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27 de Maio de 2009, 0:00 , por Software Livre Brasil - | Ninguém está seguindo este artigo ainda.

Nova Habitante aqui de casa (e do blog)

30 de Agosto de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda


Como todos sabem, um girino sem um cão é como um peixe sem bicicleta1! Então depois de matutar muito (i.e. eu sempre quis isso, mas nunca tive coragem de dizer  em voz alta) decidi que meu novo cão seria um Scottish Terrier. A idéia era ao mesmo tempo ter um cão com temperamento similar ao do westie (and hence, da Lilica), sem ao mesmo tempo lembrar ela demais. O scottish, tirando quando é branco, é preto (ou brindle, mas vá lá, semi-preto)! Além da vantagem evidente no sistema de cotas raciais (sim, foi uma péssima piada racista)2, não corro o risco de olhar pra ela e ver a outra.

De repente aconteceu! No início do mês, descobrimos uma ninhada que já estava com quase 2 meses e ainda tinha uma filhotinha à venda! Corri atrás, telefonei, negociei, fui visitar e, ontem, finalmente trouxe pra casa esse bebezinho lindo que é a Lótus:

Lótus ainda com cara de perdida

Lótus ainda com cara de perdida

Por enquanto, no segundo dia de Lótus em casa, a coisa vai bem: ela faz xixi na cozinha e cocô no banheiro (no social, o dela ela nem tocou). Tem comido direito, brinca super bem com a Anita e só chorou de noite quando fez xixi, pra me chamar pra limpar (ô vida de pai, daqui a pouco é o tomás gritando: “Paiê, acabei, vem me limpar!”). Alias, o Tomtom também gostou dela! Pegou o focinho dela e tentou por na boca! Ela, claro, mais rápida que ele, escapou rapidinho e começou a lamber os pézinhos dele e puxar as roupinhas. Como estava migrando meus antigos álbuns de fotos do GPA, que parou de funcionar por excesso de velhice (usa bibliotecas perl que não vem mais na instalação default do meu provedor e que fiquei com preguiça de solicitar) pra uma plataforma nova, aproveitei e criei um álbum de fotos novo pra ela.

Se preparem! A Lótus agora vai ser nova habitante aqui de casa e novo instrumento de tortura dos leitores (minha mãe e aquele cara que eu pago pra ler e comentar) desse blog!

notas:
  1. tentei achar o autor dessa frase, aparentemente era “A Woman without a man is like a fish without a bicycle“, atribuída à feminista americana Gloria Steinem, mas derivada de um “grafiti” novaiorquino (fonte)
  2. Depois comento se essa técnica de aumentar a visibilidade do blog funcionou!


Falcão visita Raul Gil e pede encontro com mulheres

10 de Junho de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda


Deu no estadão de hoje1:

LIMEIRA - O presidente líbio Falcão, famoso por suas músicas irreverentes como “I’m not a dog no”, “Black people car” e “Um Bodegueiro Na Fiec” (Eu sou VIP), chegou a Limeira nesta quarta-feira, 10, em sua primeira visita à São Paulo desde que assumiu o governo por golpe musical, há 40 anos. O líder líbio também requisitou um encontro com mulheres italianas proeminentes nos campos dos negócios, da política e da cultura. Ele deverá fazer uma palestra para 700 mulheres na sala de concertos de Roma. Sua noiva, Preta Gil fez careta quando ouviu!

Raul Gil recebe o Famoso astro internacional Falcão, que cantará em seu programa do final de semana sucessos como "I'm not a dog no", "Black people car" e "Um Bodegueiro Na Fiec" (Eu sou VIP). Seu pedido irreverente de um encontro com mulheres italianas deixou sua noiva, Preta Gil, de cara amarrada.


notas:
  1. É CLARO que é piada, né? O Link original pra notícia do estadão: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,kadafi-chega-a-roma-em-visita-cercada-de-polemica,385316,0.htm


Homenagem à Lilica

31 de Maio de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda


Tomtom, Vaquinha eu e lilica

Tomtom, Vaquinha eu e lilica

Ainda tou abalado demais pra escrever qualquer coisa. Essa foi a ultima foto da Lilica antes dela nos deixar. Foram 3 maravilhosos anos na companhia dela que acabaram de forma trágica e repentina :( Já nem sei como vou dormir a noite sem ter ela atrás do meu travesseiro, como colocar o Tomtom pra dormir sem ela do meu lado, esquentando minhas pernas. Que motivo vou ter pra passear? Sair de casa? Caminhar? Foram só 3 anos e eu já não sei como viver sem ela. Minha única alegria é saber que ela foi um cachorro feliz!

Tchau Lilica, você mudou minha vida pra melhor e merece todas as homenagens do mundo!



