Projeto:
Vivência de Produção Literária em Comunidade
Este curso é a realização de um projeto de produção literária em comunidades de crianças, nas periferias, que vem sendo desenvolvido desde 2005 em algumas cidades no Rio Grande do Sul, principalmente Porto Alegre.
Apresentação do projeto:
“Precisamos propiciar condições para que os educandos sociais ensaiem a experiência profunda de assumir-se em suas relações uns com os outros; assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos...”*
Tendo para isso, o jogo como recurso - a brincadeira literária de se expressar interagindo e pensar-se presente na criação coletiva de histórias em comunidade.
Pela busca de estimular a leitura do mundo e a luta contra a condição de apenas seres-objetos, o que drasticamente impede a formação do sujeito-cidadão o Jogo proposto é baseado no jogo de interpretação de personagens (RPG)** presente na oficina como suporte para a construção coletiva de histórias elaboradas na interação dos personagens num meio real comunitário e ao mesmo tempo criado pelos oficinandos atuadores que acabam encontrando-se como arte-empreendedores da sua comunidade.
“Afinal há uma pedagogicidade indiscutível na materialidade do espaço.”
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* FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 2001
** RPG é uma sigla em inglês que quer dizer "Role-Playing Game", Jogo de Interpretação de Personagens. Na verdade não se trata de um jogo, pois não há vencedores ou perdedores em um RPG, mas sim de uma forma de literatura interativa, em que a história é construída por todos os participantes. Em uma sessão de RPG, os "jogadores" recebem ou criam personagens cujas ações na história são decididas por eles. Mais Informações na dissertação de mestrado de Carlos Klimic sobre esse assunto publicada no site: (http://www.historias.interativas.nom.br/educ/)
1. Reconhecimento, localização e ocupação territorial:
Iniciamos voltando a visão para o local em que se esta presente, suas características geográficas e culturais assim como o próprio endereço e espaços frequentados, através de um mapa do bairro e fotografias feitas pelo grupo durante as saídas pelas ruas da comunidade acompanhadas pelo oficineiro e possíveis colaboradores moradores do bairro. Nessa primeira fase fazemos o reconhecimento do território (cenários) onde teatralizamos a comunidade em com a didática do jogo literário.
2. Maquete da comunidade:
A maquete é a segunda fase da oficina quando construímos o cenário como um tabuleiro e seus componentes conforme , utilizando lixo seco como matéria prima (caixas e garrafas limpas). A maquete serve como tabuleiro do jogo literário e representa a comunidade não só real mais também passíveis construções feitas pelo grupo.
3. Criação dos personagens:
Depois de construida a maquete cada participante cria seu personagem desenhando-o numa folha A4. A folha do desenho é colada em forma de cilindro e entra no jogo como um “peão” no tabuleiro.
4. Elaboração da história:
Produção das histórias com a interação dos personagens nos cenários construidos como maquete.
O jogo continua mas a cada dia de oficina então uma nova história com inicio meio e fim é construida podendo continuar a história anterior o que não é necessário.
Objetivos específicos:
Produções literárias e artísticas coletivas para serem gravadas como vídeo e distribuídas em CD.
Objetivos Gerais:
Valorização da identidade comunitária, da participação sócio-cultural e incentivo à expressão artística e a projetos arte-empreendedores como geração de renda.
A oficina é voltada para o público jovem de periferia. Pode ser trabalhada tanto com crianças de 05 a 14 como com jovens de 15 a 20 anos. Com um número mínimo de 5 participantes e máximo de 15 oficinandos por encontro.
Os gastos com materiais são quase nulos já que usamos materiais recicláveis como folhas A4, caixas, garrafas pets, etc. Alguns materiais serão solicitados no decorrer da oficina assim como a contrução do mesanino para guardar as maquetes e materiais, da mimosa (PC reciclado) e outras demandas conforme as produções do grupo.
A renda que for geranda com a venda dos CDs produzidos e vendidos pelos oficinandos serve como incentivo ao arte-empreendedorismo proposto como alternativa de geração de renda. Isso pensado de forma que o trabalho não impeça o desenvolvimento cultural dos jovens e crianças da periferia, mas que pelo contrário, amplie as possibilidades de inserção social e cidadã desses jovens.
