os assentamentos e acampamentos. Através dessa hipótese considero que o feedback é positivo no sentido de estar em constante ajuste em outras edições. Pois, a oportunidade do estágio é extremamente importante para ambos os lados, uma via de mão dupla tanto para a visibilidade no MST quanto o crescimento pessoal e profissional dos estagiários.

Adoção

Sendo assim, com mais dez estagiários, formamos o grupo que seria adotado pelo assentamento Bela Vista que fica na área rural de Santo Amaro, precisamente na subida da Serra em direção a Cachoeira, e conhecemos antes o assentamento Eldorado de Pitinga onde outros estagiários foram adotados, que fica logo na saída de Santo Amaro antes do entroncamento de Cabo Sul Na oportunidade, conhecemos um dos coordenadores, Gilson, que nos esclareceu as primeiras dúvidas, a realidade do modo de vida dos assentados e as políticas organizacionais dentro das comunidades do MST. Contudo, fomos ao assentamento Bela Vista onde aconteceu o processo de adoção dentre as famílias.

 

ASSENTAMENTO BELA VISTA DO MOVIMENTO DOS SEM TERRA – MST

 

A forma de se organizar dos trabalhadores rurais sem terra há mais de vinte anos vem experimentando formas para enfrentarem o capital: organizado, tático e bem amparado pelo aparelho do Estado. Hoje, se organizam em regionais ouBrigadas.

Organização do MST

As Brigadas são as responsáveis por imprimir de fato a organização dentro do movimento. Busca, constantemente como sua principal tarefa está em constante diálogo com as diversas áreas onde o Movimento atua, criando identidade e compromisso com a questão agrária. Propõem-se á:

- Entender a organização enquanto responsabilidade de todos e todas militantes;

- Tem o objetivo de qualificar o funcionamento do MST, acompanhando e dando direcionamento às demandas;

- Distribuir as tarefas dentre os coletivos a fim de dar qualidade e direção a todos (as), preparando cada militante a estar apto para qualquer momento assumir um posto de liderança;

- Fazer a coordenação política do Movimento naquela determinada região.

Essas brigadas geralmente são compostas por um homem e uma mulher

Não obstante a realidade social das grandes cidades urbanas, na comunidade rural ocorre de forma bastante similar os mesmos problemas sociais, de organização, educação e estrutura. Pois, entendendo que a força motriz do MST é o socialismo. Mas, é identificado de fato que o capitalismo também existe dentro do assentamento, assim também, como a exploração da mão de obra devido a desigualdade social presente dentro do Bela Vista. Principalmente devido ao fato de não estar na época de chuva e muitas famílias do assentamento ficam sem produzir nas suas roças tendo que executar atividades em outros roçados e/ou ter que alugarem suas terras.

Em relação à educação existe na escola rural no assentamento Bela Vista turmas multiseriadas do ensino primário, onde a professora ministra as turmas da 1ª série à 4ª série. Posteriormente os alunos são encaminhados para escolas da prefeitura de Santo Amaro e a mesma fica responsável pela locomoção desses alunos. É identificado dentro da comunidade retardamento nível educacional e em paralelo, um esforço maior para aumentar o potencial educacional dos jovens da comunidade.

Vivência

 

Durante o período de aproximadamente nove dias dentro do assentamento Bela Vista foram desenvolvidas várias atividades com a comunidade. Dentre elas, foi desenvolvido diversas Oficinas (crianças, jovens e adultos) sobre a Rádio Comunitária, Culturais, Samba-de-roda, Mutirão coletivo na barragem, Atividades folclóricas com as crianças, e Avaliação final com as famílias adotivas. Sendo que em paralelo as atividades, cada estagiário convivia com a realidade das famílias adotivas. Pois, considero dentro do EIVI, a atividade que mais contribui para a formação do educador popular por interagir diretamente com a realidade existente. De fato fomos recebidos e estabelecemos laços afetivos dentre a família adotada, principalmente pelo fato de algumas pessoas conviverem em duas famílias devido a sua estrutura e interagir com toda a comunidade. Foi uma dinâmica benéfica e consequentemente cada estagiário ao retornar do EIVI para as suas atividade/ realidade acadêmicas, profissional e pessoal, foi transformado com a energia de compartilhar e vivenciar Sem terra.