Quadrinhos da semana

23 de Maio de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda


Compre no Submarino

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Sangre de Barrio

[DUCARALHO]

Sangre de Barrio (Vida Louca, em pt_BR), do Jaime Martín.  Eu já tinha visto a primeiro capítulo em algum lugar, não sei se numa Animal antiga, numa edição do El Víbora que tenha passado pelas minhas mãos ou se já tinha comprado nos idos de antigamente, mas como folheei e vi que a história continuava muito além do que eu conhecia, resolvi comprar.

Pra quem foi punk de perfumaria, que nem eu, é ver o outro lado dos anos 80, numa barcelona onde o punk fazia sentido. Onde garotos de periferia viram marginais pra fugir da vida medíocre que sempre vão ter, do pai alcoólatra que abandona a família, vivendo em cortiços junto com traficantes e prostitutas. O traço é simples, em preto e branco, tipicamente underground, e vem acompanhado de uma excelente trilha sonora (com as letras das música acompanhando cada quadrinho em que Vicen liga o rádio ou usa seu walman). Composta principalmente do Punk e do underground espanhol (e barcelonense), as musicas encaixam e acompanham perfeitamente os quadrinhos e a narrativa. Dá uma vontade de procurar e reler ouvindo a as músicas da trilha (não sei se ia dar certo, já que é tudo em espanhol e eu não ia entender nem metade, mas que dá vontade, dá).

Tudo isso mostra a trajetória de Vicen antes, durante e depois do reformatório1. A insatisfação com a vida medíocre, a exploração e subserviência, que ele compartilha com Cepá, o líder da gangue, marcam toda sua trajetória, pessimista e trágica, até o final do livro. Pra quem não conhece, vale a pena conhecer. MUITO.

Compre no Submarino

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Palestina: Na faixa de Gaza

[MUITO BOM]

Palestina: Na faixa de Gaza é o segundo livro da séria Palestina, do Joe Sacco. O Joe Sacco é um reporter de guerra no estilo antigo: Entra nas zonas ocupadas em busca da história. Num estilo moderno também, já que procura sempre a versão do mais fraco, do ocupado, do perdedor. Além disso já ser uma raridade, ele não coloca isso em livros, quer dizer, em livros sim, mas não em palavras. Joe Sacco é “quadrinista de guerra”2.

Eu já tinha lido dele trechos do Sarajevo. O cara é bom. O desenho é mais caricato, mais arredondado que o underground do Jaime Martín, e o próprio Joe Sacco na história é uma caricatura de si mesmo. Baixo, narigudo com cara de tonto e oclinhos redondos, cagão até a alma3, meio mala também. É esse cara que entrevista dezenas de refugiados, tentando perceber como vivem, e o que sentem. Os desenhos são chocantes, mesmo suavizados pelo traço típico de de cartunista americano, mais pelo que representam do que pelo que realmente são. O cara é FODA.

Então se eu puxo tanto o saco dele, porque o Sangre de Barrio é [DUCARALHO] e este é só [MUITO BOM]? Bem, por mais que ele dinamize as coisas, tem toda a lentidão da narrativa, são entrevistas repetitivas com gente muito igual no seu sofrimento, sua raiva, sua frustração. Tem a coisa do traço pouco chocante, da personalidade meio “pastel” dele. Não, nem é nada disso. Sangre de Barrio é [DUCARALHO] porque mexe comigo, mexe com uma pessoa que eu já fui, que eu já quis ser. Mexe com o que eu já vivi, com o que eu já senti, com o que eu já vi. Porra, eu morei numa cidade de operários imigrantes na europa, eu sei o que é ser um moleque numa escola pública que não te leva a lugar nenhum. Eu sei o que é ter o relógio roubado só pra pegar ele de volta na segunda feira com um colega de classe e a desculpa de que “meu irmão não sabia que era seu, e pediu pra devolver”. Eu sinto cheiro, sinto vida, sinto Sangre de Barrio correndo dentro de mim de novo. Palestina é [MUITO BOM], mas é só coisas que eu vejo de longe, no jornal…

notas:
  1. Na verdade a história pós reformatório é de outro Graphic Novel, Sangre de Barrio III: Nunca Nada, mas nessa edição da Conrad foi incluído junto.
  2. eu que inventei esse termo, lembrem-se disso quando todo mundo estiver usando.
  3. ou não, já que eu não teria coragem de fazer nem metade do que ele faz. Ele tem colhões só de poder amarelar enquanto escuta um tiroteio em um campo de refugiados.


Em Roma, coma os romanos!

10 de Maio de 2009, 0:00, por Software Livre Brasil - 0sem comentários ainda


Estádio de futebol inacabado.

Estádio de futebol inacabado.

O Ricbit me sugeriu blogar sobre Roma antiga (o fato dele estar por lá deve ter influenciado a decisão, não?) E depois de pensar sobre vários assuntos blogáveis, como comparar Júlio César com Al-Capone (depois de ler Paul Veyne falando que a constituição romana é semelhante à da máfia, que também daria um bom post mas precisaria de váaaaaarios dias pra pesquisar sobre a máfia antes de escrever), lembrei desse próverbio inglês:

When in Rome, do as the Romans do.