Alissa Gottfried Educadora Popular Digital
alissa@softwarelivre.org
Elisa Gottfried Educadora Popular
doc.sapiencia@gmail.com
Documentação do processo criativo do curso:
Produção Literária com Metareciclagem
Registro inicial da vivência de produção literária no Pontinho Curiosa'Idade:
Primeiro encontro/manhã: A maquete como tabuleiro e trama |
Segunda-feira29 de maio 2009
Metodologia: Para construirmos a maquete levei imagens de satélite da comunidade para apartir delas as crianças fossem reconhecendo seu território e reproduzíssemos a maquete com materiais recicláveis apartir dessas imagens onde eles localizaram seus endereços na editando a imagem com software livre. Por fim conversamos sobre os caminhos que faríamos para fotografar a comunidade e o que eles gostaria de fotografar.
Relato multimídia: 1. Estudando as imagens de satélite da comunidade que salvei no meu note:
2. Fizemos as demarcações na planta baixa da comunidade:
Onde o Odomode estaria na maquete?
3. E apartir da demarcação do Arroio Diluvio e das ruas da comunidade reconstruimos a comunidade na maquete:
3.2. O que as crianças construiram ou desenharam na maquete: 3.2.1. Arroio Dilúvio:
3.2.2. A avenida Ipiranga:
3.2.3. A passarela da PUC e o Odomode de amarelo:
3.2.4. Condomínio dos Anjos onde a maioria deles mora:
3.2.5. Comunidade Patinho Feio:
3.2.6. Vila Sossego:
3.2.7. A PUC no fim da Passarela:
3.2.8. O Odomode, a sala das crianças onde estavámos, a creche e o condomínio dos Anjos:
3.2.9. Escola Emílio onde estudam:
3.2.10. Shopping Bourbon e o campinho de futebol:
3.2.11. Arborizando o Odomode:
Avaliação da vivência: A atividade teve a participação de tod@s. As crianças cosntruiram várias elementos importantes para a maquete. Conheci um pouco mais da realidade delas, onde moram e onde estudam. Elas usaram o aplicativo livre Paintbrush para editar as imagens de satélite e conversamos sobre o passeio e os lugares que elas gostaria de fotografar mas depois disso quiseram sair para jogar bola no pátio. Considero bastante ter cido proveitosa essa vivência pois todas participaram e produzimos o que havia proposto. Mais fotos
Primeiro encontro/tarde: Os personagens e construção da maquete |
Segunda-feira29 de maio 2009
Metodologia: Apartir das imagens de satélite da comunidade os oficinandos da tarde reconhecem suas casas e seu território editando as imagens no aplicativo livre Paintbrush depois e apartir disso construimos outra maquete com os elementos (empreendimentos) introduzidos por eles. Por fim conversamos sobre os caminhos que faríamos para fotografar a comunidade e o que eles gostaria de fotografar. Uma segunda metodologia foi proposta pois nem todos quiseram montar a maquete. Com esses montamos um roteiro de entrevistas que foram aplicadas a todos os personagens reais que estavam no Odomode neste dia. Perguntamos onde cada um mora, o que faz e quais lugarem mais gosta na cidade.
Relato multimídia: 1. Imagens de satélite editadas pelas crianças no aplicativo livre Paitbrush:
2. Construção da maquete:
Edison ocupando e guardando o bem da comunidade (maquete)
3.2 Elementos introduzidos pelos educandos da tarde na maquete: 3.2.1. Pixações na passarela:
3.2.2. Comunidade Cachorro Sentado:
3.2.3. Indícios de violências:
4.6 Edison - 2 anosVila Sossegotem dedo de artista
4.7 Alexandra - 4 anosComunidade dos AnjosO lugar que quer fotografar é a Praça das Nações
4.8 Marcio - 5 anosVila Sossego
4.9 Erick - 5 anosmora na comunidade dos Anjos
4.10
Maisson tem 8 anosmora na vila sossego
4.11 Jana - 14 anos
4.12 Mestre Paraqueda (Eugenio Alencar) - 75 anosPintor, Bonequeiro, Compositor, Mestre GrioNasceu e mora na Baronesa de Gravatai no bairro São JudasSugere que conheçamos o museu Julio de Castinhos
4.13 Paulinho (Paulo Romeu) - 51 anos Musico Nasceu e vive no bairro MoinhosSugere que conheçamos o Lami e Itapuã
4.14 Bel (Isabel) - 35 anosPedagoga Nasceu no Jardim Itu e mora na Vila JardimO lugar que sugere é a Avenida Beira Rio
4.15 Tia Iara - 53 anosAssistente SocialNasceu em Petrópolis e mora em Nilópolis rua Amaro de Pegro Filho Sugere o campinho na esquina da sua casa