O Grupo do EIVI

Durante o curso e os momentos de convivência com os monitores e os demais estagiários, percebi em dados momentos num desses reality Show americano. Pois a sensação de adentrarmos num mundo totalmente desconhecido, conviver com estagiários inicialmente desconhecidos, o temperamento e personalidade diversas, foi uma excelente oportunidade de pesquisar e entender o que tanto a psicologia tenta explicar sobre o ser ímpar chamado “o ser humano”. Na medida em que buscamos afinidades e mediação para a causa dos sem terra, houve divergências individuais para ás necessidades coletivas em todos os momentos e todas as reuniões. Mas, a decisão coletiva prevalecia no final e a mediação dos conflitos era dentre os monitores do EIVI, que, considero ainda estarem no processo de amadurecimento quanto à condução e liderança dos grupos. Foram feitos diversos feedbackies no sentido de se organizar melhor e a postura que deve ter de fato um líder. Identifiquei alguns apadrinhamentos, falta de respeito quanto aos demais colegas em suas falas, descontrole emocional, desorganização no cumprimento das atividades nos sub-grupos, repressão, preconceito e extremismo. Considero que serão questões a serem discutidas nos próximos estágios.

 

CONCLUSÃO

Após o período de quinze dias envolvido no EIVI consequentemente voltei para Salvador um novo ser humano tanto no que diz respeito às questões agrárias dos Sem terra, quanto à oportunidade de ter convivido com a família adotiva. Esse período me deu elementos para as praxes social, acadêmica, profissional e pessoal que faltavam em mim. E o período de convivência com os demais estagiários e monitores me deu também, um outro nível de compreensão do que é viver em grupo e desenvolver atividades sociais no coletivo.

Quem tiver a oportunidade de ser selecionado para o próximo EIVI, digo que vivencie essa experiência ímpar e vivencie cada momento de ser e conviver Sem Terra e ter sua própria conclusão independente do que é passado nas mídias e em relação às próprias propostas do MST. É rica essa experiência.

 

Lúcio Dias

Professor Universitário e Relações Públicas

e-mail: luciodiasrrpp@hotmail.com

71 8746-6007



CARNAVAL EXCLUSIVO DE SALVADOR!

11 de Fevereiro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

 

Tahoma; color: black;">11/02/2010 às 13:20h

CARNAVAL EXCLUSIVO DE SALVADOR!

 

Prof. Lúcio Dias

A cada ano fico mais decepcionado com o poder subjetivo das mídias audiovisuais da Bahia em segmentar, segregar e tendenciar a conduta discriminatória do carnaval de Salvador. Já é necessário dar um basta nos programas apelativos locais que ditam como a RONDESP funciona e como deve proceder na segurança do turista que financia, investe e aumenta a renda da capital baiana e, dita como a RONDESP deve tratar a população, a classe trabalhadora que são as menos favorecidas nesse comércio explorativo onde muitos são as verdadeiras cordas humanas que sustenta e protege a massa que enchem os cofres do governo e da burguesia, ou até mesmo aqueles que limpam as sujeiras orgânicas/ inorgânicas e recicláveis produzidas pelos grandes blocos/ indústrias, patrocinadores e o governo que oferecem apenas essa condição separatista de participação e trabalho exploratório ao folião baiano que pagam altos impostos.

Hoje pela manhã, ao assistir um jornal local de referência baiana, me deparei com diversas entrevistas sobre o primeiro dia do carnaval onde a repórter e seus apresentadores conduziam as perguntas de forma persuasiva e em uma delas o tema foi alimentação durante o carnaval. O entrevistado que pertence a órgão ligado ao Estado respondeu: “Não consuma alimentos de vendedores ambulantes, procure restaurantes que já atuam no comércio”, ou seja, aqueles licenciados pela prefeitura, ainda que o ambulante também esteja registrado em condição extremamente inferior pela prefeitura para comercializarem seus produtos sem nenhum suporte ou ajuda. Mas, há alguns dias vi também, reportagem onde os mesmos ambulantes estavam se cadastrando nos pontos disponíveis pela prefeitura e pagaram pra ter a “tal” licença e estarem regularizados, sem ter prejuízo de apreensão da mercadoria, na condição da prefeitura autorizar, fiscalizar e penalizar a exploração do cidadão que se compara à exploração existente na mais-valia. No entanto essa classe trabalhadora é alvo de discriminação pelos órgãos competentes e empresas contratadas para serviço temporário, dentre elas os blocos e principalmente os meios de comunicação baiano.

Analisando essa perspectiva separatista que é clara e evidente na denúncia que o carnaval baiano é formado para a elite soteropolitana que continua a oprimir os menos favorecidos, condicionando-os a atenderem a própria classe trabalhadora que se apertam em menos de 1mt entre a corda e o limite da avenida delimitando como espaço para o folião baiano da classe trabalhadora.

Ainda neste mesmo programa local de destaque baiano, em entrevista, o atual técnico do Esporte Clube Bahia responde a repórter que o carnaval está mais estruturado para os atletas do clube: “os camarotes climatizados oferecem estruturas como serviço de massagem e outros requintes que proporcionam menos desgastes ao atleta”, e ainda que: “não é aconselhável para o atleta pular o circuito Barra – Ondina por ser apertado e longo, não que o atleta esteja despreparado, mas devido à desidratação”. Esqueceu de fazer ênfase ao desgaste e aperto da classe trabalhadora que financia e sustenta o time que há tempos não proporciona alegria ao torcedor baiano e, que os mesmos encontram-se em condições extremas fazendo parte da massa formada pela classe trabalhadora.