Que em bom português é normalmente traduzido por:

Em Roma, como os Romanos.

E resolvi blogar sobre a sua origem. Pra variar, vou mandar ver logo duas hipóteses, a girinada e a verdadeira (ou pelo menos mais provável, por falta de fonte realmente fiável sobre o assunto provérbios populares).

Primeira versão (a versão religiosa):

A primeira versão é religiosa. E começa assim: No início do cristianismo, a hierarquia entre os bispos da igreja católica ainda não estava totalmente definida, e essa coisa que temos hoje de One Pope to rule them all não existia ainda. Cada bispo era basicamente autônomo na sua cidade. Foi nessa época que Santo Agostinho, recém chegado de Roma questionou Santo Ambrósio (uma deliciosa cerveja canadense, por sinal) sobre as diferenças de costume. O que mais chocava o coitado do santo era o diabo do jejum:

Em Roma jejuamos na sexta feira, disse Agostinho.

Pois em Milão, não! Replicou Ambrósio.

Mas se eu venho de Roma, e sigo a igreja de lá, devo jejuar?

Olha, meu amigo, deixa eu te dar um conselho: Em Roma, coma os romanos! Em Milão, coma bife à milanesa!

Santo Agostinho, padroeiro da presidência do Paraguai.

Santo Agostinho, padroeiro da presidência do Paraguai.

Era, claro, um trocadilho infame quanto aos jejuns (jejuns, coma bifes, etc, entendeu???). E ao que parece, o chefe da guarda pretoriana, uma espécie de Protógenes Queiroz da época, tinha escutas apropriadamente colocadas nos principais gabinetes de autoridades (a pedido do imperador Teodósio Lula da Silva, que nega saber de qualquer coisa), escutou a hilária conversa e divulgou aos panfleteiros de plantão (que faziam o papel de divulgação de fofocas de forma impressa, algo mais ou menos semelhante às revistas semanais hoje em dia).

O resultado foi um rebuliço só: Bife a milanesa virou prato nacional, a ser comido nas sextas feiras, e o provérbio “Em Roma, coma os romanos” tomou o império de tal forma que Teodósio proibiu seu uso em locais públicos, mas de nada adiantou. A coisa só cedeu em meados do século XIX, na inglaterra vitoriana que se considerava o novo Império Romano e admirava de tal forma a sua antiguidade que ressuscitou e recriou tudo que por lá havia. Inclusive os provérbios. Mas o puritanismo dos vitorianos ainda sobrepujava sua admiração por Roma. Quando republicou e traduziu as cartas de agostinho, Robert Burton preferiu poupar a sociedade da época de tamanha devassidão, e deu a ela a nova tradução, que é a que conhecemos até hoje:

When in Rome, do as the Romans do.

Segunda versão (a versão laica).

É muito fácil atribuir provérbios romanos a religião, afinal Jesus mesmo, na bíblia, já diz: A César o que é de César. E foi mesmo César (um dos) quem protagoniza a nossa segunda versão. César, o Júlio, foi famoso por vir, ver e vencer. Augusto por pagar suas dívidas nas calendas gregas. Nero, coitado, por por fogo em Roma, e Cláudio por ser retardado e aleijado1.

E depois eu que sou feio...

E depois eu que sou feio...

Pois foi esse mesmo Cláudio, que hora é retardado, hora um grande estudioso2, quem recebeu o embaixador da Trácia, no ano de 43 DC3. E benzadeus, ele como bom romano que nunca tinha saído da itália e passava as férias de verão em Ariminum, achou o costume de arrotar depois da refeição simplesmente uma porcaria completa! Indignado, não só expulsou o embaixador de sua presença como mandou uma legião inteira para conquistar a Trácia (sim, a dinastia júlio-claudiana era meio temperamental: o Tio-avô dele, Júlio, contratou uma frota naval para perseguir e capturar os piratas que o haviam seqüestrado e depois os crucificou, isso tudo para cumprir uma promessa que ele fez pros próprios piratas, dá procê?).

Por fim, ele foi pessoalmente à capital da Trácia onde exigiu vassalagem ao Sátrapa4 com um discurso sobre boas maneiras à moda romana. Pra terminar, o sair do palácio ainda indignado, soltou:

E de agora em diante, quando for a Roma, faça como os romanos!

notas:
  1. Na verdade não dá pra saber muito bem o que ele era, porque os antigos misturam muito isso de ser aleijado, retardado ou simplesmente sem noção. Uma dessas três coisas ele com certeza era.
  2. Olha só como as fontes sobre história romana são controversas…
  3. Depois de cristo, nada a ver com a editora de quadrinhos
  4. Que é tipo um sacripanta, só que manda mais.