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Software Livre é coisa de esquerda?

16 de Setembro de 2011, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Um dia enquanto ministrava palestra na UNISUL da cidade de Tubarão em SC, um aluno daquela universidade me perguntou de pronto sem dar tempo nem de pensar se software livre era coisa de esquerda, pois naquele momento ele só via militantes políticos discutirem a questão no cenário nacional. Fiz uma resposta de maneira resumida, mas o questionamento me fez pensar até hoje (faz tempo) nos motivos que nos levaram pelo Brasil inteiro a provocar o debate sobre o software livre nas instituições e no mercado brasileiro.

Claro que subtraindo o preconceito muitas vezes presente nesses questionamentos e comentários, talvez nosso atento aluno queria apenas entender se o software livre é um partido político, característica tal que desqualificaria a intenção de tudo que pregávamos, ou se seria realmente uma via estratégica como vendíamos ideologicamente.

Precisamos conceituar nossa militância inicialmente não desmerecendo essa ou aquela sigla partidária, até porque, deveríamos ter no seio destas a qualificação de política ciência, a política pública de fomento e não de bandeira partidária. Por acreditar que o software livre não é maior do que nenhuma sigla, nem menor, e nem faça parte de qualquer bandeira politico eleitoral, é que abraçamos a ideia e passamos a estuda-la para melhor conceitua-la na inserção social de suas vantagens para a sociedade mundial.

No Brasil, talvez pelo mundo, alguns acéfalos, às vezes tentam desqualificar o estudo das ideias (ideologia) e seus emissores por conta de o mesmo ter uma filiação partidária ou militância politico partidária, o que é um erro injusto e leviano destes. Independente das bandeiras que defendo e do que escolhi nessa camada, o importante pra mim, é que o que defendo eu possa de uma maneira didática e intuitiva demonstrar que os resultados são satisfatórios para atender demandas vitais para o crescimento de nossa sociedade em todas as estâncias e níveis.

Se falar e disseminar o uso de software livre, que para mim e para tantos outros, que cientificamente podemos comprovar, que esse modelo de negócios traz vantagens imensuráveis do ponto de vista econômico, estratégico, transparente e de qualquer forma que for atribuído ao mercado fomenta valores agregados importantes na geração de emprego, renda e impostos para nosso país é coisa de esquerda, que bom, quero um lugar na esquerda brasileira, pois acredito que esse modelo é o melhor para nosso tesouro e para nossa gente.

Antes do software livre surgir no meio informacional brasileiro, perdíamos horas, meses e anos apenas assistindo palestras de ferramentas e suas funcionalidades, sem saber de suas reais intenções e o que era feito com nossa valiosa informação. Fornecíamos com isenção de impostos verdadeiras fortunas (ainda o fazemos) aos cofres do exterior por sistemas que não nos garantiam segurança e confiabilidade. A liberdade de você continuar nesse modelo é presente, e ninguém lhe impede, porém, passamos a travar país a fora, grandiosos debates tratando profundamente e com transparência tudo aquilo que nos pertence, sabendo como e quanto custa cada processo realizado nesse modelo. Criamos uma opção estratégica que por consequência fez acordar um mercado forte e economicamente viável, nos fornecemos uma opção transparente e coerente com nossa capacidade de desenvolver coisas maravilhosas sem pagar pedágio para o obscuro e frágil, além de inseguro mercado proprietário. Hoje temos  a opção de não atirar no escuro, criar soluções ao invés de comprarmos problemas, hoje pelo menos temos a livre escolha, e esta opção pode ser minuciosamente estudada, adaptada e compartilhada. Se construir o que vem construindo o software livre no Brasil é coisa de esquerda, então somos companheiros.

Jean Carlos Sestrem


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