4.16 Alissa - 26 anosEducadora Popular DigitalNasceu em São Borja e mora no Partenon PoASugere o Parque da Redenção (Farroupilha) e o Marinha
4.17 Carlinha - 27 anosSecretáriamora na vila Nova na RestingaSugere que conheçamos a Assunção
4.18 Esmael - 13 anos
Vila sossegoO lugar que mais gosta é o bar do seu Adelmo
4.19 João Pedro - 12 anoscomunidade "Donta"
Avaliação da vivência:
Nessa vivência surgiu a questão violência na comunidade através de desenhos na maquete mas não consegui trabalhar o tema pois todos estavam bem dispersos resistentes em participar da atividade. Os maiores além de não quererem fazer o que propus começaram a ensaiar percussão o que dificultou ainda mais o trabalho com os menores mas o encaminhamento de fazer um roteiro de entrevistas com os interessados na oficina funcionou e envolveu até os que não estavam querendo participar. No fim a atividade foi produtiva. mais fotos
Segundo encontro manhã e tarde: Saida percurso fotográfico na comunidade |
Segunda-feira08 de junho 2009 Metodologia:Fizemos um roteiro fotográfico por um dos lados da Ipiranga na manhã e o outro na tarde como estudo da comunidade onde cada um decidia o que fotografaria para colocar na maquete. Antes de sair fizemos uma concentração no pátio onde mostrei como funciona minha camera fotográfica digital, deixando a camera na mão das crianças e vendo analisando com todas elas a qualidade das fotos. Assim fizemos exercícios sobre enquadramento, flash e informações das fotografias.
Relato multimídia: 1. Estudos sobre fotografia digital:
1.1 Mal enquadrada 1.2 De frente pro sol
1.3 Espaços em branco 1.4 Boa Foto ensaios:
2. Fotografando a Comunidade 2.1 Percurso da manhã:
Avaliação da vivência:A atividade foi ótima, todos gostaram do passeio, quiseram fotografar e tiraram boas fotos.No caminho encontramos um beija-flor e várias flores. As crianças mostraram onde moram e algumas de suas brincadeiras.
2.2 Percurso da Tarde: 2.2.1 Testes fotográficos antes de sairmos:
2.2.2 A saída:
Mais fotos
Terceiro encontro manhã e tarde: Montagens apartir das fotos da comunidade |
Segunda-feira15 de junho 2009
Metodologia: Despois de projetar editamos as fotografias do passeio criando falas em balões como foto novelas em slides com falas inventadas como histórias feitas na mimosa.Apartir da bricadeira de bafo fotografada no cotidiano da comunidade das crianças produzimos figurinhas para jogar bafo com os personagens do Odomode. Relato multimídia:
produção das figurinhas:
Serigrafia:
Apresentação de slides sobre o grilo que os meninos mataram violentamente na saida do encontro anterior:
Maquete:
Estádio do Inter Sinaleira na avenida Loja do Gremio
Produção do vídeo que as crianças fizeram para lembrar o beija-flor que encontramos no passeio e entrou para a história:
Edições de imagens com SL
História em slides
Avaliação da vivência:
mais fotos
Quarto encontro manhã e tarde: Leituras para produção literaria e inicio da mimosa - jogo de bafo com os personagens |
Segunda-feira22 de junho 2009
Metodologia:Leituras para produção literária e início da mimosa e jogo de bafo com os personagens do Odomode. Relato multimídia:
Avaliação da vivência: mais fotos
Atividade Extra: fisl 10 - Montagem da Mimosa e Pontinho no fisl |
Quinta e sexta-feira26 e 27 de julho 2009
Proposta:
Relato multimídia:
Noticia:
Mimosa do Pontinho Curiosa'Idade é premiada no I Festival de Robótica Livre do fisl 10
A mimosa do Pontinho Curiosa´Idade foi construída para as vivências do curso de produção literária que acontecem nas segundas-feiras no Ponto de Cultura Odomode. Na atividade as crianças vivenciam histórias sobre sua comunidade, através do jogo "Comunativo" que se trata de um RPG desenvolvido por esse projeto de oficina, onde uma maquete é montada com materiais reutilizados e depois proposta como trama nas histórias. Por exemplo na mimosa teatraliza-se a construção da rádio proposta na maquete/tabuleiro. Mimosa é o nome carinhoso usado pelo movimento da metareciclagem dado às máquinas reconstruídas apartir de PC's antigos ou estragados.