É um verdadeiro absurdo como os meios de comunicação audiovisuais segrega de forma sútil e subjetiva a grande população baiana que sustenta essa máquina milionária que é o carnaval. Sendo explorada e, ainda é obrigada a ouvir as propagandas do governo, dos blocos e das emissoras que dizem “Nosso carnaval é o mais participativo do mundo” e, ou “O que motiva a alegria é o nosso calor humano”. Onde fazemos parte desses contextos históricos das publicidades baianas? E devemos de fato fazer parte dessa massa?

Lúcio Dias

Professor Universitário e Relações Públicas

e-mail: luciodiasrrpp@hotmail.com

71 8746-6007



DA CULTURA AFRICANA À MÃE HILDA JITOLU - O RESPEITO DO TERREIRO NA FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCACIONAL DOS JOVENS DO CURUZU

30 de Janeiro de 2010, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda

DA CULTURA AFRICANA À MÃE HILDA JITOLU - O RESPEITO DO TERREIRO NA FORMAÇÃO SÓCIO-EDUCACIONAL DOS JOVENS DO CURUZU

Prof. Lúcio Dias

 

Este artigo está pautado no princípio da cultura africana na formação sócio-educacional dos jovens que freqüentam a Senzala do Barro Preto – Curuzu/ Liberdade, precisamente na Escola Mãe Hilda onde existe um Plano Pedagógico baseado nesses princípios para inserção social, ressalta-se a importância do trabalho desenvolvido nesta instituição para a inclusão do jovem que frequenta esse espaço sagrado.

É importante ressaltar que na produção deste artigo se estabelece um olhar diferenciado sobre a praxe educacional dos jovens do Curuzu oferecida pela Escola Mãe Hilda. Inclui a história da África como diferencial na formação cidadã dos jovens e, em paralelo, complementa essa formação ao desenvolver / motivar a auto-estima desses jovens ao buscar na historicidade negra o outro lado positivo relacionado ao respeito existente nas comunidades africanas e a sua riqueza, em contraponto a condição de inferioridade como escravo apresentado em grande parte da história africana.

A Escola de Educação Infantil Mãe Hilda foi pensada por volta de 1988/1989 quando a notícia que as filhas de Mãe Hilda estavam ensinando no terreiro e que até mesmo o comportamento das crianças mudou positivamente. Portanto, tratava-se de aulas de banca a pouco mais de cinco crianças que tinham dificuldades de aprendizagem, sendo que logo depois surgiram crianças com índice de bi-repetência e evadidas do outras escolas. Assim, então, pouco mais de um ano o espaço já não comportava tanta criança. Como sempre fora um sonho antigo da Yalorixá ter um espaço de educação formal, a mesma encorajou-se com tal expansão de jovens e foi à secretária de educação solicitar material para acomodação dos freqüentadores que começou no “barracão” das festas sagradas com duas professoras lecionando de forma multisseriada.

Contudo, a proposta pedagógica da Escola Mãe Hilda tem como referencial à música do ilê como instrumento/ ferramenta para o trabalho desenvolvido com os jovens. As músicas do ilê aiyê passaram da simples atividade do simples “cantar para motivar”, para “recreação” para a “lição” onde se pode interdisciplinar à vontade e com facilidade no cotidiano da praxe da escola. Pode-se destacar as principais características dessa formação educacional como:

• o respeito aos mais velhos;

• no Santo (independente da idade cronológica);

• o respeito às crianças;

• os cumprimentos (a bênção);

• respeito à natureza;

• ao seu semelhante;

• e o respeito a toda e qualquer religião.

A Proposta pedagógica da Escola Mãe Hilda ainda está em processo de sistematização e contínua experimentação dos métodos aplicados. Mesmo com a procura incessante por vagas na escola e a recusa devido à limitação do espaço os professores estão sendo qualificados continuamente para formação dos jovens da alfabetização á 5ª série e do ensino fundamental. Atualmente a Escola Comunitária Mãe Hilda atende a 210 crianças distribuídas nos dois turnos diurno existindo busca diariamente para o ingresso de novas crianças.

Portanto, o trabalho desenvolvido pela Escola Mãe Hilda, dentro da sede do Ilê Aiyê que se auto-afirma “o mais belo dos belos”, desenvolve diversas atividades comunitárias na busca acima de tudo da valorização no negro frente à sociedade, o aumento da auto-estima no presente e nas futuras gerações, baseado na imagem positiva do passado ofuscada por grandes intelectuais e banalizada pelos meios de comunicação de massa na sociedade soteropolitana.


Lúcio Dias

Professor Universitário e Relações Públicas

e-mail: luciodiasrrpp@hotmail.com

71 8746-6007