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100 mil vagas de emprego em TI

6 de Abril de 2010, 0:00 , por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda | Ninguém está seguindo este artigo ainda.
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Hoje de manhã(29/03) saiu uma reportagem sobre o título deste post no Bom Dia Brasil da Globo. Após a reportagem o “inteligente” comentário de Mirian Leitão sobre o assunto. Minha mãe me comentou sobre isso na hora do almoço, mas não achei que fosse somente uma chamada e não uma reportagem “completa” como a que foi feita. Um pouco depois, li o artigo do Claudio Br comentando o assunto.

Me achei obrigado a comentar o assunto, então lá vai:

Primeiramente, o volume imenso de vagas abertas pra mim não representa uma realidade. Naturalmente o mercado de TI está bastante aquecido, mas há um exagero em se dizer que temos 100 mil vagas não preenchidas. Talvez o número real seja metade disso… Parece mais paupável.

Segundo, os famosos gerentes de RH e donos de empresa nunca entendem o real motivo de não encontrarem bons profissionais. Acham que balões coloridos, monitores grandes, estações de trabalho de última geração e um salário interessante é mais do que o bastante para “atrair” os melhores. Grande falha…

Os bons profissionais estão em busca de empresas que realmente fazem um bom trabalho. Eu não conheço muitos programadores que sonham trabalhar em uma fábrica de software com CMMi nível 5 e 40 funções (leia-se papéis no processo) diferentes. Os bons profissionais preferem um ambiente Ágil, multifuncional, multidisciplinar, onde uma pequena equipe de 6 pessoas consegue fazer mais e melhor que uma grande equipe de 20 pessoas “lideradas” por um gerente de projetos com um gantt chart em mãos e um cartão de ponto para bater.

E mais, grandes empresas raramente investem na comunidade, não tem um setor de Pesquisa & Desenvolvimento focado em software livre, em tecnologias inovadoras, em novos negócios ou qualquer outra área de realmente interesse bons profissionais. Novamente, não é um Wii, um escritório bonitinho, um computador bacana ou um salário bom que vai atrair os melhores profissionais. Pense que você está lidando com empreendedores, que tem um ideal sobre como fazer um bom trabalho, sobre como se divertir trabalhando, sobre como fazer o que tem que ser feito, independente de horário, local físico, idioma ou linguagem de programação.

Nada melhor que o comentário da Miriam Leitão dizendo que os “donos de empresa” reclamam da falta de concentração dos profissionais. Pra mim isso significa só uma coisa: Eles querem profissionais robóticos e disciplinados, meros fazedores de tarefas de programação da fantástica fábrica de software. E como já presenciei várias vezes, esse cara tem que resolver todos os problemas do mundo, afinal, ele é o técnico.

Já vi em grandes empresas um esquema de trabalho absurdo, onde existem mais gerentes que técnicos. Os gerentes tem a tarefa de justificar o motivo de tantos técnicos não conseguirem concluir suas tarefas. E os técnicos tem que abstrair um mundo maluco criado pelos gerentes com seus documentos de requisitos e cronogramas para comunicação. Nesse embate os projetos levam anos de desenvolvimento e não ficam prontos!! É incrível!!

Me desculpe se o tom foi um pouco pesado neste post. Mas não é possível continuarmos convivendo com essa mentalidade atrasada, que acaba por gerar um enorme descrédito da nossa área. Uma vez escutei uma piada que compara um programador com um marceneiro. A diferença é que o marceneiro há algum tempo tem cumprido seus prazos, agora, o programador…

Boa semana a todos!

Artigo originamente postado em:  sauloarruda.eti.br

Hoje de manhã saiu uma reportagem sobre o título deste post no Bom Dia Brasil da Globo. Após a reportagem o “inteligente” comentário de Mirian Leitão sobre o assunto. Minha mãe me comentou sobre isso na hora do almoço, mas não achei que fosse somente uma chamada e não uma reportagem “completa” como a que foi feita. Um pouco depois, li o artigo do Claudio Br comentando o assunto.

Me achei obrigado a comentar o assunto, então lá vai:

Primeiramente, o volume imenso de vagas abertas pra mim não representa uma realidade. Naturalmente o mercado de TI está bastante aquecido, mas há um exagero em se dizer que temos 100 mil vagas não preenchidas. Talvez o número real seja metade disso… Parece mais paupável.

Segundo, os famosos gerentes de RH e donos de empresa nunca entendem o real motivo de não encontrarem bons profissionais. Acham que balões coloridos, monitores grandes, estações de trabalho de última geração e um salário interessante é mais do que o bastante para “atrair” os melhores. Grande falha…

Os bons profissionais estão em busca de empresas que realmente fazem um bom trabalho. Eu não conheço muitos programadores que sonham trabalhar em uma fábrica de software com CMMi nível 5 e 40 funções (leia-se papéis no processo) diferentes. Os bons profissionais preferem um ambiente Ágil, multifuncional, multidisciplinar, onde uma pequena equipe de 6 pessoas consegue fazer mais e melhor que uma grande equipe de 20 pessoas “lideradas” por um gerente de projetos com um gantt chart em mãos e um cartão de ponto para bater.

E mais, grandes empresas raramente investem na comunidade, não tem um setor de Pesquisa & Desenvolvimento focado em software livre, em tecnologias inovadoras, em novos negócios ou qualquer outra área de realmente interesse bons profissionais. Novamente, não é um Wii, um escritório bonitinho, um computador bacana ou um salário bom que vai atrair os melhores profissionais. Pense que você está lidando com empreendedores, que tem um ideal sobre como fazer um bom trabalho, sobre como se divertir trabalhando, sobre como fazer o que tem que ser feito, independente de horário, local físico, idioma ou linguagem de programação.

Nada melhor que o comentário da Miriam Leitão dizendo que os “donos de empresa” reclamam da falta de concentração dos profissionais. Pra mim isso significa só uma coisa: Eles querem profissionais robóticos e disciplinados, meros fazedores de tarefas de programação da fantástica fábrica de software. E como já presenciei várias vezes, esse cara tem que resolver todos os problemas do mundo, afinal, ele é o técnico.

Já vi em grandes empresas um esquema de trabalho absurdo, onde existem mais gerentes que técnicos. Os gerentes tem a tarefa de justificar o motivo de tantos técnicos não conseguirem concluir suas tarefas. E os técnicos tem que abstrair um mundo maluco criado pelos gerentes com seus documentos de requisitos e cronogramas para comunicação. Nesse embate os projetos levam anos de desenvolvimento e não ficam prontos!! É incrível!!

Me desculpe se o tom foi um pouco pesado neste post. Mas não é possível continuarmos convivendo com essa mentalidade atrasada, que acaba por gerar um enorme descrédito da nossa área. Uma vez escutei uma piada que compara um programador com um marceneiro. A diferença é que o marceneiro há algum tempo tem cumprido seus prazos, agora, o programador…

Boa semana a todos!


Fonte: http://www.indio.eti.br/2010/04/100-mil-vagas-de-emprego-em-ti/

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