Durante o fisl 10 a mimosa do Pontinho foi construida adaptada a um carrinho de supermercado com ajuda de estudantes da UFMG no Ponto de cultura Odomode e através deles participou do I Festival de Robótica Livre que aconteceu na PUC durante o fisl 10. Lá na PUC foi implementado, na Mimosa do Pontinho, o projeto de robótica livre chamado "Apontador de Estrelas", que ganhou o primeiro prêmio na categoria robótica iniciante. O projeto trata-se de uma antena controlada por linha de comando, para cima/baixo e direita/esquerda que no RPG simboliza a torre de comunicação da comunidade onde estão sendo transmitidos os programas de rádio gravados pelas crianças durante a atividade de produção literária.
Depois de participarem do fisl 10 e apartir das vivências com a mimosa, as crianças do Pontinho, empolgadas com a robótica que estão desenvolvendo, montando robôs apartir de carrinhos eletrônicos estragados, e criaram, então um programa na rádio da mimosa falando sobre o projeto de robótica deles para a comunidade do Odomode. Para mais informações escreve para: alissa@softwarelivre.org
fonte: http://culturadigitalsul.blogspot.com/2009/07/mimosa-do-pontinho-curiosaidade-e.html Avaliação
fotos Fotos do fisl 10 feitas pelas crianças
Quinto encontro manhã: Produção literaria na mimosa |
Segunda-feira29 de junho 2009
Metodologia:
Relato multimídia:
Avaliação:
Quinto encontro tarde: Lançamento da rádio da comunidade odomode na mimosa com grupo de dança odomode mirim |
Segunda-feira29 de junho 2009
Metodologia:
Relato multimídia: Edição de fotografia:
Estudos sobre projeto de robótica e a PUC:
[imagens coletada na web]
mais fotos
Aula extra: Robótica livre |
Quarta-feira01 de julho 2009
Proposta: A proposta nesta atividade partiu espontaneamente do Maisson e Bruno que quiseram "fazer robótica" com os carrinhos eletrônicos estragados do Odomode. Para apoiar a iniciativa pedi autorização para a coordenadora pedagógica do Ponto e ofereci um premio de 5 reais para cada oficinando que conseguisse produzir um outro tipo de brinquedo eletronico que funcione com pilhas AA além de ensinar os colegas e contar com a ajuda deles na metareciclagem.
Relato multimídia:
(para gif animado)
Relato do Bruno na mimosa sobre sua participação no projeto de robótica: "BOM!!!! MEU ROBO EU VI UM CARRINHO QUE NÃO FUNCIONAVA E PENSEI PQ NÃO FAZE-LO FUNCIONAR DAI EU ABRI RETIREI A PLACA QUE ESTAVA QUEIMADA E ENFERRUJADA DAI EU PEGUEI O FIO AZUL E O MARRON,COM VERMELHO COM BRANCO,MAS NAO DEU CERTO ENTÃO EU PERCEBI QUE OS FIOS DA FRENTE TAVAM TIRANDO A VELOCIDADE DAS RODAS DE TRAS DAI EU PEGUEI O FIO AZUL E MARRON E ESTALEI NUM TROÇO QUE SEGURA AS PILHAS E O MOTOR DA FRENTE SEPARADOS".
Relato do Maisson: "O MEU CARRINHO FOI MUITO TRABALHADO POR MIN EU EGETEI O MOTOR DE CARRINHO TIREI ALTO FALANTE DE RADIO ESTRAGADO NELE FOI SÓ!!! ASS: MAISSON"
Avaliação da vivência:
Mais fotos
Sexto encontro manhã e tarde: Premio da Robótica livre e produções radiofonicas e literárias na mimosa |
Segunda-feira06 de julho 2009 Metodologia: Relato multimídia: Terminamos a produção do livro em slides iniciado no quinto encontro
Avaliação da vivência: Mais fotos
Sétimo encontro manhã: Produções literárias na mimosa |
Segunda-feira22 de julho Metodologia: Relato multimídia:
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